sexta-feira, 29 de abril de 2016

ABDIAS DO NASCIMENTO - TRECHOS DA INTRODUÇÃO AO LIVRO 'O QUILOMBISMO'



Abdias do Nascimento nasceu em Franca, SP, em 1914, o segundo filho de Dona Josina, a doceira da cidade, e Seu Bem-Bem, músico e sapateiro. Abdias cresce numa família coesa, carinhosa e organizada, porém pobre, e vai se diplomar em contabilidade pelo Atheneu Francano em 1929.

 COMPRE O LIVRO: O quilombismo: Documentos de uma militância Pan-Africanista (Português) Capa comum – 12 março 2019 - por Abdias Nascimento



Com 15 anos, alista-se no exército e vai morar na capital São Paulo. Na década dos 1930, engaja-se na Frente Negra Brasileira e luta contra a segregação racial em estabelecimentos comerciais da cidade. Prossegue na luta contra o racismo organizando o Congresso Afro-Campineiro em 1938. Funda em 1944 o Teatro Experimental do Negro, entidade que patrocina a Convenção Nacional do Negro em 1945-46.

A Convenção propõe à Assembléia Nacional Constituinte de 1946 a inclusão de políticas públicas para a população afro-descendente e um dispositivo constitucional definindo a discriminação racial como crime de lesa-pátria.


À frente do TEN, Abdias organiza o 1º Congresso do Negro Brasileiro em 1950.
Militante do antigo PTB, após o golpe de 1964 participa desde o exílio na formação do PDT. Já no Brasil, lidera em 1981 a criação da Secretaria do Movimento Negro do PDT.

Voltando ao Brasil, Abdias atua com entidades afro-brasileiras. Quando organizam o ato público de 1978 contra o racismo, ainda há um clima de repressão. Enfrentam o desafio e criam o MNU e o Memorial Zumbi, mobilizando os negros em várias regiões do país.

O 3º Congresso de Cultura Negra das Américas dá uma dimensão internacional a essa militância.

Como deputado, Abdias ajudou a levar as posições do movimento negro aos presidentes Tancredo Neves e José Sarney e aos seus ministros. Atua na desapropriação da Serra da Barriga e na questão das comunidades-quilombos. Leva à tribuna federal o questionamento do 13 de maio e a definição do dia 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra.

Em 1988, o centenário da abolição coincide com a Assembléia Constituinte, e a repressão policial à manifestação pública do dia 13 de maio, no Rio de Janeiro, contrasta com as vitórias alcançadas na nova Constituição.

O saldo é positivo: a proposta de políticas públicas anti-racistas ganha dimensão, legitimidade e apoio. Vários governos municipais e estaduais instituem assessorias e conselhos de direitos do negro.


Depois de 1988, o movimento negro continua crescendo e conquistando posições. O movimento sindical começa a incorporar essa causa e a representação parlamentar afro-brasileira amplia-se.

Marcos importantes são o Tricentenário da Imortalidade de Zumbi dos Palmares e a 3ª Conferência Mundial Contra o Racismo.

A marcha a Brasília, em 1995, a criação de um grupo no governo para estudar políticas anti-racistas e o processo de mobilização para a 3ª Conferência Mundial conduzem à adoção de ações afirmativas no próprio governo e em algumas universidades públicas.

O movimento negro ganha força articulando-se com outros no Brasil e no mundo. O governo Lula cria a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, SEPPIR. O tema do racismo, antes silenciado, ganha outra dimensão de debate na sociedade brasileira.


Na qualidade de primeiro deputado federal afro-brasileiro dedicou seu mandato à luta contra o racismo (1983-87), apresentando projetos de lei definindo o racismo como crime e criando mecanismos de ação compensatória para construir a verdadeira igualdade para os negros na sociedade brasileira. Como senador da República (1991, 1996-99), continua essa linha de atuação.

O Governador Leonel Brizola o nomeia Secretário de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro (1991-94). Mais tarde, é nomeado primeiro titular da Secretaria Estadual de Cidadania e Direitos Humanos (1999-2000).

No 2º Congresso de Cultura Negra das Américas (Panamá, 1980), Abdias apresenta sua tese do quilombismo.

Os quilombos são uma das primeiras experiências de liberdade nas Américas. Eles tinham uma estrutura comunitária baseada em valores culturais africanos. Sua organização política era democrática. Seu modelo econômico era o contrário do modelo colonial.

Em vez de produzir um item só para exportação e depender da matriz imperial, tinham uma produção agrícola diversificada que provia seu próprio sustento e mantinham relações de troca e intercâmbio com as populações circundantes.

O quilombismo propõe esse legado como referência básica de uma proposta de mobilização política da população afrodescendente nas Américas com base na sua própria experiência histórica e cultural. Vai mais longe ainda, e articula uma proposta afro-brasileira para o Estado nacional contemporâneo, um Brasil multiétnico e pluricultural.

As medidas e os princípios propostos estão no texto A B C do Quilombismo.



TRECHOS DA INTRODUÇÃO AO LIVRO 'O QUILOMBISMO'

Como os conjuntos de políticas públicas articulados e encaminhados ao Governo pelo movimento negro em dois momentos posteriores - a Marcha Zumbi dos Palmares de 1995 e o processo da 3ª Conferência - , o quilombismo é também herdeiro de um movimento social que, já em 1945, apresentava suas propostas à Assembléia Constituinte encarregada de redemocratizar o país (Nascimento, 1982[1968]).

