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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

"ELE ERA DA CASA REAL DA ETIÓPIA" - A OBRA DE JORGE BEN E O FLUXO DE IDEIAS E INFLUÊNCIAS NOS DOIS LADOS DO ATLÂNTICO NEGRO


Jorge Benjor é um dos artistas com uma das carreiras mais longevas da chamada MPB, pois seu primeiro álbum foi lançado em 1963 e até presente o momento este cantor e compositor continua em atividade. Jorge é bastante conhecido por canções alegres e positivas, como País Tropical, ou composições de temática lírico amorosa como Chove Chuva. Entretanto, menos conhecidas em seu cancioneiro são as canções em que aciona uma identidade negra orgulhosa calcada em uma ancestralidade africana.

Em 1976, Jorge Ben 2 lança África-Brasil, um de seus mais famosos álbuns. Não por acaso fazem parte deste trabalho canções como Cavaleiro do Cavalo Imaculado, Xica da Silva, Ponta de lança africano (Umbabarauma) e a canção-título do Long Play. 3

Em 2010, uma nova versão de Umbabarauma 4 é lançada, desta vez em parceria com artistas mais jovens como Mano Brown, Céu e Thalma de Freitas. Junto com a canção os produtores lançam um documentário contando o percurso desta regravação. Neste, Jorge explica a razão de ter dado este nome ao álbum:

“Eu participei de um festival na Argélia e (...) participei várias vezes de festival da juventude e eu ficava assim intrigado porque eu era o único músico brasileiro a ser chamado num festival de música africana. Eles falavam que gostavam do meu estilo de tocar, do suingue da música, da maneira de tocar o violão e a guitarra, porque era tudo percussivo e eu era convidado por isso e eu quis fazer essa homenagem... Esse disco”. 5


Pelas matérias de jornais e revistas da época, não foi possível localizar uma referência a este festival que Jorge menciona antes de 1976, quando lançou o álbum. Entretanto há sim referência a uma apresentação de Jorge na Argélia em 1985. É possível que tenha se apresentado antes de 1976 neste país como também é possível que se trate de um “deslocamento de memória”, ou seja, que o artista deslocou no tempo os acontecimentos num processo muito comum as memórias coletivas e individuais. Como nos lembra Alessandro Portelli, ao analisarmos as narrativas que os sujeitos constroem para si, é preciso atentar para o fato de que nem sempre nos deparamos com “o que a pessoa de fato fez, mas o que ela queria fazer e o que ela pensava estar fazendo”(PORTELLI: 1991,06). Tais relatos são muito mais subjetivos do que fáticos, o que não é um problema metodológico. O que importa neste caso não é data exata em que Jorge de fato foi à África, mas sim a sua intenção de fazê-lo. 6 O jornal O Globo em 1985 noticiou o recebimento de um telex do embaixador Leite Ribeiro, da Argélia: É com grande alegria que levo a você meu depoimento entusiasmado sobre o grande sucesso de Jorge Ben e da Banda do Zé pretinho no Festival da Juventude. Conhecido pelos especiais (...) de televisão e por seus discos, que com frequência são vistos e ouvidos na Argélia, aquele bom artista brasileiro (...) conseguiu conquistar este público, com sua primeira apresentação ao vivo, concorrendo com isso, para afirmar ainda mais a boa imagem do Brasil. 7

