domingo, 5 de outubro de 2008

JAH - A ESSÊNCIA DIVINA


Essência Divina, esse é o significado dessa poderosa palavra, que provém dos povos africanos e do Oriente Médio, dificilmente será possível dizer exatamente de qual língua ela provem, a influencia se originou dos dialetos africanos, do aramaico, do hebraico e árabe. Mas com o esquecimento histórico, línguas que não existem mais, essa palavra se tornou única.

 

Uma das frases em que essa palavra é usada, é: “I&I, JAH Rastafari”, traduzindo de uma forma próxima ao sentido original em dialeto:

“Eu&Eu, Que A Essência Divina Do Criador Me Guie e Oriente.”

I&I = Eu&Eu; que transmite a idéia de que todos somos iguais, o primeiro “Eu” tem a intenção de substituir a palavra “homem”, que é um substantivo, fazendo com que o “homem” afaste a ilusão de que é apenas parte de um todo, quando substituímos “homem” pela palavra “Eu”, a palavra homem deixa de ser um substantivo, para se tornar um sujeito. O segundo Eu se torna o Altíssimo, nos deixando mais próximos de Deus, fazendo com ele seja parte do “eu”, e o “eu” fazendo parte D’ele. 

JAH = Essência Divina, Deus é onipresente, habita em todo lugar, é onisciente, sabe de todas as coisas, a Essência é o que nos faz sentir a presença dele entre nós. Como o melhor perfume, nós sentimos a fragrância, ela nos agrada e nos faz sentir bem. Assim é JAH.

RASTAFARI = Uma palavra formada por duas;

RAS = Cabeça, Líder, Sábio, Guia, Aquele que guia, transmite conhecimento; RAS era um título dado aos árabes e pessoas que eram líderes em suas tribos, comandavam o exército, a educação e administravam suas comunidades e transmitiam conhecimento entre os demais. 

TAFARI = Conhecimento, Sabedoria, Sapiência, Elevação; alguns têm para si a palavra Tafari como Criador, a palavra Criador se encaixa no termo, já que quem cria, educa e orienta.

Dependendo da forma como nos expressamos com a palavra JAH, ela pode tomar outros significados, JAH pode significar Deus, como Allah em árabe, ou God em inglês. Cada província africana oriental se dirigia a Deus de uma forma, essa é uma das formas de dizer Deus em um contesto monoteísta, sem interferências ou inserções de supostos santos ou entidades espirituais. 

Talvez um dos primeiros povos africanos a usarem a palavra JAH, tenha sido a Abissínia (Etiópia), com influência das antigas línguas monoteístas (aramaico, hebraico e árabe), a Abissínia se tornou historicamente, uma das regiões mais importantes da história, com toda a absorção e profundidade do conhecimento teológico e teocrático do seu povo.

Chegando ao rastafari, que hoje se torna um dos ícones da disciplina e doutrina individualista da era moderna, pregando o respeito ao ser humano, ao eco sistema, e a espiritualidade. JAH para o rastafari simboliza a conexão com Deus. A absorção cultural e espiritual do rasta provém da herança etíope desde o Rei Négus, Rei da Abissínia, a busca por conhecimento, a disciplina e a devoção ao Altíssimo.

Segue abaixo uma carta* escrita pelo Profeta Mohamad (saws) ao Rei Négus no auge da era Islâmica.

CARTA DO PROFETA MOHAMAD (saws) PARA O REI NÉGUS DA ABÍSSINIA

“Em nome de Deus o Compassivo o Misericordioso”

De Mohamad, Mensageiro de Deus, para o Négus, Imperador da Abissínia. Paz!

Eu presto louvores perante ti a Deus, aquele que não há outra divindade senão Ele, o Rei, o Augusto, o Pacificador, o Protetor, e testemunho que Jesus, filho de Maria, e o Espírito de Deus e Sua Palavra, que Ele fez descer sobre Maria a Virgem, a Boa (pura), a Casta, assim, concebendo a Jesus com o sopro do Seu Espírito da forma como criou Adão com Sua mão. Convido-te para um Deus único, que não tem sócio, e à submissão à sua obediência, e para seguires-me e creres naquilo que me foi revelado, porque eu sou o Mensageiro de Deus. Convido-te e a tua gente para vos orientar até Deus, o Poderoso e Majestoso. Já vos transmiti e aconselhei-vos, portanto aceitai o meu conselho, e que a paz esteja com os que estão bem orientados.

O Profeta enviou Amr Bin Umaya Dhamri como seu embaixador, levando a sua carta para o Rei Négus*, Rei da Abissínia, convidando-o para abraçar o Islam. O Négus enviou a resposta ao Profeta que dizia: “Eu presto testemunho que tu és o Verdadeiro Mensageiro de Deus;"

Carta extraída do livro: Mohamad O Mensageiro de Deus (1989), autor: Aminuddin Mohamad.

Esta carta não afirma que o Rastafari deixa de ser cristão e se torna muçulmano, ou vice e versa, a carta do Profeta Mohamad (saws), afirma a abertura espiritual e religiosa do povo abissínio. Outra observação é que o Rei Négus se converteu ao Islam, o restante do seu povo teve como opção manter sua religiosidade cristã e os preceitos cristãos ou optar por qualquer outra religião.

Esta carta coloca em cheque certas questões, se o Profeta escreveu uma carta para um estado cristão, atestando que Jesus (aws) era filho de Deus, e nasceu de um milagre, como alguns podem dizer que o muçulmano nega o Cristo como filho de Deus? Já que Deus tudo pode! Logo falaremos um pouco mais sobre as influencias que a Abissínia e o Rei Negus sofreram de outros povos e religiões.

Toda a África era influenciada principalmente pelo Egito, Arábia Saudita, e províncias próximas. Todos os conhecimentos relacionados ao rastafarianismo provem das Igrejas Coptas Etíopes, Cultura Egípcia, das províncias monoteístas da Arábia, do antigo Estado de Israel, principalmente dos ensinamentos deixados pelos antigos profetas, sábios e reis (Abraão, José, Davi, Salomão, Jesus, o Apóstolo Felipe etc...) 

A PROPAGAÇÃO DO RASTAFARIANISMO 

Apresentar o rastafari como uma cultura e disciplina, é muito menos imposição do que mostrar uma religião a uma pessoa ou comunidade, que é acostumada com uma igreja inquisitiva e até certo ponto descrente, onde apenas funcionam doutrinas e disciplinas com um fundamento vago e ambíguo, mas de certa forma abrangente e simpático, não cabe ao rasta o papel de catequisar ninguém. 

Ao Rastafari cabe a missão de propagar a disciplina e a doutrina rasta, não cabe ao rastafari converter um muçulmano, um judeu, ou um cristão ortodoxo, da mesma forma que o rasta tem seu livre arbítrio, ele deve dar esse livre arbítrio a outras pessoas. Não se deve “converter” ninguém a uma suposta religião, se deve transmitir conhecimento, a sabedoria e o ponto de vista abrangente, deixemos a prepotência autoritária para os políticos, á mídia fechada e ao clero religioso.


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