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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A REVOLUÇÃO SERÁ PÓS-TELEVISIONADA




A REVOLUÇÃO SERÁ PÓS-TELEVISIONADA


Página da Mídia Ninja no Facebook (2/7/2013):

A revolução será pós-televisionada. Já são 72 horas de transmissão ininterrupta da Ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte.”

Em 1970, Gil Scott-Heron lançou esta música, que marcou uma geração: “A revolução não será televisionada”.

Mais de 40 anos depois, entretanto, as novas mídias corrigem o artista: a revolução, seja ela qual for, será transmitida e retransmitida pela internet, esta outra grande revolução do território do nosso pensamento. Mas não o corrigem em tudo: “The revolution will be live/ A revolução será ao vivo”.

Enquanto isso, muita e muita gente continua perplexa com o futuro que é hoje, uma realidade cíbrida, termo cunhado por pesquisadores de arte e da Web, estudiosos da cibercultura (ver abaixo). Uma realidade em que estamos online e offline o tempo todo, em celulares e redes.

Lendo análises de alguns de nossos intelectuais sobre as jornadas de junho de 2013, chego à conclusão de que eles parecem desconhecer o novo mundo em que vivem no século 21. Que suas categorias de pensamento precisam ser urgentemente revistas, pois existe uma nova forma de vida em sociedade, desterritorializada e desespacializada. “A linearidade cognitiva, discursiva e ideológica do século 20 está posta em xeque”, como leio em João Telésforo, um jovem mestre em Direito, de 25 anos, na rede.

Na última edição da revista Teoria & Debate, a professora de filosofia Marilena Chauí, 71 anos, escreve sobre as manifestações de junho. Aqui, o objetivo não é discutir sua análise política da conjuntura, mas chamou minha atenção, e a de muitos usuários de redes sociais, esta afirmação:

“A convocação foi feita por meio das redes sociais. Apesar da celebração desse tipo de convocação, que derruba o monopólio dos meios de comunicação de massa, entretanto é preciso mencionar alguns problemas postos pelo uso dessas redes, que possuem algumas características que as aproximam dos procedimentos da mídia”.

Marilena Chauí enuncia os seguintes problemas [grifos meus]:

1. – “é indiferenciado: poderia ser para um show da Madonna, para uma maratona esportiva etc., e calhou ser por causa da tarifa do transporte público”;

2. – “tem a forma de um evento, ou seja, é pontual, sem passado, sem futuro e sem saldo organizativo porque, embora tenha partido de um movimento social (o MPL), à medida que cresceu passou à recusa gradativa da estrutura de um movimento social para se tornar um espetáculo de massa.(Dois exemplos confirmam isso: a ocupação de Wall Street pelos jovens de Nova York, que, antes de se dissolver, tornou-se um ponto de atração turística para os que visitavam a cidade; e o caso do Egito, mais triste, pois, com o fato de as manifestações permanecerem como eventos e não se tornarem uma forma de auto-organização política da sociedade, deram ocasião para que os poderes existentes passassem de uma ditadura para outra);

3.assume gradativamente uma dimensão mágica, cuja origem se encontra na natureza do próprio instrumento tecnológico empregado, pois este opera magicamente, uma vez que os usuários são, exatamente, usuários, e portanto não possuem o controle técnico e econômico do instrumento que usam – ou seja, desse ponto de vista, encontram-se na mesma situação que os receptores dos meios de comunicação de massa. A dimensão é mágica porque, assim como basta apertar um botão para tudo aparecer, assim também se acredita que basta querer para fazer acontecer. Ora, além da ausência de controle real sobre o instrumento, a magia repõe um dos recursos mais profundos da sociedade de consumo difundida pelos meios de comunicação, qual seja, a ideia de satisfação imediata do desejo, sem qualquer mediação.”

“Sério que ela escreveu isso?”, perguntou um internauta no Facebook, na página de um dos coordenadores da Casa Fora do Eixo, que ancora a mídia digital independente POSTV (ver “POSTV, de pós-jornalistas para pós-telespectadores“).

O convite “poderia ser para um show da Madonna, para uma maratona esportiva etc., e calhou ser por causa da tarifa do transporte público”. Destaforma, a professora Marilena Chauí desconsidera não apenas os dez anos de existência e ativismo do Movimento Passe Livre. Ela desconsidera a força e o poder de multiplicação das mensagens nas redes sociais, especialmente neste caso, quando elas embutiram consonância com (vários) problemas da população e impactaram suas mentes.

As redes sociais foram criadas a partir dos anos 1980 pelos libertários do movimento da contracultura. (John Perry Barlow, letrista do grupo Greatful Dead, dos anos 1960, foi um dos pioneiros e a comunidade mais eficiente e duradoura, a The Well, de 1985. Sem essas comunidades, Facebook, Twitter e todas as outras talvez nunca tivessem existido. Um sonho libertário que hoje, apesar de todas as tentativas de controle, continua dando frutos.)

Tem razão a professora, os usuários “não possuem o controle técnico e econômico do instrumento que usam”. Mas nesta chamada “dimensão mágica”, não basta “apertar um botão para tudo aparecer”. Ligando-se o computador e acessando pela primeira vez uma rede, construindo seu perfil, o usuário poderá ficar para sempre na frente da tela em branco que lhe pede informações e adição de amigos. Tudo começará a acontecer quando ele encontrar amigos, interagir com eles e com os amigos de amigos. Compartilhar aquém e além-mar e ar seus gostos e desgostos, seus trabalhos, suas criações, trocar ideias, conhecer, desconhecer, deletar, adicionar, curtir, combinar, marcar encontros, falar bem ou mal de alguém e/ou das instituições, criar álbuns de fotos e de vídeos. Descobrir que pode ser censurado pelas regras difusas do dono do Facebook, a rede preferida pelos brasileiros, se postar fotos de nu frontal, se for denunciado por algum usuário ou pela rede de “revisores” contratados por Mark Zuckerberg – conforme a empresa mesmo tentou explicar recentemente (https://www.facebook.com/FacebookBrasil, ver post de 27 de junho) –, se “incitar a violência” etc., e mesmo se fizer muitos amigos “não conhecidos pessoalmente”.

Assim, não basta apenas apertar um botão, é preciso descobrir o fio da meada, como diz Confúcio.

"A única revolução realmente digna de tal nome, seria a revolução da paz.
Aquela que transformaria o homem treinado para a guerra, em um homem
educado para a paz. Porque pela paz haveria sido educado. Essa sim,
seria a grande revolução mental, e portanto cultural da humanidade.
Esse seria finalmente o tão falado homem novo." - José Saramago.