A singularidade de O quilombismo está no fato de apresentar uma proposta sócio-política para o Brasil, elaborada desde o ponto de vista da população afrodescendente. Num momento em que não se falava ainda em ações afirmativas ou compensatórias, nem se cogitava de políticas públicas voltadas à população negra, o autor deste livro propunha a coletividade afro-brasileira como ator e autor de um elenco de ações e de uma proposta de organização nacional para o Brasil. Assim, sustentava e concretizava a afirmação de que a questão racial é eminentemente uma questão nacional.

O quilombismo antecipa conceitos atuais como multiculturalismo, cujo conteúdo está previsto nos princípios de "igualitarismo democrático (...) compreendido no tocante a sexo, sociedade, religião, política, justiça, educação, cultura, condição racial, situação econômica, enfim, todas as expressões da vida em sociedade;" "igual tratamento de respeito e garantias de culto" para todas as religiões; ensino da história da África, das culturas, civilizações e artes africanas nas escolas.


O ambientalismo também se faz presente, no princípio que "favorece todas as formas de melhoramento ambiental que possam assegurar uma vida saudável para as crianças, as mulheres, os homens, os animais, as criaturas do mar, as plantas, as selvas, as pedras e todas as manifestações da natureza".

A propriedade coletiva da terra, o direito ao trabalho digno e remunerado, a prioridade para a criança, e a possibilidade da "transformação das relações de produção e da sociedade de modo geral por meios não violentos e democráticos" estão entre os princípios humanistas do quilombismo.

O texto antecipa, também, a mais recente inovação na abordagem das relações raciais, que parte do aspecto relacional sugerido pela ótica de gênero. A categoria "gênero" implica relação entre homem e mulher, assim deslocando o foco da tradicional "questão da mulher".

Da mesma forma, para compreender a questão racial é preciso focalizar tanto o privilégio desfrutado pelo branco como as desvantagens sofridas por negros. Já na década dos 1940 e 1950, Abdias e outros intelectuais negros, entre eles o sociólogo Guerreiro Ramos e o advogado Aguinaldo Camargo, vinham criticando o enfoque tradicional brasileiro sobre "o problema do negro".


Atribuem ao escritor Fernando Góes a sugestão, feita numa atitude de fina ironia, de se realizar um Congresso dos negros para estudar o branco. Essa sugestão e suas implicações são retomadas, e dotadas de semelhante carga de ironia crítica, no texto de O quilombismo. Trata-se de mais uma afirmação do racismo como fenômeno relacional mais amplo, profundo e complexo que aquele denotado pela constatação das chamadas "desigualdades raciais".

Nesta obra, merecem um capítulo à parte, além de serem focalizadas em todos os textos, as peripécias específicas da mulher negra, que envolvem aspectos múltiplos e complementares. A questão racial e a de gênero se tecem juntos numa teia que hoje se denomina "interseccionalidade", conceito de certa maneira antecipado no conjunto das obras do autor ao integrar a mulher negra como prioridade temática de sua análise. Mais de uma década antes de instituir-se a reserva de vagas para mulheres nas listas de candidaturas a cargos políticos, constava entre os princípios do quilombismo o seguinte:
12. Em todos os órgãos do Poder do Estado Quilombista - Legislativo, Executivo e Judiciário - a metade dos cargos de confiança, dos cargos eletivos, ou dos cargos por nomeação, deverão, por imperativo constitucional, ser ocupados por mulheres. O mesmo se aplica a todo e qualquer setor ou instituição de serviço público.

O conjunto de textos deste volume vem contribuir para o registro histórico de aspectos pouco divulgados do pan-africanismo, um dos mais importantes fenômenos do século XX. Demonstra também uma continuidade e coerência com assuntos eminentemente contemporâneos, pois reconhecemos nestes ensaios, em particular no ABC e nos Princípios do Quilombismo, a formulação de idéias e polêmicas ainda hoje emergentes.


A atualidade de O quilombismo não se esgota nos temas que apontamos. Creio que cada leitor irá vislumbrar, para além dessas questões, outras talvez mais interessantes.



quarta-feira, 27 de abril de 2016

INDICADUBS MEETS UPRISING SOUNDS - MILITANT DUB [EM BREVE @ FYASHOP]



Novo instrumental produzido por IndicaDubs e Uprising Sounds batizado de "Militant Dub." Massivamente tocado como dubplate por King Shiloh, OBF, King Earthaquake, Iration Steppas e diversos sounds pela Europa.


O vinil deve chegar no fyashop em meados de maio, e você pode reservar a sua cópia entrando em contato pelo e mail fyadub@yahoo.com.br

Assista King Earthquake tocando "Militant Dub" como o último tune: https://youtu.be/YUIkCSLSfe8


Confira no fyashop os últimos lançamentos do IndicaDubs.





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segunda-feira, 25 de abril de 2016

INFERNO - A SUA INTERNET VAI PIORAR COM AS NOVAS LIMITAÇÕES DAS OPERADORAS



Foi no começo de fevereiro que a Vivo anunciou um novo modelo de negócios para o Internet Fixa, antigo Speedy, que é sua divisão responsável por oferecer planos de internet residencial. As declarações da companhia chocaram a internet: a partir de 2017, os planos de banda larga da empresa passariam a ter um sistema de franquia igual aos que já conhecemos no mundo da rede móvel.


