Mostrando postagens com marcador Bobby Digital. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bobby Digital. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de janeiro de 2021

RITMO DIGITAL :: AS ORIGENS DO 'DEM BOW' E AS COMPLEXAS RAÍZES DO DANCEHALL E REGGAETON


Bobby 'Digital' Dixon

Como uma canção criou um gênero

Você já se perguntou por que Bobby Digital não processou todos os produtores em Porto Rico e fez as calças deles suarem? Se, como a história continua, o ritmo de dembow que sustenta a maior parte das músicas de reggaeton deriva diretamente de "Dem Bow" de Shabba Ranks, uma canção do início de 1990 produzida por Bobby Digital usando um riddim produzido por Steely e Clevie, ele parecia ter um caso e tanto.


Mas e se a história completa ainda não foi contada? Pode ajudar a explicar por que nenhuma ordem de cessar e desistir silenciou o loop do sample que dá ao reggaeton sua batida característica. Além das questões de propriedade intelectual, a história não contada do dembow revela por que o reggaeton é tão amplamente adotado e profundamente ressonante. Quando seguimos o caminho do padrão percussivo sinônimo de reggaeton - por um tempo, os porto-riquenhos se referiram ao gênero em si como dembow - então traçamos um circuito conectando Kingston a Colón, a Nova York, a San Juan e, eventualmente, todas as outras cidades da América Latina.

Você já ouviu isso antes. É a razão pela qual o reggaeton é rejeitado como monótono, um gênero com "uma batida". Em uma passada intermediária, um bumbo atinge o chão enquanto uma caixa corta uma curva clássica do Caribe em cada compasso. O loop assume uma forma de dois compassos, evocando a clave cubana enquanto a filigrana percussiva acentua o ritmo, enquanto um rápido rufar de bateria (tra!) Aumenta o retorno da batida forte e a repetição do ciclo. É um arranjo particular de samples amados, sua familiaridade é uma parte essencial da carga afetiva de dembow.


Mas o loop de bateria que circula mais comumente como "Dembow" nos CDs intitulados Best Reggaeton Beats, ou como um MP3 minimamente metadado não é o mesmo que sustenta o single seminal de Shabba (Ranks). Em vez disso, ela se origina da instrumental de outra versão de “Dem Bow”, um relançamento do riddim para uma versão em espanhol, “Ellos Benia”, do pioneiro do reggae em espanhol panamenho Nando Boom. Produzida nem na Cidade do Panamá nem em Colón, pontos quentes da cena do istmo do reggae, a gravação resultou de uma encantadora colaboração entre músicos e produtores de reggae panamenhos e jamaicanos. Seus esforços para traduzir e cruzar os sucessos do dancehall para a considerável comunidade de língua espanhola de Nova York estabeleceram a base para um gênero inteiro, especialmente depois que os produtores porto-riquenhos colocaram as mãos neste instrumental em particular.


O mito das origens do Reggaeton é agora uma história bem conhecida. Descendentes panamenhos de trabalhadores migrantes jamaicanos abraçaram o reggae imediatamente e, em 1980, os vocalistas locais estavam realizando coreografias e canções em espanhol, traduzindo os sucessos do dancehall do dia enquanto implantavam melodias populares e riddims tanto para odes, quanto para clientes locais como motoristas de ônibus, proprietários de clubes e traficantes. Por volta de 1990, fugindo da ditadura militar de Noriega, alguns dos principais vocalistas do Panamá trabalharam com produtores jamaicanos em Nova York para fazer do reggae em espanhol um fenômeno tri-estadual (e, portanto, pan-americano). Encontrando seu caminho para Porto Rico rapidamente, suas gravações instrumentais no labo b, impulsionaram sessões de freestyle na cena de hip-hop florescente de San Juan, e logo os DJs começaram a separar e reorganizar as faixas mais populares para juntar as sessões de maratonas de rap passaram a ser gravadas como mixtapes.

Embora ainda existam disputas em torno da importância de um lugar em relação a outro, os pioneiros e devotos do reggaeton geralmente reconhecem a importância da música jamaicana no Panamá e como os porto-riquenhos foram inspirados, conforme eles partiam, pelas interpretações relativamente fiéis dos hinos do dancehall pelos panamenhos. Executando riddims de dancehall através de um liquidificador de hip-hop baseado em samples, produtores porto-riquenhos como Playero, DJ Negro e DJ Nelson reimaginaram o reggae em espanhol como um estilo corajoso e densamente referencial. Suas produções com samples pesados ​​indexavam diretamente a música da Jamaica e Nova York, sobrepondo dezenas de samples dos mesmos discos que enchiam as caixas dos DJs em San Juan e Nova York. No processo do dance e do hip-hop, eles caribenizaram o hip-hop para uma nova geração de rappers de língua espanhola.