Em todo caso, há uma notícia de 12/03/1974 do Jornal O Globo que indica que o artista ganhou de presente da gravadora, por conta dos seus seus 10 anos de carreira, uma viagem ao continente africano, mais especificamente à Etiópia “para conhecer seus parentes”. 8 Visitar a terra de sua mãe é algo que sempre esteve no horizonte deste artista. Em 1970, Jorge Ben já dizia que pretendia viajar para “pesquisar” ritmos etíopes. 9 Esta ancestralidade africana, etíope, aparece em diversas de suas composições como em Criola, onde Jorge diz sua mãe é “filha de nobres africanos”. Izabel Guillén aponta como os ancestrais são importantes na construção da identidade dos sujeitos negros, como são exemplos a serem seguidos nas lutas cotidianas, no combate ao racismo e na busca por uma sociedade mais justa para negros e negras (GUILLEN: 2013, 01-02). O nome que este cantor e compositor escolheu usar em sua carreira artística também evidencia esta intenção de reverenciar seus ancestrais: Jorge Ben é a inversão do nome de seu avô etíope, Ben Jorge, como declarou em 1963 à Revista do Rádio. 10 Nesta mesma ocasião é questionado sobre seu estilo musical e mais uma vez se remete as suas origens: “Dizem que se chama ‘afro-bossa-nova’”. 11



Em entrevista a revista Trip em 2009, Ben fala sobre sua família:

"Minha ascendência por parte de mãe é etíope. Agora, por parte de meu pai, é uma mistura de europeus. A família toda dele é branquinha, minha vó era branca, dizem que era austríaca. Meu pai era moreno, nasceu no Brasil já misturado. O resto da família é tudo claro, e eu sou mesclado porque misturou com minha mãe, a África." 12

Jorge, neste caso, está aludindo à formação miscigenada do povo brasileiro para construir uma determinada auto representação. Embora esta ideia de miscigenação do africano, do europeu e do indígena ressoe em Jorge Ben e ele a acione eventualmente, A narrativa que permeia suas canções de maneira mais forte é a da sua identidade negra. Alessandro Portelli nos ajuda a pensar sobre as definições de mito. Para ele o mito não seria:

(...) necessariamente uma história falsa ou inventada: é, isso sim, uma história que se torna significativa na medida em que amplia o significado de um acontecimento individual (factual ou não), transformando-o na formalização simbólica e narrativa de auto representações partilhadas por uma cultura (PORTELLI: 1991, 120-121)

Assim o fato de o artista afirmar ser descendente de africanos e de europeus está em consonância com esta representação mítica coletiva brasileira. Esta narrativa construída pelo cantor de modo algum é falsa, entretanto é bastante significativa. A ancestralidade africana, essa ideia de “Mãe África”, é evocada constantemente pelo artista e ressoa de modo mais forte em suas composições. Segundo entrevista do ano de 1995 a TV Cultura, Jorge declarou ter tido contato direto com essa herança musical:

Eu queria falar disso também... Por parte da minha mãe... Muito, muito... Porque eu ouvi muito, muita música etíope, cantos etíopes através da minha mãe, com batuques dos parentes. Eu era menino, criança, eu ouvia um som, eles falavam numa língua que eu não entendia e o batuque e isso foi misturando tudo. 13


É importante assinalar que quando se refere à Etiópia, a terra de sua mãe, Jorge está se referindo a um país com características únicas naquele continente. Este Estado foi o único país africano a rechaçar com sucesso o ataque de uma nação europeia em finais do século XIX. Naquele contexto, em que as ideias imperialistas vigoravam, os Estados do “velho mundo” se lançaram ao continente africano em busca de territórios onde pudessem ter um mercado consumidor exclusivo e ao mesmo tempo garantir o fornecimento de matérias primas. Desta forma, em um contexto onde o “continente negro” encontrava-se “loteado” entre países como França, Inglaterra, Bélgica, entre outros, a Etiópia conseguiu resistir e vencer uma invasão italiana ao seu território. Além disso, o povo etíope se orgulha de ser detentor de tradições milenares: os soberanos etíopes descenderiam do Rei Salomão e da Rainha de Sabah. Desta união teria nascido Menelik, o primeiro imperador etíope. 


