sábado, 26 de março de 2016

FREE DOWNLOAD - METROMEDIA SOUND SYSTEM

Escrevendo sobre o livro "The Rise And Fall Of Studio One" de Lou Gooden, persona controversa e pouco falado por aqui, na verdade, nunca li nada a respeito de Lou Gooden - sei apenas da ligação dele com o sistema de som "The Great Sebastian" e do vínculo com o Metromedia Sound System. Mas esse escritor tem história, e participou das principais fases do sound system na Jamaica. A primeira, sendo um dos seletores do sound system "Tom 'The Great Sebastien'" e fundador de um dos sounds mais legais dos anos 80, o Metromedia - como já disse, mixando rub a dub e dancehall nas sessões e apresentando vários dos grandes deejays jamaicanos (nesse caso diz-se que deejay é aquele que usa o microfone) no decorrer dos anos 80 e 90.

Lou Gooden iniciou o Metromedia junto com mais algumas pessoas em 1974, em Woodford Park, Kingston 4. Em 1976, Gooden foi estudar nos EUA, e o sound system trocou de dono; agora nas mãos de Jimmy "Daddy" Metro aka Father Metro. Nos anos 80, o sound system cresceu, com Father Metro comprando mais equipamento e o sound começou a fazer diversas festas na ilha. Em 1981, o classudo Peter Metro se juntou ao Metromedia, e se tornou um dos deejays mais representativos nos sounds jamaicanos nos anos 80 - você já viu algum deejay ou mc dessa fase de ouro usar o nome do sound como sobrenome?... Peter Metro tinha um carisma próprio ao microfone e já desenvolvia um estilo muito próprio cantando - sendo um dos primeiros a cantar em espanhol, Peter acabou criando a identidade ao Metromedia. No Metromedia alguns compartilharam as sessões junto a Peter Metro, como Zuzu - que ficou muito tempo dividindo as festas com Peter Metro e gravou "In The Army" com Peter Metro , Massive Dread, Dicky Ranking, Ashman e Sprouty. 


Peter Metro
Um dos primeiros seletores residentes do Metromedia foi (apenas) Jack, depois Peter Metro conheceu um dos mais carismaticos seletores da Jamaica, chamado Sky Juice que tinha trabalhado no Black Zodiac... desde então o Metromedia tinha um novo seletor, e Sky Juice continua nos controles do Metromedia até hoje. Em 1984, o Metromedia fez uma turne em UK junto a Josey Wales, Sister Verna e Sister Katy. No final dos anos 80, o Metromedia passou pelo Canada, Japão e Inglaterra.

Outros mc's passaram pelo Metromedia como Nigga Mikey, Danny Dread, que havia passado pelas sounds Stereophonic e Black Star e era uma versão de Brigadier Jarry, assim como o protegido de Peter Metro; Tonto Metro. Deejays ingleses como Dominic tocaram no sound em 87. Dominic gravou a música "Cockney & Yardie" com Peter Metro.

Com o passar do tempo, os soundclashes passaram a ser feitos com dubplates (acetatos), e os deejays (mc's) aos poucos se tornaram obseletos no sound system, mudando o foco para a produção dos acetatos ao invés de usar os deejays ao vivo ao lado do seletores. Nesse ponto Sky Juice se destacou pela agitação e uma certa gritaria ao colocar um dubplate para tocar.

Sky Juice
Sky Juice se tornou o personagem mais carismático do Metromedia, sendo impossível pensar no Metromedia sem o seu seletor principal. Sky Juice foi apresentado por Peter Metro, num evento chamado "Return Of Metromedia" em StanPipe, a sintonia entre o seletor e o sound forma imediatas, e hoje Sky Juice já tido com um seletor internacional. Sky Juice ficou famoso também, por tirar a camisa fora e mostrar sua barriga saliente nos eventos, e ganhou o apelido de "Big Belly" (barriga grande ou barrigudo). Além de seletor, Sky Juice também participa do filme jamaica "Shottas", junto com outras personas da música jamaicana no filme.


Em meados do 80, o Metromedia expandiu de tal forma, e com uma qualidade extrema. Sua crew original tinha nome como Ashman, Chicken Chest, Wayne Wonder, Doctor C, and Danny Dread, Tonto Metro, Cutty Ranks e alguns outros que eram convidados ou apareciam para tentar uma chance no microfone, o que fez do Metromedia um dos sounds mais consistentes na Jamaica e fora dela, fazendo o mundo prestar atenção e ser influenciado. Nos anos 90, novos membros chegaram para agregar no novo formato de dubplates; Webber, Oliver, Jugs B e Scratchie chegaram para manter o sound atual.



O Metromedia Sound System já passou dos 30 anos de idade no Reggae e Dancehall e os nomes do veterano Sky Juice junto com Selector Oliver Metro, Unruly Scully Metro e Deejay Platinum Metro ganharam o título "The Year to Year Sound" (O Sound Ano A Ano). Metromedia se adaptou, e consegue fazer os sounds com dubplates, os soundclashes, com os deejays ao vivo, e toca desde clubes a arenas todos o anos, na Jamaica, EUA, Europa, Japão e tantos outros lugares.