Essa bricolagem era tão distinta que precisava de um novo nome e, embora muitos termos surgissem - underground, melaza, música preta, dembow - reggaeton permaneceu como a melhor forma de marcar e comercializar, a abordagem transformadora de Porto Rico sobre dancehall e hip-hop.

Mas ao destacar os locais centrais da Jamaica, Panamá e Porto Rico, a narrativa estabelecida minimiza o papel da cidade de Nova York, não apenas como um nó necessário na rede, mas, à sua maneira, o berço do sample mais querido do reggaeton, o próprio loop sinônimo do gênero.

Philip Smart começou a trabalhar como engenheiro e produtor sob a tutela de King Tubby, acompanhando o amigo de infância Augustus Pablo em sessões históricas como as que produziram King Tubbys Meets Rockers Uptown. Smart viajou para Nova York em meados dos anos 70 para estudar engenharia de áudio e transmissão no Electric Lady Studios, com a intenção de retornar à Jamaica. Em vez disso, ele começou um programa de rádio de reggae de longa duração na WNYU chamado Get Smart e em 1982 fundou o HC&F, "indiscutivelmente o estúdio de reggae mais significativo e mais antigo dos EUA", de acordo com o escriba de reggae Jesse Serwer no site XLR8R.

Smart empregou expatriados jamaicanos de primeira linha como Dennis “The Menace” Thompson e um elenco rotativo chamado Super Power Crew para atrair gravadores contemporâneos de teclados e baterias eletrônicas. Gravando no HC&F, “era como se você estivesse na Jamaica”, conta El General, um dos DJs de dancehall pioneiros do Panamá.

O principal estúdio de reggae em Nova York no final dos anos 1980 e bem na década de 1990, o HC&F foi responsável por quase todos os discos de dancehall que cruzaram para o mainstream americano e global durante este período: Shabba Ranks - Mr. Loverman, Super Cat - Don Dada, Dirtsman - Hot Dis Year, assim como Shaggy com 'Oh Carolina' e 'Bombastic'. A reputação do estúdio que usava uma bateria digital atraente trouxe produtores e vocalistas de todos os lugares, especialmente da Jamaica, da considerável comunidade jamaicana de Nova York e do massivo reggae internacional.






Um desses produtores foi Ramón “Pucho” Bustamante, um panamenho com um famoso sobrenome jamaicano que começou no Panamá trabalhando com um sistema de som móvel e gravando fitas cassetes especializadas para as linhas de ônibus. Ele se formou como produtor e agente de Nando Boom, um importante vocalista local. Em 1990, tendo se mudado para Nova York, Pucho começou a colaborar com Dennis 'The Menace' e o selo da casa de HC&F, Super Power Records, a distribuidora com base no Brooklyn para a Shelly’s Records do Reino Unido.

Uma colaboração genuína, os jamaicanos sugeriram sucessos do dancehall para cobrir, enquanto os panamenhos contribuíram, de acordo com Pucho, com um sabor latino nos trabalhos. Eles revisariam as traduções juntos, para ter certeza de que nada se perderia na tradução. Este foi o contexto para o cover de Nando de "Dem Bow" de Shabba, um hino de dancehall cantando sobre o tabu de práticas sexuais e opressão babilônica ao mesmo tempo.

Para sua versão de "Dem Bow", a equipe multinacional da HC&F foi além de simplesmente reproduzir a produção de Steely and Clevie, o instrumental produzido para Bobby Digital, preservando a vibração característica do original enquanto adicionavam toques próprios. Entre a banda de estúdio de Smart querendo desenvolver seu próprio som e a sensação de Pucho de que o original carecia de "certos elementos tropicais", um distinto re-lick emergiu, incluindo uma linha de timbal cativante inspirada pelo bouncy, o riddim era o de Steely e Clevie, mas também evocava a clave 3/2 de gêneros "tropicais" por excelência como son, mambo e salsa.

A primeira tentativa de Nando de refazer a música de Shabba resultou em uma gravação chamada "Pensión", que, na verdadeira forma panamenha, permaneceu fiel às reviravoltas melódicas e rítmicas da apresentação de Shabba. Mas em vez de uma condenação colorida ao sexo oral e anal, a “Pensión” celebrava um salário decente.