A primeira guerra ítalo-etíope aconteceu em 1896. A vitória dos abissínios, nome pelo qual também é conhecido aquele povo, sobre os italianos se deu na batalha de Adua, quando 100 mil soldados africanos venceram os 16 mil invasores, sagrando o “negus” (imperador) Menelik II vencedor e chamando a atenção do mundo para o Império Negro. É sucedido por seu neto Ilyasu V, entretanto este é deposto por um conselho de nobres por conta da suspeita de ter se convertido ao islamismo. Assume como imperatriz Zewditu, filha de Menelik II e como regente, o Rás (príncipe) Tafari, em 1917, o esposo de outra das filhas do imperador falecido. Com o falecimento da imperatriz em 1930, Rás Tafari assume como Haile Selassie (“O poder da divina trindade”), cujos títulos eram Sua Majestade Imperial, Imperador Haile Selassie, Eleito de Deus, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judá. O “Negus Tafari” buscou dar continuidade a obra de Menelik II de afirmar a Etiópia como uma grande nação (LOPES: 2006, 319, 435 e 559). 14


No Brasil, e não só, a Etiópia era uma importante referência positiva para os sujeitos negros, pois foi o único país africano não envolvido no tráfico europeu de escravos e que em um primeiro momento venceu o colonialismo. Em São Paulo, um dos mais antigos órgãos da imprensa negra paulista foi O Menelick, fundado em 1915, cujo nome era uma homenagem ao imperador etíope que antecedeu Tafari Makonen (LOPES: 2006,345). Este último é também um importante modelo para os sujeitos negros da Diáspora. De acordo com os ideais do panafricanismo, formulados pelo jamaicano Marcus Garvey, o povo da Etiópia era considerado um povo eleito por Deus, por conta desta crença de que descendem da Rainha de Sabá, cuja ascendência remete à Cam e, portanto, ao Noé bíblico. 15 O garveysmo, por volta de 1925, profetizava o surgimento de um messias na Etiópia que viria a salvar todo o povo negro. Seus seguidores associaram esta figura a Haile Selassie quando este subiu ao trono em 1930. Destas associações e rearticulações do garveysmo e dos princípios da Igreja Ortodoxa Etíope surgiu o rastafarianismo, uma doutrina filosófico-religiosa cujo principal personagem é o Ras Tafari. 


Por conta da constante reverência que Jorge presta a sua ascendência Etíope, eventualmente Jorge é caracterizado por jornalistas, críticos e pelo público como “herdeiro direto da música africana”. 16 Em outro caso chegou a ser classificado como descendente da “família real da Etiópia”, uma caracterização anedótica feita pelo rapper Mano Brown:

Fazia muito baile na nossa casa lá. Baile e samba. E no baile e no samba ouvia-se e tocava Jorge Ben. Tinha uma lenda [entre seus familiares] que ele era um príncipe. ‘Não, ele é filho de um príncipe. Alguma coisa ele é’ [diziam] (...) ‘Ele é um príncipe Etíope’. Tinha gente que achava que ele era da família real da Etiópia. 17

Selassie também é tema de uma canção de Jorge em que se refere à terra de sua mãe. Nesta composição o imperador é caracterizado como “Leão de Judá” e descendente da rainha de Sabá. 18


Neste fluxo de idas e vindas do Atlântico Negro (GILROY: 2001) é necessário lembrar também do Caribe. Após a visita de Haile Selassie à Jamaica em 1966 cresce o rastafarianismo naquela ilha. Tal doutrina influenciou fortemente o grupo The Waillers, do qual fazia parte Bob Marley. Este cantor jamaicano musicou quase que literalmente um discurso de Selassie a ONU em 1968 na canção War (1976), onde critica o colonialismo e o racismo: “Until the philosophy which hold one race/ Superior and another inferior/ Is finally and permanently discredited and abandoned/ Everywhere is war, me say war”. 19

Bob Marley influenciou outros artistas negros ao redor do mundo, incluindo Gilberto Gil que no final dos anos 1970 começou a introduzir algumas influências de Reggae em sua estética sonora.

