domingo, 24 de agosto de 2008

X-CLAN - O RETORNO DE MECCA




X Clan - Mecca

Na década de 1990, a geração do Hip Hop foi introduzida a uma nova era na música. O som do Funk, a cultura e o estilo Brooklyn, nas letras, no flow abriu a mente e chamou a atenção com a mensagem de busca de justiça social e o engajamento político. O grupo militante X Clan chamou a atenção no inicio dos anos 90 indo no oposto do modismo e sucesso ascendente de outros grupos. Com um som único para a época, a imagem, o conceito, o grupo X Clan estava duas vezes a frente junto com um mínimo de outros grupos, saindo por uma tangente, sendo um dos pioneiros na produção de letras consciente, caminhando contra a imagem de outros artistas que cantavam letras negativas e a ascensão de um ego sombrio em suas poesias. Em aliança com o movimento Blackwatch Movement (uma organização fundada no Brooklyn que informa os jovens do mundo todo a respeito de movimentos organizacionais e injustiças), X Clan estava a frente mantendo o foco na missão de passar uma mensagem clara de liberdade e elevação enfrentando a tensão racial e o genocídio indígena no inicio dos anos 90.

O X Clan era muito conhecido pelo seu Afrocentrismo e militância dentro do Blackwatch Movement. O grupo ganhou reconhecimento gerando grandes controvérsias em grupos e entidades sociais devido o conteúdo de suas musicas.

Outros artistas se afiliaram ao X Clan na época como Isis, Queen Mother Rage, e YZ. Professor X, um dos fundados junto com Brother J do X Clan, lançou seu primeiro álbum solo entitulado “Years of The 9” em 1991.

Após dois álbuns de muito sucesso lançados pela Island Records, o “To The East Blackwards” e o álbum “Xodus”, ambos os álbuns chegaram no topo da Billboard. No final dos anos 90 o X Clan deu uma dispersada devido a muitas tribulações. Em 1995, um dos mais antigos membros do grupo Sugar Shaft morreu com AIDS. Já no inicio dos anos 2000, o X Clan voltou a se reunir mas sem lançar nenhum material e foi formado um novo grupo chamado X Clan Millenium Cipher. O único lançamento no inicio desse novo milênio foi um single chamado “The One/Blackwards Row”. Professor X um dos fundadores tanto do X Clan como do Blackwatch Movement, morreu em 17 de Março de 2006.

Brother J, a voz do X Clan, continuou a produzir e preservar seu nome e forma expressiva de arte fora do mainstream e do mercado underground do Hip Hop. Em 1996, a primeira geração do Dark Sun Rider lançaram um projeto chamado de “Seeds of Evolution” também pela Island Records. Atualmente, Brother J relançou o X Clan, com um novo álbum intitulado “Returno from Mecca” originalmente chamado Trinity. O disco foi lançado com participações de Chali 2na do Jurassic 5, RBX, KRS One, Damian Marley e Tech N9ne na musica bônus “Respect”.

A antecipação do retorno de Brother J e o X Clan abriu as portas para as turnês de incentivo a conscientização, uma agenda lotada e participações especiais, como na Def Poetry Jam, Legends of Hip Hop Concert e na turnê The Damian Marley Jamrock Tour. Frequentemente em aliança com a Suburban Noize Records, Brother J deu sinal verde para expor a próxima onda de artistas conscientes e o conhecimento da rua na musica.

Brother J e o X Clan continuam espalhando o conhecimento ancestral, cultura, e sua assinatura na originalidade e estilo para todas as gerações do Hip Hop.

Por

RAS Wellington - underground_roots@yahoo.com.br


sábado, 16 de agosto de 2008

O IMPERADOR HAILE SELASSIE

Há alguns dias atrás em uma conversa com um irmão, começamos a falar da visão que as pessoas tem sobre o Imperador Hailé Selassié e a concepção que a maioria das pessoas tem quanto as suas nomenclaturas e nomes como “O Todo Poderoso da Trindade”, “Leão Conquistador da Tribo de Judah”, “O Eleito de Deus” e “Rei dos Reis, Senhor dos Senhores”.



