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sábado, 25 de abril de 2015

CLEMENT "COXSONE" DODD - STUDIO ONE

Clement Coxsone Dodd @ Studio One

Um dos produtores mais importantes e prolíficos do reggae, Clement "Coxsone" Dodd foi determinante no desenvolvimento do reggae, tanto do ponto de vista criativo tanto quanto pelo seu faro fino para fazer negócios. Como Berry Gordy da Motown, Dodd montou uma simplificada fábrica de hits em seu estúdio, com uma postura altamente profissional, gravando uma quantidade exorbitante de músicas para sua gravadora de mesmo nome, o Studio One. Como James Brown, Dodd traçou um plano rítmico que as gerações futuras dependeriam fortemente; assim como o sampler no hip hop usando as batidas de Brown até a morte, os produtores de dancehall inúmeras vezes usam e reutilizam (ou "versionam") as músicas produzidas por Dodd. Dodd foi presente na gênese da música popular jamaicana, evoluindo de um DJ para um empreendedor de um sistema de som e posteriormente a um produtor e um dos primeiros proprietários negros de um estúdio na Jamaica. Nesse meio tempo, ele manteve o dedo no gosto popular, assistindo a música evoluir do blues e rhythm and blues ao ska, rocksteady ao reggae contemporâneo, e manteve uma banda de estúdio que pouco mudou com o decorrer do tempo; os mais aficionados pela história do reggae tendem a concordar que o seu melhor trabalho veio durante a era rocksteady dos anos 60. Embora a documentação acaso torna difícil saber exatamente quantos registros Dodd produziu, ele é geralmente reconhecido porque trabalhou com quase todas as grandes estrelas do reggae dos primeiros dias em um ponto ou outro, incluindo as primeiras gravações de Bob Marley & The Wailers. Ele também atuou como um mentor para assistentes de produção (que se tornaram gigantes depois), como Lee "Scratch" Perry e Winston "Niney" Holness, entre outros que foram  aprendizes no Studio One. Tudo somado, é quase impossível encontrar uma outra figura por trás dos bastidores que exerceu tanta influência no reggae durante um período tão grande de tempo como Coxsone.

Clement Seymour Dodd nasceu em Kingston, Jamaica em 26 de janeiro de 1932. Seus pais tinham uma loja de bebidas, e Dodd jovem teve sua primeira experiência de DJ tocando discos de jazz americanos para a clientela. Ele recebeu o apelido "Coxsone" em homenagem à sua habilidade como jogador de críquete, por causa de um dos jogadores da equipe inglesa Yorkshire da época. Depois de completar o colégio, Dodd encontrou trabalho temporário como operário nos canaviais do extremo sul dos Estados Unidos, enquanto lá, ele se apaixonou cedo pelo R&B, especialmente o final mais complexo do ritmo que iria se tornar popular para muitos outros jamaicanos.

Dodd voltou para casa com um acervo substancial de de discos, e em 1954 ele entrou na brincadeira emergente na Jamaica, o sistema de som. Sistemas de som (bem, você deve saber do que se trata...) tinham uma função além de ser um amontoado de equipamento, era de dar as pessoas pobres o acesso aos registros que não podiam dar ao luxo de ter em casa, e eles eram mais baratos para os proprietários das casas de shows, cujos músicos todos os salários eram individuais. O sistema de Dodd foi conhecido como "Sir Coxsone the Downbeat", e rapidamente se tornou um dos mais populares na Jamaica, Dodd rivalizava principalmente com o ex-policial Duke Reid. No auge do sucesso de seu operação, Dodd teve até cinco sistemas para tocar em Kingston na mesma noite. A concorrência entre os sistemas de som foi intensa, e Dodd comprava cadas vez mais discos em suas viagens para os EUA em busca dos mais recentes, músicas raras, e mais dançantes. Durante esta época, DJs jamaicanos começaram a prática - mais tarde copiado por diversos dj's no hip hop, jungle, drum 'n bass, enfim... Que era riscar ou arrancar os rótulos dos discos, de modo que os outros dj's não soubessem o que estavam tocando e não conseguiam duplicar suas seleções. Uma das canções tema de Dodd foi de Willis "Gator"Jackson com a canção "Later For Gator", que ele rebatizou de "Coxsone's Hop", a história diz que Duke Reid, finalmente, descobriu a verdadeira identidade da música e tocou pela primeira vez em uma soundclash com Dodd, que quase desmaiou com em choque.

À medida que os anos 50 chegavam ao fim, os gostos do público preto nos EUA estavam mudando. R&B estava se movendo em direção ao rock & roll ou um som mais liso digamos assim ou um pop mais direcionado. Longos sets de jazz e as explorações mais cerebrais (intelectuais) e estava se distanciando do blues conciso e dançante e do boogie-woogie tocado em 45rpm nas jukeboxes nas pequenas pistas de dança. O gosto jamaicano no entanto, não mudou, e para satisfazer a demanda para o tipo de música seu público queria, os operadores do sistema de som começaram a gravar os músicos locais. No início, esses registros foram usados ​​como conteúdo exclusivo para os sistemas de som tocarem, mas a demanda esmagadora levou as cópias dos discos que estavam sendo prensados e disponibilizados para venda ao público. Dodd começou a se aventurar nas gravaçõe em 1959, quando formou a primeira de suas muitas gravadoras, a World Disc. Sua provável primeira produção foi "'Shufflin' Jug"  gravada pela banda Clue J & His Blues Blasters, e também produziu o que muitos historiadores consideram também ser o primeiro registro de ska,  a música "Easy Snappin" de Theophilus Beckford naquele mesmo ano. Ao longo dos próximos anos, Dodd trabalhou com nomes como Derrick Morgan, Derrick Harriott, Clancy Eccles, Alton Ellis, Don Drummond e Roland Alphonso, entre muitos outros músicos, os dois últimos, ambos instrumentistas de jazz, e que viriam a fazer parte dos Skatalites, que seria a banda de estúdio para a maioria das primeiras gravações de Dodd, e fez seu nome como o melhor conjunto de ska instrumental complementando todos os lados dos negócios de Dodd. Como seu negócio cresceu e floresceu, Dodd formou vários outros selos, principalmente como uma forma de disfarçar a inundação de discos que eram  lançados com o seu nome (muitos DJs foram simplesmente cansando de vê-lo em todos os lugares).

Em 1963 Dodd abriu o primeiro estúdio de gravação com um preto sendo o proprietário na Jamaica em Brentford Road em Kingston, oficialmente chamado de "Jamaican Recording and Publishing Studio", que veio a ser conhecido como Studio One, que também serviu como o nome do selo de Dodd e sua assinatura. Com os Skatalites como a banda da casa (e corte cheia de hits instrumentais da sua própria autoria), o Studio One revelou alguns dos hits mais reconhecidos e importantes da época, com registros de Delroy Wilson, Toots & the Maytals, Lee "Scratch" Perry, Bob Andy, e - talvez o mais importante - Bob Marley & The Wailers, incluindo o seu cartão de visita de estréia, "Simmer Down". No principio, o Studio One se tornou um campo de treinamento de valor inestimável para toda uma geração de talento musical jamaicano. Dodd foi constantemente procurado por novos talentos, audições semanais, e muitas vezes desde a formação vocal para cantores, mais crus digamos assim, o que era mais marcante era o ritmo de trabalho do estúdio de gravação que produzia mais e mais e manteve a sua estabilidade de arranjadores, produtores e músicos muito ocupados, dando-lhes o know-how prático que ajudaria alguns a se estabelecerem com seus próprios negócios nos próximos anos, e fornecer uma base sólida para o desenvolvimento contínuo da indústria de gravação no país.

Durante a segunda metade dos anos 60, o ska originou um novo estilo batizado  de rocksteady. Apesar de seus sucessos anteriores, foi durante este período que Dodd verdadeiramente atingiu seu auge criativo, e continua a ser a parte mais freqüentemente desejada de seu extenso catálogo. Ajudado pelas novas tecnologias de gravação que estavam surgindo, permitia vocais mais ricos e menos carregados, arranjos sutis, o som de Dodd era afiado com assinatura de funk, o soulful, orgânico, e a raíz, que cresceu em tamanha sonoridade que iria perdurar até a era do dancehall. Alguns dos artistas do Studio One eram mais proeminentes esse período como Alton Ellis, The Heptones, The Ethiopians, Jackie Mittoo, Delroy Wilson, Marcia Griffiths e Ken Boothe, além da constante evolução pós-Skatalites, a banda de estúdio foi primeiro apelidada de Soul Brothers, depois Soul Vendors e então em 1970 Sound Dimension.