As guerras de libertação nos países africanos e a luta contra o apartheid da África do Sul também ecoaram na obra de Tim Maia que em 1976 gravou a canção Rodésia: Em Guiné-Bissau/ Não está legal/ Muito menos na Rodésia/ África do Sul/ Pegue o sangue azul/ Mande para as cucuias/ Só assim vão ver/ Que o preto é bom/Mas é valente também (...). 20 Maia cantou não só a África que “chega” no Brasil, mas o Brasil que “vai” à África.

Um pouco antes do álbum em que Rodésia foi lançada, o cantor Sebastião Rodrigues Maia lançou dois álbuns na chamada “fase racional”. Neste período, o artista era adepto da doutrina filosófico-religiosa “cultura racional”. No seu álbum Racional vol.2, o artista comemorava a difusão desta doutrina nos países africanos lusófonos: “Eu vim aqui para lhe dizer/ Eu vim aqui para lhe dizer/ Que eles agora estão /Numa relax/ Numa tranquila/ Numa boa (...) / Lendo os livros da Cultura Racional/Guiné Bissau/ Moçambique e Angola”. Interessante notar que após esta fase racional, Maia “desperta” para a situação dos países africanos e se “contradiz”: “Em Guiné Bissau/Não está legal”. 21


Retomando a análise do álbum África-Brasil, as referências ao “continente negro” aparecem também nas composições Cavaleiro do Cavalo Imaculado, onde São Jorge é alçado ao posto de “príncipe” de toda África; na canção que dá nome ao LP, onde se remete a ideia de realeza africana contando a história de uma princesa africana que foi vendida no Brasil como escrava e anunciando a chegada de Zumbi como um Deus redentor; e Ponta de lança africano (Umbabarauma). Sobre a última, Jorge declarou no documentário de 2010 de onde veio à inspiração para esta canção:

Morei na França. Ficava entre França e Inglaterra. Eu e meu primeiro grupo, o Admiral Jorge V, e foi a primeira vez que vi esse jogador, negro, Umbabarauma. (...) E o ponta de lança é porque ele jogava com a Camisa 10. 22


Poderia ser dito de maneira simplista que o fato de Jorge Ben ser descendente de Etíopes enseja nesta evocação de uma ancestralidade africana. Entretanto, o mais indicado seria dizer que este indivíduo escolhe reverenciar e valorizar suas heranças africanas. Mesmo dizendo que tem também ancestrais europeus, o artista pouco fala sobre isso. Escolhe, por exemplo, ao morar na Europa e assistir as disputas entre times europeus, homenagear o jogador africano em vez de quaisquer outros jogadores, que certamente em sua maioria eram europeus. Esta evocação é um ponto determinante na elaboração da sua identidade enquanto sujeito negro. E este processo não é isolado, pois diversos outros artistas no Brasil e no mundo, neste período fazem esta evocação. A África foi, é e continua sendo usada como um “banco de dados” (SANSONE: 2002) de forma criativa e é uma força central para a cultura produzida por sujeitos negros ao redor do mundo.

Cabem aqui algumas considerações sobre identidade. Para Ulpiano Menezes identidade deriva do radical grego idios que faz referência a “si próprio”, “privado” (MENEZES: 1993, 208). Assim, a identidade enseja “semelhanças consigo mesmo”, sendo mais um processo de reconhecimento que de conhecimento. Segundo Frederick Barth, para que exista a semelhança é necessário que exista a diferença e por isto a identidade é dada pelo contraste (BARTH apud MENEZES: 1993, 209). É importante também demarcar que a identidade não é algo estático, pelo contrário, é dinâmico. Está sempre em transformação, como nos lembra Stuart Hall: a identidade cultural deve ser pensada como uma “produção” que nunca se completa, que está sempre em construção(HALL: 1996, 68). E que se constrói a partir de referenciais coletivos, baseadas na história comum e nos padrões de cultura partilhados. Esta operação de busca do passado ou de o “redescobrir”, em geral tende a ter um quadro referencial pouco refratário a mudanças, desta forma sujeitos como Jorge Ben tendem a buscar o passado grandioso do Império Etíope. E também a louvar modelos idealizados do que seriam os africanos, como a construção que Jorge faz de Zumbi ou até mesmo do ligeiramente africanizado São Jorge, caracterizado como “Leão do Império/Príncipe de toda África”.