Nando Boom - Reggae Spanol (Spanish Reggae)

Os colaboradores de Pucho ficaram desapontados quando descobriram a discrepância. Na segunda passagem, Nando espelhou as metáforas sexuais explicitas de Shabba, bem como sua política anticolonial pan-africana. Ambas as tomadas causaram impacto na cena internacional do reggae em espanhol, mas nenhuma carregou a importantíssima versão instrumental, a fonte do loop que impulsionaria o dancehall espanhol baseado em samples pelas Américas e, eventualmente, pelo globo.

Em vez disso, o instrumental para este relançamento do 'dembow riddim' em Long Island circulou por meio de outra gravação usando a mesma versão, uma voz de dois DJs jamaicanos baseados em Nova York, Bobo General e Sleepy Wonder. Sua ode a amantes fortes como eles, “Pounder”, daria um nome diferente à dembow no Panamá. Lá, o dembow de Pucho e Dennis é conhecido como o 'pounda riddim' graças ao que Pucho descreveu como "um mau costume dos jamaicanos", colocando uma versão instrumental no lado B para permitir o uso posterior.


A música "Pounder" foi lançado em12 polegadas pelo selo Shelly’s Records em 1990, distribuído pela Super Power Records na Church Avenue no Brooklyn. No próprio disco, o único músico creditado é Dennis The Menace, com produção e arranjos atribuídos ao Super Power Crew. O lado B, humildemente intitulado "Dub Mix II", deve ser imediatamente reconhecível até mesmo para os fãs de passagem, ou detratores, do reggaeton: é o próprio loop que anima a grande maioria das produções do gênero. (ouvintes atentos, no entanto, notarão que “Dub Mix II” apresenta algumas curvas sutis e dúbias que foram negligenciadas no loop do sample na pós vida.)

O resto é história: produtores porto-riquenhos e panamenhos correram com o instrumental, tornando-o a espinha dorsal do gênero. Hoje, os timbres e ritmos das gravações de Long Island reverberam na República Dominicana, onde um renascimento local do proto-reggaeton da velha guarda viaja sob a bandeira dembow, para o Panamá, Colômbia, México e por toda a América Latina e o mundo, onde o sortudo loop serve como um componente chave do kit de robótica transnacional do reggaeton.

Na análise final, isso significa que Bobby Digital parece ter apenas um tênue direito aos royalties do reggaeton que alguns especularam que ele merece. Quanto a Pucho ou Dennis The Manace, eles parecem ter renunciado a qualquer esperança de lucrar, embora um pequeno trecho da dembow original fosse com certeza um inferno de pénsion.


sábado, 9 de abril de 2016

CAPLETON - JAH JAH CITY [TRADUÇÃO]



Capleton - Jah Jah City @ fyashop
Não minto em dizer que os anos 90 foram os mais interessantes musicalmente. Havia trabalho, você recebia pelos eventos, bem ou mal mas recebia, e a qualidade das festas em comparação com o que começou a ser a partir dos 2000, eram incontestavelmente melhores. Isso se deve primordialmente pelo que se era lançado, diferente de hoje, não se tinha um youtube, um itunes ou beatport para qualquer um - ou se preferir o termo mais sutil, para todos. 



Isso quer dizer que, mesmo havendo discos que não eram tão interessantes, se escolhia a dedo o que lançar (e você escolhia a dedo o que comprar), e naquela época estava surgindo uma leva muito interessante de novos músicos, e produtores estavam se reinventando. E é impressionante o fato de talentos tão distintos acabarem criando alto tão produtivo na época, e até hoje é o que molda as produções digitais e mais inovadoras quando se fala de música produzida digitalmente.

A música Jah Jah City de Capleton foi originalmente lançada no álbum Morgan Heritage Family And Friends Vol. 1 em 1998. Na compilação, diversos artistas como; Capleton, Jah Cure, Morgan Heritage, LMS, Ras Shiloh, Bushman cantaram no instrumental "Mount Zion Riddim" que ficou mais conhecido como "Liberation Riddim". Produzida por Morgan Heritage e Denroy Morgan, mas com a orientação na época de Bobby "Digital" Dixon, ou Bobby Digital, produtor e proprietário do selo Digital B. Além do álbum de Morgan Heritage, também foi lançada em 7" pelo selo HMG e no ábum "More Fire" de Capleton.