Com a ascensão do reggae das versões dub, Dodd não estava mais na vanguarda das técnicas de produção dos anos 70, e seu ritmo frenético de gravação finalmente começou a diminuir um pouco. Ainda assim, suas habilidades foram perfeitamente adequadas para a era roots do reggae, e ele continuou a produzir algumas das maiores estrelas da época: Burning Spear, Horace Andy, Dennis Brown, Dennis Alcapone e Freddie McGregor (cujo álbum Bobby Bobylon é amplamente considerado como um dos melhores discos produzidos por Dodd). Após o reggae deu-se lugar ao dancehall no início dos anos 80, Dodd inicialmente manteve o ritmo através de seu trabalho com as estrelas Sugar Minott, Johnny Osbourne, Frankie Paul e Michigan & Smiley, dentre muitos outros. No entanto, em meio a mudanças no gosto popular e instabilidade política, ele logo decidiu mover suas operações para Nova York, e aconteceu a abertura do estúdio e uma loja de discos no Brooklyn. Ele voltou à Jamaica em algumas ocasiões e continuou a produzir discos de tempos em tempos, embora sem o sucesso generalizado e poucas décadas atrás. Em 1991, dois  concertos na Jamaica celebraram seu 35º aniversário de Dodd no negócio da música e contou com muitos dos seus velhos amigos músicos, entretanto, o rótulo Heartbeat (uma subsidiária da Rounder) obteve os direitos para relançar o vasto catálogo do Studio One, liberando tanto compilações de artistas e coleções individuais. Em 1993, Dodd embarcou em uma longa batalha legal de cobrar royalties não pagos relativos ao material de seu catálogo que foram lançadas sem crédito ou permissão. Em 2000 ele voltou sua atenção a produtores individuais a grandes distribuidores, como o selo VP. Em 2004 Coxsone voltou à Jamaica para uma nova celebração em sua homenagem em reconhecimento por sua contribuição à cultura Jamaicana. A rua The Road Brentford em Kingston, que serviu como lar para seu estúdio de gravação e que foi tão fundamental para o desenvolvimento do reggae foi rebatizada com o Studio One Boulevard. Tragicamente, Clement "Coxsone" Dodd morreu de um ataque cardíaco apenas quatro dias após a cerimônia em 05 de maio de 2004.



  STUDIO ONE @ FYASHOP

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CONHECIMENTO REINA SUPREMO SOBRE (QUASE) TODO MUNDO - KRS ONE :: BOOGIE DOWN PRODUCTIONS

“Em vez de ler a palavra de Cristo, seja a palavra de Cristo. 
Em vez de seguir a palavra de Deus, seja a palavra de Deus. 
Essa é a consciência do Hip Hop. 
Você não está fazendo Hip Hop, você é o Hip Hop. 
Você não está apenas lendo a palavra de Deus, você é a palavra de Deus.” 
- I Will Make It – KRS One

As palavras acima são de Lawrence Krisna Parker, um rapaz nascido no Brooklyn/NY em 20 de agosto de 1965 descendente de jamaicanos, conhecido por seu apelido  notório como mc KRS-One (um acrônimo de Knowledge Reigns Supreme Over Nearly Everybody – Conhecimento Reina Supremo Sobre Quase Todo Mundo) ou também pode ser chamado de Teacha (Professor).

Parker deixou sua casa aos 16 anos sonhando em ser mc, vivendo em abrigos no South Bronx, onde ganhou o apelido de “Krishna” pelos residentes do abrigo pelo seu interesse na espiritualidade Hare Krishnas (e se tornou um vegetariano nesse período) na busca sobre os trabalhos contra a pobreza. Nesse momento, Parker conheceu Scott Sterling, parceiro nos grafites onde fazia o tag mais conhecido KRS-ONE. Scott se tornaria mais conhecido como DJ Scott La Rock, faria um duo com Parker e formaria o grupo com outros mc’s chamado “Scott La Rock And The Celebrity Three”, que durou pouco, e restou apenas Scott e Parker – que usava o apelido de KRS-One oficialmente e batizaram um novo trabalho como “Boogie Down Productions”. O primeiro single foi “Success Is The Word” produzido por David Kenneth Eng e Kenny Beck  lançado pelo selo “12:41” mas que de sucesso não obteve nenhum. Juntos seriam parte de um dos trabalhos mais conceituais no Hip Hop com KRS-One e Derrik D-Nice Jones, o Boog Down Productions (BDP).

Apos a rejeição de muita gente, desde produtores de eventos, rádios e de outros grupos, a principal treta talvez tenha sido no principio com o DJ Mr. Magic e Marley Marl. KRS-One não aceitou muito bem a rejeição e trocou farpas com ambos. O que viria a ser conhecido como “The Bridge Wars” – é a treta de rappers que teve muito pano para a manga e é lembrado como um dos episódios memoráveis no que consiste sobre batalhas entre mc’s, principalmente entre KRS-One e MC Shan. Esse mês ainda fazemos uma matéria especial sobre essa parte da história do Hip Hop.

KRS-One achou ofensiva a musica “The Bridge” de MC Shan – na época protegido de Marley Marl que também produziu a musica.  Na letra, Shan falava que o Hip Hop foi fundado em Queensbridge. KRS-One em resposta gravou “South Bronx”. E não parou por ae, MC Shan gravou “Kill that Noise” e a resposta na seqüência de BDP foi “The Bridge Is Over”.

Em um dos shows, KRS-One mostrou que um dos seus apelidos (The Blastmaster) era real e devastou MC Shan ao vivo. Muitos (não eu) acreditam que essa foi a primeira batalha real entre mc’s em que um atacava o outros com rimas e fazia o público ficar ao seu lado. Nesse período, KRS-One já ganhava notoriedade por ser um dos primeiros mc’s a incorporar o flow jamaicano no Hip Hop. Uma de suas primeiras incursões foi usar parte da melodia de “Zunguzungu Zeng” de King Yellowman.

Quando KRS-One usou tanto o flow de “Zunguzungu Zeng” e o sampler do riddim “Diseases”- original de Alton Ellis na musica “Mad Mad” em 1967 pelo Studio One. Quando KRS-One usou o sampler na musica “Remix for P is Free”, foi oficialmente creditado a ele o titulo de uma das figuras mais influentes ao conseguir introduzir de forma original a ponte entre a musica jamaicana e o Hip Hop americano. No decorrer do tempo, essa mesma frase de Yellowman foi usado por Heavy D, Fugees, Notorius Big, Tupac Shakur muitos outros. O sampler de “Mad Mad/ Diseases” produzido por BDP foi refeito pelo duo BlackStar formado por Talib Kweli e Mos Def na musica “Definition”.

Juntos com Scott La Rock, KRS-One lançou seu primeiro álbum; Criminal Minded em 1987. BDP foi o primeiro grupo a fazer uma capa com armas e KRS-One o precursos das letras hardcore e gangsta rap. Antes de mártires assassinados no Hip Hop como Notorios Big, Tupac Shakur, Jam Master Jay, o  DJ Scott La Rock foi assassinado a tiros poucos meses depois do lançamento do álbum ao separar uma briga entre D-Nice e uma gangue local.

Nesse mesmo ano de 1987, Afrika Bambaata promoveu um encontro histórico no clube Latin Quarter onde ele fez com que a comunidade do Hip Hop se tornasse (e se educasse) de forma mais ativa socialmente e politicamente. Esse encontro influenciou KRS-One de forma a lançar um single chamado “Stop The Violence”.  A popularidade da musica fez com que outros grupos seguissem esse mesmo conceito de letras conscientes no meio do Hip Hop.

Apos o assinato de Soctt La Rock, KRS-One deu continuou com o Boogie Down Productions por mais alguns anos apos a tragédia. BDP lançou o álbum “By All Means Necessary” em 1988 junto com parte da fundação do BDP como D-Nice e Ramona “MS. Melodie” Parker e o DJ Kenny Parker e alguns outros produtores, dj’s e mc’s. Nesse período, Boogie Down Productions mudou seu foco de letras para voltado ao protesto político e social seguindo pelos discos; Guetto Music: The Blueprint Of Hip HopEdutainmentLive Hardcore Worldwide e Sex And Violence.