Memória preciosa

No domingo (7/7), o portal iG publicou entrevista com o sociólogo Francisco Oliveira, 79 anos. Segundo Oliveira, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), um dos ícones do pensamento de esquerda no Brasil, bastante crítico ao PT, as manifestações não foram nada demais, talvez apenas um espasmo diluído na falta de demandas claras. O professor admitiu desconhecer os motivos que levaram milhões de brasileiros às ruas e afirmou, corretamente, entretanto, que não é o único. “Ninguém sabe. Estão todos chutando hipóteses”.

Entretanto, o professor não se referiu, nem lhe foi perguntado, à sociedade em rede e ao papel das redes sociais nas jornadas de junho. Na verdade, a maioria das entrevistas feitas pela mídia tradicional impressa e televisiva, ou não menciona, ou passa rapidamente pelo assunto.

Já seu colega, o professor aposentado da USP e doutor pela Universidade de Paris X, Nanterre, Paulo Arantes, 70 anos, filósofo e importante pensador marxista brasileiro – que deu uma aula pública na frente da Prefeitura de São Paulo, convidado pelo Movimento Passe Livre –,entrevistado pelo Estado de S. Paulo (26/6/2013), afirmou que, quanto ao “caráter difuso” das demandas, trata-se de um bordão pejorativo porque, em sua infinita variedade, além de serem de uma espantosa precisão – nada menos do que tudo, como o Terceiro Estado em 1789 queria tudo por não ser nada – elas sugerem um limiar que no fundo ainda não se ousou transpor.

Ele também não falou, nem foi perguntado, sobre o papel das redes sociais. Porém ficarei com essa bela frase: [as demandas] “sugerem um limiar que no fundo ainda não se ousou transpor”.

Registro que não se trata de estigmatizar pensadores pela idade, mas de constatar o quanto representantes dessa brilhante geração de acadêmicos, que tanto contribuiu para jogar luz sobre complexas questões do século 20, está distanciada dos novos desafios propostos pela sociedade em rede. Aqueles que não vivem a rede não têm condições de entendê-la por ouvir falar. E, se apresentam dificuldade de manejar as novas ferramentas da comunicação, têm obrigação de fazê-lo enquanto quiserem continuar contribuindo com suas análises.

Por sua vez, o antropólogo Hermano Vianna, 62 anos, em sua coluna em O Globo (28/6/2013), apresenta-se como ex-usuário do Orkut e atual do Facebook, que considera um “território antipático”, com razão, ao acentuar o controle da empresa para a qual os usuários trabalham de graça.

“Por isso, fico assustado quando constato que as manifestações que tomaram conta das ruas brasileiras lutando por uma vida pública (tudo começou com a batalha pela melhoria do transporte público) mais democrática sejam ‘agendadas’ dentro de condomínio controlado por uma das corporações de mídia mais poderosas do planeta (e que bloqueia nossos perfis se publicamos fotos de mulher com os peitos de fora) [grifo meu].”

E continua:

“Imaginem se o Facebook decidir que quer ‘descontinuar’ sua rede social. Onde vai parar a memória deste momento central da história brasileira? Mesmo que o Facebook não acabe nunca: daqui a uma década, tente encontrar um evento da semana passada. (…) Que falta isso fará? Seremos muito felizes desmemoriados ou talvez vamos precisar da ajuda do FBI, que deve manter todos nossos ‘eventos’ arquivados em alguma pasta secreta, para lembrar dos nossos anos ciber-rebeldes.”

Vianna, que vive a rede, e com propriedade aponta seu controle, não deve temer quanto às convocações das manifestações dentro desse “condomínio controlado”. Pois ele não consegue ser suficientemente controlado para impedir, qualificar ou desqualificar chamamentos em todo o mundo, de São Paulo a Istambul, de Poços de Caldas a Barcelona etc. Mas seus usuários podem sim, como o fizeram em junho, dia após dia, denunciar uma convocação de “greve geral” por um perfil provocador e que já contava com cerca de 500 mil adesões – explicando, discutindo e esvaziando seu objeto.

Vianna também se esquece de que nesta mesma rede, pessoas e entidades as mais variadas estão documentando de forma impressionante os acontecimentos por meio de coberturas intensas de streaming, fotos, textos etc. Portanto, o resgate já está feito e, de qualquer forma, se o FBI e a CIA podem vasculhar, xeretar, arquivar, fazer de tudo com a vida virtual de bilhões pelo mundo, por que equipes de pesquisadores não podem também ser os guardiães dessa memória preciosíssima das jornadas de junho nas redes sociais, por exemplo? (Ver post “Matilha Cultural e parceiros organizam mostra ‘Calar a boca nunca mais!’“)

“Um limiar que ainda não se ousou transpor”

O cibridismo, estado de se estar online e offline simultaneamente, tem uma de suas conceituadoras na estadunidense Amber Case, que não é acadêmica, mas se apresenta como uma antropóloga ciborgue. Ela escreveu um Dicionário de antropologia ciborgue.

Amber explica que…

“…nossa maneira de socialização está passando por mudanças. Com certeza um nativo digital (pessoa que nasceu e cresceu com as tecnologias digitais presentes em sua vida) já possui uma plasticidade cerebral adaptada à interação com gadgets e enxerga nas redes sociais não uma novidade, mas uma tecnologia de rotina.”

Em São Paulo, a artista digital, pesquisadora e professora da FAU-USP Giselle Beiguelman (ver aqui) lembra que…
“…a TV nos possibilitou consumir ao mesmo tempo imagens – porque sons o rádio já fazia – independentemente do espaço de localização. A internet esmigalhou com essas questões de ponta a ponta. Você pode produzir para além da confluência do tempo e do espaço. Trabalhar coletivamente em espaços diferentes e em temporalidades assincrônicas.”

O sociólogo espanhol Manuel Castells, que tem se dedicado a entender os novos movimentos sociais planetários, em entrevista a O Globo(29/6/2013) afirmou que “as mídias sociais só permitem a distribuição viral de qualquer mensagem e o acompanhamento da ação coletiva”. E que, ao contrário do que estudávamos em Marshall McLuhan, na década de 1970, “o meio não é a mensagem. Tudo depende do impacto que uma mensagem tem na consciência de muitas pessoas”.

Segundo Castells, o que existe em comum entre os movimentos sociais contemporâneos…

“…são as redes na internet, presença no espaço urbano, ausência de liderança, autonomia, ausência de temor, além de abrangência de toda a sociedade e não apenas um grupo. Em grande parte os movimentos são liderados pela juventude e estão à procura de uma nova democracia.”

Sobre o legado do movimento Occupy, nos EUA, Castells afirma que “deixou novos valores, uma nova consciência para a maioria dos americanos”.

E os indignados espanhóis? Conseguiram “muitas vitórias, especialmente em matéria de direito de hipoteca e despejos de habitação e uma nova compreensão completa da democracia na maioria da população”.

O catedrático de sociologia e planejamento urbano e regional da Universidade da Califórnia respondeu desta forma à pergunta “países que controlam a internet, como a China, estão livres dessas manifestações?”