Ainda segundo Hall, as identidades não são uma simples operação de “recuperar o passado” a fim de garantir uma percepção do grupo acerca de si mesmo, mas, sobretudo, são os nomes que o indivíduo ou o grupo dão as posições que tomam frente às narrativas do passado (HALL: 1996, 68). Este passado vai sendo reconstruído atendendo as necessidades do presente, assim quando Jorge reverencia e valoriza a sua ascendência etíope, é uma posição política de afirmar a sua identidade com um sujeito negro orgulhoso de um passado nobre e valoroso.

Retomando a questão do quadro de referenciais fixos, proposto por Hall, grosso modo, se construiu uma visão de as culturas negras de origem africana, tem algumas características comuns. Por exemplo, o músico negro Paulinho da Viola em entrevista ao Pasquim em 1970, ressalta que a música negra teria como características o ritmo e o improviso. Por isso Jorge Ben aciona esta ideia quando tenta explicar o porquê foi convidado a se apresentar na Argélia. Porque seu violão é “rítmico”, “percussivo”, diz o artista. Sua caracterização de Zumbi é também informada pela visão idealizada do que seria o homem africano ou afrodescendente: guerreiro, bravo. A África cantada por este artista é também uma idealização. É a Etiópia de sua mãe e de Haile Selassie. Uma terra de nobreza. É importante notar que diferente de Tim Maia ou de Bob Marley, Ben não costumava articular imagens das guerras contra o colonialismo ou das guerras civis. Esta construção é eminentemente política como toda identidade o é. E seus objetivos são a valorização de uma estética e de uma autoestima negras.


Citações:

Alexandre Reis - Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense. Bolsista CAPES.
2 Até 1984, este músico usava o nome artístico Jorge Ben. E pretendo usar este nome por conta do recorte da dissertação. Eu quero ver quando Zumbi chegar: política, identidade e relações raciais na obra de Jorge Ben (1963-1976). O trabalho atual é uma versão adaptada do capítulo IV da referida dissertação.
3 África-Brasil. 1976. Philips.
4 Parte da letra da canção: Umbabarauma homem-gol (...) /Umbabarauma homem-gol/Joga bola, joga bola Corocondô/ (...) Essa é a história de Umbabarauma/ Um ponta de lance africano/ Um ponta de lance decidido/ Umbabarauma.
5 UMBABARAUMA: o documentário. Direção: Felipe Briso. NSW. 2010(15 min). Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Ryz0FLoMXbo. Consulta em 02 de novembro de 2013.
6 “Tel us not just what people did, but what they wanted to do, what they believe they are doing, and they now they did”. Tradução livre minha. Preferi usar a expressão “deslocamento de memória” a “ucronia” que o autor usa especificamente para casos em que a memória muda o sentido original do fato ocorrido. No caso de Jorge só mudou a data e não o sentido. PORTELLI. 1991. Pg. 50.
7 O Globo. Segundo caderno. Pg. 06. 1985.
8 O Globo. 13/03/1974. Segundo Caderno. Pg.06.
9 Revista Veja nº 70. 07/01/1970. Pg. 65.
10 Revista do Rádio. Ed. 732. 1963.
11 Revista do Rádio. Ed. 732. 1963.
12 Revista Trip nº 183. 2009. Disponível em http://revistatrip.uol.com.br/revista/183/paginas-negras/o-homempatropi.
html. Consulta em 02 de maio de 2013.
13 Entrevista de Jorge Ben Jor no Programa Roda Viva (18/12/1995). TV Cultura.
14 Folha de S. Paulo. 24/05/1971. Pg. 02; O Globo. Caderno: “Em todo Globo”. Pg. 01.
15 Marcus Garvey pregava também o retorno da diáspora e, por conseguinte, voltar à África chegando a fundar uma companhia marítima para este fim. Até hoje alguns dos pilares do rastafarianismo são o culto a Selassie e volta à terra dos ancestrais. LOPES, Nei. 2006. Pg. 295.
16 Jornal do Brasil.30/081969. Primeiro caderno. Pg. 02.
17 Provavelmente este “mito“ se originou no fato de Jorge homenagear sua mãe dizendo que ela seria filha denobres africanos na canção Criola (1969). UMBABARAUMA – o documentário... Op. cit. 2010.
18 Não vou aprofundar essa análise porque esta canção é dos anos 1990.
19 “Até que a filosofia que sustenta uma raça/ Superior e outra inferior/ Seja finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada /Haverá guerra, eu digo guerra/”. Tradução livre minha.
20 Rodésia do álbum Tim Maia. Polydor Records. 1976.
21 Do álbum Racional. Vol. 2. Seroma. 1976.
22 Umbabarauma: o documentário. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=Ryz0FLoMXbo. Consulta em 24 de fevereiro de 2014.