KRS-One foi um dos incentivadores ao projeto H.E.A.L (Humans Education Against Lies – Educação Humana Contra Mentiras) e posteriormente o Stop The Violence Movement, um movimento sem fins lucrativos baseado na comunidade do Hip Hop com a missão de avançar na diminuição da violência, promover eventos educacionais, diálogos, encontros organizacionais e direcionamento da comunidade. O movimento promoveu no decorrer dos anos programas, workshops, simpósios e campanhas alertando os efeitos da violência, criando forums direcionados a orientação dos jovens, pais e resolução de conflitos na própria comunidade.

Com a disseminação de idéias muitos mc’s participaram do single “Self Destruction” em 1989. KRS-One dividiu a autoria com o musicologista Nelson George. A musica alertava contra a violência dos pretos-contra-pretos e tinha versos como os de Kool Moe Dee; “I never ever ran from the Ku Klux Klan, and I shoudn’t have to run from a Black man”[ Eu nunca corri da Ku Klux Klan, e não é agora que vou correr de um homem preto.]

A partir desse ponto, as diretas em suas letras, as tretas e tudo o que envolvia o mundo de KRS-One mudaram o foco, o apelido de “Blastmaster” (usado uma vez ou outra) ficou de lado, deixou a aproximação defensiva e adotou de vez o seu papel de “Teacha”.

Apos cinco álbum sob o nome Boogie Down Production, KRS-One decidiu usar seu próprio nome e seguir por si só. Seu primeiro álbum solo Return Of The Boom Bap foi lançado em 1993. Na produção estiveram presentes DJ Premier, Kid Capri e Showbiz, esse último produziu um dos clássicos de KRS-One, Sound Of Da Police. Seu segundo álbum, intitulado com seu próprio nome KRS-ONE, convidou diversos nomes para trabalhar junto como Mad Lion, Rimo, Busta Rhymes, DAS EFX, Fat Joe e alguns outros, e não poupou nomes em suas musicas como a de C. Delores Tucker do BCRA (Black Civil Rights Activist) na musica “Free Mumia” em parceria com Channel Live. Channel Live foi um grupo organizado por KRS-One e no mesmo ano de 1995 lançou um álbum chamado Station Identification produzido por KRS-One, Rheji Burrel e Salaam Remi.

Em 1997, o lançamento do álbum I Got Next, liderado pelo single Step Into A World (Rapture’s Delight), com um sampler da musica Rapture banda punk/new wave Blondie – que na minha opinião a musica ficou muito melhor com KRS-One do que com a própria banda, e também contava com um remix do comercialíssimo Puff Daddy na época mas nada que se igualasse a original. I Got Next foi o disco mais vendido do KRS-One, chegando a No 3 na Bilboard 200, tanto pelas participações como pelos samplers de bandas e grupos conhecidos facilmente reconhecidos, fez com que muitos dos apreciadores e observadores ficaram surpresos pelo discos, já que o anti-mainstream de KRS-One é fatídico.

Nesse ano, um dos episódios mais tensos foi a entrevista na BBC Radio 1 de KRS-One com TIM Westwood. KRS-One denunciou no ar o DJ e a Radio, dizendo; “eles não sentem Westwood, ele é um vendido e vendeu sua alma para o lado obscuro”, e que ignoravam seu estilo de Hip Hop mais consciente e protestante, favorecendo o espaço aos artistas mais comerciais como Puff Daddy (bem isso é em qualquer lugar – até mesmo aqui!!!). Depois da troca de farpas com Westwood, o disco e o single “Step Into My World” se tornou o trabalho com maior evidencia e o mais vendido de todos. Em 2007, em uma nova turnê pelo Reino Unido, KRS-One novamente soltou suas farpas contra Westwood em seus freestyles.


Em 2004, uma nova controvérsia se tornou parte da vida de KRS-One, em uma discussão promovida pela revista The New Yorker tratando dos atentados de 9/11, KRS-One soltou a pérola; “We cheered when 9/11 happened [Nós comemoramos quando o 9/11 aconteceu]”. O comentário gerou criticas de diversos canais de comunicação, incluindo o New York Daily News que chamou KRS-One de anarquista e disse “que se Osama Bin Laden tivesse comprado um disco de rap, ele provavelmente teria começado com um CD de KRS-One”.

KRS-One respondeu sobre os comentários no site AllHipHop.Com;

“Perguntaram-me sobre o porquê do Hip Hop não se envolver mais com a situação atual (ou seja, 9/11), a minha resposta foi "porque não nos afeta, ou pelo menos não percebemos que isso nos afeta, o 9/11 aconteceu a eles ". E eu disse que "eu estou falando para a cultura agora, eu não estou falando a minha opinião pessoal." Eu continuei a dizer, "9/11 afetou a parte do centro. Os ricos, os poderosos, aqueles que estão nos oprimindo como uma cultura; a Sony, a RCA ou a BMG, Universal, as estações de rádio, o Clear Channel, a Viacom com a BET e a MTV, esses são os nossos opressores, essas são as pessoas que estamos tentando superar no Hip Hop todos os dias, isso é uma coisa diária. Nós aplaudimos quando 9/11 aconteceu em Nova York e dizemos que de estar aqui aqui. Porque quando estávamos lá no comércio do centro, que estávamos sendo atingidos na cabeça por policiais, disseram que não podíamos entrar no prédio Trade Center, apressou-se para a estação de trem por causa do modo como vestiamos e conversávamos, e assim por diante, éramos racialmente perfilados. Assim, quando o aviões atingiram o edifício, nós éramos como, "mmmm, a justiça." e assim quando eu comecei a dizer "agora, é claro, muitos de nossos amigos e familiares foram perdidos lá também" fui interrompido ...” (Leia a resposta integral em inglês nos comentários).

Em 2005, KRS-One participou junto de Chuck D do remix da musica “Bin Laden” de Immortal Techique produzida pelo DJ Green Lantern, que culpa os neo-conservadores estadunidenses, a doutrina Reagan e o ex presidente George W. Bush pelo ataque ao World Trade Center, e indica um paralelo de desvalorização, destruição e violência urbana nos guetos e comunidades.

Em 29 de abril de 2007, KRS-One novamente defendeu seu ponto de vista a respeito dos ataques em 9/11, quando o questionaram sobre o tema no programa Hannit’s America do canal Fox News, a resposta foi imediata; “o povo aplaudiu quando acertaram esse establishment [império], não quando pessoas estavam morrendo ou tinham falecido”. Ele também discutiu sobre outras coisas, o escândalo “Don Imus” e o uso de linguagem e temas profanos no Hip Hop.

Em 2011, a controvérsia sobre o 9/11 e o terrorismo novamente foi tema para KRS-One apos 10 anos do atentado. O vídeo da musica Real Terrorism no qual fazia uma participação com o rapper Greenie, foi banido do youtube por conteúdo impróprio. O vídeo continha imagens atuais das atrocidades estadunidenses na historia contemporânea. A musica diz que os Estados Unidos são culpados por terrorismo e todas as atrocidades praticadas em outros países pelos Estados Unidos. A musica e o vídeo trouxe muita controvérsia principalmente em grupos conservadores e opiniões controversas de quem apóia a liberdade de expressão e o discurso livre que voltaram a postar o vídeo (mesmo banido) no youtube novamente. O mesmo vídeo em outros sites de hospedagem de vídeo como Vimeo tiveram mais de 50 mil acessos em poucos dias. Questionado sobre o tema, o youtube se recusou a fazer qualquer comentário sobre o vídeo e a ação de banir por conteúdo impróprio.

Apos ter deixado alguns projetos de lado e um disco engavetado, KRS-One se tornou vice presidente da A&R na Reprise Records. E lançou o álbum Maximum Straight 2008. Mudanças vieram, ele se mudou para a Califórnia por dois anos e terminou seu vinculo com a Jive Records com o disco A Retrospective.

Fora todo seu trabalho como mc e produtor, KRS-One publicou alguns livros a partir dos anos 90; The Science Of Rap (1995) e Ruminations (2003), recebendo criticas do tipo “um tema compreensivo, com uma parte de auto-ajuda, parte manifesto. Realizou uma sondagem perfurando a reflexão metafísica sobre tudo, incluindo a religião, o governo e a industria da musica.” (resenha por Black Issues Book Review). Em 2009 foi a vez do lançamento do livro The Gospel Of Hip Hop, lançado pelo próprio KRS-One com seu próprio ponto de vista. “I Am Hip Hop”, o livro, foi impresso pela Power House Books Publishing. Esse trabalho literário de KRS-One coloca em primeiro plano as praticas culturais e a filosofia moral do verdadeiro Hip Hop. Os livros servem como uma forma de expressão criativa de uma cultura extremamente vibrante. Questionado a respeito do livro, KRS-One respondeu que “The I Am Hip Hop impresso vai servir como uma casa para a verdadeira e real expressão do Hip Hop”.