Isso significa que, no ano que vem, clientes da companhia terão um limite de dados em gigabytes para navegar na web – e, caso ultrapasse tal saldo, suas conexões podem ter a velocidade reduzida ou até mesmo serem cortadas, sendo necessário pagar uma taxa extra para continuar navegando normalmente. Em seu plano mais econômico (Banda Larga Popular de 200 Kb/s), a Vivo oferecerá uma franquia de 10 GB; no mais robusto (25 Mb/s), esse valor sobe para 130 GB.

Em meio a uma polêmica absurda, não demorou muito para que outras operadoras decidissem aderir à nova moda: a NET/Claro e a Oi entraram na onda das franquias, enquanto a Live TIM preferiu resguardar-se sobre o assunto. Mas, afinal, o que muda na vida do consumidor caso esse novo formato entre em vigor? O que cada empresa tem a dizer sobre o assunto? Quais iniciativas estão sendo organizadas para barrar a mudança? O TecMundo foi atrás de respostas para essas e outras perguntas fundamentais.

Tanto os planos de internet ADSL quanto de fibra óptica da Vivo serão regidos por franquias

Como era e como vai ser

Historicamente, os planos de internet banda larga no Brasil sempre adotaram um formato de cobrança bastante simples: o cliente paga uma mensalidade fixa para usar a internet à vontade em uma velocidade pré-determinada (por exemplo, R$ 40 por uma conexão de 2 Mbps). Arcando com esse valor e tendo em mente sua velocidade limitada, o consumidor tem a liberdade de navegar o quanto quiser e baixar quantos arquivos ele desejar.

Esse formato de cobrança limita bastante o que você pode ou não fazer na internet

Porém, a ideia da Vivo e de outras operadoras é eliminar esse padrão e migrar para outro bem diferente. No novo modelo, você terá uma franquia de dados – ou seja, um limite de quanto você poderá navegar e fazer downloads na web. Ultrapassando essa cota, sua conexão poderá ter a velocidade reduzida ou até mesmo cortada até o fim do mês; para continuar usando a internet normalmente, será necessário pagar uma taxa extra para aumentar a franquia.

Como você deve ter percebido, é exatamente o mesmo sistema adotado nos pacotes de internet móvel. Sabe quando você recebe aquele temido SMS dizendo que sua franquia de dados atingiu o limite e é necessário desembolsar uma grana para continuar navegando? A ideia é que a mesma coisa passe a ocorrer no seu computador. Esse formato de cobrança limita bastante o que você pode ou não fazer na internet, e é aí que entram as críticas.

Com novo formato de cobrança, internet fixa vai ficar parecida com a móvel

Entendendo o problema

A Vivo Internet Fixa atualmente conta com seis planos de banda larga ADSL (aquela em que você usa um cabo telefônico acoplado em um modem) em seu portfólio, e todos passarão a ser regidos por franquias a partir do dia 31 de dezembro de 2016. Os limites serão os seguintes:

  • Banda Larga Popular 200 kbps: franquia de 10 GB;
  • Banda Larga Popular 1 e 2 Mbps: franquia de 10 GB;
  • Vivo Internet 4 Mbps: franquia de 50 GB;
  • Vivo Internet 8 e 10 Mbps: franquia de 100 GB;
  • Vivo Internet 15 Mbps: franquia de 120 GB;
  • Vivo Internet 25 Mbps: franquia de 130 GB.

Agora, suponhamos que você seja assinante do plano de 1 Mbps (que é bastante comum entre a população de baixa renda). Você pode gerar até 10 GB de tráfego por mês. Isso equivale a menos de quatro horas de vídeos em HD na Netflix – uma péssima notícia para quem gosta de assistir a séries e filmes através do serviço de streaming.

Essa medida pode até mesmo ser considerada uma censura dos meios de comunicação

Isso também limitaria o uso do YouTube, Spotify e plataformas de ensino, como o Khan Academy e o Coursera. Baixar jogos para consoles de última geração (como PS4 e Xbox One) seria uma tarefa complicada, visto que cada título pesa de 15 GB a 50 GB. A situação fica pior quando nos lembramos que, na maioria dos casos, a mesma conexão é compartilhada entre vários membros de uma família (e a franquia seria dividida entre cada indivíduo da casa).

Limitar o acesso à internet é um retrocesso enorme, especialmente quando temos em mente que a web é uma poderosa ferramenta de acesso à informação. Seria o mesmo que dizer a um cidadão que ele só pode pegar três ou quatro livros emprestados de uma biblioteca público por mês. Em uma época em que até a ONU declarou que a rede mundial de computadores é algo essencial para o exercício da democracia, essa medida pode até mesmo ser considerada uma censura dos meios de comunicação.

Entenda como o novo modelo é danoso para a população
 

O que a Vivo tem a dizer

Em um comunicado oficial emitido hoje (12) aos veículos de imprensa, a Vivo reafirmou que, de fato, começará a usar o formato de franquia a partir de 31/12/2016. Porém, as novas regras só valem para clientes que contrataram um plano depois do dia 5 de fevereiro deste ano; consumidores mais antigos continuarão sem limite de navegação.

