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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

DENNIS MORRIS :: DO REGGAE AO PUNK

Dennis Morris

Sabe esse fotógrafo acima, provavelmente você já viu (e compartilhou) fotos dele sem nem mesmo saber que ele era o responsável por aquele momento. Fãs do Reggae, Punk, Pós-Punk e Bob Marley principalmente, devem agradecer a Dennis Morris pelos registros históricos da música. Que na época não contava com cameras digitais que cabem no bolso da calça, e nem mesmo o acesso direto que existe hoje com músicos e artistas.

Dennis Morris começou precoce, com 11 anos teve uma fotografia impressa pelo Daily Mirror. Já fanatico por fotografia desde os oito anos de idade, Dennis era conhecido no seu bairro em East End como Mad Dennis, por causa de sua preferencia por fotografias de futebol. Depois de tropeçar por acaso em uma manifestação da OLP em um domingo, Dennis levou seu filme com as fotos para uma agencia na Fleet Street ,que vendeu para o Daily Mirror por 16 libras - algo em torno de R$ 68 reais nos dias de hoje. O inicio foi como o de muitos fotógrafos, realizando registros de batizados e festas de aniversario, fazendo o jovem Dennis sentir que sua paixão se tornaria se oficio, e que iria consumir boa parte do seu tempo e o faria ganhar a vida através da lente das maquinas fotográficas. 

Foi na adolescência que a carreira de Morris começou. Um dia cabulou aula para esperar Bob Marley fazer a passagem de som na casa de shows Speak Easy Club na Margaret Street. A sintonia com Marley foi tamanha, que Morris foi convidado a ser o fotografo de Bob Marley & The Wailers pelo restante da turnê. Sem duvida, Morris  correu para sua casa, fez sua mala e saiu em excursão com aquele que viria a se tornar o maior artista e músico do reggae de todos os tempos. As fotografias da turnê de Marley e os Wailers se tornaram famosas em todo o mundo, aparecendo em capas de revista como Time Out e Melody Maker antes que Dennis completasse 17 anos.

Foram as fotos que Dennis tirou de Marley que chamarão a atenção de Johnny Rotten. Rotten já era um grande fã de reggae, e já acompanhava o trabalho de Dennis, e pediu para que ele tirasse as primeiras fotografias oficiais do Sex Pistols assim que assinaram com a Virgin Records. Ainda adolescente assim como os Pistols, a banda logo aprendeu a confiar em Morris, mostrando o estilo de vida estranho e caotico da banda. Morris foi o unico fotografo a registrar a intimidade dos Sex Pistols sem qualquer censura, deixando com que o legado da banda fosse registrado com algumas centenas de fotos clássicas. A postura de Dennis e o trabalho, o fizeram ser um dos maiores fotógrafos da sua geração.

Quando os Pistols se separaram, Dennis acompanhou John Lydon e Richard Branson em férias na Jamaica. Agora, um amigo íntimo da Lydon, a dupla começou a encontrar jovens artistas de reggae para a gravadora de Branson. Com o tropeço da A&R, Dennis assumiu o cargo de Diretor de Arte na Island Records e assinou The Slits e Linton Kwesi Johnson para o selo. Ainda trabalhando com John Lydon, Dennis foi primordial na criação dos selso, logotipos e caixas de metal para o lançamento de álbuns. Sua paixão pela música levou-o a formar sua própria banda pioneira de punk preto, o Basement Five.

Os próximos anos foram preenchidos com música, quando Dennis rompeu com a função unica de fotografo, e se dedicou em gravar. Em 1984, formou o projeto de drum 'n bass Urban Shakedown, que foi recolhida por Paul Weller para ser o primeiro lançamento em seu selo Respond. Seu trabalho de hip-hop dos anos 80, Boss, foi mais tarde assinado para a Virgin Records e lançou 4 singles.

Com uma carreira de mais de 20 anos, e um curriculum que lido sabe-se Quem é Quem da música popular e da cultura, Dennis Morris continua a fotografar os principais músicos contemporâneos, como Bush, Oasis e The Prodigy. Vários livros de seu trabalho foram publicados como Bob Marley: A Rebel Life; ele realizou exposições no Reino Unido, Japão e Canadá, e suas fotografias apareceram na revistas Rolling Stone, Time, People e Sunday Times, entre outras.

Dennis Morris agora mora em Londres com sua esposa e filhos. Um fotógrafo profissional de grande consideração, ele também está envolvido com projetos para a BBC e o Canal 4 na Europa.