Castells – “Não, isso é um erro da imprensa ocidental. Há muitas manifestações na China, também organizadas na internet, como a da cidade de Guangzhou (no sul do país), em janeiro passado, pela liberdade de imprensa (o editorial de um jornal foi censurado e isso motivou as primeiras manifestações pela liberdade de expressão na China em décadas. Pelo menos 12 pessoas foram detidas, acusadas de subversão)”.

O italiano Paolo Gerbaudo, sociólogo e jornalista, é doutor em Mídia e Comunicação pelo Goldsmith College, professor de Cultura Digital e Sociedade do King’s College, em Londres. Em entrevista à Folha de S.Paulo (8/7/2013) afirmou:

“A ascensão das redes sociais permite que a sociedade se organize de forma mais difusa, especialmente as classes médias emergentes e a juventude das cidades. Isso desorientou os políticos e os velhos partidos, que estavam acostumados a buscar consensos através dos meios de comunicação de massa.

Os partidos têm pouco a fazer diante das novas formas de comunicação mediadas pelas redes sociais. A não ser que mudem completamente as suas práticas, baseadas no velho sistema de quadros e caciques locais, e se abram para novas formas de participação popular.”

Segundo Gerbaudo…

“…devido à ausência de uma estrutura formal, esses novos movimentos populares tendem a sumir com a mesma velocidade com que aparecem. É impossível manter uma mobilização de massa a longo prazo, como se viu nos indignados da Espanha ou no Occupy Wall Street.

“Mas, assim como aconteceu lá, é de se apostar que o outono brasileiro vai ressurgir em novas ondas e novas formas. Estamos vivendo tempos revolucionários, em que as pessoas voltaram a sentir que podem mudar o mundo (…)”.

"A única revolução possível é dentro de nós!" - Mahatma Gandhi
É preciso sair do século 20

No dia 1º de julho, o programa de TV Capital Natural, idealizado e produzido pela AIUÊ, uma produtora de documentários estratégicos criativos, ancorados pelo jornalista Fernando Gabeira (ver aqui), entrevistou Augusto de Franco, físico e criador da Escola-de-Redes (uma rede de pessoas dedicadas à investigação sobre redes sociais e à criação e transferência de tecnologias de netweaving)e o jornalista Bruno Torturra, da POSTV.

De acordo com Franco, em mais de mil cidades, as pessoas “enxameando” sem convocação centralizada foi algo nunca visto na história do Brasil. “É preciso sair do século 20 para entender o que estamos falando”, bradou. “A rede é um ambiente propício para a multiliderança. Não precisa líder profissional, porque caiu o princípio que você não pode organizar a ação coletiva sem líderes. O Movimento Passe Livre não liderou, foi o estopim, como na Turquia foi a praça”, afirmou.

Segundo Franco, “os governos de sociedade em rede terão de ser cada vez mais governos em rede, não ficar nos gabinetes, pois se tornarão obsoletos. E a vontade coletiva não vai se dar mais a partir da soma de pequenas opiniões de indivíduos. Entra em cena uma coisa que não é a soma. São tantas interações, que compõem outra realidade”.

Para o professor Evandro Vieira Ouriques, pós-doutor em Cultura de Comunicação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “as redes sociais são uma forma ótima de mostrar ao governo e às pessoas no poder o que você pensa. Mas elas são apenas uma ferramenta, não a transformação em si. A transformação real ocorre no território mental. Na reedição gradativa que você faz, sozinho ou com ajuda profissional – e sempre em rede – dos estados mentais (pensamentos, afetos e percepções) que utiliza como referência para sua ação no mundo. Trata-se portanto de eliminar do fluxo mental – sendo a mente entendida como o organismo todo –, os estados mentais que fazem parte do ‘regime de servidão’ e que você, na maior parte das vezes, de maneira inconsciente, repete”.

Os jornais e as redes sociais: autoridade sem centralidade

No dia 5 de julho, a Folha de S. Paulo começou a publicar textos com o objetivo de provar que a mídia tradicional é autoridade nas redes sociais (ver aqui). Em resposta, o professor Fábio Malini, do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) daUniversidade Federal do Espírito Santo – criado em 2007 para realização experimental de produtos digitais e a promoção de pesquisas e atividades de extensão sobre o impacto da cultura digital nos processos e práticas de comunicação contemporânea – postou em sua página no Facebook:

“Li agora a reportagem da Folha sobre o jornalismo. Na verdade, recebi um telefonema da Folha há alguns dias. O tema era o papel do jornalismo no protestoBR. Eu disse o que eu sempre digo, há anos: o jornalismo (as empresas) possui muitos RTs de seus posts por um motivo óbvio: possuem acesso rápido ao poder. Exemplo: o prefeito não quer abaixar a tarifa. E, de repente, por pressão popular, abaixa a tarifa. O jornal tem lá a fonte que bebe cafezinho com o prefeito e publica a notícia exclusiva. O que acontece depois nas redes sociais? Um monte de gente retuita a notícia publicada no jornal. Essa métrica leva a uma autoridade (afinal, gente de diferentes grupos retuitará a notícia). Isso também acontece com os perfis oficiais das mobilizações (eles viram autoridades por ter a exclusividade de notícias factuais). Mas, completei: o problema é que esse jornalismo (das empresas) possui autoridade, mas não centralidade. Aí isso deu um ‘nó’ no editor. Eu disse: a centralidade está com os ativistas. Porque a centralidade mensura a capacidade de um ‘nó’ (perfil) ser capaz de atrair conexões, distribuir conexões, ser ponte para outras pessoas, articular mundos. Coordenar uma ação. Não adianta você ser autoridade e estar isolado do mundo. O núcleo da interação (a densidade das relações) fica com os ativistas. A periferia das conversas com o jornalismos e seus fãs que tudo republicam.

O que vocês acham que foi publicado? O jornalismo é uma autoridade nas redes sociais. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk”

Em uma coluna no domingo (7/7), o editor-executivo da Folha Sérgio Dávila (ver aqui), a partir de levantamento feito pelo jornal, afirma que “80% dos links compartilhados no Twitter com ‘hashtags’ ligadas aos protestos durante o auge do movimento tinham origem na mídia dita tradicional – quer dizer, era conteúdo produzido pela imprensa profissional, levando em conta os preceitos do bom jornalismo. Ainda de acordo com a pesquisa, páginas ligadas à imprensa no Facebook tiveram o compartilhamento de seu conteúdo pelo menos triplicado”.