A empresa também revelou que clientes GVT (que se fundiu ao Grupo Telefônica) e Vivo Fibra que firmaram contrato a partir do dia 2 de março deste ano estarão sujeitos às franquias também; assinantes antigos continuam navegando livremente. Será disponibilizada uma ferramenta online para o internauta acompanhar seu uso de dados. Os limites para os planos de internet em fibra óptica serão os seguintes:

  • Vivo Fibra 15 Mbps: franquia de 120 GB;
  • Vivo Fibra 25 Mbps: franquia de 130 GB;
  • Vivo Fibra 50 Mbps: franquia de 170 GB;
  • Vivo Fibra 100 Mbps: franquia de 220 GB;
  • Vivo Fibra 200 Mbps: franquia de 270 GB;
  • Vivo Fibra 300 Mbps: franquia de 300 GB;

Questionada pelo TecMundo, a companhia não informou se será possível contratar um pacote de internet avulso após o término das franquias e tampouco o que motivou a marca a mudar esse formato de cobrança de forma tão repentina.

Clientes da Vivo Fibra, internet de fibra óptica, também terão limitações na navegação

O posicionamento da Oi

O TecMundo procurou as principais operadoras de internet fixa do Brasil para saber o que cada um tem a dizer a respeito da polêmica. A Oi foi a primeira a responder aos nossos questionamentos, e afirmou que, embora seus planos tenham uma franquia informada ao cliente no momento da assinatura do contrato, a operadora ainda não pratica a redução de velocidade e tampouco o corte da conexão caso o consumidor ultrapasse tais limites.

A empresa não detalhou se pretende implementar a redução em algum momento. Fomos atrás do contrato de banda larga da Oi e encontramos a seguinte informação a respeito dos limites de navegação:

  • Oi Banda Larga de até 2 Mbps: franquia de 60 GB;
  • Oi Banda Larga 5 Mbps: franquia de 70 GB;
  • Oi Banda Larga 10 Mbps: franquia de 90 GB;
  • Oi Banda Larga 15 Mbps: franquia de 110 GB;
  • Oi Banda Larga 20 Mbps: franquia de 110 GB;
  • Oi Banda Larga 25 Mbps: franquia de 130 GB;
  • Oi Banda Larga 35 Mbps: franquia de 130 GB.

De acordo com o documento, a Oi poderia reduzir a velocidade da conexão do cliente em até 300 Kbps caso este ultrapasse os saldos estabelecidos – porém, voltamos a ressaltar, de acordo com o posicionamento oficial da companhia, essa redução ainda não acontece para nenhum cliente.

Os planos da Oi têm franquias, mas a companhia não reduz e tampouco corta a navegação do usuário

NET/Claro: “sempre tivemos franquias”

Antes de mais nada, vale a pena lembrar que a NET e a Claro fazem parte do mesmo grupo de empresas, e a marca utilizada para o fornecimento de banda larga é a NET Vírtua. De acordo com a companhia, seus planos de internet fixa sempre foram regidos por franquias de uso, desde a inauguração da empresa em 2004. A corporação afirma que seus usuários não costumam reclamar de velocidade reduzida porque suas franquias são “confortáveis” e você dificilmente atinge os limites estabelecidos, a menos que seja um heavy user.
Fomos ao site oficial da NET Vírtua, e, de fato, as franquias para cada um de seus planos estão bem claras para o contratante. Os valores são os seguintes:

  • NET Vírtua 2 Mbps: franquia de 30 GB;
  • NET Vírtua 15 Mbps: franquia de 80 GB;
  • NET Vírtua 30 Mbps: franquia de 100 GB;
  • NET Vírtua 60 Mbps: franquia de 150 GB;
  • NET Vírtua 120 Mbps: franquia de 200 GB.

Há também um plano especial de 500 Mbps, que custa R$ 799 por mês e possui uma franquia de 500 GB. A companhia não pretende fazer alterações nesses limites de uso.

De acordo com a própria empresa, a NET sempre trabalhou com o sistema de franquias em banda larga

A visão da Live TIM

A Live TIM, aparentemente, é a única prestadora que não seguirá esse novo modelo de cobrança. Requisitada pelo TecMundo, a companhia nos enviou seu posicionamento oficial a respeito do assunto. “A TIM informa que, em relação à banda larga fixa Live TIM, a operadora não comercializa planos com franquia mensal de dados e bloqueio após o consumo. A companhia também não prevê mudanças nos planos atuais, que são comercializados de acordo com a velocidade de conexão”, explicou a marca.

Vale lembrar que, atualmente, a Live TIM oferece cinco planos de internet fixa via fibra óptica: 35 Mbps, 50 Mbps, 70 Mbps, 90 Mbps e 1 Gbps. A companhia se orgulha de figurar no topo do Netflix ISP Speed Index, um índice proprietário da Netflix que lista os provedores de internet banda larga cujo serviço oferece uma melhor experiência de streaming de vídeos para o usuário. Tudo indica que a companhia pretende manter esse renome ao não impor limites de navegação para o usuário final.

A Live TIM afirma que não pretende estabelecer franquias em seus planos de banda larga
 

Copel: Paraná está seguro

Outra operadora que já anunciou que não irá impor o sistema de franquias é a Copel, empresa regional que atua somente no estado do Paraná. A companhia ressaltou seu posicionamento a respeito da polêmica através de uma postagem em seu perfil oficial no Facebook. Atualmente, a corporação oferece planos de 50 Mbps, 75 Mbps e 150 Mbps, todos por fibra óptica.

Uma tendência mundial ou um retrocesso brasileiro?