A composição do riddim é simples, mas funcional, não falta e não sobra nenhum elemento, "Mount Zion" é um riddim "espaçoso" e da brilho ao talento de quem está cantando, e na época poucos dos nomes que participaram eram veteranos ou tinham lançamentos com grande exposição, além de contar toque de midas de Bobby Digital, orientando na produção junto a Morgan Heritage.

"Jah Jah City" é uma letra atemporal anti-violência. Que apesar da distância que o patois pode trazer, após certo entendimento daquilo que está sendo dito, dependendo de onde você vive, provavelmente vai se identificar. Após ter lançado dois álbuns já no mesmo seguimento; "Prophecy" e "I-Testament" trabalhando com produtores jamaicanos e nova-iorquinos, foi em "More Fire" que Capleton fez (talvez) o disco que mais expõe aquilo que ele se tornou no decorrer dos anos, quando deixou as letras slackness em terceiro ou quarto plano, e expôs todo o conceito Bobo Shanti, muitas vezes sem filtro algum, mas de fato é um disco com personalidade e um dos melhores de Capleton. Na conclusão, essa é uma das melhores produções de Morgan Heritage, e é uma das melhores músicas de Capleton, sem dúvida alguma.




Capleton / Jackwell Miyah - Jah Jah City / Ethiopian Prayer (7")
Label:HMG Records
Cat#: none
Media Condition: Mint (M)






CAPLETON - JAH JAH CITY




Jah Jah city Jah Jah town
Cidade de Jah Jah, Cidade de Jah Jah
Dem waan fi turn it in a cow bwoy town oy
Eles querem transformar em uma cidade de coubóis



I&I seh eye fi an eye promote to di highest of level
Eu e Eu vejo o olho por olho promovido no nível mais alto
 (better know)
(melhor saber)
So we just burn dem evil concept
Então a gente queima o conceito do mal
Cause we ah seh death is a destruction
Porque vemos que a morte é a destruição
to di humanity so weh me ah seh.
para a humanidade - é o que nós dizemos
 (better know)
(melhor saber)
Unno watch ya nuh, ayy! check dis cho!
Você precisa prestar atenção agora! Confira isso!



Jah Jah city, Jah Jah town
Cidade de Jah Jah, Cidade de Jah Jah
Dem waan fi turn it inna cow bwoy town oy
Eles querem transformar em uma cidade de coubóis
Unno look yah now
Preste atenção agora
Jah Jah city, Jah Jah town
Cidade de Jah Jah, Cidade de Jah Jah
Dem waan fi turn it inna dead man town oy
Eles querem transformar numa cidade dos mortos
Unno look yah now
Preste atenção agora



Mr. John Crow draw coffin John Brown
Sr. John Crow desenhou o caixão de John Brown
We nuh waan no more dead inna town
Nós não queremos mais mortes na cidade
Mr. Happy got so lucky trigger happy yo
Mr. Happy tem o gatilho mais sortudo e feliz
We no waan no more dead body
Nós não queremos mais corpos de mortos
Well Mr. Joe kill quick, we nuh waan no more hit
Bem Sr. Joe mata rápido, não queremos tiros
We nuh waan no more grave we waan no more casket
Nós não queremos mais túmulos nós não queremos mais caixões
Well life we promote which is righteousness
Bem a vida é o que promovemos com retidão
Sodom get a lick! Unno look yah now!
Sodoma deu uma lambida! Presta atenção!



Jah Jah city, Jah Jah town
Cidade de Jah Jah, Cidade de Jah Jah
Dem waan fi turn it inna cow bwoy town oy
Eles querem transformar em uma cidade de coubóis
Unno look yah now, bloody city bloody town
Preste atenção agora, cidade sangrenta
Waan turn it inna rude bwoy town oy
Querem transformar numa cidade de rude boys
Unno look yah now
Preste atenção



Dem ah tell me how dem cold
Eles me dizem como são frios
Big .45 fi shoot out dem brother mold
Uma grande .45 para atirar no molde de um irmão
Nuff ah seh dem cold like up a di north pole
Olha como são frios tipo o polo norte
So dem shoot down di young, shoot down di old
Então eles atiram nos mais novos, e atiram nos mais velhos
Shoot down di puss an all di dog an di fowl
Eles atiram nos bichas, nos cães e nas aves
Every weekend dem tek a next payroll
Todo final de semana eles pegam uma proxima folha de pagamento
Out a man pocket dem shoot out billfold
Do bolso de um homem tiram a carteira
Diss Marcus Garvey nuff head haffi go roll
Desrespeitam Marcus Garvey - muitas cabeças tem que rolar
Look yah now
Presta atenção