Bibliografia:

BARTH, Frederick. Los grupos étnicos y sus fronteras México: Fondo de 1968. Cultura Econômica apud Ulpiano. A problemática da identidade cultural nos museus: de objetivo (de ação) a objeto (de conhecimento). Anais do Museu Paulista. SP, USP, n.1, 1993. p.p. 207-222

GILROY, Paul. O atlântico negro. Rio de Janeiro, Editora 34. 2001.

GUILLÉN, Izabel. Ancestralidade e oralidade nos movimentos negros de Pernambuco. Comunicação apresentada no XXVII Simpósio Nacional de História. Julho de 2013. Disponível em http://snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364666404_ARQUIVO_Ancestralidadeeoralidadeanpuh.pdf. Consulta em 06 de novembro de 2013.

HALL, Stuart. Identidade Cultural e Diáspora. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n.24, p.68-75, 1996.

LOPES, Nei. Enciclopédia brasileira da diáspora africana. São Paulo. Selo Negro. 2006.

MENESES, Ulpiano. A problemática da identidade cultural nos museus: de objetivo (de ação) a objeto (de conhecimento). Anais do Museu Paulista. SP, USP, n.1, 1993. p.p. 207-222

PORTELLI, Alessandro. “The best garbage man in town: life and times of Valtero Pepollono, worker” In: The death of Luigi Trastulli and others stories: form and meaning in oral history. 

Albany: State University of New York Press. 1991.

SANSONE, Lívio. Da África ao Afro: uso e abuso da África entre os intelectuais e na cultura popular brasileira durante o século XX. Revista Afro-Ásia n°27(2002).
Leia também: “EU QUERO VER QUANDO ZUMBI CHEGAR” - Negritude, política e relações raciais na obra de Jorge Ben (1963-1976).



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segunda-feira, 16 de julho de 2012

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quinta-feira, 22 de março de 2012

JORGE BEN & TRIO MOCOTÓ (ao vivo) @ TV CULTURA


JORGE BEN & TRIO MOCOTÓ @ TV CULTURA


Singela homenagem a um dos músicos que mais gostamos, a bio abaixo com os links originais você lê aqui, e assiste um trecho do Jorge Ben com o Trio Mocotó ao vivo na TV Cultura, lá da década de 70. Enjoy!!!


Carioca de Madureira, mas criado no Rio Comprido, Jorge Ben queria ser jogador de futebol e chegou a integrar o time infanto-juvenil do Flamengo. Mas acabou seguindo o caminho da música, presente em sua vida desde criança. Ganhou seu primeiro pandeiro aos treze anos de idade e, dois anos depois, já cantava no coro de igreja. Também participava como tocador de pandeiro em blocos de carnaval. Aos dezoito, ganhou um violão de sua mãe e começou a se apresentar em festas e boates, tocando bossa nova e rock and roll. É conhecido como Babulina, por conta da pronúncia do rockabilly Bop-A-Lena de Ronnie Self (apelido que Tim Maia tinha pelo mesmo motivo).