Infelizmente, não é só no Brasil que podemos encontrar operadoras de telefonia móvel que usam o modelo de franquias em seus planos de banda larga. Nos Estados Unidos, por exemplo, a AT&T oferece a internet fixa U-Verse – em seu plano de 45 Mbps, o usuário só pode movimentar até 250 GB de dados por mês. Algo parecido ocorre com quem é cliente da XFINITY, marca da Comcast: o plano de 25 Mbps é acompanhado de uma franquia de 300 GB.

Porém, é importantíssimo lembrar que, na América do Norte, o cidadão tem um número muito maior de opções para escolher na hora de contratar um serviço de banda larga – e várias prestadoras oferecem conexão ilimitada. Além disso, as operadoras que limitam a quantidade de dados que o consumidor pode utilizar são frequentemente alvos de críticas por parte da população e da mídia especializada.

A AT&T, provedora norte-americana, também usa o modelo de franquias para seus planos de internet

Não, a Anatel não vai interferir

Assim que as operadoras decidiram adotar o modelo de franquia para planos de banda larga, os olhos imediatamente se voltaram para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O órgão regulador – que deveria vetar qualquer tipo de postura abusiva por parte das provedoras de internet – não parece estar interessada em intervir no assunto, mesmo que a insatisfação dos consumidores esteja mais do que clara.

As empresas podem optar pelo modelo de negócio que julgarem mais adequado
Procurada pelo TecMundo, a instituição afirmou que a prestação de serviço de banda larga fixa é de regime privado, estabelecido pela Lei Geral de Telecomunicações (9.472/97). De acordo com tal documento, as empresas podem optar pelo modelo de negócio que julgarem mais adequado às práticas comerciais. Só é necessário que a provedora informe com antecedência caso o cliente esteja prestes a ultrapassar a franquia informada no momento em que aceitou o contrato.

“A regra se aplica a qualquer serviço de telecomunicações que seja vendido com limitação por franquia, voz ou dados são os exemplos mais comuns. Em adendo informamos que as prestadoras poderão definir com quanto tempo de antecedência o consumidor será informado”, afirma o órgão regulador. “Além disso, a operadora precisa disponibilizar, no espaço reservado ao consumidor na Internet, recurso que possibilite o acompanhamento adequado do uso do serviço contratado, durante sua fruição”, completa.

Reguladora dos serviços de internet no Brasil, Anatel não vê problemas nas franquias em banda larga

Os órgãos de defesa do consumidor começam a agir

Em um texto publicado em seu site oficial, a Associação de Consumidores PROTESTE afirmou que considera ilegal a imposição de franquias em planos de banda larga por parte das operadoras brasileiras. “Em ação civil pública que tramita desde maio de 2015, a Associação já questiona a medida. Na ação, foi pedida uma liminar contra as operadoras Vivo, Oi, Claro, TIM, e NET para que sejam impedidas de comercializar novos planos com previsão de bloqueio à conexão após fim da franquia do 3G e da internet fixa”, explica.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também não ficou quieto. Para o órgão, não há argumentos técnicos e econômicos que demonstrem a necessidade de redução da franquia de dados nesses planos. De acordo com Rafael Zanatta, pesquisador em telecomunicações, os contratos que preveem desconexão da internet após atingir o limite da franquia são ilegais. “Tais cláusulas são nulas, pois violam o Marco Civil da Internet, em especial o artigo 7, que prevê que o usuário só pode ser desconectado por atraso de conta e não por uma suposta limitação de franquia”, explica.

PROTESTE e Idec já se pronunciaram sobre o assunto

Ministério da Justiça investiga um possível cartel

A situação é tão preocupante que até o Ministério da Justiça resolveu entrar no jogo. A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon) afirmou ter aberto um inquérito civil para investigar a repentina decisão de adotar o modelo de franquia por parte de tantas operadoras ao mesmo tempo. De acordo com o promotor Paulo Roberto Binicheski, é possível que estamos presenciando a formação de um cartel, algo que deve ser prevenido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

O Brasil terá a internet mais cara do mundo

"A proposta de alteração do sistema de cobrança reflete planos comerciais abusivos, com o propósito disfarçado de encarecer os custos de utilização da internet pelo usuário médio", afirmou Binicheski, durante uma coletiva de imprensa realizada no início de março. “O Brasil terá a internet mais cara do mundo”, sintetiza. As operadoras terão que justificar a mudança repentina ao Ministério, que analisará as respostas e adotará as medidas necessárias.

O promotor disse ainda que a investigação tem como objetivo final convencer a Anatel a alterar sua regulamentação, visto que o modelo de franquias não é benéfico ao consumidor. De acordo com Binicheski, vários clientes insatisfeitos têm entrado em contato com o Prodecon para reclamar do limite, o que incentivou o órgão a abrir o inquérito.

Adoção das franquias vai contra o Marco Civil da Internet
 

A opinião de um especialista em direito eletrônico

De acordo com Raphael Chaia, advogado e professor de direito eletrônico da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), a decisão das operadoras é um retrocesso grave. “Vivemos a era da internet das coisas, cada vez mais os objetos da nossa casa estão conectados em tempo real, exigindo uma constante conexão com a internet. O uso da internet doméstica é e sempre foi mais intenso que o da internet móvel, por isso, dar o mesmo tratamento às duas é de um equívoco absurdo”, comenta.