O livro Gospel Of Hip Hop é uma peça fundamental e filosófica no formato da bíblia cristã com mais de setecentas paginas, e serve basicamente como um livro guia para quem considera o Hip Hop uma verdadeira cultura. O livro combina fé e um fascinante e clássico conhecimento pratico do Hip Hop em um caminho muito mais profundo. Um dos caminhos traçados no livro é do auto-criação e detalha o desenvolvimento da “Kultura Hip Hop”. O livro traz de forma especifica e citações, diversas manifestações na historia onde o leitor descobre que o mesmo espírito e idéias são aplicadas no Hip Hop. KRS-One explica que o Hip Hop atualmente tem um significado histórico e lingüístico, no qual um leitor pode assimilar todas as informações e criar um caminho para o amor, saúde, conscientização e riqueza.

Alem de permanecer leal as organizações e grupos que preservam o Hip Hop como a Zulu Nation, o Hip Hop Congress e o Rock Steady Crew, KRS-One fundou outras duas organizações sem fins-lucrativos incluindo o já citado H.E.A.L. em 1991 e o Templo do Hip Hop em 1996. KRS-One ainda se mantém como um organizador da comunidade, filosofo e filantrópico. Alem de participar de manifestações políticas em apoio a Mumia Abu Jamal e Nelson Mandela, também gera novos pontos de vista e controvérsias (diferente de contraditório) a respeito dos ataques de 9/11, jamais pode se dizer que KRS-One recuou de qualquer discussão. Até hoje ele ainda faz palestras regularmente, inspira paz, amor, segurança e unidade. Para KRS-One Hip Hop é um estilo de vida capaz de elevar a auto-estima de cada pessoa, e provou isso no decorrer de todos esses anos de Hip Hop!!!



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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

W.E.B. DU BOIS - UM DOS PRECURSORES DO PAN-AFRICANISMO

William Edward Burghardt "W.E.B." Du Bois - 1868 - 1963
Du Bois nasceu no pequeno vilarejo de New England em Great Barrington, Massachusetts, três anos após o fim da Guerra Civil. Diferentemente da maioria dos negros americanos, sua família não tinha acabado de sair da escravidão. Seu bisavô lutou na Revolução Americana, e os Burghardts tinha sido uma parte aceita na comunidade por gerações. No entanto, desde seus primeiros anos Du Bois estava ciente das diferenças que o distinguem de seus vizinhos ianques. Além dos hinos austeros de sua Igreja Congregacional, Du Bois aprendeu as canções de uma tradição muito mais antiga de sua avó. Passada de geração em geração, seus significados originais há muito esquecido, as músicas da África foram cantados ao redor do fogo na casa de Du Bois na sua infância. Assim, desde o início, Du Bois tinha conhecimento de uma tradição anterior que o separam sua comunidade de New England - um passado distante envolto em mistério, em nítido contraste com a crônica detalhada da civilização ocidental que ele aprendeu na escola. Du Bois pai saiu de casa logo após que Du Bois nasceu. O jovem foi criado em grande parte por sua mãe, que transmitiu ao seu filho o sentimento de um destino especial. Ela encorajou os seus estudos e sua adesão às virtudes vitorianas e devoções características do interior da New England no século 19. Du Bois, por sua vez aceitou seriamente um senso de dever para com sua mãe, que transcendeu todas as outras lealdades.

Du Bois sobressaiu na escola e ofuscou seus contemporâneos brancos. Enquanto na escola, trabalhou como correspondente de jornais de Nova Iorque e se tornou uma espécie de prodígio aos olhos da comunidade. Quando ele chegou à adolescência ele começou a tomar consciência dos limites sociais sutis que era esperado. Isso o fez ainda mais determinado a forçar a comunidade a reconhecer suas realizações acadêmicas.

Du Bois era claramente um homem e uma jovem promessa. Os membros influentes de sua comunidade reconheceram isso e silenciosamente decidiram seu futuro. Great Barrington, como a maioria de New England, ainda brilhava com as brasas das fogueiras abolicionistas que apenas recentemente haviam sido umedecidas com o fim da Reconstrução no sul. Juntamente com as inclinações missionários da Igreja Congregacional, estas sensibilidades manifestaram-se na atitude da comunidade para Du Bois, que os presenteou com uma oportunidade de realizar um ato de ser um exemplo promissor do que para muitos era considerado ser a raça menos favorecida do mundo.

Du Bois sempre quis ir para Harvard e ele foi inicialmente decepcionado quando soube que tinha sido combinado que ele iria para a Fisk University, em Nashville. Mas a experiência mudou sua vida. Ele ajudou a esclarecer a sua identidade e apontou a direção do trabalho de sua vida. Quando Du Bois partiu para Fisk, no outono de 1885, foi a última vez que ele chamaria Great Barrington sua casa. Sua mãe morreu durante o verão e Du Bois entrou em um mundo que ele diria ser o seu próprio. Du Bois chegou em uma Nashville séria, contemplativa, o homem auto-consciente jovem com hábitos e atitudes formadas por uma infância em uma New England vitoriana. Na Fisk, ele encontrou os filhos e filhas de ex-escravos que haviam assumido a marca da opressão, mas tinha uma tradição alimentada, rica, cultural e espiritual que Du Bois reconheceu como sua. Du Bois também encontrou o sul branco. As realizações de Reconstrução estavam sendo destruídos pelos políticos brancos e empresários que adquiriram o controle político. Os negros estavam a ser aterrorizados nas urnas e estavam sendo levados de volta para o status econômico que diferia da escravidão institucional no nome, mas pouco. Du Bois viu o sofrimento e a dignidade dos negros rurais, quando ele ensinou na escola durante os verões no campo Tennessee do leste, e ele resolveu que de alguma forma sua vida seria dedicada à luta contra a opressão racial e econômica. Ele estava determinado a continuar sua educação e sua perseverança foi recompensada quando lhe foi oferecido uma bolsa para estudar na Universidade de Harvard.

A vida de Du Bois foi uma luta de idéias e ideais em guerra. Ele entrou em Harvard durante sua época de ouro e estudou com William James e Albert Bushnell Hart. Foi uma era progressiva e Du Bois foi ferido com o ideal da ciência - uma verdade objetiva que pode dissipar de uma vez por todas os preconceitos irracionais e a ignorância que estavam no caminho de uma justa ordem social. Ele trouxe de volta o ideal científico alemão da Universidade de Berlim e foi um dos primeiros a iniciar o estudo sociológico científico nos Estados Unidos. Durante anos ele trabalhou na Atlanta University e criou marcos no estudo científico das relações raciais. No entanto, uma sombra caiu sobre o seu trabalho quando viu o país recuar para a barbárie. Repressivas leis de segregação, linchamento e o terror tinham a tendência de aumentar, apesar do progresso da ciência. A fé de Du Bois no papel de destacado cientista foi abalada, e com o motim de Atlanta de 1906 Du Bois com a sua "Litany at Atlanta" (ladainha em Atlanta numa tradução livre) apaixonadamente parecia um desafio para as forças de repressão e destruição. Numa altura em que Booker T. Washington aconselhou a aceitação da ordem social, Du Bois soou uma chamada às armas e com a fundação do Movimento Niagara e mais tarde a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor entrou numa nova fase de sua vida. Ele se tornou um campeão apaixonado de ataque direto ao sistema jurídico, político e econômico que prosperou na exploração dos pobres e impotentes. Quando ele começou a apontar as conexões entre a situação dos afro-americanos e aqueles que sofreram sob o jugo colonial em outras áreas do mundo, a sua luta assumiu proporções internacionais. O Movimento Pan-Africano que floresceu nos anos após a Primeira Guerra Mundial foi o início da criação de uma consciência do terceiro mundo.

O estilo Du Bois de liderança era intensamente pessoal. Ele procurou não seguir em massa como Marcus Garvey, e evitou o exemplo do ardor e determinação inflexível com que lutou por seus ideais. Muitos que aconselhou por meios que menos diretos para alcançar objetivos políticos considerados limitados.

Nos anos após a Segunda Guerra Mundial as lutas desesperadas que Du Bois tinha travado reuniram-se em uma visão que era desafiar muitos dos pressupostos contemporâneos. Ele lutou por muitas causas progressistas, mas as viu serem consumidas por uma mentalidade de guerra fria que silenciou o debate racional.