No texto “Imprensa nas redes sociais: autoridade sem centralidade”, o professor Fabio Malini explica com detalhes o que resumiu no Facebook. Ele acentua que “quando computado o volume de RTS que os jornais recebem em relação ao número total de tweets, o resultado é mínimo”. Para o especialista…

“…não adianta a @folha ser autoridade e estar isolada do mundo social que interage intensamente. O núcleo da interação (a densidade das relações) fica com os ativistas, porque eles conversam, compartilham, republicam uns aos outros. Eles estão em contato e em contágio permanente, enquanto perfis como o da @folha ficam só difundido informações para seus milhares de seguidores”.

Então, conclui:

“O comportamento de alguns perfis de imprensa é o mesmo de muitos políticos. Publica a notícia, mas não escuta, não interage, não conversa com outros perfis nas redes, porque, afinal, querem ver tudo de longe. A regra não vale para todos os veículos de imprensa, alguns se aventuram nas ruas virtuais (e ganham centralidade). Mas são poucos”.

Mas a Folha de S.Paulo não publicou a explicação completa do professor na entrevista. Por isso, seu editor-executivo pode continuar confortavelmente, em berço esplêndido à la Luiz 14, acreditando na autoridade da imprensa tradicional.

Seria de interesse desta mídia avaliar melhor a conjuntura, em vez de se proteger com meias verdades. Este pensamento mágico não impedirá as mudanças, que já estão ocorrendo.

Há paradigmas demais sendo quebrados, como analisa a jornalista Ana Lagoa, especialista em gestão da inteligência empresarial:

“As novas ferramentas digitais, incluindo-se aí a Web, são estruturantes do pensamento e da ação, e estão forjando, dando forma e apontando roteiros da nova sociedade informacional. Nessa perspectiva, não é apenas uma mudança de foco ou de métodos. O paradigma mais importante que está sendo quebrado – não agora, com as manifestações de rua e seus efeitos colaterais, mas já há algum tempo, de forma quase invisível – é o lugar do poder. O que se observa é o deslocamento dos sujeitos, de seus lugares de conforto, para os não lugares, muitas vezes extremamente desconfortáveis, sobretudo para aqueles habituados a centralizar os poderes, nas mais variadas instâncias da vida social e não percebem que as ‘gavetinhas’ e as ‘hierarquias’ estão sendo demolidas e caminhamos para uma sociedade fractal, quântica, em que palavras como poder, controle, responsabilidade, cidadania e democracia assumem outras conotações ainda imprevisíveis. Isso tudo não é exatamente uma novidade. Está lá no Piaget, no Maturana, no Lévy, no Castells, mas só agora parece sair do estrito ciclo dos estudiosos.”

E por fim, notícia de última hora. Entre as muitas medidas tomadas por autoridades após as jornadas de junho, há mais uma novidade. O governo federal anunciou diálogo com jovens por meio de redes sociais. A Secretaria da Juventude informou que lançará um “observatório participativo”.

Textos de Marilena Chauí, Chico de Oliveira e Paulo Arantes sugerem: nossos grandes intelectuais desconhecem mundo das redes, que marca século 21.

Por Elizabeth Lorenzotti, no Observatório da Imprensa. Ler também http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/polemica-a-revolucao-sera-pos-televisionada/. Elizabeth Lorenzotti é escritora e jornalista, autora de Suplemento Literário – Que Falta ele Faz (ensaio),Tinhorão, o Legendário (biografia) e As Dez Mil Coisas (poesia).


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domingo, 12 de junho de 2011

ZEITGEIST - MOVING FORWARD

Zeitgeist: Moving Forward é o terceiro filme de Peter Joseph da série Zeitgeist. O filme foi lançado de forma independente em mais de 60 países e em mais 30 idiomas a partir de 15 de janeiro de 2011 com mais de 340 salas de exibição em todo o mundo. O filme foi lançado gratuitamente na Internet a partir 26 janeiro de 2011, recebendo mais de 300.000 exibições no YouTube nas primeiras 24 horas e mais de 4,5 milhão de visualizações nos primeiros dois meses de seu lançamento. 

Zeitgeist: Moving Forward é organizado em quatro partes sucessivas. Dentro de cada episódio, digamos assim, ha uma mistura de entrevistas, narração e seqüências animadas.


Parte I: Natureza Humana

O filme começa com uma breve seqüência de animação narrada por Jacque Fresco. Ele descreve sua vida adolescente e sua descontinuação da educação pública aos 14 anos de idade para estudar sob sua própria vontade. Ele continua a expressar suas opiniões radicais que desenvolveu como resultado de experiências durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Estudando engenharia das ciências sociais, mecânica social, arquitetura, entre inúmeros outros campos de estudo de 75 anos, afirma Fresco, não conseguiu alterar esta inicial, disposição, radical, que ele continua a descrever em pormenor mais tarde no filme.

A discussão se volta para o comportamento humano e o debate natureza versus criação. Esta parte começa com um pequeno clip com Robert Sapolsky resumindo a natureza contra nurture o debate no qual ele refere-se essencialmente como uma "falsa dicotomia". Depois que ele afirma que "é praticamente impossível compreender como as obras da biologia, fora do contexto do meio ambiente". Período durante o qual o filme, então vai para descrever o que não é nem a natureza ou criação que molda o comportamento humano, mas ambos são supostamente insurgentes para influenciar o comportamento. Os especialistas entrevistados que, mesmo com predisposição genética a doenças, a expressão e a manifestação da doença é fortemente determinada por factores ambientais, incluindo temas como epigenética e interações ambientais do Gene. Atividade da doença, penal e vícios também são colocados na mesma luz. Um estudo discutido, mostrou que bebês recém-nascidos são mais propensos a morrer se eles não são tocados. Outro estudo que foi mencionado, reivindicou para mostrar como salientou as mulheres eram mais prováveis ​​ter crianças com distúrbios de dependência. Uma referência é feita para as crianças que estavam por nascer no útero durante a fome holandesa de 1944. A "fome holandesa Birth Cohort Study" é mencionado por ter mostrado que outras complicações de saúde e obesidade tornaram-se problemas comuns na vida adulta, devido à inanição prolongada de sua mãe durante a gravidez. As comparações são feitas por sociólogos de criminosos em diferentes partes do o mundo e como as diferentes culturas com diferentes valores podem muitas vezes ter mais habitantes pacíficos. Uma seita anabatista chamado Hutterites são mencionados por nunca ter relatado um homicídio em qualquer de suas sociedades. A conclusão geral da Parte I é que o ambiente social e condicionamentos culturais desempenham um papel importante na formação do comportamento humano.


