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sábado, 7 de julho de 2012

ERICK B. & RAKIM - PAID IN FULL 25 ANOS


Eric B. & Rakim - Paid In Full
Paid in Full é o álbum de estréia da dupla Eric B. & Rakim lançado em 7 de julho de 1987 pelo selo 4th & B'way. A dupla gravou o álbum junto com produtor Marley Marl em seu home studio e e tam'bem no Power Play Studios em Nova Iorque. Na época Eric B estava na busca de um rapper para complementar o seu trabalho como dj nos idos de 1985. O álbum alcançou a posição número 58 na Billboard 200 e lançou cinco singles, "Eric B. Is President", "I Ain't No Joke", "I Know You Got Soul", "Move the Crowd", e "Paid in Full".

Paid in Full é creditado como um álbum de referência da era de ouro (ou golden era) do hip hop. Rakim que foi pioneiro no uso de rimas pessoais falando da sua vivência, definindo um padrão mais elevado de lirismo do gênero e serviu como modelo para futuros rappers. A amostragem do álbum por Eric B. tornou-se influente na produção de hip-hop. O disco vendeu mais de um milhão de cópias e a Recording Industry Association of America (RIAA) concedeu o disco de Platina em 1995. Em 2003, o álbum foi classificado como o número 227 na revista Rolling Stone na lista dos 500 maiores álbuns de todos os tempos .

A primeira faixa gravada foi "Eric B. Is President", foi lançada como single nos independente do selo Zakia em 1986. Após a Def Jam Recordings fundada por Russell Simmons ouvir o single, a dupla assinou contrato com a Island Records e começou a gravar o álbum em Manhattan Power's Play Studios no início de 1987. Rakim escreveu suas músicas em aproximadamente uma hora enquanto ouvia a batida. Ele, então, gravou os vocais lendo suas letras a partir de um papel. Em 2006, Rakim revelou: "Quando eu ouvi meu primeiro álbum hoje e me ouvir lendo minhas rimas, eu sou o meu pior crítico". A dupla completou o álbum em uma semana. Eles disseram que trabalhavam em turnos de 48 horas e gravavam em um único take para completar o álbum dentro do orçamento. Em uma entrevista de 2008 Eric B. declarou: "sentar aqui e dizer que planejamos juntos este álbum para ser um grande álbum seria uma mentira. Estávamos apenas gravando coisas nos fazia sentir bem".

O sucesso do álbum levou a um contrato com a Uni Records e MCA Records em 1988, que lançou seu segundo álbum, Follow the Leader. Eric B. & Rakim são creditados como produtores de Paid in Full. Apesar de Marley Marl alegar ter produzido duas faixas ("My Melody" e "Eric B. Is President"), Eric B. argumentou que Marley Marl era apenas o engenheiro de som. Em 2003, Eric B. alegando que a dupla não tinha sido totalmente paga pelo seu trabalho entrou com uma ação contra o grupo Island Def Jam, Lyor Cohen e Russell Simmons.

Rakim estava rimando diferente dos padrões simples do hip hop no início de 1980. Seu estilo de ritmo livre ignorando flows repetitivos ganhou comparações com Thelonious Monk. Enquanto muitos rappers desenvolveram sua técnica através da improvisação, Rakim foi um dos primeiros a demonstrar as vantagens de um estilo escritor, como por exemplo do uso pioneiro de uma rima internas sobre si e suas experiências de vida. Ao contrário de antecessores como LL Cool J e Run DMC que entregou seus vocais com alta energia, Rakim empregou uma fluência um pouco mais sutil. De acordo com a MTV, "Nós tínhamos visto MCs como Run DMC, Chuck D e KRS-One gritando no microfone com energia e irreverência, mas Rakim tomou uma aproximação metódica ao seu microfone. Ele tinha um fluxo lento, e cada linha foi contundente, hipnótico".. a forma de rimar de Rakim resultou do jazz e suas influências, ele havia tocado o saxofone como um John Coltrane. Seu assunto muitas vezes cobria as suas habilidades próprias do rap e uma superioridade lírica sobre outros rappers. 