Os contratos antigos devem ser mantidos nos termos aceitos pelo consumidor

Em relação a possível formação de um cartel, Chaia diz que não há como afirmar nada sem provas. “O que esperamos, porém, é que tais comportamentos fomentem o surgimento de provedores menores que possam fazer frente e concorrer com os gigantes, oferendo acesso ilimitado aos seus clientes, afinal, a melhor forma de se obter serviços de qualidade ainda é com a concorrência”, explica o especialista.

O especialista ressalta ainda que a regra da Anatel que permite a mudança de planos para serviços em andamento entra em conflito com o Código de Defesa do Consumidor, com o Código Civil e com todas as normas de boa-fé contratual. “Uma resolução não pode estar acima da lei, ainda que editada por uma agência reguladora (órgão da administração pública indireta). Ao meu ver, os contratos antigos devem ser mantidos nos termos aceitos pelo consumidor, e quaisquer mudanças dependem de novo aceite pelo contratante”, finaliza.

Para especialista, regra da Anatel vai contra o Código de Defesa do Consumidor e Código Civil

Movimento ISL: o clamor popular

Uma das iniciativas mais populares que surgiram depois que tantas operadoras confirmaram o modelo de franquia foi o Movimento Internet Sem Limites (MISL), que se resume a uma página no Facebook (já com 180 mil curtidas) e um perfil no Twitter. Em entrevista ao TecMundo, porta-vozes do coletivo afirmaram que o movimento surgiu de canais de bate-papo no IRC e que não era possível revelar a identidade de seus fundadores.

“Somos apenas um grupo de usuários dos mais diversos segmentos da rede, com as mais diversas profissões e de diversos lugares do país que não aceitarão ter seus direitos esmagados silenciosamente”, afirmou o grupo. De fato, entrevistamos os membros do coletivo, e eles “garantiram” que, após reunir o máximo de pessoas para dentro do movimento, pretendem transformar a indignação popular em uma força democrática.

“Ainda não podemos adiantar como iremos fazer isso, pois cada passo está sendo tomado com cautela. No entanto, todos que nos apoiam podem ter certeza de que isso romperá a barreira virtual”, explicou o representante, por email.

Movimento já uniu quase 200 mil internautas em poucos dias de existência

A opinião dos ativistas

O TecMundo também foi atrás de movimentos ativistas para saber o que eles têm a dizer a respeito do assunto. Membros do Anonymous Rio, Anonymous FUEL e Asor Hack Team conversaram com a nossa equipe e se mostraram contrários ao novo modelo de cobrança. “Assistimos hoje a uma tentativa de uma prática de truste entre as maiores empresas de comunicação do país com o objetivo de reformular completamente as regras do mercado de telefonia, pois seus principais serviços foram abandonados a ponto de linhas telefônicas fixas só serem vendíveis para os clientes através de vendas casadas”, afirmam.

A Internet é uma ferramenta disruptiva sem precedentes na história humana, e a defenderemos com afinco

Quando questionadas se pretendem tomar organizar alguma ação contra as operadoras, as células nos dão uma resposta impressionante. “As pessoas precisam entender que a autonomia delas está sendo ferida com essa transformação e que uma das principais ferramentas de articulação política do nosso tempo não ficaria ilesa por tanto tempo. A reação não tem que vir apenas de ativistas virtuais, ela precisa vir do povo, organizado de maneira independente, pela manutenção de seus direitos. Acreditamos que o mais importante agora seja fazer as pessoas perceberem como a estrutura de monopólios financeiros regula suas existências, sua liberdade de escolha, seu potencial de expressão. E se elas perceberem isso, Anonymous não precisará fazer nada”, explicam.

“A Internet, hoje, está muito além de um luxo ou fetiche nerd. Ela incluiu, embora tenha muito o que melhorar nesse quesito, aqueles atores econômicos e sociais que antes eram engolidos pelos monopólios. A Internet é uma ferramenta disruptiva sem precedentes na história humana, e a defenderemos com todo afinco. Se as provedoras quiserem realmente comprar essa briga, fiquem à vontade”, completam os ativistas. 

Ativistas declaram sua opinião a respeito do assunto

O que você pode fazer para impedir a mudança?

Você, como um usuário dos serviços de telecomunicações, tem todo o direito de mostrar sua insatisfação com o modelo de cobrança proposto pelas operadoras. Além de compartilhar conteúdos educativos a respeito do tema (como esta reportagem), é possível:

  • Assinar este abaixo-assinado: hospedado na plataforma Avaaz e criado por um internauta identificado somente como Gabriel, o documento precisa reunir 400 mil assinaturas antes de ser entregue para as prestadoras brasileiras;
  • Formalizar uma reclamação no PROCON: essa é a dica de Raphael Chaia. Através do site oficial da fundação, você encontra informações sobre como protocolar uma contestação contra as provedoras;
  • Fazer pressão contra a Anatel e políticos: entre em contato com o órgão regulador e com os políticos que você elegeu – é o dever deles proteger os interesses da população e movimentar processos legislatórios que proíbam a adoção desse formato de cobrança.

O TecMundo deixa claro seu posicionamento contra a aplicação de franquias em planos de banda larga, visto que tal modelo de negócios é uma afronta aos princípios da internet e uma grave ameaça aos direitos do cidadão.

