segunda-feira, 29 de março de 2010

FREE DOWNLOAD - MIXTAPE MATILHA VOL 1


No mês de fevereiro, mais propriamente na quarta feira de cinzas a tarde, começaram os preparativos da mixtape da Matilha Cultural. Zulu, meu irmão há 20 anos, convocou um time de mc's e dj's (que não vemos no mesmo disco em qualquer ocasião) e três produtores, Alexandre Basa, Gustah (Echo Sound System) e eu (RAS). A mixagem e scratchs ficaram por conta dos dj's Tano do Z'Africa Brasil, Dj Dan Dan e Wojtila.

Toda a gravação foi feita em um estúdio improvisado, ou nem tão improvisado assim, com um Macbook Pro, um mesa 16 canais analógica, um par de toca discos Mk2 e mixer, um microfone na mão literalmente, uma interface e gravado e editado em Pro Tools, seguindo ai o conceito de produtores atuais como o Disrupt, meio que produzindo em DLR - Digital Lap Top Reggae, de forma barata e rápida.

Foram 13 dias de gravação, com parte da nata do Hip Hop paulista. Criolo Doido, um dos mc's mais versáteis de hoje, gravou duas músicas, uma das minhas preferidas, com a preferencia deste que escreve com um dos refrões mais legais da mixtape "Eu sei o que você quer, de longe a gente ganha um vacilão, sempre só na di migué...", que ao invés de rimar e versar, fez melodia, e eu aposto (e ganho) que vai se tornar um das vozes mais requisitadas em sound systems em muito pouco tempo.

Funk Buia, que para uma grande maioria dispensa apresentações, integrante do Z'Africa Brasil, Instituto e tendo trabalhado com diversos músicos do Hip Hop e do Dancehall Brasileiro, participou e versou 3 músicos incluindo o ganjatune "Legalize Ganja", cantando junto com Zulu e Biano, uma das supresas na mixtape.

A mixtape é essencialmente com instrumentais de reggae, mas nada impediu que esses instrumentais não tivessem novas influencias como o dubstep, num total de 4 faixas com instrumentais com uma sonoridade bem peculiar, cantaram Mr. Bomba com duas faixas cruciais em qualquer seleção de dubstep, Sombra cantando "Enigma & Mistério" - eu considero a letra mais complexa da mixtape inteira, e Sandrão com participação de VA cantando numa versão totalmente transformada de Sleng Teng.

Dada Yute junto com o produtor Gustah (Echo Sound System) mandaram três músicas inna conscious reggae style... seen!!!! Hoje Dada Yute pode ser considerado no reggae um dos vocalistas mais harmônicos, cantando em português e english patois, um singjay que já faz voos mais que internacionais, participando de uma excursão na Europa e do Tony Rebel Festival na Jamaica já por duas vezes.

Bom, espero que apreciem e curtam a mixtape da Matilha Cultural "One Love" disponível para download, abaixo o track contínuo e o de faixas separadas.
E para ouvir é só dar o play.


Download Contínuo - clique aqui
Download Faixas Separadas - clique aqui

One Love ya!!!!

RAPPER SPEEDFREAKS É ASSASSINADO EM NITERÓI

Ainda é um mistério a morte do rapper Cláudio Márcio de Souza Santos, de 37 anos, atingido por tiros, na madrugada da última sexta-feira (26), na favela do Sabão, em São Lourenço, Niterói. Um dos precursores do rap em Niterói, Speedfreaks, como era conhecido no meio artístico, traçou importante carreira musical. Cantor e compositor, integrou a banda Planet Hemp, ao lado de Marcelo D2, além de emplacar músicas dentro e fora do país. Ao se destacar no início dos anos 90, influenciou diversos artistas de Niterói e São Gonçalo, além de gravar com Fernanda Abreu e ter um hit mixado pelo DJ internacional Fat Boy Slim.

Parecendo prever a tragédia que tiraria sua vida, Speedfreaks já vinha falando sobre morte há algum tempo. “Ele não tinha medo de morrer. Costumava dizer que morreria um dia e não se preocupava com isso. Tinha a mente muito aberta e sabia lidar com as palavras. Acho que a justiça tem que ser feita. Somente depois que os assassinos dele forem identificados e presos dormirei em paz”, disse Alexandre F. de Oliveira, conhecido como MC Tigrão, amigo e parceiro de palco de Speed.
“Tocaríamos hoje (ontem) em Copacabana. Quando liguei cancelando o show, o pessoal da casa não acreditou no assassinato e disse que já tinham vendido cerca de 400 ingressos antecipados”, comentou Tigrão, que esteve com o músico horas antes do crime. “Estávamos na Praça da Cantareira conversando. Chamei para ir embora, mas ele preferiu ficar”, afirmou o amigo.