Seu ritmo híbrido lhe trouxe alguns problemas no início, quando a música brasileira estava dividida entre a Jovem Guarda e o samba tradicional, de letras engajadas. Ao passar a ter interesse pela música, o artista vivenciou uma época na qual a bossa nova predominava no mundo. A exemplo da maioria dos músicos de então, ele foi inicialmente influenciado por João Gilberto, mas desde o início foi bastante inovador.

O início com o sucesso de "Mas que Nada"No início da anos 60 apresentou-se no Beco das Garrafas, que se tornou um dos redutos da bossa nova. Em 1963, ele subiu no palco e cantou "Mas que Nada" - que já tinha gravado como vocalista do conjunto do organista Zé Maria - para uma pequena plateia, que incluía um executivo da gravadora Philips. Dois meses depois, era lançado o primeiro compacto de Jorge Ben, que inclui ainda "Por Causa de Você Menina". No mesmo ano lançou o primeiro LP, Samba Esquema Novo, acompanhado pelo conjunto de samba jazz Meirelles e os Copa Cinco.[6] Nessa época Jorge Ben Tornou-se unanime entre os críticos musicais da época, pois vinha com uma batida nova, o chamado Samba-Rock, que agradava ao mesmo tempo grupos extremos como a Bossa Nova e a Jovem Guarda. "Mas que Nada" foi seu primeiro grande sucesso no Brasil e também é uma das canções em língua portuguesa mais executadas nos Estados Unidos até hoje, na versão do pianista brasileiro Sérgio Mendes com o grupo de hip hop norte-americano Black Eyed Peas. E também foi uma das poucas a obterem êxito neste país (como "Garota de Ipanema"), tendo ainda sido regravada por artistas como Ella Fitzgerald, Dizzy Gillespie, Al Jarreau, Herb Alpert, José Feliciano, Trini Lopez e Coldplay(Este, no festival Rock in Rio 2011). Outras composições como "Zazueira" e "Nena Naná" fizeram relativo sucesso no país.


Era de Festivais e fase esotérica-experimental

Em 1968, Jorge Ben quando foi convidado para o programa Divino, Maravilhoso que Caetano Veloso e Gilberto Gil faziam na Tupi. Ele também participou d"O Fino da Bossa" (comandado por Elis Regina) e da Jovem Guarda (de Roberto Carlos). Nesta época, Jorge Ben obteve enorme sucesso com "Cadê Tereza?", "País Tropical", "Que Pena" e "Que Maravilha", além de concorrer com "Charles, Anjo 45" no festival Internacional da Canção, da TV Globo, em 1969.

Na década de 1970, venceria este festival com "Fio Maravilha", interpretado por Maria Alcina. "País Tropical" também teve êxito, na voz de Wilson Simonal. Ainda nos anos 70, Jorge Ben lançou álbuns mais esotéricos e experimentais, como A Tábua de Esmeralda (1974), Solta o Pavão (1975) e África Brasil (1976). Embora não obtivessem sucesso comercial, estes álbuns são considerados clássicos da música brasileira.


Mudança de nome e fase pop


Na década seguinte, Jorge Ben dedicou-se a divulgar suas músicas no exterior. Em 1989, ele mudou o nome artístico de "Jorge Ben" para "Jorge Benjor", logo depois alterado para "Jorge Ben Jor". Na época, foi dito que a mudança teria sido provocada pela numerologia, mas o mais plausível é que tenha ocorrido para evitar confusões com o músico americano George Benson, Jorge Ben estava começando a se tornar muito conhecido nos Estados Unidos na época.