Um resumo rápido para saber quem foi Hailé Selassié I:



Nasceu na Etiópia perto de Hãrer, no dia 23 de julho de 1892, tendo como nome de batismo Ras Tafari Makonnen, era sobrinho do Imperador Menilik II.


Em 1916, Tafari Makonnen, destituiu o sucessor do seu tio, Lij Iyasu, substituindo-o, pela filha mais velha do Imperador Menilik, chamada Zauditu. Quando esta faleceu em 1930, Ras Tafari Makonnen, sucedeu-a sob o nome de Hailé Selassié I, passando assim a ser o Imperador da Etiópia. Em 1931, Hailé Selassié I, deliberou que todos os tipos de poderes ficariam nas mãos de Imperador.



Quando em 1935, os Italianos invadiram a Etiópia, Selassié embora tivesse tentado resistir, teve que pedir auxílio a Liga das Nações, sendo obrigado a ir para o exílio na Inglaterra, em Maio de 1936. Embora no exílio Hailé Selassié I, liderou o plano de libertação da Etiópia, (que havia sido traçado pela Inglaterra) e voltou ao poder em 1942, começando desde então o plano de reconstrução do seu país que havia sido destruído pela guerra.

Em 1960, houve uma tentativa para o tentar tira-lo do poder, que foi rapidamente aniquilada, por aqueles que apoiavam Selassié. Em 1974, foi retirado do poder, por uma revolta armada. Foi formalmente deposto em Setembro de 1974 e morreu em Addis Ababa no dia 27 de Agosto de 1975.



Obs. Selassié era praticante do Cristianismo segundo Jesus Cristo e seus preceitos, muitos dos livros escritos por Jesus, se encontram na Etiópia, onde o verdadeiro Cristianismo é pregado nas Igrejas Cópticas Etíopes.



Enfim, o que vou tentar dizer aqui é a idealização que o povo tem de um sistema monárquico teocrático, que na maioria das vezes não é compreendido por alguns, ou a grande maioria, nos tempos antigos, o povo abençoava o rei, pois sabia que ele era o escolhido do Supremo Criador para governar a nação, o rei era escolhido pelo Altíssimo, e era abençoado ou punido, dependendo de suas ações para com Ele. 



Mas já que somos todos criados e educados em um sistema democrático dogmático, imposto pela Igreja Católica, associada ao Estado capitalista, que nos é passado pelos livros de história, nas próprias escolas, colégios e faculdades, na mídia (rádio, televisão, jornal, etc...), ou seja, tudo que a igreja não aceita é errado, e a imposição dela é lei, e já que nós somos doutrinados a caminhar nessas leis, e infelizmente temos que conviver com algumas idéias que não são claras e óbvias, e ninguém faz a mínima questão de discutir tais leis.

Começando por falar de sua linhagem, que descende de Davi, a quatro mil anos, não se vivia um regime democrático, era uma teocracia, todo regime de leis, de comportamento, cultura e civilidade eram impostos por Deus. Deus falava diretamente com os profetas e reis, ordenava a construção e a destruição de cidades, templos, e tudo o mais. O Regente Supremo é Único, não há outra divindade além do Supremo.



Hoje, as coisas são muito diferentes, os tempos são outros, a conectividade com o Altíssimo é praticamente nula para a maioria, a venda nos olhos espirituais é escura e as pessoas tem preguiça de removê-la, a descrença é alta, ateus e pagãos são os governantes e deturpam a mensagem dos profetas.


Karl Marx tem uma frase que diz o seguinte: “A religião não faz o homem, o homem faz a religião1.”, talvez essa seja a frase mais inteligente de todas que já li, em um livro comunista, totalmente descrente em qualquer religião, dogma, não acreditando em qualquer “deus” ou entidade divina.

Os títulos dados aos reis Davi, Salomão, foram os mesmos atribuídos a Hailé Selassié. Como em uma monarquia, em um regime teocrático os títulos são passados de pai pra filho, e assim por diante, nada mais justo que Selassié mantivesse os títulos de seus antepassados.