Speedfreaks e outro homem, identificado como Luciano da Silva, morador da Rua Riodades, no Fonseca, foram mortos com diversos tiros, por volta das 3h30, na favela do Sabão, próxima ao centro de Niterói. Os corpos foram jogados em um valão que corta a comunidade, na Rua Capitão Evangelista, mas ainda não é certo afirmar que os dois teriam chegado juntos ao local.

Policiais da 76ª DP (Centro), onde o caso foi registrado, darão início às investigações amanhã, para levantar o motivo e os autores do crime. Existe a suspeita de que o músico tenha sido morto como queima de arquivo.
“Ele fez jus ao apelido Speed (rápido, em português). Viveu intensamente e influenciou o desenvolvimento do rapper em Niterói”, definiu o músico, jornalista e amigo André Mansur.

Em 14 anos de carreira, Speedfreaks gravou sete álbuns, seis coletâneas e outros sete vídeos. Um de seus trabalhos, batizado como “Quem que caguetou?”, assinado por ele e Gustavo Black Alien, chegou a ser tema de um comercial da montadora Nissan, na Europa, onde o título foi adaptado para “Follow me” (siga-me).

Enterro - Além da família, que preferiu não se pronunciar, amigos compareceram ao sepultamento, ontem, como B. Negão e Gustavo Black Alien, ambos ex-vocalistas da extinta banda Planet Hemp, sucesso nos anos 90. B. Negão carregou o caixão até a gaveta 2455, onde Speed foi enterrado no cemitério do Maruí. Ele deixou uma filha de seis anos.


Parceiro de Marcelo D2

“Ele era um cara muito bom, não merecia morrer desse jeito”, desabafou o rapper Marcelo D2, amigo de Speedfreaks há mais de 25 anos. De acordo com D2, foi Speed quem o incentivou a seguir carreira. No primeiro CD do Planet Hemp (Usuário), Speed era integrante da banda.

Atualmente, Speedfreaks estava divulgando novos trabalhos, como a música “São Gonçalo x Niterói”, que já alcançou mais de 10 mil acessos no Youtube e chegou à Europa. Outra canção que segue o mesmo caminho é “Trocando ideia”.
“O rap dele era livre. Uma mente brilhante”, afirmou o rapper Gilber T. “O cara só trazia coisas boas e sempre se preocupou em agir corretamente com as pessoas”, destacou o amigo Ronaldo Campos.

Além dos shows com o Planet, no início dos anos 90, Speed também gravou CD solo de Marcelo D2, com a música “Império Contra-Ataca” e no trabalho batizado como “Rude Boy Style” (2001).

No mesmo ano, Speed lançou o CD “Expresso”, com participações do rapper paulista Rappin Hood, que ligou na manhã de ontem para prestar sua solidariedade, e o cantor Otto.

Segundo o próprio rapper, suas letras refletem humor negro e agregam histórias colhidas em sua vida. Na carreira, Speed teve trabalhos aclamados pela crítica nacional e internacional.


'Speed não merecia ter morrido desse jeito', diz Marcelo D2
Rapper foi encontrado morto em Niterói na madrugada desta sexta (26/03/2010).
'Ele era um cara muito intenso, me incentivou a cantar', lembra D2.
Amauri Stamboroski Jr.

"Ele era um cara muito bom, não merecia morrer desse jeito", desabafa Marcelo D2 sobre o amigo Cláudio Márcio de Souza Santos, o rapper Speed, que foi encontrado morto na madrugada desta sexta (26), no bairro de São Lourenço, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Segundo a polícia, o corpo de Speed e mais uma pessoa foram encontrados com marcas de tiros em um valão da Rua Capitão Evangelista.

"Conheço ele há 25 anos, nem lembro como foi que a gente se conheceu. Ele era um cara muito intenso, e me incentivou muito a começar a cantar", recorda D2 em entrevista por telefone ao G1.

Abalado com a morte do amigo, ele lamenta por não poder comparecer ao enterro, às 15h deste sábado (27). "Estou preso no aeroporto de Salvador, só chego no Rio às 17h, queria muito ir ao enterro".