Jah Jah city, Jah Jah town
Cidade de Jah Jah, Cidade de Jah Jah
Dem waan fi turn it inna cow bwoy town oy
Eles querem transformar em uma cidade de coubóis
Unno look yah now
Preste atenção agora
Jah Jah city, Jah Jah town
Eles querem transformar numa cidade dos mortos
Dem waan fi turn it inna dead man town oy
Preste atenção agora



Dem think dem reach di ultimate, yo
Eles pensam que chegaram ao ultimato
But dem nuh reach nowhere yet, oy
Mas não chegaram a lugar nenhum ainda
Dem get caught inna internet
Eles foram pegos na internet
Of society a tell me dem a intellect
A sociedade me diz que eles tem um intelecto
Dem promote too much death
Eles promovem muitas mortes
Unno look yah now
Presta atenção



Jah Jah city, Jah Jah town
Cidade de Jah Jah, Cidade de Jah Jah
Dem a turn it inna bad man town oy
Eles transformaram em uma cidade de homens maus
Unno look yah now
Presta atenção
Jah Jah city, Jah Jah town
Cidade de Jah Jah, Cidade de Jah Jah
Dem waan fi turn it inna cow bwoy town oy
Eles querem transformar em uma cidade de coubóis



Marcus Garvey say! Ten miles outta di city, oy
Marcus Garvey diz! Dez milhas for a da cidade
It ah go get too smitty
Eles vão ir pegar o Smitty também
Warn Mr. John and me go warn Ms. Mitty
Avise Sr. John e eu vou avisar Sra. Mitty
Warn all di shotta me go warn all di hitty
Avise todos os atiradores e eu vou avisar todas os alvos
Nuff ah seh dem kill man, without pity
Muitos dizem que matam homens sem
Wrong kind of sip me all go ketch dem ah sippy*
Tipo errado de trago vou ir pegar um sippy* para eles
Tru dem, licky licky dem sicky
Entre eles, lambeção lambeção e doença
Rastafari judgement will slew all, yo!
O julgamento rastafari vai cobrar todos!



Jah Jah city, Jah Jah town
Cidade de Jah Jah, Cidade de Jah Jah
Dem a turn it inna cow bwoy town oy
Eles querem transformar em uma cidade de coubóis
Unno look yah now, bloody city bloody town
Preste atenção agora, cidade sangrenta
Turn it inna rude bwoy town oy aaay
Querem transformar numa cidade de rude boys



Send me go trod down inna di east
Me manda para o mais longe no Leste
Tell dem fi hold di peace
Diz para eles manterem a paz
We nuh waan no more coffin, we nuh waan no more wreath        Não queremos mais caixões, não queremos mais grinaldas (coroas de flores)
Well life we ah promote fi de ghetto youth see'it
Bem a vida é o que nós promovemos para os jovens do guetto
Like you nuh fi brace
Assim como você tem que abraçar



* Sippy é aguá utilizada no chalice de ganja

* Slew é uma gíria para denominar algo de ruim que vai acontecer a alguém, assim como denomina prostituição.


http://www.discogs.com/seller/fyashop/profile   http://fyadub.blogspot.com.br/p/fyashop-teste_22.html    fyadub@yahoo.com.br   https://www.instagram.com/fyadub_fyashop/   http://www.youtube.com/fyadub

domingo, 27 de dezembro de 2015

NA DIREÇÃO DO DIGITAL - BOBBY "DIGITAL" DIXON E O SELO DIGITAL B


Bobby "Digital" Dixon
Bobby "Digital" Dixon, nasceu em Kingston na Jamaica e é um dos produtores mais influentes do Reggae e Dancehall. Ele foi apelidado por King Jammy, com quem trabalhou em  meados dos anos 80, onde faziam experimentações com ritmos digitais. Fundou o selo Digital B, onde produziu diversos artistas como Shabba Ranks e Sizzla, e serviu de influencia direta para artistas como Admiral Tibet.

Bobby era o terceiro filho de 5 criados em Waterhouse, distrito de Kingston. Dixon cresceu junto as festas dos anos 70, junto a sound system's como Socialist Roots e Tippertone.