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domingo, 22 de março de 2015

THE PUNKY REGGAE PARTY - UMA REFLEXÃO PESSOAL POR ADRIAN SHERWOOD

Adrian Sherwood

A frente do lançamento do álbum "Sherwood At The Controls Volume 1: 1979 – 1984", uma coleção de faixas antigas produzidas e mixadas pelo próprio Adrian Sherwood - a ser lançado em 6 de abril de 2015, o produtor e dj Adrian Sherwood se tornou um detetive do dub e um convidado para está coluna do QTHEMUSIC, investigando a história por trás do single de Bob Marley de 1977, Punky Reggae Party e as experiências ao mesmo tempo de dois artistas de duas culturas diferentes juntas.

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Em 1975 com 17 anos meu mentor e sócio, Joe Farquharson e eu iniciamos uma das primeiras empresas de distribuição de Reggae, JA, e no final de 1975 nos envolvemos também com o selo Carib Gems, ambas empresas operando em Harlesden, North West London. 

1976 começaram as eleições na Jamaca e a violência começou a crescer em níveis alarmantes. Em dezembro uma tentativa de assinato contra Bob Marley. Todos os tipos de rumores circularam em Londres perguntando porque? Não muito depois de ouvirmos as notícias e para minha total supresa, meu amigo Junior Williams veio até o escritorio e disse que Bob estava naquele momento descendo a rua na Scrubs Lane jogando bola com The Sons Of JAH (uma banda de Ladbroke Grove) junto com outros amigos. Tudo isso parecia meio surreal para mim nos meses que vieram, Bob e a House Of Dread jogavam bola habitualmente. A palavra da vez naquele momento era "mantenha sua cabeça baixa".

Harlesden, Neasden, Shepherds Bush, a Harrow Road and Ladbroke Grove, todos esses lugares eram como nossos para a gente. A area toda era rodeada de músicos, lojas de discos, sound systems, clubs e shebeens (espécie de bar ilegal). Havia também algumas bandas novas muito boas - Shepherd Bushs, Zabandis, Freedom Fighters, e compartilhando espaço com outras a loja de discos Gangsterville na Harrow Road, Aswad, Tradition e a nossa Creation Rebel. 

O que aconteceu depois nacionalmente foi algo maravilhoso de assistir. Apareceu o que parecia ser um rompimento tomando lugar contra anos de lixo indulgente de grandes selos e gravadoras fadadas a morte. Uma grande MORTE aconteceu. Fanzines, selos e bandas sentiram-se como; "e se nós somente soubessemos duas notas?", no final poderiamos lançar algo e seriamos ouvidos. Escrevendo mais de um ponto de vista do Reggae, o crescimento de bandas como Steel Pulse e sua imagem da Ku Klux Klan se tornaram muito ressonantes. Todo o reggae britânico começou a achar a sua própria voz.

Indiscutivelmente totalmente inspirado pelas mensagens Jamaicanas como a de Bob "I feel like bombing a church" (sinto como se estive explodindo uma igreja), ou vamos lugar contra o sistema babilônico, os hipocritas e os opressores, um monte de musicos fora do mundo do reggae começaram a compartilhar dos mesmo sentimentos. O grupo do reggae que entendia porque "Sem Futuro" significava mas nunca havia entrado ou comprado a idéia, se reconheceram e entederam o que significava a luta de classes passando por olhares diferentes, e compartilhando sentimentos de injustiça e opressão... e muitos entre nós poderiam dizer tantas coisas que não seriam muitos diferentes hoje!

"The Punky Reggae Party" para mim foi o acontecimento que fez com que bandas como The Clash, the slits, The Pop Group, The Ruts e um monte de "new wave" acabou seguindo, todos influenciados pelo Reggae. Eu via membros de cada uma dessas bandas regularmente no público de nossas festas no 100 Club, Acklham Hall, The Rock Garden, The Rock Garden, The Greyhound e Dingwalls. Nossa banda, Creation Rebel com Prince Hammer, foi convidada para uma turnê com The Slits e The Clash, e os dj's viajavam junto com eles tocando reggae entre uma banda e outra e introduzindo a música para seus públicos.

A verdadeira conexão foi o 100 Club na Oxford Street. As terças a noite eram de Punk Night que eram feitas por Ron Watts. Ele também promoveu The Nags Head In High Wycombe na Union Venue em Uxbridge. Ron estava disponível para uma mini turnê com o Sex Pilstols e um monte de outras bandas, todas de uma certa distância de Londres. As noites de quinta no 100 Club eram de Reggae Night lideradas por casal de anciãos judeus, (outro) Ron e Nanda. Muitas vezes eu ia ver John Lydon, que era muito mais propenso as noites de quinta do que as de terça.