 
  

THE RISE AND FALL OF STUDIO ONE: RISE AGAIN - POR LOU GOODEN

Este é um relato da ascensão e da queda do Studio One, também da corajosa tentativa de se erguer novamente a partir da imagem prejudicial deixada após Coxsone Dodd ter falecido em 4 de maio de 2004. Danos causados por sua mulher maliciosa; Norma Dodd e suas filhas, com sua inexperiência e nos esforços para certificar que outros filhos de Dodd não receberiam sua parte justa dos bens deixados por Clement Dodd. Os fundos que a Sra Dodd tomou dos bancos, (Primeiro no The Victoria & Blake, Nova Scotia Branch, e depois The New Kingston Branch of The RBTT), além de abertura de contas fictícias denominadas "Conta Beneficiária", onde em tal conta ela e sua filha foram as duas únicas assinaturas prescritas. Todo o dinheiro tirada dessas contas bancárias em rápida sucessão foram guardados em sua residência. Após sua morte em 2010, o dinheiro foi removido por um de seus auxiliares de confiança, que mais tarde foi despedido por sua filha Carol Dodd. Dodd começou tocando discos para os clientes da loja de seus pais. Em 1954, ele criou o Downbeat Sound System quando a onda do R&B americano terminou nos Estados Unidos. Dodd e seus rivais foram forçados a começar a gravar a sua própria música na Jamaica, a fim de atender a demanda local por música nova. Inicialmente essas gravações foram exclusivamente para um sistema de som em particular, mas as gravações rapidamente evoluíram para uma indústria com seus próprios direitos (autorais). Em 1959 ele fundou uma gravadora chamada World Disc. Em 1963 ele abriu o Studio One em Brentford Road, Kingston. Foi o primeiro estúdio de gravação de propriedade de negros na Jamaica. Aqui ele descobriu Bob Marley, cantando como parte de The Wailers. Lhes deu um contrato exclusivo de cinco anos por 20 libras para cada canção gravada. Sua canção Simmer Down, produção de Dodd de uma canção de Bob Marley, foi número um na Jamaica, em fevereiro de 1964. Marley foi convidado para dormir em um quarto no estúdio por um tempo até Marley deixar o Studio One em 1968. Durante a década de 1960 e início dos anos 1970, o Studio One era praticamente sinônimo de Rocksteady, e ele atraiu alguns dos melhores talentos da Jamaica ao longo deste tempo. Sem o rock steady e ska que ele estava tão envolvido, não poderia ter havido nenhuma música Reggae. 

Sobre o Autor:

Lou Gooden é um renomado autor e radialista na Jamaica; que estudou no Crescent College, localizado na 1E North Street, em Kingston - Jamaica. Muito antes de ele se formar ele teve a oportunidade de ser o mais novo disco jockey do primeiro sistema de som na Jamaica conhecido como "Tom (The Great Sebastian)". Durante o ano de 1971, lançou "The Sound System Metromedia" no Baby Grand Club, localizado no Cross Roads. Depois de um certo número de anos de trabalhando na casa noturna Epiphany em New Kingston e na Hedonism 2 em Negril, ele migrou para o EUA onde frequentou quatro diferentes faculdades de radiodifusão. Durante 1996, ele embarcou em uma carreira de radiodifusão na rádio W.N.W.K. 105,9 FM de Nova York e mais tarde mudou-se para a rádio W.R.T.N. 93,5 FM. Lou Gooden voltou à Jamaica ao longo de 2002 com uma riqueza de conhecimento para completar o seu primeiro livro de não ficção intitulado "Heritage Reggae". Lou ajudou a estabelecer a Radio Bess FM em 2006 e trabalhar como disc jockey,  fazendo apresentação e sendo gerente de programação até novembro de 2011. Lou agora transmiti ao vivo via Ustream (podcast) on line. 

Review do fyadub:

O livro de Lou Gooden está longe de ser uma biografia ou a história definitiva do Studio One, a proposta do título "A Ascensão e Queda do Studio One: Ascensão Novamente", cai por terra no decorrer das páginas. O livro é muito bom, mas não se trata do Studio One, ele é abrangente demais. Ele parece deixar a história de Dodd e do Studio One de lado em boa parte do livro. 
 
Relatando a história dos primórdios das sound system's (desde a primeira, escrevendo muito bem sobre Tom "The Greatest Sebastian", King Edwards, Duke Reid, e outros nomes importantes). O livro não se trata de Coxsone Dodd, mas de tudo a sua volta, e talvez por não ter uma grande história sobre Dodd para contar, ele recheou as páginas de entrevistas - muito boas alias, com grandes produtores, seletores, donos de selo, da velha guarda e contemporâneos. E digo, que as entrevistas são as melhores partes do livro. 
 