Artigo original publicado Tecmundo @ http://www.tecmundo.com.br/banda-larga/103564-inferno-internet-piorar-novas-limitacoes-operadoras.htm

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sábado, 23 de abril de 2016

ALTHEA & DONNA - UPTOWN TOP RANKING [TRADUÇÃO]



Existem três personas principais nesse título, que provavelmente, é um dos mais clássicos e essências dos anos 70, no reggae e pop exportados pela Jamaica. Mas além dessas três, existem outros nomes por trás dessa música, assim como Sleng Teng, reaparece com uma nova versão num determinado período de tempo, e volta a estar no case - ou hoje em dia também no HD, de muitos dj's.


Obviamente e não deveria ser surpresa, a música tem como primeiro envolvido o produtor Coxsone Dodd (do Studio One), e sua banda de estúdio na época que tinha como base os músicos remanescentes do The Skatalites. O primeiro a colocar voz nessa versão foi o maravilhoso Alton Ellis com a música "I'm Still In Love" em 1967 lançado pelo selo Studio One.  A música se tornou um hit na Jamaica, com um riddim com andamento simples, com metais na marcação e letra mais simples ainda, com quatro versinhos e um refrão; "I'm still in love, with you girl (4x) / You don't know how to love me / Not even how to kiss me / I don't know why / I love you baby / My baby".... e é só isso. 

[Eu continuo apaixonado, por você menina (4x) / Você não sabe como me amar / Nem sabe como me beijar / Eu não sei porque / Eu amo você / My Baby]

Em 2004 - 2005 foi lançado uma edição comemorativa dos 50 anos do Studio One, e a música "I'm Still In Love" com Alton Ellis acompanhado da primeira dama do Ska e Rocksteady Doreen Shaeffer que já passou pelo fyashop em algum momento de 2015. Esse dueto de Alton Ellis e Doreen Shaeffer alguns dizem que foi gravado em 1969, e relançado na celebração dos 50 anos do Studio One, eu particularmente acredito que essa música tenha sido mixada com vocais da Doreen S. a partir das gravações originais, a sensação que tenho é que os vocais dela foram gravados por cima da mastertape, e não junto com Alton Ellis e o estúdio na época. 


Uma nova versão foi lançada em 1977* com um novo arranjo de metais, novo andamento e produção de Joe Gibbs, agora com a voz de Marcia Aitkens, e a música ganhando a alteração de "girl" para "boy", ficando com o título de "I'm Still In Love (With You Boy)".


*Eu atribuo essa gravação da Marcia Aitkens (não o lançamento do single) entre 1974 e 1975 devido a versão rub-a-dub de Trinity - "Three Pieace Suit" no mesmo arranjo ter registro de lançamento em 1975, com vocais de Marcia Aitkens, e ser a versão de "I'm Still In Love (With You Boy)". Mas aceito discordâncias. 

Em 1975, Trinity lançou a música "Three Piece Suit", falando de como anda alinhado no seu "terno de três peças" - calça, palitó e colete, e como as meninas de bumbum grande gostavam dele e ele nunca iria deixa-las e todas as outras qualidades que ele tinha, e por isso o refrão alterado para "I'm still in love with you boy" (continuo amando você menino).

Após o lançamento do 7inch de "I'm Still In Love (With You Boy)" na voz de Marcia Aitkens, numa brincadeira de resposta a "Three Piece Suit" de Trinity, duas jovens jamaicanas; Althea Forrest (17 anos) e Donna Reid (de 18 anos), gravaram "Uptown Top Ranking", numa brincadeira de estúdio. Nos autos, dizem que por acidente a música caiu na mão do DJ John Peel em 1977, que trabalha (veja só) na BBC Radio 1 - mas você pode me explicar como uma música gravada de brincadeira cai na mão de um dos dj's de um dos principais canais de comunicação do Reino Unido?... Pois bem, a música foi tocada, recebeu algumas centenas de pedidos, e surpreendentemente ficou nas paradas britânicas por 11 meses, e chegou ao número 1 do UK Singles Chart em fevereiro de 1978, ficando por uma semana apenas no topo das paradas. Foi só por uma semana, mas uma semana no topo... é uma semana no topo!

Depois de ser muito tocada na rádio por John Peel, Althea & Donna fizeram uma apresentação no Top Of The Pops, programa que apresentava diversos artistas ao vivo, uma espécie de "quem sabe faz ao vivo" inglês. E se tornou um dos singles mais populares na época. A música foi lançada primeiro pelo selo "Lightining Records" do proprio Joe Gibbs, foi licenciada para o grupo Warner Bros., Virgin e Atlantic Records e se tornou um reggae viral na época. Apesar de na Jamaica as cantoras já terem grande expressão, um dueto de vozes femininas cantando um reggae - quase que ostentação, era novidade na época, na Europa e nos EUA principalmente. A partir dos 80, o single foi relançado pelos selos Siren e pelo Joe Gibbs Records Globe nos anos 90.


Agora a persona criativa por trás da música foi Errol Thompson (ou apenas Errol T. para muitos), que escreveu a letra junto com as meninas. Errol T. ganhou experiencia no Studio One, trabalhando com Sylvan Morris. Nos anos 70 ganhou notoriedade trabalhando com os principais produtores da época, como Bunny Lee e Niney The Observer. Também trabalhou no Randy's Studio 17, em Kingston com o produtor Clive Chin. Um dos trabalhos mais importantes de Errol T. (talvez seja) o trabalho de engenheiro de som no álbum "The Undertaker", de Derrick Harriot e The Crystalites lançado em 1970. "The Undertaker" é considerado o primeiro álbum instrumental de reggae. Errol T. tem diversos álbuns instrumentais e compilações de suas produções e trabalhos com engenheiro, alguns mais notaveis que Uptown Top Ranking óbviamente.