Como ele tornou-se mais de uma figura internacional, Du Bois foi aceito cada vez menos pelos seus contemporâneos em casa. No entanto, quando ele deixou a América para se tornar um cidadão de Gana em 1961, ele não fez isso como uma rejeição de seus conterrâneos. Voltando à terra de seus antepassados ​​marcou uma resolução de muitos conflitos com os quais Du Bois tinha lutado toda a sua vida.

Visão madura de Du Bois foi uma conciliação entre o senso de dupla consciência - os dois ideais em guerra de ser preto e um americano - que ele havia escrito cerca de cinquenta anos antes. Ele chegou a aceitar a luta e conflito, como elementos essenciais da vida, mas ele continuou a acreditar no progresso inevitável da raça humana, que de lutas individuais contra uma auto divisão e lutas políticas dos oprimidos contra seus opressores, se tornou uma ampla e completa vida humana que emergiria, e que beneficiará toda a humanidade.

Depois de uma vida de luta a última declaração Du Bois para o mundo era de esperança e confiança na capacidade dos seres humanos para moldar seus próprios destinos. "Só uma coisa eu lhe carrego", ele escreveu:

"Como você vive, acredite na vida! Sempre os seres humanos irão viver e progredir para uma vida maior, mais ampla e completa. A morte só é possível perder a crença nesta verdade, simplesmente porque o grande final acontece lentamente, porque o tempo é longo."




 

sábado, 17 de dezembro de 2011

MUMIA ABU JAMAL – A VOZ DOS SEM VOZES



Nascido Wesley Cook, em 24 de abril de 1954, em Filadélfia, casado com Mydiya Wadiya Jamal; ex-membro do Partido dos Panteras Negras e seguidor dos ensinamentos de John Africa. Co-fundador e ministro da Informação, ativista integrante na Philadelphia da Black Panther Party, 1968-c. 1973; jornalista de rádio, 1970-1981, continuou quanto foi possível, enquanto na prisão, desde 1982 é autor dos livros Live from Death Row (Ao Vivo do Corredor da Morte, Editora Conrda) e Death Blossoms, All Things Censored, Jailhouse Lawyers: Prisoners Defending Prisoners v. the USA, The Framing of Mumia Abu-Jamal, All Things Censored Volume 1, We Want Freedom: A Life in the Black Panther Party e Lucasville: The Untold Story of a Prison Uprising. 

A Abu-Jamal foi dado o nome de Mumia em 1968 por seu professor de ensino médio, um queniano que deu uma aula sobre cultura Africana no qual os alunos em sala de aula levaram nomes Africanos. De acordo com Abu-Jamal, "Mumia" significa "Príncipe" e foi o nome do anti-colonial nacionalista africano que conduziu uma guerra contra os britânicos no Quênia, no momento do seu movimento de independência. Ele adotou o sobrenome Abu-Jamal ("pai de Jamal" em árabe ), após o nascimento de seu filho Jamal em 18 de julho de 1971. Seu primeiro casamento foi aos 19 anos, a mãe de Jamal, Biba, durou pouco. Sua filha Lateefa, nasceu logo após o casamento, Mazi, Abu -Jamal 's é seu filho com sua segunda esposa, Marilyn (conhecida como "Peachie"), nasceu no início de 1978. Abu-Jamal se separou de Marilyn e começou a viver com sua terceira esposa e atual, Wadiya, pouco antes do eventos que levaram à sua prisão.

É muito difícil encontrar alguém familiarizado com a história de Mumia Abu-Jamal, que não tenha uma forte opinião de uma forma ou de outra sobre o caso. Alguns vêem o ex-Pantera Negra como um criminoso cruel, que matou um policial e agora é justamente sentenciado no corredor da morte aguardando a execução, que foi anulada e agora cumprirá prisão perpétua sem condicional. Outros vêem o ex-jornalista premiado como um prisioneiro político sendo punido por suas opiniões radicais e duras críticas dos poderes constituídos. A batalha entre os que apóiam Abu-Jamal - um grupo diverso que inclui uma série de celebridades - e aqueles que querem ver sua sentença de morte, finalmente realizada - um grupo igualmente diverso liderado pela viúva do oficial que ele supostamente assassinou, já são incontáveis os volumes sobre o estado das relações raciais nos Estados Unidos hoje e sobre a eficácia e a equidade do sistema jurídico e penal. 

Desde sua prisão, Abu-Jamal tem representado um lado dos Estados Unidos que é feio na melhor das hipóteses. De acordo com Emerge, "Ele se tornou um símbolo de um sistema de justiça criminal americano que se move de forma constante para uma maior utilização da pena de morte como outras nações industrializadas continuam a condená-la. Ele se tornou um símbolo de um sistema de justiça penal que responde bem com dinheiro, mas reage com indiferença para aqueles com pouco... E, ironicamente, o seu status de símbolo ilustra quanta atenção pode ser dada a um indivíduo, enquanto outras passam despercebidas." 

O homem no centro da controvérsia, Mumia Abu-Jamal, nasceu Wesley Cook em 24 de abril de 1954, na Filadélfia. Um dos seis filhos, Abu-Jamal se envolveu em ativismo político em uma idade muito precoce, o primeiro conflito de seus muitos com a polícia da Filadélfia aconteceu quando ele tinha 14 anos. Abu-Jamal e três amigos, todos negros da Zona Norte da cidade, protestavam em um comício em South Side, do lado segregacionista do candidato presidencial George Wallace, então governador do Alabama. Quando um grupo de racistas brancos começaram a espancá-lo e a seus amigos, Abu-Jamal chamou por um policial que perto para ajudar. Em vez de resgatá-los, o oficial entrou na batida e depois os prenderam. Em seu livro de 1995 Live From Death Row, Abu-Jamal expressa graças ao oficial desconhecido, que "me chutou direto para o Partido dos Panteras Negras". 

Em 1969, com 15 anos, Abu-Jamal ajudou a fundar na Filadélfia do Partido um dos braços dos Panteras Negras e foi nomeado Ministro de Informação. Expulso da escola junto com outros militantes negros que circulam panfletos revolucionários, ele passou o verão de 1970 em Oakland, na Califórnia, trabalhando no jornal dos Panteras Negras. Seu trabalho com os Panteras Negras serviu como sua introdução ao jornalismo e ajudaram a moldar a provocativa, o estilo de escrita política que permaneceu com ele durante toda sua carreira. Quando o seu aprendizado em Oakland terminou, Abu-Jamal voltou à Filadélfia, onde seus folhetos inflamatórios captaram a atenção do Philadelphia Inquirer, que publicou um artigo de primeira página sobre ele. Ele também chamou a atenção da polícia de Filadélfia e do Federal Bureau of Investigation (FBI), que o colocou sob constante vigilância. Ainda com idade suficiente para votar, Abu-Jamal foi já considerado um inimigo não-oficial do governo dos EUA antes dos 18 anos. 

Como o Partido dos Panteras Negras caiu em desarranjo na década de 1970, Abu-Jamal concentrou a maior parte de suas energias sobre o jornalismo de rádio, ganhando uma reputação como "a voz do sem vozes". Ele passou um tempo como um apresentador de talk show na Filadélfia WWDB-FM, e mais tarde mudou de cargo, agora como diretor de notícias da WHAT-AM. Ao longo dos próximos anos, suas transmissões foram ouvidos na National Public Radio (NPR), a Mutual Black Network, a National Black Network, e a Associated Press. Seu trabalho de relatório colocou em contato com outra organização radical africana política, a MOVE baseada em Filadélfia. 

Durante a primeira metade da década de 1970, Abu-Jamal foi um dos poucos jornalistas dispostos a cobrir o MOVE, uma vez que muitos outros, tanto em preto e branco, foram adiadas pelo comportamento agressivo e não-tradicionais, a aparência diferencia com seus dread-lock de outros membros do grupo. Cobertura de Abu-Jamal do MOVE tornou cada vez mais simpático depois da morte 1975 de uma criança durante uma invasão policial da sede da MOVE. Em 1977, MOVE tinha se tornado extremamente militante. Quando a polícia usou a força bruta para terminar um ano de duração impasse com o MOVE fortemente armados, em agosto de 1978, conta Abu-Jamal do evento veio para baixo firmemente do lado do MOVE. Por algum tempo após o ataque, ele conduziu entrevistas com integrantes do MOVE preso e era praticamente o único membro dos meios de comunicação para desafiar abertamente a versão Philadelphia prefeito Frank Rizzo sobre o que aconteceu. Rizzo foi menos do que satisfeito com a maneira como Abu-Jamal relatou o episódio. 