Ele começou a trabalhar com King Jammy em 1985, e começou a produzir sozinho em 1988, abrindo seu estúdio Heatwave e estabelecendo seu selo clássico, Digital B. Além de lançar suas produções também era uma empresa de distribuição. Nos anos 80, Dixon foi um dos pioneiros e um dos que estabeleceu a produção digital na Jamaica, e se tornou um dos melhores engenheiros de som nos primórdios da era digital.

No final dos anos 80 e início dos anos 90, ele produziu trabalhos de Shabba Ranks, Cocoa Tea, Tony Rebel e Garnett Silk. E junto ao digital, explorou estilos como o dancehall, lovers rock e roots reggae. E batizou seu sound system próprio com o mesmo nome do estúdio, Heatwave. 

Nos anos 90 ele começou a trabalhar com artistas de uma nova geração como Morgan Heritage, Sizzla, Richie Spice, Tarrus Riley e tantos outros. Ele foi o produtor de um dos melhores álbums do Sizzla, Black Woman And Child lançado no final dos anos 90. Foi responsável pela produção do Protect Us Jah Jah de Morgan Heritage, e produziu os três álbuns clássicos Morgan Heritage Family and Friends. Além de Norris Man, General Degree, Terry Ganzie, Loui Culture, LMS, Mikey Spice e tantos outros artistas que passaram por seu estúdio e foram lançados pelo Digital B. 



Bobby "Digital" Dixon @ Heatwave Studios nos anos 80.

NA DIREÇÃO DO DIGITAL - UMA CONVERSA COM UM DOS MAIORES PRODUTORES DE DANCEHALL

No passar de três décadas, Bobby Dixon aka Bobby Digital, passou de engenheiro e dono de estúdio novato a uma dos mais talentosos produtores da vanguarda do reggae.

Seu nome está escrito nos créditos dos mais refinados momentos do dancehall, junto a auma série de hits com o ganhador do Grammy, o rei do dancehall Shabba Ranks. 

Bobby trabalhou em ambos álbuns ganhadores do Grammy de Shabba, As Raw As Ever e Extra Naked. E também é o produtor por trás dos singles mais conhecidos como Wicked Inna Bed e Just Reality.

Ele produziu o álbum It's Growing de Garnet Silk, Black Woman And Child e Da Real Thing de Sizzla, e o clássico Don't Haffi Dread To Be Rasta de Morgan Heritage.

Qual é a fórmula do sucesso?

Bobby responde que: "E realmente uma coisa espiritual, eu envolvo o Todo Poderoso em tudo que eu faço. Além do mais, eu não me jogo em relações para produzir um trabalho de entretenimento. Se trata de construir uma conexão com o artista. E ai que nós temos a chance de compartilhar idéias e conhecer o espaço um do outro."

De acordo com Bobby, nunca se tratou somente sobre dinheiro. Ele sempre se manteve em low profile nesses últimos anos, mesmo em atividade nos negócios na música, dando conselhos e suporte a novos produtores e artistas.

"Não se trata de uma compensação financeira, mas o sentimento de realização quando eu produzo um músico e ele se eleva. Se trata de trazer o melhor das pessoas."

Entre os protegidos do Digital B estão os filhos Giark e Craig Dixon. Craig produziu albuns de artistas como Cali P, Voicemail, Chevaughn e Fidel Nadal.

Em comparação com suas produções dos anos 80 para as mais atuais, Dixon acredita que os produtores contemporâneos estão tomando cada vez mais atalhos. "Nenhum deles é paciente o suficiente para fazer um material que irá se manter atual 20 anos no futuro. Agora é como operar uma rede de fast food... a música é descartável..." diz Bobby.

Ainda assim, ele se impressiona com artistas jovens que estão gravando música de muita qualidade, como Assasin, Busy Signal e Romain Virgo.

"Eu tiro meu chapéu para esses artistas, eles estão tentando continuar algo."

Entrevista concedida para Simone Morgan (Repórter do Observer) - Artigo original publicado @ http://www.jamaicaobserver.com/entertainment/Going-Digital---A-chat-with-one-of-dancehall-s-top-producers_13006975

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

SIZZLA KALONJI @ FYASHOP + FREE DOWNLOAD

Sizzla Kalonji
Miguel Orlando Collins, mais conhecido como Sizzla Kalonji ou simplesmente Sizzla nasceu em Kingston em 1976 e cresceu em August Town e foi estudante de Engenharia Mecânica em Dunoon High School. Sizzla é um dos músicos mais conhecidos e importantes do reggae contemporâneo. Sua ascensão comercial e o numero de singles e álbuns lançados ainda não conseguiram ser atingidos por nenhum outro. Até o ano passado (2011) ele já havia lançado mais de 65 álbuns solo e incontáveis singles e duplates que já não podem ser contados. 