Parte II: Patologia Social

As origens do nosso sistema econômico e o paradigma moderno são exploradas, começando com John Locke e Adam Smith. Em Dois tratados sobre o governo, John Locke, estabelece os princípios fundamentais de propriedade privada de, trabalho, terra e capital. Em A Riqueza das Nações, de Adam Smith se menciona a mão invisível de equilibrar a oferta e demanda levando a o comércio o equilíbrio. O argumento se torna religioso, como a mão invisível é interpretado como a mão de Deus. Uma visão crítica da teoria econômica é feita por questionar a necessidade de a propriedade privada, o dinheiro e a desigualdade inerente entre os agentes do sistema. Também a crítica é a necessidade de cíclos de consumo, a fim de manter a quota de mercado que resulta em desperdício de recursos. obsolescência planejada é mostrado ser um importante efeito colateral do sistema de mercado, onde as mercadorias são feitas deliberadamente defeituosas ou que não tenham tecnologia suficiente para manter uma taxa de rotatividade grande. O paradigma econômico é então denominado anti-economia, devido a estas atividades perdulárias. O processo acima descrito de indivíduos e grupos trocando bens, o trabalho e o capital é citado como a economia de mercado.

O outro componente é a economia monetária. O sistema monetário regulamenta com a oferta de moeda e taxas de juros através da compra/venda de tesouros. Os mais críticos sistemas monetários são explicados. De acordo com o Zeitgeist, em última análise, o atual sistema monetário só pode resultar em padrão ou hiperinflação. Isso ocorre porque quando o dinheiro vem à existência, ele é criado através de empréstimos a juros. A oferta de dinheiro existente é apenas o principal. Os juros para pagar o empréstimo que criou o dinheiro não existe na oferta de moeda e deve ser emprestado de maneira repetida em ordem o serviço da dívida. Devido a este crescimento exponencial da oferta monetária, o Zeitgeist prevê o valor do dinheiro acaba sendo destruído como evidenciado pela desvalorização de 96% da oferta de moeda dos EUA desde que o Federal Reserve foi fundado em 1914 e da desvalorização de 80% desde que os EUA terminou o acordo de Bretton Woods, em 1971.

O segmento de fechamento da segunda parte discute o gradiente socioeconômico de saúde, que enfoca a desigualdade econômica e seu impacto na sociedade.


Parte III: Projeto Terra

Tal como acontece com Zeitgeist: Addendum, para melhorar a condição humana, o filme apresenta uma "economia baseada no recurso", como defendido por Jacque Fresco. O diálogo leva a uma linha de pensamento sobre a forma como a civilização humana deve começar desde o início. Imagine uma cópia exata da Terra em algum lugar no espaço: fazer um levantamento do planeta, para avaliar os tipos de recursos, locais, quantidades, para atender as demandas humanas; controlar o consumo e o esgotamento dos recursos para regular as demandas humanas e manter a condição do ambiente ; localizar a distribuição dos recursos, para controlar os impactos ambientais e manter a auto-suficiência; colocar a ênfase na reciclagem e no uso do transporte público, a fim de evitar o desperdício de recursos. Através da aplicação global das actuais tecnologias revolucionárias nos setores de fabricação e distribuição, trabalho e dinheiro vai acabar por se tornar obsoleto, estabelecendo assim as bases de uma economia baseada em recursos. Diversas tecnologias para a melhoria da civilização sob a economia baseada em recursos são descritos. A estrutura da cidade será composta de anéis concêntricos, cada toque que serve uma função cíclica necessária para a função de uma cidade auto-suficiente: a agricultura, produção de energia, os moradores, hospitais, escolas, etc. Para a agricultura, hidroponia e aeroponicos são mencionados como uma possíveis soluções para a escassez de alimentos. Os trens fornecem transporte para os moradores da cidade. Transformação de construção se tornaram automáticas com tecnologias mecanizadas, como a impressão de três dimensões e de fabricas com o auxilio de um computador. Mencionados métodos de produção de energia: pintura fotovoltaicos, aerogeradores, transdutores de pressão e centrais geotérmicas .


Parte IV: A Rebelião

O estado do mundo dos negócios é descrito de uma forma terrível. O fenômeno do pico do petróleo é vista como uma ameaça ao progresso da civilização, potencialmente resultando em extinção. Um forte argumento é apresentado de que a poluição, desmatamento, mudanças climáticas superpopulação e as guerras são todas criadas e perpetuadas pelo sistema sócio-econômico. Várias são as estatísticas da pobreza que indicam uma piora progressiva da cultura mundial. De acordo com a Organização das Nações Unidas , atualmente 18.000 crianças por dia morrem de fome. Também segundo a ONU, as taxas de pobreza global duplicou desde 1970. Não é mencionado diretamente, atualmente, o fosso entre ricos e pobres que é maior do que a qualquer momento, desde o alvorecer da Revolução Industrial. O top são que de 1% tem mais do que 40% da riqueza do planeta, e os 50% tem apenas 1% da riqueza do planeta. Em outras estimativas não mencionadas, 2% do topo detêm mais de 50% do planeta se tratando de riqueza. 

O filme termina com um confronto entre manifestantes nas ruas de Times Square em Nova York, enfrentando policiais da tropa de choque, enquanto em meio a depressão econômica global. Pessoas retiraram trilhões de dólares dos bancos centrais do mundo, em seguida, despejam o dinheiro nas portas dos bancos. A polícia se retira. A cena final do filme mostra uma visão parcial da Terra vista do espaço, seguido por uma seqüência de instruções superpostas, "Este é o seu mundo", "Este é o nosso mundo" e "A revolução é agora".



Os entrevistados

Dr. Robert Sapolsky , Dr. Gábor Máté , Richard Wilkinson , o Dr. James Gilligan , o Dr. John McMurtry , Michael Ruppert , Max Keiser , Dr. Khoshnevis Behrokh , Dr. Adrian Bowyer , Jacque Fresco , Roxanne Meadows, Dr. Colin J. Campbell , e Jeremy J. Gilbert.


Recepção

Logo após o lançamento do filme, várias críticas positivas e críticas foram publicadas por uma variedade de fontes:
Em uma revisão publicada no Examiner.com, Barker afirma que ele quase sempre concorda com exatamente a metade do que Peter Joseph inclui em seus filmes. Elogiando as duas primeiras partes do filme, ele critica a última seção, o Projeto Terra, dizendo que a idéia ignora totalmente o papel da coerção estatal. 

Uma revisão na publicação mensal The Standard Socialista critica vários aspectos do filme, sugerindo que a análise do sistema econômico era precária, de que Karl Marx já se comprometeu a científica e a crítica mais profunda do capitalismo, e que uma estratégia de como chegar do nosso sistema atual para o novo sistema proposto no filme está faltando.

Fouad Al-Noor em Wessex Scene disse que o filme tem mais de um foco sobre as soluções que o filme anterior. Chamou ele de um fenômeno moderno, ele observou que, embora existam elementos controversos, ele desafiou os títulos usando para descrever o filme para os espectadores assistam ao primeiro filme. 

Em seu artigo sobre o Movimento Zeitgeist, publicada no Tablet, Michelle Goldberg sentiu que o filme era bobo o suficiente para que ela suspeitasse às vezes que o filme era uma sátira sobre uma utopia tecnológica, mas notou o grande número de seguidores do movimento que produziu o filme. 