No início de 1980, Abu-Jamal foi presidente da Associação de Jornalistas Negros da Filadélfia. Como um apresentador de rádio, ele continuou a fornecer uma saída para os pontos de vista, as geralmente radicais, não ordinariamente ouvidas no rádio comercial. Porque suas crenças políticas foram muito além do mainstream, no entanto, os avanços da carreira de um jornalista de rádio pode aspirar não estavam disponíveis para ele. Para complementar sua renda, Abu-Jamal teve que dirigir um táxi. Ele estava dirigindo seu táxi no início da manhã do dia 09 de dezembro de 1981, quando a cadeia de eventos que mudaria - e talvez final - a sua vida foi colocado em movimento. 

Por volta das 04h00, o policial Daniel Faulkner parou um Volkswagen conduzido por William Cook, irmão de Abu-Jamal. Diretor da Faulkner chamado para backup, mas quando chegou ele já estava morto a bala desferidas nas costas e no rosto. Perto dali, eles também descobriram Abu-Jamal deitado em uma poça de seu próprio sangue de um ferimento à bala no peito. Precisamente o que aconteceu entre o momento em que Faulkner parou William Cook e a chegada dos outros policiais na cena permanece obscura. Abu-Jamal afirma que viu Faulkner batendo em seu irmão, e quando ele veio para ajudar William foi Mumia que atirou no policial. Uma pessoa desconhecida, em seguida chegou, matou Faulkner, e fugiram do local. Na versão da promotoria de eventos, Abu-Jamal atirou em Faulkner, que foi capaz de retornar o fogo e atirou em Abu-Jamal antes de morrer. 

Incapazes de pagar um advogado e impedido pelo Juiz Albert Sabo de representar a si mesmo, a Abu-Jamal foi dado um advogado nomeado pelo tribunal, que apresentou uma fraca defesa. Em julho de 1982, Abu-Jamal foi condenado por assassinato em primeiro grau e condenado à morte. Esperando no corredor da morte como a sua sucessão de recursos, todos rejeitados - pelo Supremo Tribunal da Pensilvânia em 1989, e pela Suprema Corte dos EUA no ano seguinte - Abu-Jamal continuou a escrever, e seu trabalho apareceu em locais como The Nation e o Jornal de Direito de Yale. Seus comentários também foram impressos em dezenas de jornais nos Estados Unidos e Europa. 

O caso Abu-Jamal atraiu a atenção mundial, e sua causa foi assumida por muitos, dos grupos de esquerda política para angariação de fundos e esforços liderados por estrelas de cinema. A lista de apoiantes de Abu-Jamal, inclui celebridades notáveis de entretenimento, como Ed Asner, Naomi Campbell, Danny Glover, Whoopi Goldberg, Lear Norman, Spike Lee, Paul Newman, Susan Sarandon, e Oliver Stone; escritores como Maya Angelou, EL Doctorow, Norman Mailer, Salman Rushdie, e William Styron; ativistas e críticos sociais Ossie Davis , Henry Louis Gates, Jr., bell hooks, Ralph Nader, Gloria Steinem, e Cornel West; o advogado Johnnie Cochran; religioso político Jesse Jackson, e dignitários estrangeiros como Nelson Mandela (ex-Presidente da África do Sul) e Jacques Chirac (ex-Presidente da França). 

Uma variedade de grupos da Human Rights Watch e da Anistia Internacional para o Fundo de Defesa Legal da NAACP e da Associação Internacional de Poetas, dramaturgos, editores, ensaístas e romancistas (PEN) levaram para Abu-Jamal a pedidos de um novo julgamento. O National Black Police Association também tem sido um fervoroso apoiante de Abu-Jamal. Do outro lado do muro a viúva de Faulkner; a Ordem Fraternal da Polícia da Filadélfia, e o governo do Estado da Pensilvânia. 

Como defensor, Abu-Jamal lutou por um novo julgamento, os seus adversários estavam envolvidos em tentativas de silenciá-lo. Pelo canal HBO foi ao ar um especial de televisão sobre o caso, assim como a British Broadcasting Company (BBC) na Inglaterra. Artigos sobre Abu-Jamal começaram a aparecer em jornais e revistas de todo o mundo. Ao mesmo tempo, aqueles que querem silência-lo. Abu-Jamal teve a sua quota de vitórias: a NPR, sob pressão da Ordem Fraternal da Polícia, entrevistas canceladas com Abu-Jamal lidar sobre seu livro Live From Death Row, e em 1997, a Universidade Temple, na Filadélfia uma estação de rádio cedeu às demandas para parar a transmissão do programa de Abu-Jamal na rádio pré-gravados sobre a vida na prisão. 

Com o conjunto de Abu-Jamal execução para 17 de agosto de 1995, sua nova equipe legal, liderada pelo conhecido advogado de defesa Leonard Weinglass, foi capaz de lutar com sucesso para a suspensão da execução. Jamal e partidários apontam para uma série de falhas no caso da promotoria das quais não foram abordadas no julgamento, incluindo inconsistências nas contas da polícia, a ausência de relatórios da balística, e um processo de seleção questionável do júri. 

Pressão em ambos os lados do caso de Mumia Abu-Jamal no final de 1990. Ele provavelmente irá permanecer sempre uma questão de perspectiva quanto a saber se a batalha é, como o título do livro do advogado Weinglass como sugere, uma corrida para a Justiça, ou apenas os suspiros agonizantes de um condenado foragido . Enquanto isso, em uma parte de uma entrevista com o Philadelphia Inquirer, que foi reeditado pelo Emerge, Abu-Jamal lembrou ao público "Eu sou um homem. Para me chamar de um símbolo é desumanizar-me."



quinta-feira, 2 de junho de 2011

GIL SCOTT HERON - R.I.P. :: A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA


Gilbert "Gil Scott-Heron (nasceu em 01 de abril de 1949 - faleceu 27 de maio de 2011) foi um poeta americano, músico e autor conhecido principalmente por seu trabalho como intérprete de poesia falada na década de 1970 e 80, e por sua alma colaborativa com o músico Brian Jackson. Suas colaborações com Jackson incluem uma fusão musical de jazz, blues e soul, bem como conteúdo lírico em relação às questões sociais e políticas da época, entregue em ambos os estilos rap e o emelismatico vocal de Scott-Heron. A música desses discos, mais notavelmente Pieces of a Man ​​e Winter in America no início dos anos 1970, influenciou e ajudou a produzir gêneros musicais mais tarde, como o hip hop e o neo soul. O trabalho de Scott-Heron de gravação tem recebido muitos elogios da crítica, especialmente para uma de suas composições mais conhecidas de "The Revolution Will Not Be Televised". Seu estilo poético tem sido influente em todas as gerações do hip hop desde que a sua popularidade começou. Além de ser amplamente considerado uma influência na música de hoje, Scott-Heron permaneceu ativo até sua morte, e em 2010 lançou seu primeiro álbum novo em 16 anos, intitulado I'm New Here.

OS PRIMEIROS ANOS 

Gil Scott-Heron nasceu em Chicago, Illinois . Sua mãe, Bobbie Scott-Heron, cantou com o New York Oratorio Society. Scott-Heron era filho do jamaicano Gil Heron, apelidado de "The Black Arrow", foi um jogador de futebol que, na década de 1950, se tornou o primeiro atleta negro a jogar para Glasgow Celtic Football Club, na Escócia. Os pais de Gil se separaram quando ele tinha dois anos e Gil foi enviado para viver com sua avó materna, Lillie Scott, em Jackson, Tennessee. Quando Scott-Heron tinha 12 anos, sua avó morreu e ele se mudou com sua mãe para o Bronx , em Nova York, onde se matriculou em DeWitt Clinton High School. Ele mais tarde seria transferido para a Escola Fieldston após um de seus professores, um graduado de Fieldston, mostrar um de seus escritos para o chefe do departamento de Inglês na escola e para ele foi concedido bolsas de estudo.