D2 tem uma apresentação marcada para este sábado no Citibank Hall, no Rio, e diz que deve homenagear Speed. "´P*, não é um bom momento para fazer um show", desabafa.

'Cara de artista'
O rapper gravou faixas com Speed em seu trabalho solo, incluindo uma inédita que ficou de fora de seu último álbum, "A arte do barulho", de 2008. Apesar do clima de luto, D2 lembra de bons momentos ao lado do amigo.

"Quando a gente estava começando, não tinha grana, queríamos entrar em uma festa de graça. Ele chegou pra mim e disse 'me imita que a gente entra. Enche o peito e faz cara de artista que a gente passa'. Deu certo. Até hoje a gente fazia essa brincadeira um com o outro: 'Faz cara de artista!'", recorda.

Outros colegas do rapper, como o paulsitano Kamau, também lembraram da importância de Speed. "Ele foi um pé na porta, trouxe uma nova linguagem para o rap. Ele tinha muita coisa para contar. Com certeza serviu como referência".

Daniel Ganjaman, produtor musical e membro do coletivo Instituto, conta que Speed foi importante na história do rap brasileiro. "[A morte foi] lamentável, inacreditável. Acho ele um dos caras que tinha as letras mais inteligentes do rap no Brasil, ao lado do Black Alien. A parceria dos dois foi histórica. Na época que eles apareceram, há dez, quinze anos atrás, não tinha nada de parecido. Se você ouvir até hoje, é algum incrivelmente atual. Além disso ele era um grande músico, baixista fenomenal, um autodidata".


sexta-feira, 26 de março de 2010

MIXTAPE MATILHA – DA RUA PRA RUA, UM SÓ AMOR


De tempos em tempos surge algo que faz a forma de ouvir e ver a música de outra forma. De 2000 em diante o reggae e o dub teve um novo formato em SP e outros estados do Brasil, foi a forma de rever o conceito do que era reggae, antes apresentado por algumas poucas bandas com notoriedade na radio e TV.

A partir do século XXI, com o surgimento de festas e sistemas de som no Brasil dedicados ao reggae, a participação do Hip Hop brasileiro foi primordial para o crescimento de todo um movimento que hoje, está do Sul ao extremo Norte do Brasil.

Em fevereiro de 2010, o Centro Cultural Matilha interviu de forma extrema, expondo todo um movimento a uma nova experiência, misturar grandes mc’s e dj’s do Hip Hop paulista junto ao reggae, dancehall e o dubstep.

A produção musical ficou a cargo do pioneiro MC Zulu um dos primeiros mc’s paulistas a trabalhar em sistemas de som, RAS Wellington seletor, pesquisador de reggae e vertentes há 20 anos, Gustah, produtor e integrante do coletivo Eco Sound System e Alexandre Basa um dos mais renomados produtores da nova geração. A mixagem ficou por conta dos dj’s Tano (Z’Africa Brasil) três vezes campeão do Hip Hop DJ (SP), DJ Dan Dan e DJ Wojtila.

As rimas ficaram a cargo de Sandrão, fundador do RZO – um dos mais importantes grupos de Hip Hop de São Paulo, VA atual parceiro de Sandrão. Criolo Doido, fundador da Rinha dos MC’s, uma das principais festas de Hip Hop de São Paulo hoje em dia, Mister Bomba, integrante do grupo SPFunk mc e produtor do calibre de produzir com Asian Dub Foundation e Marcelo D2, Dada Youte, uma das mais vozes mais vibrantes e melódicas da nova geração do reggae brasileiro. Sombra (ex-SNJ) com um dos vocais mais versáteis e originais do Brasil quando se fala de Hip Hop, e por último um dos primeiros MC’s de Hip Hop a se especializar investindo tempo e talento no dancehall e ragga brasileiro, trazendo originalidade e estilo próprio na musicalidade preta brasileira.

No dia 06 de Março o lançamento da Mixtape Matilha agitou o centro cultural, trazendo uma nova forma de informar e conscientizar sobre a preservação do nosso planeta, falar sobre o papel do homem na sociedade e como ele poder mudar seu próprio meio ambiente, a vida, a rua e a forma como podemos interagir com todos os 4 elementos.

A revolução não vai ser televisionada (Gil Scott-Heron).... Ela vai ser feita dentro de nossas casas (RAS Wellington)



http://www.myspace.com/matilhamixtape

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