Andreas Exner do Inovation Social Network, disse que a cooperação global pode ser útil, ainda que parcialmente necessária, mas não pode e não deve confiar em pessoas funcionando como máquinas, obedecendo ao natural constrangimento alegadamente de gestão de recursos que pode ser executada por uma comissão de direcção científica.

O site Exploring Bliss, publicou uma análise independente do filme, no qual o crítico afirmou que ele estava completamente instigante, e que eles estavam agradecidos por a massa de informação interessante que foi habilmente apresentada. 

Site Oficial; http://www.zeitgeistmovingforward.com


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quinta-feira, 2 de junho de 2011

GIL SCOTT HERON - R.I.P. :: A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA


Gilbert "Gil Scott-Heron (nasceu em 01 de abril de 1949 - faleceu 27 de maio de 2011) foi um poeta americano, músico e autor conhecido principalmente por seu trabalho como intérprete de poesia falada na década de 1970 e 80, e por sua alma colaborativa com o músico Brian Jackson. Suas colaborações com Jackson incluem uma fusão musical de jazz, blues e soul, bem como conteúdo lírico em relação às questões sociais e políticas da época, entregue em ambos os estilos rap e o emelismatico vocal de Scott-Heron. A música desses discos, mais notavelmente Pieces of a Man ​​e Winter in America no início dos anos 1970, influenciou e ajudou a produzir gêneros musicais mais tarde, como o hip hop e o neo soul. O trabalho de Scott-Heron de gravação tem recebido muitos elogios da crítica, especialmente para uma de suas composições mais conhecidas de "The Revolution Will Not Be Televised". Seu estilo poético tem sido influente em todas as gerações do hip hop desde que a sua popularidade começou. Além de ser amplamente considerado uma influência na música de hoje, Scott-Heron permaneceu ativo até sua morte, e em 2010 lançou seu primeiro álbum novo em 16 anos, intitulado I'm New Here.

OS PRIMEIROS ANOS 

Gil Scott-Heron nasceu em Chicago, Illinois . Sua mãe, Bobbie Scott-Heron, cantou com o New York Oratorio Society. Scott-Heron era filho do jamaicano Gil Heron, apelidado de "The Black Arrow", foi um jogador de futebol que, na década de 1950, se tornou o primeiro atleta negro a jogar para Glasgow Celtic Football Club, na Escócia. Os pais de Gil se separaram quando ele tinha dois anos e Gil foi enviado para viver com sua avó materna, Lillie Scott, em Jackson, Tennessee. Quando Scott-Heron tinha 12 anos, sua avó morreu e ele se mudou com sua mãe para o Bronx , em Nova York, onde se matriculou em DeWitt Clinton High School. Ele mais tarde seria transferido para a Escola Fieldston após um de seus professores, um graduado de Fieldston, mostrar um de seus escritos para o chefe do departamento de Inglês na escola e para ele foi concedido bolsas de estudo.

Scott-Heron cursou a Lincoln University na Pensilvânia , que foi o colégio escolhido como sua maior influência em Langston Hughes. Foi lá que conheceu Brian Jackson, com quem formou a banda Black & Blues. Após cerca de dois anos em Lincoln, Scott-Heron tirou um ano de folga para escrever os romances O Abutre e The Nigger Factory. A Last Poets tocaram no Lincoln em 1969 com Abiodun Oyewole um grupo do Harlem, Scott-Heron disse depois do show. "Escute, eu posso começar um grupo como vocês?" Scott-Heron retornou a Nova York, fixando residência em Chelsea, Manhattan . O Abutre foi publicado em 1970 e bem recebido. Embora Scott-Heron nunca tenha recebido sua graduação , recebeu diploma de mestrado em Escrita Criativa em 1972 a partir da Universidade Johns Hopkins . Sua dissertação de 1972, foi intitulado como Círculo de pedra [Circle of Stone].

Scott-Heron começou sua carreira discográfica em 1970 com oLP Small Talk at 125th and Lenox. Bob Thiele do Flying Dutchman Records produziu o álbum, e Scott-Heron foi acompanhado por Knowles e Eddie Saunders Charlie nas congas e David Barnes na percussão e vocais . O álbum de 15 faixas tratando de temas como a superficialidade da televisão e consumismo em massa, a hipocrisia de alguns pretensos revolucionários negros, e ignorância da classe média branca das dificuldades enfrentadas pelos moradores do centro da cidade. No encarte, Scott-Heron era reconhecido como influências de Richie Havens, John Coltrane, Otis Redding, Jose Feliciano, Billie Holiday, Langston Hughes, Malcolm X, Huey Newton, Nina Simone e do pianista que viria a ser seu colaborador de longa data, Brian Jackson.

Scott-Heron em 1971, lançou o álbum Pieces of a Man ​​com estruturas mais convencionais numa música mais solta, palavras faladas era a sensação de Small Talk. Ele foi acompanhado por Johnny Pate (maestro), Brian Jackson nos teclados, piano, Ron Carter no baixo e guitarra baixo, o baterista Bernard "Pretty" Purdie, Burt Jones tocando guitarra e Hubert Laws na flauta e saxofone, com Thiele na produção novamente. O terceiro álbum o Free Will, foi lançado em 1972. Jackson, Purdie, Leis, Knowles, Saunders e todos voltaram a tocar em Free Will e foram unidos por Jerry Jemmott tocando baixo , David Spinozza na guitarra , e Horace Ott (arranjador e maestro). Carter disse mais tarde sobre a voz de Scott Heron, "Ele não era um grande cantor, mas, com aquela voz, se ele tivesse sussurrado teria sido dinâmico. Era uma voz como você teria para Shakespeare."

Em 1974 outro LP com colaboração de Brian Jackson, aclamado pela crítica, opus Winter in America, com Bob Adams na bateria e Danny Bowens no baixo. O álbum continha o mais coeso material e contou com as mais criativas entradas de Jackson comparando com seus álbuns anteriores. Winter in America tem sido considerado por muitos críticos como o disco de dois artistas mais coeso. No ano seguinte, Scott-Heron e Jackson também lançaram Midnight Band: The First Minute of a New Day. Um álbum ao vivo, It's Your World , seguido em 1976 e uma gravação de poesia falada, he Mind of Gil Scott-Heron, foi lançado em 1979. Na edição 1976 do bicentenário da Playboy Scott-Heron foi perfilado; acompanhamento mostra arte de Scott-Heron cantando ou falando em um microfone, uma vez que derrete com o calor de suas palavras. Outro hit de sucesso seguiu com "Angel Dust", que ele gravou como um single com o produtor Malcolm Cecil . "Angel Dust" alcançou a posição #15 sobre o R & B lançados em 1978.