Scott-Heron cursou a Lincoln University na Pensilvânia , que foi o colégio escolhido como sua maior influência em Langston Hughes. Foi lá que conheceu Brian Jackson, com quem formou a banda Black & Blues. Após cerca de dois anos em Lincoln, Scott-Heron tirou um ano de folga para escrever os romances O Abutre e The Nigger Factory. A Last Poets tocaram no Lincoln em 1969 com Abiodun Oyewole um grupo do Harlem, Scott-Heron disse depois do show. "Escute, eu posso começar um grupo como vocês?" Scott-Heron retornou a Nova York, fixando residência em Chelsea, Manhattan . O Abutre foi publicado em 1970 e bem recebido. Embora Scott-Heron nunca tenha recebido sua graduação , recebeu diploma de mestrado em Escrita Criativa em 1972 a partir da Universidade Johns Hopkins . Sua dissertação de 1972, foi intitulado como Círculo de pedra [Circle of Stone].

Scott-Heron começou sua carreira discográfica em 1970 com oLP Small Talk at 125th and Lenox. Bob Thiele do Flying Dutchman Records produziu o álbum, e Scott-Heron foi acompanhado por Knowles e Eddie Saunders Charlie nas congas e David Barnes na percussão e vocais . O álbum de 15 faixas tratando de temas como a superficialidade da televisão e consumismo em massa, a hipocrisia de alguns pretensos revolucionários negros, e ignorância da classe média branca das dificuldades enfrentadas pelos moradores do centro da cidade. No encarte, Scott-Heron era reconhecido como influências de Richie Havens, John Coltrane, Otis Redding, Jose Feliciano, Billie Holiday, Langston Hughes, Malcolm X, Huey Newton, Nina Simone e do pianista que viria a ser seu colaborador de longa data, Brian Jackson.

Scott-Heron em 1971, lançou o álbum Pieces of a Man ​​com estruturas mais convencionais numa música mais solta, palavras faladas era a sensação de Small Talk. Ele foi acompanhado por Johnny Pate (maestro), Brian Jackson nos teclados, piano, Ron Carter no baixo e guitarra baixo, o baterista Bernard "Pretty" Purdie, Burt Jones tocando guitarra e Hubert Laws na flauta e saxofone, com Thiele na produção novamente. O terceiro álbum o Free Will, foi lançado em 1972. Jackson, Purdie, Leis, Knowles, Saunders e todos voltaram a tocar em Free Will e foram unidos por Jerry Jemmott tocando baixo , David Spinozza na guitarra , e Horace Ott (arranjador e maestro). Carter disse mais tarde sobre a voz de Scott Heron, "Ele não era um grande cantor, mas, com aquela voz, se ele tivesse sussurrado teria sido dinâmico. Era uma voz como você teria para Shakespeare."

Em 1974 outro LP com colaboração de Brian Jackson, aclamado pela crítica, opus Winter in America, com Bob Adams na bateria e Danny Bowens no baixo. O álbum continha o mais coeso material e contou com as mais criativas entradas de Jackson comparando com seus álbuns anteriores. Winter in America tem sido considerado por muitos críticos como o disco de dois artistas mais coeso. No ano seguinte, Scott-Heron e Jackson também lançaram Midnight Band: The First Minute of a New Day. Um álbum ao vivo, It's Your World , seguido em 1976 e uma gravação de poesia falada, he Mind of Gil Scott-Heron, foi lançado em 1979. Na edição 1976 do bicentenário da Playboy Scott-Heron foi perfilado; acompanhamento mostra arte de Scott-Heron cantando ou falando em um microfone, uma vez que derrete com o calor de suas palavras. Outro hit de sucesso seguiu com "Angel Dust", que ele gravou como um single com o produtor Malcolm Cecil . "Angel Dust" alcançou a posição #15 sobre o R & B lançados em 1978.

Em 1979, Scott-Heron tocou nos shows No Nukes no Madison Square Garden . Os concertos foram organizados pela Musicians United for Safe Energy em protesto contra o uso de energia nuclear, após o acidente Three Mile Island . Scott-Heron lançou a música "We Almost Lost Detroit", escrito sobre um acidente anterior a uma usina nuclear, e foi incluído no No Nukes. ( We Almost Lost Detroit é o título de um livro sobre o acidente por John G. Fuller.). Nessa época, Scott-Heron foi um crítico freqüente do presidente Ronald Reagan e sua política conservadora.

Scott-Heron gravou e lançou apenas quatro discos na década de 1980, 1980 and Real Eyes, em 1980, Reflections em 1981 e Moving Target em 1982. Ron Holloway no saxofone tenor foi adicionado ao elenco de Gil em fevereiro de 1982. Ele fez várias turnês com Scott-Heron e contribuiu para o seu próximo álbum, "Moving Target" nesse mesmo esse ano. Seu conteúdo é proeminentemente nas canções como "Fast Lane" e "Black History/ The World". Holloway continuou com Scott-Heron até o verão de 1989, quando ele saiu para se juntar a Dizzy Gillespie. Vários anos depois, Scott-Heron iria fazer aparições em dois discos de Ron Holloway; Scorcher (1996) e Groove Update (1998), ambos pelo selo Fantasy/Milestone.

Scott-Heron foi abandonado pela Arista Records em 1985 e encerrou suas gravaçóes, mas ele continuou a turnê. No mesmo ano, ele ajudou a compor e cantou "Let Me See Your ID" na United Artists Against Apartheid álbum da Sun City, contendo a famosa frase: "A primeira vez que eu soube que havia problemas no Oriente Médio, eu pensei que eles estavam falando de Pittsburgh." A música compara as tensões raciais entre os EUA com os da época do apartheid na África do Sul, o que implica que os EUA não estavam muito à frente nas relações raciais. Em 1993, ele assinou com a TVT Records e lançou Spirits, um álbum que incluía a faixa seminal "Message to the Messengers". A primeira faixa do álbum criticou os artistas de rap atuais. Scott-Heron é conhecido em muitos círculos como "o padrinho do rap" e é amplamente considerado um dos pais fundadores do gênero. Dada a consciência política que está na base do seu trabalho, ele também pode ser chamado de um dos fundadores do rap político. 'Message to the Messengers" era um fundamento para a nova geração de rappers que falam de mudança, em vez de perpetuar a situação social actual, e ser mais articulada e artística. Quanto à música hip hop na década de 1990, ele disse em uma entrevista: "Eles precisam estudar música. Eu toquei em diversas bandas antes de começar a minha carreira como poeta. Há uma grande diferença entre colocar palavras sobre alguma música, e misturando essas mesmas palavras na música. Não há muito humor. Eles usam um monte de gírias e expressões coloquiais, e você realmente não vê dentro da pessoa. Em vez disso, você acabou de obter uma série de posturas." Gil Scott-Heron.

PASSADO RECENTE

Em 2001, Scott-Heron foi sentenciado a até três anos de prisão no Estado de Nova York por posse de cocaína. Apesar de ter saído da prisão em 2002, ele apareceu no disco Blazing Arrow do Blackalicious . Ele foi libertado em condicional em 2003. Em 05 de julho de 2006, Scott-Heron foi condenado a dois a quatro anos de prisão em Nova Iorque por violar um acordo judicial sobre a posse responsável de drogas, deixando um centro de reabilitação de drogas. A sentença Scott-Heron foi protelada até 13 de julho de 2009. Ele foi libertado em 23 de maio de 2007. A razão dada para a violação de tratamento era de que a clínica se recusou a fornecer a Scott-Heron com medicação para o VIH. Esta história levou à presunção de que o artista era HIV positivo, posteriormente confirmada em uma entrevista em 2008. 

Após sua libertação, Scott-Heron começou a tocar ao vivo novamente, começando com um show no restaurante "SOB" uma boate em Nova Iorque, em 13 de setembro de 2007. No palco, ele afirmou que ele e seus músicos estavam trabalhando em um novo álbum e que ele tinha recomeçado a escrever um livro intitulado The Last Holiday, a cerca de Stevie Wonder e sua tentativa bem sucedida na celebração do aniversário de Martin Luther King Jr. declarado como um feriado reconhecido pelo governo federal nos Estados Unidos.

Em 10 de outubro de 2007, um dia antes da prevista (mas finalmente cancelada) apresentação no SOB, ele foi preso por porte de cocaína. No entanto, ele continuou a fazer aparições ao vivo em vários locais dos EUA durante o ano de 2008 e 2009, incluindo aparições no SOB em Nova York. Ele declarou em entrevistas que prosseguem os trabalhos em seu novo álbum, que seria constituído principalmente por novas versões de algumas de suas canções clássicas, além de alguns covers de trabalho de outros artistas. Tendo inicialmente previsto para ser lançado em 2003, antes de ter sido colocado na gaveta, o livro The Last Holiday era previsto para ser lançado em janeiro de 2011. O livro estava previsto para ser lido através de um site que seria lançado em 01 de abril de 2009, mas este não apareceu.