A parceria mais notável realmente foi com Joe Gibbs a partir de 1975. Gibbs e Errol T. formaram o duo coletivo conhecido como "Mighty Two" (dois poderosos), e juntos produziram algumas centenas de singles, álbuns e artistas. Pessoas do gabarito de Junior Byles, Dennis Brown, Gregory Isaacs, Prince Far I e Eek-A-Mouse. A parceria só veio acabar em 1983 quando Gibbs se mudou para Miami nos EUA. 

Errol T. também trabalhou como engenheiro de som para outros artistas como Bob Marley, The Abyssinians, Augustus Pablo, Big Youth, Culture, Yellowman, Frankie Paul e Burning Spear. Como produtor, Errol T. produziu I-Roy, Cornell Campbell, Freddie McGregor e Barrington Levy dentre vários outros.

Após o fim da parceria com Joe Gibbs, Errol T. foi se afastando da música e se tornou gerente de um supermercado em North Parade, em Kingston. O último trabalho de Errol T. foi com o filho de Joe Gibbs; Stephen "Gibbs" Gibson. Juntos trabalharam no "Hard Times Riddim" entre 2003-2004, um riddim dancehall que contou com participação de Capleton, I Wayne, Richie Spice, Chuck Fenda e Luciano lançado pelo selo "Gibbo".

Errol T. faleceu, após diversos ataques cardíacos, em 13 de novembro de 2014, com cinquenta e cinco anos, deixando um dos maiores legados na música do terceiro mundo.

Uptown Top Ranking continua sendo tocada, tocada e tocada e faz parte de um seleto grupo de músicas que podem ser consideradas essenciais na seleção de qualquer dj que goste de reggae, hip hop, dancehall, jungle, dubstep... tem versões para todos os gostos.




Althea & Donna / Joe Gibbs & The Professionals - Uptown Top Ranking / Calico Suit (7", Single)
Label:Joe Gibbs Record Globe
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
R$55.00
+ shipping




ALTHEA & DONNA - UPTOWN TOP RANKING





See me in me heels and ting*
Me viram nos saltos
Dem check sey we hip and ting
Conferiram os quadris
True them no know and ting
Verdade que eles não sabem
We have them going and ting
Nós estamos indo
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes



See me pon the road I hear you call out to me
Me viu na estrada e eu ouço você me chamar
True you see mi inna pants and ting
Verdade você me vê nessas calças
See mi in a 'alter back
Me olhando pelas costas
Sey mi gi' you heart attack
Diz que vou te dar um ataque cardíaco
Gimme likkle bass, make me wine up me waist
Me de um pouco de grave, me faça dançar
Uptown Top Ranking
O melhor da cidade



See mi in mi Benz and ting
Me veem na minha (Mercedez) Benz
Drivin' through Constant Spring
Dirigindo pela Constant Spring
Them check sey me come from cosmo spring
Eles me viram chegando de Cosmo Spring
But a true dem no know and ting
Mas é verdade que não sabem
Dem no know sey we top ranking
Não sabem que somos o melhor
Uptown Top Ranking
O melhor da cidade



Shoulda see me and the ranking dread*
Devia me ver e o ranking dread
Check how we jamming and ting
Veja como nós improvisamos
Love is all I bring inna me khaki suit and ting
Amor é tudo que eu trago no meu terno caqui
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes



Watch how we chuck it and ting
Veja como nós lançamos
Inna we khaki suit and ting
Em um terno caqui
Love is all I bring inna me khaki suit and ting
Amor é tudo que eu trago no meu terno caqui
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes



Love inna you heart dis a bawl out fe me
O amor no seu coração grita alto por mim
When you see me inna pants and ting
Quando você me vê de calças
See me inna 'alter back
Me olhando pelas costas
Sey me gi' you heart attack
Diz que vou te dar um ataque cardíaco
Gimme likkle bass, make me wine up me waist
Me de um pouco de grave, me faça dançar
Uptown Top Ranking
O melhor da cidade



See mi pon the road and hear you call out to me
Me viu na estrada e eu ouço você me chamar
True you see me in me pants and ting
Verdade você me vê nessas calças
See me inna 'alter back
Me olhando pelas costas
Sey me gi' you heart attack
Diz que vou te dar um ataque cardíaco
Gimme likkle bass, make me wine up me waist
Me de um pouco de grave, me faça dançar
Gimme likkle bass, make me wine up me waist
Me de um pouco de grave, me faça dançar
Love is all I bring inna me khaki suit and ting
Amor é tudo que eu trago no meu terno caqui
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes



You shoulda see me and the ranking dread,
Você devia me ver e o ranking dread
Check how we jamming and ting
Veja como improvisamos
Love is all I bring inna me khaki suit and ting
Amor é tudo que eu trago no meu terno caqui
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes
Nah pop no style, a strictly roots
Nenhum pop nenhum estilo, estritamente raízes


"A ting" é um termo em patois que somente dá ênfase a frase, não há um significado especifico em português. 
"Ranking dread" é um termo para denominar rastafáris, mas não se atribui na letra especificamente ao deejay Ranking Dread.
"Jamming" pode ter diversos significados, dependendo de como a palavra é empregada, é um gíria que pode ser ligada a improviso, acelerar, relação sexual, etc.


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