Para compreender todo o processo de evolução é necessário compreender as palavras ditas pelo Altíssimo a Abraão: “(6) E te farei frutificar grandíssimamente, e de ti fareis nações, e reis sairão de ti. (7) E estabelecerei minha aliança entre Eu e a ti, e a sua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e a tua descendência depois de ti. Gênesis Cap. 7 Vers. 6 e 7

Em minha perspectiva, Hailé Selassié é um descendente real de Abraão, Davi, e fruto da real linhagem entre Salomão e a Rainha Balkis2 (Belkis), Rainha de Sabá, gerando um filho chamado Davi. A citação bíblica acontece nos livros de Reis Cap. 10, Vers. 1 a 13 e Crônicas Cap. 9 Vers. 1 a 12. 



Os rastafaris são a evolução dos Leviticos, dos Abissínios, dos Negus Negast, dos RAS, título dado aos líderes etíopes. Esses seguiam os preceitos e guardavam as leis de Moisés, o Evangelho de Jesus, e os ensinamentos dos profetas, e guardavam e transmitiam esses ensinamentos e leis.



Nunca consegui compreender, quando uma pessoa diz, que Rastafari é uma religião, nem mesmo rastafaris que eu conheço, nunca me disseram isso, sempre ouvi, dos mais cultos, estudiosos, que rastafari é o caminho da disciplina e conectividade com o altíssimo, a forma de se voltar a natureza e voltar o ser para o seu caminho evolutivo original, nunca li em um texto escrito por uma pessoa séria, que realmente faz um estudo profundo sobre o assunto, que não se envolve em boquetagem ou “ouvi dizer”, que Selassié se auto denominava Deus, ou que ele era Jesus, ou reencarnação de alguém.



A melhor forma de compreender esses conceitos, essas informações, é com certeza contextando, discutindo, dando espaço para novas idéias, informações e imposições, deixar o dógma de lado e começar a era do dóxima, a livre expressão e discussão do ser e voltar novamente para o caminho da espiritualidade, olhando muito mais pra dentro de si mesmo e os preceitos do Supremo Criador.

Por 

ZEITGEIST - O ESPÍRITO DA ÉPOCA


Zeitgeist, traduzido do alemão como espírito da época, ou poderíamos dizer a comercialização do modismo atual, nada mais e do que a explicação de grandes mentiras que estão sendo contadas e recontadas através dos tempos.

Se formos analisar tudo aquilo que nos é imposto desde que nascemos, da nossa infância até nossa fase adulta, realmente são incontáveis as formas, as expressões, as imposições das crendices religiosas e familiares, com a explicação de faça o que lhe falo, e não faça aquilo que faço.

Nessa versão já completa do filme (ótimo por ser legendado em português), trata dos primeiros ciclos e crendices religiosas a cerca do cristianismo, da política interna e externa dos Estados Unidos, e da manipulação do poder pelas instituições financeiras e pela mídia.

Um dos pontos altos do filme é o fatídico 11 de Setembro, tratado pelo documentário como um atentado interno praticado pelo próprio EUA. Fato esse que dificilmente da para ir contra com tantas provas demonstradas no filme, e analisando os fatos posteriores, como a invasão do Afeganistão, o enforcamento de Saddam Hussein – e tudo isso acontecendo em um novo século, e em um novo milênio. Será que realmente estamos evoluindo e nos modernizando, ou caminhando a passadas largas para um futuro trágico e perverso?

No texto “RASCLAAT – A CONTROVÉRSIA DO FYA BURN”, já tinha comentado sobre a manipulação feita através do crédito e da dependência que gira através de bancos e instituições financeiras, deixando a maior parte dos jovens entre 18 e 35 anos endividados até o ultimo fio de cabelo ou praticamente falidos antes de terem pelo menos cinco anos de credito para aquisição de bens.

O filme também é sério ao tratar a religião da forma que ela realmente é, forma política e financeira de enriquecimento “licito” – não sabemos até que ponto, praticado pelas igrejas cristãs ao redor do globo.

Espero que apreciem o filme, que daqui, eu fico torcendo para que cada vez mais e mais pessoas acordem dessa matrix imposta a nós de forma covarde e babilônica. Questionem, duvidem, e na dúvida diga simplesmente NÃO!

Por RAS Wellington – underground_roots@yahoo.com.br

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