Em 1979, Scott-Heron tocou nos shows No Nukes no Madison Square Garden . Os concertos foram organizados pela Musicians United for Safe Energy em protesto contra o uso de energia nuclear, após o acidente Three Mile Island . Scott-Heron lançou a música "We Almost Lost Detroit", escrito sobre um acidente anterior a uma usina nuclear, e foi incluído no No Nukes. ( We Almost Lost Detroit é o título de um livro sobre o acidente por John G. Fuller.). Nessa época, Scott-Heron foi um crítico freqüente do presidente Ronald Reagan e sua política conservadora.

Scott-Heron gravou e lançou apenas quatro discos na década de 1980, 1980 and Real Eyes, em 1980, Reflections em 1981 e Moving Target em 1982. Ron Holloway no saxofone tenor foi adicionado ao elenco de Gil em fevereiro de 1982. Ele fez várias turnês com Scott-Heron e contribuiu para o seu próximo álbum, "Moving Target" nesse mesmo esse ano. Seu conteúdo é proeminentemente nas canções como "Fast Lane" e "Black History/ The World". Holloway continuou com Scott-Heron até o verão de 1989, quando ele saiu para se juntar a Dizzy Gillespie. Vários anos depois, Scott-Heron iria fazer aparições em dois discos de Ron Holloway; Scorcher (1996) e Groove Update (1998), ambos pelo selo Fantasy/Milestone.

Scott-Heron foi abandonado pela Arista Records em 1985 e encerrou suas gravaçóes, mas ele continuou a turnê. No mesmo ano, ele ajudou a compor e cantou "Let Me See Your ID" na United Artists Against Apartheid álbum da Sun City, contendo a famosa frase: "A primeira vez que eu soube que havia problemas no Oriente Médio, eu pensei que eles estavam falando de Pittsburgh." A música compara as tensões raciais entre os EUA com os da época do apartheid na África do Sul, o que implica que os EUA não estavam muito à frente nas relações raciais. Em 1993, ele assinou com a TVT Records e lançou Spirits, um álbum que incluía a faixa seminal "Message to the Messengers". A primeira faixa do álbum criticou os artistas de rap atuais. Scott-Heron é conhecido em muitos círculos como "o padrinho do rap" e é amplamente considerado um dos pais fundadores do gênero. Dada a consciência política que está na base do seu trabalho, ele também pode ser chamado de um dos fundadores do rap político. 'Message to the Messengers" era um fundamento para a nova geração de rappers que falam de mudança, em vez de perpetuar a situação social actual, e ser mais articulada e artística. Quanto à música hip hop na década de 1990, ele disse em uma entrevista: "Eles precisam estudar música. Eu toquei em diversas bandas antes de começar a minha carreira como poeta. Há uma grande diferença entre colocar palavras sobre alguma música, e misturando essas mesmas palavras na música. Não há muito humor. Eles usam um monte de gírias e expressões coloquiais, e você realmente não vê dentro da pessoa. Em vez disso, você acabou de obter uma série de posturas." Gil Scott-Heron.

PASSADO RECENTE

Em 2001, Scott-Heron foi sentenciado a até três anos de prisão no Estado de Nova York por posse de cocaína. Apesar de ter saído da prisão em 2002, ele apareceu no disco Blazing Arrow do Blackalicious . Ele foi libertado em condicional em 2003. Em 05 de julho de 2006, Scott-Heron foi condenado a dois a quatro anos de prisão em Nova Iorque por violar um acordo judicial sobre a posse responsável de drogas, deixando um centro de reabilitação de drogas. A sentença Scott-Heron foi protelada até 13 de julho de 2009. Ele foi libertado em 23 de maio de 2007. A razão dada para a violação de tratamento era de que a clínica se recusou a fornecer a Scott-Heron com medicação para o VIH. Esta história levou à presunção de que o artista era HIV positivo, posteriormente confirmada em uma entrevista em 2008. 

Após sua libertação, Scott-Heron começou a tocar ao vivo novamente, começando com um show no restaurante "SOB" uma boate em Nova Iorque, em 13 de setembro de 2007. No palco, ele afirmou que ele e seus músicos estavam trabalhando em um novo álbum e que ele tinha recomeçado a escrever um livro intitulado The Last Holiday, a cerca de Stevie Wonder e sua tentativa bem sucedida na celebração do aniversário de Martin Luther King Jr. declarado como um feriado reconhecido pelo governo federal nos Estados Unidos.

Em 10 de outubro de 2007, um dia antes da prevista (mas finalmente cancelada) apresentação no SOB, ele foi preso por porte de cocaína. No entanto, ele continuou a fazer aparições ao vivo em vários locais dos EUA durante o ano de 2008 e 2009, incluindo aparições no SOB em Nova York. Ele declarou em entrevistas que prosseguem os trabalhos em seu novo álbum, que seria constituído principalmente por novas versões de algumas de suas canções clássicas, além de alguns covers de trabalho de outros artistas. Tendo inicialmente previsto para ser lançado em 2003, antes de ter sido colocado na gaveta, o livro The Last Holiday era previsto para ser lançado em janeiro de 2011. O livro estava previsto para ser lido através de um site que seria lançado em 01 de abril de 2009, mas este não apareceu.

Mark T. Watson, estudante de-obra Scott Heron, dedicou uma coleção de poesia intitulado Gil Ordinary Guy que continha um prefácio de Jalal Mansur Nuriddin do The Last Poets. O livro foi publicado no Reino Unido em 2004 pela Word Press Fore Ltd. Scott-Heron gravou um dos poemas do livro de Watson Black & Blue com lançamento previsto para 2008, como parte do álbum Rhythms of the Diaspora by Malik & the OG's na gravadora CPR Recordings. 

Em Abril de 2009, a BBC Radio Four, o poeta Lemn Sissay apresentou um documentário de meia hora sobre Gil Scott-Heron, intitulada"Pieces of a Man." Tendo entrevistado Gil Scott-Heron em Nova York, um mês antes, Pieces of a Man ​​foi o anúncio no Reino Unido do primeiro de seu próximo álbum e volta à forma. Em novembro de 2009, da BBC Newsnight entrevistou Gil Scott-Heron para programa intitulado The Legendary Godfather of Rap Returns. Em 2009, Gil Scott-Heron ganhou um novo website, gilscottheron.net, e foi lançado com uma nova música chamada "Where Did The Night Go" disponível como download gratuito no site.

Scott-Heron lançou seu novo álbum, I'm New Here pelo selo independente XL Recordings em 09 de fevereiro de 2010. Produzido pela gravadora proprietário Richard Russell, I'm New Here é como se fosse o primeiro álbum de estúdio Scott, em dezesseis anos. A dupla começou a gravar o álbum em 2007, com a maioria dos registros sendo gravado nos últimos 12 meses com o engenheiro Lawson White em Clinton Studios, em Nova York. O álbum atraiu elogios da crítica como o The Guardian Jornal, pelo jornalista Jude Rogers declarando-o um dos melhores da década.