Steve Huey do AllMusic caracteriza Rakim por suas "complexas rimas internas, imagens de alfabetizados, fluência e rimas fora do ritmo, suave e imprevisível". Jess Harvell descreveu seu rap como "autoritário, polido, [e] que possui um sentido inabalável de ritmo". Paid in Full, que contém batidas pesadas e escuras, marcou o início do boom bap nos registros do hip hop. Do álbum de dez faixas, três são instrumentais. Como dj Eric B. tinha restabelecido a arte do toca-discos na mixagem ao vivo. Sua alma cheia de samplers tornou-se influente na produção futura do hip hop. O crítico musical Robert Christgau notou que Eric B. tinha incorporado "toques de buzina ou apito no fundo do mix" na percussão, samplers e scratchs. 

"Eric B. Is President" foi lançado como o primeiro single e "My Melody" no Lado B. A música provocou certo debate sobre a legalidade dos samplers  não autorizados quando James Brown foi a justiça impedir a utilização dos samplers pela dupla usados nas produções. PopMatters 'Mark Anthony Neal chamou de "a mais dançante do hip-hop gravação "de 1986. O segundo single, "I Ain't No Joke", foi descrito como um dos singles monumentais do álbum, Michael Di Bella escreveu no guia da música All to Rock que "Rakim pega o ouvinte pelo pescoço e ilustra sua maestria do ofício da rima ". 

O terceiro single, "I Know You Got Soul", a produção da faixa contém pratos e chimbal digitais, sons de respiração, e uma linha de baixo pulsante. A canção popularizou os samplers de de James Brown nas canções de hip hop. A banda britânica M|A|R|R|S que sampleou o verso "Pump up the volume" no seu single que chegou a número um do Reino Unido, "Pump Up the Volume". O quarto single, "Move the Crowd", e no Lado B "Paid in Full", foi lançado como single em 1987 e mais tarde remixada pela dupla Coldcut . O remix usou vários samplers vocais, o mais proeminente "Im Nin'Alu" pelo cantora israelense Ofra Haza. Em 2008, a canção foi classificada no número 24 na VH1 's no "100 Maiores Músicas de Hip Hop". 



sábado, 24 de setembro de 2011

PARALAMAS DO SUCESSO - SELVAGEM 25 ANOS

Olha, poucas bandas nacionais fizeram com que eu prestasse atenção em alguns trabalhos, atenção quer dizer ouvir minuciosamente, composição, arranjos e etc. Tenho a dizer que poucas bandas de reggae me chamaram a atenção quando comecei a realmente a prestar atenção no reggae, as duas principais aqui do Brasil foram Jualê de Toninho Crespo e Nômade de Rica "Caveman" que mais se aproximavam da sonoridade do que eu estava ouvindo e adquirindo de música jamaicana. Falar a verdade achava um tanto descompromissadas - politicamente falando as músicas do Paralamas, e com o tempo até que gostei de algumas letras de Herbert Viana, mas o disco Selvagem tenho sim uma cópia e tenho sim um apreço pelos arranjos e da forma que foram feitas na época, e olha que eu não publico tantas resenhas de discos nacionais das antigas como esse. Bom, ouvindo o disco hoje realmente ainda o considero um tanto malemolente e daria uma acelerada no pitch e uma engordada no baixo, mas é bom pra gente ter parâmetro do que foi em 86 e do que é hoje o reggae no Brasil, considero esse disco o mais influente dentre tudo o que Brasil produziu de reggae. E fica a pergunta: mudou muito a sonoridade das bandas de reggae nos dias de hoje? Eu penso que não.

João Barone, baterista do Paralamas  escreveu sobre o disco para o encarte do show no Sesc, no ínicio do ano:

"No final de 1985, estávamos ensaiando no apartamento da saudosa Vovó Ondina, local emblemático do começo dos Paralamas. Num intervalo, Herbert resolveu mostrar o esboço de uma nova composição, quando fez um preâmbulo sobre a estranheza que poderia causar. Sua expectativa era explicável. Ao longo desse ano movimentado, que começou com o Rock in Rio e terminava com uma turnê com até dois shows por noite, Herbert chamava para si toda a responsabilidade pelo que seria o próximo passo da banda. O cara do óculos vermelho de bermuda em breve se defrontaria com o desafio de superar suas marcas anteriores, começou a aguçar sua inspiração e por as mãos a obra. Para ele, era preciso arriscar mais, fugir do óbvio. Para isso, até operou os olhos e se livrou dos óculos, sua marca registrada. No segundo LP, a banda criou e afirmou uma assinatura sonora. Mas e agora? Isso lhe tirava o sono... Tanto que no final de outubro de 85, quando tive um acidente de carro em Porto Alegre, Herbert sentiu-se culpado por desejar que algo extraordinário acontecesse para frear nossa agenda...