Nesta nova fase, sua música tornou-se mais pop, ainda que com estilo suingue. Sua música "W/Brasil (Chama o Síndico)", lançada em 1990, estourou nas pistas de dança em 1991 e 1992, tornando-se uma verdadeira febre na época. A canção é também uma homenagem ao cantor Tim Maia. Além disso, foi realizada devido a um pedido pessoal de Washington Olivetto, proprietário da W/Brasil, que o pediu para criar uma música sobre a agência.

Em 2004, Jorge Ben Jor lançou Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum), primeiro álbum com canções inéditas desde 1995. Ainda na ativa, seus shows costumam durar cerca de três horas, para plateias formadas principalmente por jovens.

Fez uma participação especial no DVD 1000 Trutas, 1000 Tretas, do grupo de rap Racionais MC's, onde cantou a música "Abenção Mamãe, Abenção Papai".

domingo, 2 de agosto de 2009

PAUL MACCARTNEY - CHECK MY MACHINE

Em 2009, um dos álbuns mais esperados foi o do Easy Star's Lonely Hearts Dub Band, com a versão do Sgt. Peppers Lonely Hearts dos Beatles. Bem esse post não é para comentar o disco feito pelos caras do selo Easy Star e sim para comentar um dub, ou uma produção com todos os elementos de um dub, produzido pelo beatle Paul Maccartney (o cara ao lado, com cara de bobo é ele!!!)

A história da música, é até legalzinha. Quando Paul acabou de comprar seu gravador novo e começou a cantarolar o "I Wan't check.. my machine".

Mas, as história mais legal é como isso chegou por aqui, uma música totalmente diferente do que os Beatles faziam, na verdade um "retalho" de estúdio, que acabou tocando exaustivamente nas festas de Samba Rock de São Paulo do final da década de 70. Mas agora falando especificamente da música é a estrutura da composição, por mais seja considerado um improviso em uma jam session. Até o Marcelo D2 utilizou a música no inicio de um dos seus clipes (sinto não saber o nome da música, mas também não vou procurar).

O baixo na frente junto com a bateria e um piano na marcação, mas não na mesma marcação compassada do reggae, isso somado com o delay com reverb na voz do Paul, ou seja, um dub. Mas é fácil, no final da década de 70 o dub já havia invadido praticamente todos os cantos de Londres na Inglaterra com a migração dos Jamaicanos e o sucesso que bandas e sound system's já estavam fazendo.

Aqui no Brasil, no final da década de 70 e inicio dos anos 80, essa vibe de som era tocada nas festas de Samba Rock, nos antigos bailes Blacks de São Paulo principalmente. Samba Rock sempre foi coisa de paulista, e é dificil comparar festas de Samba Rock de outros lugares, desculpem, mas a nossas aqui de SP são as melhores.

Eu particularmente conheci o reggae, nessas festas de Samba Rock, no principio quando me falavam do Bob Marley e do álbum de reggae mais vendido do mundo, o Legend eu torcia o nariz, era (e é) um tipo de som que não me agrada num todo, não tinha o swing e groove que sempre gostei de ouvir. Quando ouvia No Woman No Cry achava muito depre naquela época, e ainda considero depre. Marley tem outras música muito melhores do que as que estão naquele disco com certeza.

O primeiro disco que eu tive contato numa transição de Samba Rock para o reggae foi o disco SAMBAROCK - O Som Dos Blacks, o da capa ao lado. Tinha tudo o que eu já gostava, por ouvir nas festas do meus tios, primos e vizinhos como Jorge Ben, Bebeto, Marku e Oliveira e seus Black Boys junto com Upsetters, Dave and Ansil Collins e Jimmy Cliff. Além de tudo isso, tem o maestro Perez Prado, influenciado totalmente por Don D.

Bem, naquele tempo era bem diferente de hoje em dia, o som era muito mais sincero, as pessoas realmente gostavam daquilo que ouviam, não tinha modinha, ou melhor, até hoje não tem modinha porque o som está sendo tocado há 30 anos, sem perder a vibe, sem perder o foco e sem deixar a peteca cair.

Aproveitem essas dicas e curtam os abaixo. Paz a Todos!!!



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