Um momento muito significante foi Lydon sendo convidado pela Capital Radio para apresentar um programa. Isso foi realmente antecipado e uma das primeiras coisas que ele fez foi tocar Dr. Alimantado - Born For A Purpose explicando como ele estava totalmente relacionado com a letra. Na mesma época Don Letts estava tocando reggae para multidão, entre um show de uma banda e outra no Roxy. Eu me lembro de outra noite quando JAH Woosh veio para um show no 100 Club e fez um outro de última hora para Sham 69!

A organização "The Rock Against Racism" foi um outro fator, muito importante e muito necessário. Respeito. Se você os mantivesse perto, eu não tenho dúvidas que qualquer um dos partidarios iriam comparecer em qualquer um dos shos do RAR. Os eventos do RAR eram diversificados, tinham The Clash, The Buzzcocks, Stiff Little Fingers e Elvis Costello dividindo o mesmo palco com bandas como Aswad, Steel Pulse e Misty In Roots. Ali havia definitivamente a palavra entre duas "culturas"e o que SUS, Brixton, Notting Hill e Southall tinham um sentimente de unidade crescendo e compartilhando.

Sobre a subjetividade da música Punky Reggae Party, eu ouvi algumas histórias diferentes sobre como a faixa foi produzido e dei uma pesquisada sobre. Lee Perry conta para todos que a música foi composta por ele. Conhecendo Lee como uma pessoa orgulhosa de si mesmo por não mentir, e eu não tenho razão para desacredita-lo, mas no 12inch lançado no Reino Unido pelo selo Island, Bob é citado como interprete e compositor. Entretanto, se você olhar nas prensagens jamaicanas (que foram lançadas pelo selo de Bob - Tuff Gong e pelo selo de Lee Perry - Black Art), o crédito ao artista interprete é dado a Bob Marley e Lee Perry, o que eu achei muito interessante. Dando uma boa olhada, aparentemente o dono da Island, Chris Blackwell o colocou como interprete e compositor da música, sempre buscando de várias táticas para promover e colocar Bob Marley no mainstream.

Eu primeiro falei como grande George Oban (baixista original do Aswad) e parece que a música originalmente foi gravada em Londres. George me contou que a faixa começou a ser produzida com Bob usando o Aswad como banda e Candie Mackenzie nos bancking vocals. A sessões de produção eram no estúdio da Island em St. Peters Square e aparentemente preparando a gravação. Leroy Sibbles (The Heptones) foi para a sala de gravação. Após ver Sibbles, Bob disse para George; "My youth mek Sibbles play the bass" (meu jovem deixe Sibbles tocar o baixo) e começou, como todos nós, um grande fan de Sibbles, George deu seu Fender e deixou a música ser gravada. Ouvindo a gravação finalizada aparentemente Chris Blackwell deve ter tomado a fita (de gravação) e "enxugou" (deletou) algumas performances de alguns músicos, que não ouviram mais ninguém da sessão de gravação desde então.

Para chegar ao ponto inicial disso, eu decidi ligar para Lee Perry e perguntar ao próprio sobre a música. Agora enquanto estou escrevendo eu liguei para Lee na Jamaica. Ele sempre teve um "treta"sobre essa música e eu perguntei a ele se poderia acertar os ponteiros. Lee disse que a música foi regravada, outra vez em Londres, naquele momento com a banda Third World na sessão ritmica. Não estando satisfeito, Lee gravou novamente a música na Jamaica no estúdio Joe Gibbs com Boris Gardner e outros músicos locais. Ele conseguiu arranjar de encontrar Bob Marley em Miami onde ele colocou voz na faixa e voltou para a Jamaica para mixar. Lee continua afirmando que foi ele que escreveu a música.

A última mensão vai para a pessoa que inspirou tantos e me deu a confiança e o encorajamento de arrebentar e tocar no ar toda Punky Reggae Party na National Radio, noite após noite, o grande John Peel. Descanse em paz os dois, John e Bob.


Guest Column – The Punky Reggae Party: A Personal View by Adrian Sherwood - Texto Original @ http://www.qthemusic.com/9011/guest-column-the-punky-reggae-party-a-personal-view-by-adrian-sherwood/ - Adrian Sherwood @onusherwood - For more visit Adriansherwood.com


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