Sizzla testemunhou a ascensão do dancehall e junto o estilo de vida de quem vivia o dancehall; drogas, armas e o slackness. Em meados dos 90, na sua adolescência Sizzla adotou a fé a filosofia Rastafari em sua vida. Ele se juntou a Ordem Bobo Shanti e mudou tanto a sua prória vida como a de muitos. 

Sizzla começou seus trabalhos na musica com o sound system “Caveman Hi Fi” (abaixo uma mixtape de Sizzla junto com Caveman Hi Fi). Ele usou a musica como veículo para passar a mensagem do Rastafari e a filosofia de vida que levava na época, o Bobo Shanti. Mas seu primeiro start realmente foi 1995 quando “Bobby Digital” Dixon produziu diversos singles com Sizzla pelo selo “Zagalou”. Sizzla iniciou junto com diversos outros artistas, entre eles Luciano “The Messenger”. Foi com Luciano que Sizzla fez uma de suas primeiras turnês e conheceu diversas personas importantes na musica. 

Dentre essas pessoas, Sizzla conheceu Homer Harris, o cara que foi mentor e produtor de Buju Banton e apresentou Sizzla para o notório saxofonista Dean Fraser e o produtor e diretor Phillip “Fatis”Burrel do selo “X-Terminator Family” – que se pode dizer um dos produtores e descobridor de talentos mais importantes dos anos 80 até o final dos anos 90. O ano de 1996 foi talvez o mais importante de Sizzla, sendo um divisor de águas de seu trabalho na musica. Sizzla e Fattis fizeram uma turnê juntos e Sizzla lançou diversos singles de sucesso e seu primeiro álbum “Burning Up”. Sizzla esteve trabalhando junto de Fattis até o seu falecimento em dezembro de 2011. 

Fattis e Sizzla trabalharam juntos no álbum “Praise Ye Jah” lançado pelo selo JetStar e foi seguido por “Black Woman & Child” produzido por Bobby Digital no mesmo ano. As duas musicas que deram títulos aos álbuns se tornaram o que pode se dizer de hinos alem de tantos outras produções importantes que firmaram o trabalho de Sizzla no final dos anos 90. Musicas como “Like A Mountain”, “Babylon Cowboy”, “Kings Of The Earth” e “Build A Better World” junto com Luciano. Nos anos seguintes, Sizzla, Fattis e Bobby Digital lançaram mais e mais singles de sucesso com Sizzla. 

Em 1998 Sizzla recebeu sua primeira indicação ao premio “Best International Reggae Artist Of The Year”pela MOBO Awards garantido pelas varias listas TOP 100 de discos em revistas. Dois discos notórios em 1998 e 1999 foram “Kalonji” e “Royal Son Of Ethiopia”. Em 1999 Sizzla recebeu sua segunda nominação ao premio MOBO. Até hoje, Sizzla permance sendo um dos artistas mais importantes do reggae em todo o Mundo. Atualmente Sizzla tem 21 álbuns listados na “Billboard’s Top Reggae Albums”, e o álbum “Words Of Truth” está na posição de No. 5 na lista. 

Sizzla lançou nesse período mais de 45 albuns solo e mais de 15 albuns combinados com outros musicos, passando por diferentes gêneros do reggae. No mesmo período ele iniciou os trabalhos com seu selo próprio “Kalonji Records” junto com Damon Dash Music Group e Koch Records, lançando “Black History” e “Life”. 

Sizzla, junto com outros músicos como Capleton, Buju Banton e Anthony B, foram dos primeiros a criar um novo movimento que promovia e redescobria os valores rastafaris no reggae contemporâneo, com letras que primeiramente levavam a ascensão espiritual e a consciência social. Os temas eram como a Babilônia e seu sistema corrupto manipulavam as pessoas, a decadência dos jovens no gueto, a opressão contra o negro, a fé em JAH e o levante contra agentes perseguidores e da opressão. 