Mark T. Watson, estudante de-obra Scott Heron, dedicou uma coleção de poesia intitulado Gil Ordinary Guy que continha um prefácio de Jalal Mansur Nuriddin do The Last Poets. O livro foi publicado no Reino Unido em 2004 pela Word Press Fore Ltd. Scott-Heron gravou um dos poemas do livro de Watson Black & Blue com lançamento previsto para 2008, como parte do álbum Rhythms of the Diaspora by Malik & the OG's na gravadora CPR Recordings. 

Em Abril de 2009, a BBC Radio Four, o poeta Lemn Sissay apresentou um documentário de meia hora sobre Gil Scott-Heron, intitulada"Pieces of a Man." Tendo entrevistado Gil Scott-Heron em Nova York, um mês antes, Pieces of a Man ​​foi o anúncio no Reino Unido do primeiro de seu próximo álbum e volta à forma. Em novembro de 2009, da BBC Newsnight entrevistou Gil Scott-Heron para programa intitulado The Legendary Godfather of Rap Returns. Em 2009, Gil Scott-Heron ganhou um novo website, gilscottheron.net, e foi lançado com uma nova música chamada "Where Did The Night Go" disponível como download gratuito no site.

Scott-Heron lançou seu novo álbum, I'm New Here pelo selo independente XL Recordings em 09 de fevereiro de 2010. Produzido pela gravadora proprietário Richard Russell, I'm New Here é como se fosse o primeiro álbum de estúdio Scott, em dezesseis anos. A dupla começou a gravar o álbum em 2007, com a maioria dos registros sendo gravado nos últimos 12 meses com o engenheiro Lawson White em Clinton Studios, em Nova York. O álbum atraiu elogios da crítica como o The Guardian Jornal, pelo jornalista Jude Rogers declarando-o um dos melhores da década.

O primeiro single do álbum foi "Me And The Devil", que foi lançado em 22 de fevereiro de 2010. Foi lançado pela BBC Radio 1's Zane Lowe como seu "Hottest Record In The World", junto com DJs especializados, tais como Gilles Peterson e B Benji. O remix do disco, We're New Here, foi lançado em 2011, caracterizando um retrabalho pelo inglês produtor musical xx Jamie, que também foi muito bem recebido pelos críticos de música.

Em 2010, ele foi a um show em Tel Aviv , mas isso atraiu críticas de grupos palestinos, que afirmaram: "Sua performance em Israel seria o equivalente a ter realizado um show em Sun City durante o apartheid na África do Sul ... Nós esperamos que você não reproduza o apartheid em Israel ". Em resposta, ele cancelou o show.








Morte


Scott-Heron morreu na tarde de 27 de maio de 2011, em St. Luke's Hospital , em Nova York, depois de adoecer ao retornar de uma viagem à Europa. Scott-Heron, confirmou especulações da imprensa anteriores sobre a saúde dele, quando ele revelou em Nova York em 2008 em entrevista, que tinha sido HIV-positivos há vários anos, e que ele havia sido hospitalizado devido a pneumonia. A causa-morte de Scott Heron ainda não foi anunciado. Ele deixa a filha, Gia de seu casamento com Brenda Sykes.

Em resposta, Chuck D do Public Enemy afirmou: "RIP GSH ... e nós fazemos o que fazemos e como fazemos por causa de você" em sua conta no Twitter. Sua editora britânica, Jamie Byng, chamou de "um dos inspiradores a maioria das pessoas que eu já conheci". Ao saber da morte, cantor de R & B Usher afirmou: "Eu só soube da perda de um importante poeta... RIP, Gil Scott-Heron. A revolução será ao vivo! ". Richard Russel, que produziu Heron em seu último álbum de estúdio, o chamou de "figura do pai das sortes para mim". Eminem declarou que "Ele influenciou todos no hip-hop". Lupe Fiasco escreveu um poema sobre ele eo colocou em seu site.





Influência







A música de trabalho-Scott Heron, durante a década de 1970 influenciou e ajudou o povo Africano-Americano engendrarem gêneros musicais, como hip hop e neo soul . Ele foi descrito por escritores de música como "o padrinho do rap" e " Bob Dylan negro"(?!). Por sua influência, um escritor de música mais tarde notou que "Scott-Heron é único no estilo proto rap e influenciou toda uma geração do hip- hop". O "Washington Post" escreveu que "Heron foi um presságio não consciente rap e do poetry slams, mas também do acid jazz, particularmente durante a sua colaboração gratificante com o compositor e tecladista-flautista Brian Jackson, em meados e final dos 70." The Observer 's publico o artigo do jornalista Sean O'Hagan discutidindo o significado de-Scott Heron na música com Brian Jackson, dizendo o seguinte: 



"Ao longo da década de 1970, Scott-Heron e Jackson fizeram a música que reflecte a turbulência, a incerteza e pessimismo crescente dos tempos, a fusão das tradições do soul e jazz e desenho sobre uma poesia oral tradicional que chegou de volta ao blues e em frente ao hip-hop. A música soou por algumas vezes irritada, desafiadora e arrependida, enquanto Scott-Heron com letras satíricas possuía uma vantagem que os separam da alma militante de contemporâneos como Marvin Gaye e Curtis Mayfield." -Sean O'Hagan

Heron foi uma influência no hip hop e sobretudo exemplificado pela sua definitiva "The Revolution Will Not Be Televised", o sentimento de que têm sido exploradas por vários rappers, incluindo Aesop Rock, Talib Kweli e Common . Além de seu estilo vocal, Heron indiretamente contribui a música rape estende-se com o co-produtor Brian Jackson em suas composições, que foram recolhidos por meio do diversos artistas do hip hop, entre os mais notáveis ​​é o rapper/produtor Kanye West, que sampleou Scott-Heron e Jackson em "Home is Where the Hatred Is" e "We Almost Lost Detroit" na sua música "My Way Home" e o single "The People", respectivamente, sendo que ambos são esforços de colaboração entre o West e o Common. Scott-Heron, por sua vez, reconheceu as contribuições de West, a amostragem deste último single em 2007, a música "Flashing Lights" em seu mais recente álbum, de 2010 I'm New Here . Scott-Heron admitiu ambivalência sobre sua associação com o rap, observando, em 2010, em uma entrevista para o Daily Swarm "Eu não sei se eu posso levar a culpa por isso", referindo-se à música rap. Ele preferiu o apelido de "bluesologist". Referindo-se aos comentários de seu último álbum e as referências a ele como o "padrinho do rap", disse ele, "É algo que é destinado a crianças." Ele acrescentou: "Eu tenho filhos, então eu ouvia. Mas eu não diria que é destinada a mim. Eu escutava as rádios de jazz".

West chamou Scott-Heron, entre outros, como uma grande influência sobre seu mais recente trabalho, My Beautiful Dark Twisted Fantasy , onde partes de sua obra "Comentário # 1" aparece no álbum. "We Almost Lost Detroit" também foi recolhido pelo Brand Nubian, pelo membro Grand Puba ("Keep On"), pelo duo Native Tongues no disco Black Star ("Brown Skin Lady"), e pelo alternativo MF DOOM ("Camphor"). Além disso, Mos Def foi sampleou Scott-Heron é "The Legend in His Own Mind", e em parceria com Q-Tip na música "Mr. Nigga", e o produtor Dr. Dre (cujo primeiras produções do G-Funk se espelharam no estilo musical de Scott-Heron, em textura e sentimento, especificamente "Lil' Ghetto Boy", que tem samplers de Scott-Heron e da contemporânea Donny Hathaway) gravando a música "Blunt Time" no seu ex selo Death Row Records, o rapper RBX interpola as letras de abertura de Heron na gravação de "Angel Dust". Em 2000, CeCe Peniston também utilizou uma amostra de Heron em uma canção ("The Bottle") durante a gravação de seu single "My Boo".

Bem, esse é um pouco do mestre Heron, é claro que muito mais músicos se utilizaram, se apropriaram de sua música, e tentaram dar um pouco de deja vu, a um fim de carreira que poderia ter sido, com certeza, muito mais vanglorioso. Deixamos nosso eterno agradecimento pela música e mensagem desse Pantera Negra que deveria ter mais reconhecimento, e infelizmente a morte e a revolução proposta por Gil Scott-Heron não foi televisionada, alias, por aqui as tv's nem deram bola. 








A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA... GIL SCOTT-HERON
...ELA VAI SER FEITA DENTRO DE NOSSAS PRÓPRIAS CASAS... RAS WELLINGTON





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