"Foi assim que durante um pequeno recesso em que eu estava de perna engessada (o que não nos impediu de participar de um show em homenagem aos 20 anos de carreira de Gilberto Gil mesmo assim!), Herbert começou a maturar algumas composições novas, inspiradas no mergulho profundo que fizemos no reggae e na música africana. Bi Ribeiro teve papel determinante nisso, pois comprava todos os discos de reggae e afro que podia, nos apresentando toda hora coisas interessantíssimas que iam além das obviedades, como Mutabaruka, Dr. Alimantado, um tal de Yellow Man, Papa Wemba, Salif Keita, King Sunny Adé, para citar alguns poucos. Neste caldeirão também foram adicionadas doses de João Bosco, Gonzaguinha, Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Novos Baianos e Gil. Viajando tanto pelo Brasil, vimos e identificamos como a música negra havia se aclimatado aqui, especialmente na Bahia e fizemos o que alguns críticos entendidos explicaram depois como uma 'contra-diáspora negra', até chegarmos em Londres, via Angola com escala em Kingston. Para nós, descobrimos um Brasil brazuca, vira-lata. Caímos na real muito antes do Plano Real.

"Quando Herbert fez suspense pra mostrar pela primeira vez apenas com sua guitarra a melodia de canção que se tornaria conhecida como 'Alagados', não precisou de tantos volteios. O que gerou tal estranheza foi a semelhança da música - ainda sem letra - com um samba enredo."

"'E aí, gostaram?', perguntou Herbert. 'Parece um samba!', disse Bi, entreolhando pra mim, quando exclamamos em uníssono: 'do caralho!'. Isso pareceu aliviar Herbert. O bom astral resultante desse primeiro momento evoluiu na forma de uma demo que o Herbert gravou num porta-estúdio (na época, eram pequenos gravadores cassete de quatro canais), quando nos mostrou a canção bem perto do formato conhecido, já com a letra e uma beat box primitiva marcando o tempo. Dali a pouco, estaríamos entusiasmados com várias ideias de músicas que renderiam o repertório do próximo álbum, quando ainda tocávamos no apartamento da Vovó Ondina em Copacabana. Um fato marcante nesse momento foi uma foto que se destacava, entre outras, colada na parede do quarto de ensaio, onde aparecia o irmão do Bi, Pedro, estilizado como um índio na frente de uma barraca num acampamento nos tempos de Brasília. Quase que complementando a estranheza que o novo repertório que estávamos compondo poderia causar aos diretores de nossa gravadora - que deveriam estar esperando uma sequência de 'Óculos' ou 'Meu Erro' - Herbert olhou para aquela foto um tanto engraçada e rindo, disparou: 'que tal a gente por ESSA foto na capa do próximo álbum?'. Deu no que deu.

"No lado conceitual, estava pronto 'Selvagem?", que ainda recebeu um ponto de interrogação para tentar aumentar mais a estranheza de seu título. Na época, não planejamos um levante estético, estávamos apenas dando linha ao nosso ideal um tanto incosequente de fazer o que nos dava na telha. Mas tínhamos noção do contraponto que escolhemos, frente ao modelo anglo-saxão tão usado pelos artistas de nossa geração e de algumas bandas que despontavam na época. Nos destacamos da paisagem, como se tivéssemos nos pintado de verde-limão fosforescente. No lado prático, quisemos nos garantir de que a aventura seria ao menos bem registrada: convidamos Liminha para produzir o álbum, ele ouviu as demos, gostou e topou trabalhar com a gente. Convidamos Gil para cantar em 'Alagados' e que ainda compôs 'A Novidade'. No estúdio, gravamos usando a percussão de Marçal, Liminha tocou guitarras e teclados, usamos ecos e efeitos de dub à la Lee Scratch Perry. Os vídeos de Roberto Berliner para 'Alagados' e 'A Novidade' terminaram de explicar tudo para quem ainda não havia entendido a proposta.

"Vinte e cinco anos depois, não mudaríamos uma nota de nada que foi feito"



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