Nos anos seguintes, Sizzla ganhou reputação como homofóbico ao cantar letras “anti-gays” em diversos singles [leia mais sobre o tema no texto “A Controvérsia do Fya Burn”], que mostrava seu ponto de vista e dos Bobo Shantis. Essas letras fizeram com que diversas shows internacionais fossem cancelados. Em 2004, Sizzla foi proibido de entrar no Reino Unido para realizar shows. A força “Metropolitan Police’s Racial and Violent Crimes” [ Policia Metropolitana de Crimes Violentos e Raciais] investigou letras de artistas como Beenie Man, Elephant Man, Bounty Killer e diversos outros musicos do reggae depois de uma campanha do grupo LGBT “OutRage!” da Inglaterra. A Scotland Yard também analisou letras de oito artistas do reggae, mas não confirmou na época que Sizzla era um deles. Apos diversos questionamentos, o escritório deles (Scotland Yard) se pronunciou dizendo; “Não discutimos a situação da imigração individual com uma terceira parte”. 

O grupo “OutRage!” alegou que Sizzla fazia apologia a violência em suas musicas contra pessoas LGBT’s. Em 2007, os show de Sizzla em Toronto e Montreal foram cancelados após protestos do grupo “Stop Murder Music” no Canadá. A musica de Sizzla chamada “Nah Apologize” gravada em 2004 dava uma apontada de dedo em alguns grupos e lideres gays. Em 2008 seu visto foi cancelado na Alemanha apos metade da turnê e foi mandado de volta aos EUA. Sizzla manteve sua postura em todos os momentos, usando como artista seu direito de criar e expressar seu discurso de forma livre. Muitos se esqueceram de outras musicas de Sizzla contra a opressão ea injustiça e se concentraram somente nas letras contra o homossexualismo. 

Em 2009 e 2010 outros shows foram cancelados apos protestos públicos. Nesse ano de 2012, já foram canceladosshows na Espanha, Bélgica, Suíça apos protestos contra a presença de Sizzla. A produtora de Sizzla – Kalonji Muzik fez um declaração apos o cancelamento dos shows diznedo que obedece as leis de todos os países para que os shows aconteçam e de forma alguma faz apologia ou tenta incitar as pessoas a violência contra qualquer outra pessoa. A turnê de Sizzla continuou com alguns cancelamentos e em outras 16 cidades da Europa os ingressos foram completamente esgotados. Apos tantos cancelamentos Sizzla ainda lançou outras letras anti-homossexualismo como “Murder Dem” no festival “St. Mary Mi Come From” em Anotto Bay. 

Ano passado (2011) Sizzla sofreu um acidente grave de motocicleta em Mount Salem Road em St. Anns Bay, com algumas matérias dizendo que Sizzla havia falecido. Apos os rumores, Sizzla se apresentou e continou produzindo. 

Alem da musica, um dos trabalhos mais interessantes de Sizzla foi com o Judgment Yard, que se estabeleceu como um trabalho comunitário em August Town no subúrbio de Kingston na Jamaica. O Judgment Yard se tornou uma organização de apoio aos jovens e também uma das casas de Sizzla. Alem de residência, Sizzla fundou no Judgment Yard seu selo – Kalonji Records e seu estúdio próprio. Diversos jovens vem de outros lugares para o Judgement Yard para buscar alem da musica, assistência e orientação. Sizzla se tornou uma influencia para muitos jovens não só na Jamaica, e muitos dos jovens membros do Judgment Yard acabaram por se tornar musicos, tocando não só com Sizzla, mas também em diversos outros grupos e bandas. O J.Y. acabou por se tornar uma fundação de apoio, contando com diversos musicos e minimizando a aflição de muitos jovens pobres das comunidades vizinhas. A formação desses jovens alem da musica vai para trabalhos de produção e artísticos. Sizzla já gravou e lançou diversos artistas do J.Y. como Joseph Shepherd e Bobo David.

Abaixo seguem duas mixtapes muito boas de Sizzla, a primeira com produzida pela crew Million Vibes a segunda uma pérola de Sizzla junto com Caveman International Sound System. Ambas free download, aproveite.






SIZZLA KALONJI @ FYASHOP




































       

DISQUS NO FYADUB | FYASHOP

O FYADUB | FYASHOP disponibiliza este espaço para comentários e discussões das publicações apresentadas neste espaço. Por favor respeite e siga o bom senso para participar. Partilhe sua opinião de forma honesta, responsável e educada. Respeite a opinião dos demais. E, por favor, nos auxilie na moderação ao denunciar conteúdo ofensivo e que deveria ser removido por violar estas normas... PS. DEUS ESTÁ VENDO!