O primeiro single do álbum foi "Me And The Devil", que foi lançado em 22 de fevereiro de 2010. Foi lançado pela BBC Radio 1's Zane Lowe como seu "Hottest Record In The World", junto com DJs especializados, tais como Gilles Peterson e B Benji. O remix do disco, We're New Here, foi lançado em 2011, caracterizando um retrabalho pelo inglês produtor musical xx Jamie, que também foi muito bem recebido pelos críticos de música.

Em 2010, ele foi a um show em Tel Aviv , mas isso atraiu críticas de grupos palestinos, que afirmaram: "Sua performance em Israel seria o equivalente a ter realizado um show em Sun City durante o apartheid na África do Sul ... Nós esperamos que você não reproduza o apartheid em Israel ". Em resposta, ele cancelou o show.








Morte


Scott-Heron morreu na tarde de 27 de maio de 2011, em St. Luke's Hospital , em Nova York, depois de adoecer ao retornar de uma viagem à Europa. Scott-Heron, confirmou especulações da imprensa anteriores sobre a saúde dele, quando ele revelou em Nova York em 2008 em entrevista, que tinha sido HIV-positivos há vários anos, e que ele havia sido hospitalizado devido a pneumonia. A causa-morte de Scott Heron ainda não foi anunciado. Ele deixa a filha, Gia de seu casamento com Brenda Sykes.

Em resposta, Chuck D do Public Enemy afirmou: "RIP GSH ... e nós fazemos o que fazemos e como fazemos por causa de você" em sua conta no Twitter. Sua editora britânica, Jamie Byng, chamou de "um dos inspiradores a maioria das pessoas que eu já conheci". Ao saber da morte, cantor de R & B Usher afirmou: "Eu só soube da perda de um importante poeta... RIP, Gil Scott-Heron. A revolução será ao vivo! ". Richard Russel, que produziu Heron em seu último álbum de estúdio, o chamou de "figura do pai das sortes para mim". Eminem declarou que "Ele influenciou todos no hip-hop". Lupe Fiasco escreveu um poema sobre ele eo colocou em seu site.





Influência







A música de trabalho-Scott Heron, durante a década de 1970 influenciou e ajudou o povo Africano-Americano engendrarem gêneros musicais, como hip hop e neo soul . Ele foi descrito por escritores de música como "o padrinho do rap" e " Bob Dylan negro"(?!). Por sua influência, um escritor de música mais tarde notou que "Scott-Heron é único no estilo proto rap e influenciou toda uma geração do hip- hop". O "Washington Post" escreveu que "Heron foi um presságio não consciente rap e do poetry slams, mas também do acid jazz, particularmente durante a sua colaboração gratificante com o compositor e tecladista-flautista Brian Jackson, em meados e final dos 70." The Observer 's publico o artigo do jornalista Sean O'Hagan discutidindo o significado de-Scott Heron na música com Brian Jackson, dizendo o seguinte: 



"Ao longo da década de 1970, Scott-Heron e Jackson fizeram a música que reflecte a turbulência, a incerteza e pessimismo crescente dos tempos, a fusão das tradições do soul e jazz e desenho sobre uma poesia oral tradicional que chegou de volta ao blues e em frente ao hip-hop. A música soou por algumas vezes irritada, desafiadora e arrependida, enquanto Scott-Heron com letras satíricas possuía uma vantagem que os separam da alma militante de contemporâneos como Marvin Gaye e Curtis Mayfield." -Sean O'Hagan

Heron foi uma influência no hip hop e sobretudo exemplificado pela sua definitiva "The Revolution Will Not Be Televised", o sentimento de que têm sido exploradas por vários rappers, incluindo Aesop Rock, Talib Kweli e Common . Além de seu estilo vocal, Heron indiretamente contribui a música rape estende-se com o co-produtor Brian Jackson em suas composições, que foram recolhidos por meio do diversos artistas do hip hop, entre os mais notáveis ​​é o rapper/produtor Kanye West, que sampleou Scott-Heron e Jackson em "Home is Where the Hatred Is" e "We Almost Lost Detroit" na sua música "My Way Home" e o single "The People", respectivamente, sendo que ambos são esforços de colaboração entre o West e o Common. Scott-Heron, por sua vez, reconheceu as contribuições de West, a amostragem deste último single em 2007, a música "Flashing Lights" em seu mais recente álbum, de 2010 I'm New Here . Scott-Heron admitiu ambivalência sobre sua associação com o rap, observando, em 2010, em uma entrevista para o Daily Swarm "Eu não sei se eu posso levar a culpa por isso", referindo-se à música rap. Ele preferiu o apelido de "bluesologist". Referindo-se aos comentários de seu último álbum e as referências a ele como o "padrinho do rap", disse ele, "É algo que é destinado a crianças." Ele acrescentou: "Eu tenho filhos, então eu ouvia. Mas eu não diria que é destinada a mim. Eu escutava as rádios de jazz".

West chamou Scott-Heron, entre outros, como uma grande influência sobre seu mais recente trabalho, My Beautiful Dark Twisted Fantasy , onde partes de sua obra "Comentário # 1" aparece no álbum. "We Almost Lost Detroit" também foi recolhido pelo Brand Nubian, pelo membro Grand Puba ("Keep On"), pelo duo Native Tongues no disco Black Star ("Brown Skin Lady"), e pelo alternativo MF DOOM ("Camphor"). Além disso, Mos Def foi sampleou Scott-Heron é "The Legend in His Own Mind", e em parceria com Q-Tip na música "Mr. Nigga", e o produtor Dr. Dre (cujo primeiras produções do G-Funk se espelharam no estilo musical de Scott-Heron, em textura e sentimento, especificamente "Lil' Ghetto Boy", que tem samplers de Scott-Heron e da contemporânea Donny Hathaway) gravando a música "Blunt Time" no seu ex selo Death Row Records, o rapper RBX interpola as letras de abertura de Heron na gravação de "Angel Dust". Em 2000, CeCe Peniston também utilizou uma amostra de Heron em uma canção ("The Bottle") durante a gravação de seu single "My Boo".

Bem, esse é um pouco do mestre Heron, é claro que muito mais músicos se utilizaram, se apropriaram de sua música, e tentaram dar um pouco de deja vu, a um fim de carreira que poderia ter sido, com certeza, muito mais vanglorioso. Deixamos nosso eterno agradecimento pela música e mensagem desse Pantera Negra que deveria ter mais reconhecimento, e infelizmente a morte e a revolução proposta por Gil Scott-Heron não foi televisionada, alias, por aqui as tv's nem deram bola. 








A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA... GIL SCOTT-HERON
...ELA VAI SER FEITA DENTRO DE NOSSAS PRÓPRIAS CASAS... RAS WELLINGTON





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