O tom usado por Lou (fora das entrevistas), é meio que de um amargurado ou de recalque contra a esposa de Coxsone, que por direito é a detentora do espólio do falecido esposo. A briga pelo dinheiro e espólio nada é de diferente em outros casos, como o de Bob Marley por exemplo - se ler "Catch a Fire" vai ver que existe uma briga muito semelhante. Em diversos relatos, o autor do livro, foi preso por ter ficado com uma cifra de 3 milhões de dólares, que ao que tudo indica, serem pertencentes ao Studio One ou a JAMREC, detentora do acervo produzido por Dodd. Lou passou 4 meses na prisão e ainda responde processo pelo envolvimento com o dinheiro. Indico a leitura do livro, mas com olhos nos relatos dos entrevistados, o discurso de Lou contra Norma Dodd é desnecessário. 
 
Agora, também esteja atento ao patois, que permeia todo o livro. Nada de inglês formal, revisão de texto ou algo do tipo. Esteja com um inglês afiado, de mediano a alto. Novos leitores, sem o hábito de já ter lido textos com patois, terão uma seria dificuldade de compreensão da língua inglesa, e de diversas partes do contexto de cada depoimento. Nesse aspecto, eu indico a compra pelo Kindle, que além de custar pouco mais de 30% do valor do livro com capa simples, você tem acesso aos verbetes que podem ser procurados on line. Eu fugiria da capa dura, o livro não é uma obra prima e fico relutante em investir mais de R$ 300,00 no título, mas se achar que vale a pena, manda bala.
 
Se Lou Gooden tivesse escrito um livro de relatos, e evitado o embalo do título, teria se dado muito bem, e teria uma obra com uma visão muito mais bem sucedida. 


The Rise And Fall Of Studio One (Black & White): Rise Again (English Edition)
Formato: eBook Kindle
Tamanho do arquivo: 11023 KB
Número de páginas: 518 páginas
Vendido por: Amazon Servicos de Varejo do Brasil Ltda
Idioma: Inglês
ASIN: B00J175Q3O
Leitura de texto: Habilitado
X-Ray: Não habilitado
Dicas de vocabulário: Não habilitado
Configuração de fonte: Habilitado
Avaliação:


The Rise and Fall of Studio One: Rise Again
Capa comum: 482 páginas
Editora: Createspace Independent Publishing Platform (2 de fevereiro de 2014)
Idioma: Inglês
ISBN-10: 1491097426
ISBN-13: 978-1491097427
Dimensões do produto: 15,2 x 2,8 x 22,9 cm
Peso do produto: 803 g
Avaliação:



sábado, 19 de março de 2016

FREE DOWNLOAD - RUB-A-DUB STYLE: THE ROOTS OF MODERN DANCEHALL por BETH LESSER

NOS PRIMÓRDIOS


No início dos anos 1980 , quando Dancehall chegou nas lojas de discos no exterior, muitos entusiastas do reggae há muito tempo estavam desanimados. Fãs tinham ficados confortáveis com música de raiz - Burning Spear, Bob Marley, Yabby You, Augustus Pablo, Culture. Eles sentiram que sabiam o que o reggae era.

À medida que a maioria das pessoas entendeu, o reggae se tornou a música que trazia uma mensagem. O Reggae defendia a mudança; derrubar o sistema colonialista e levantar as massas que sofrem com a pobreza. O Reggae foi a música que deu uma voz para aqueles que falam contra um status quo que tradicionalmente tinha silenciado as vozes dos pobres. Os jovens de todo o mundo sentiram uma afinidade firme com esta mensagem. Ele ressoou com seu ideal de criar um mundo sem guerra, opressão e mercantilismo.

Mas, o clima na Jamaica tinha mudado. A nova década viu um afastamento do reggae com os fãs de reggae que o conheciam há quase uma década. Artistas de raízes pareciam desaparecer no pano de fundo, e jovens desconhecidos surgiram para tomar o seu lugar. Quando Bob Marley, o rei indiscutível do reggae morreu em 1981, muitas pessoas achavam que o reggae tinha deixado de existir que sem Bob, e não poderia haver mais reggae.

Em uma tentativa de manter o seu legado, e a música viva, foram feitos esforços para nomear várias bandas e artistas individuais como seus herdeiros ao trono. Mas, as tentativas foram infrutíferas, porque em 1981, a música tinha mudado. A música que substituiu o reggae roots, parecia para os muitos fãs desiludidos, para ser trivial e desprovida de significado profundo, sem o potencial para corrigir os erros e injustiças da sociedade. Todo o enxofre e fogo, tinham desaparecido.

A nova música da década de 80 apareceu materialista. Muitas vezes era sexualmente sugestivo, sensacionalista, com foco na emoção do momento. Um grande grupo de antigos apoiantes de reggae se sentiram abandonados e se afastaram da música. Mas muitos novos fãs se reuniram para este estimulante, provocador, preparando uma nova forma de entretenimento. A Jamaica foi recuperando sua música e trazendo de volta para casa. Depois de anos, artistas que disputavam a exposição internacional, o reggae estava se tornando mais puramente "jamaicano" do que tinha sido sequer em sua curta história. O dancehall tinha chegado e estava trazendo grandes mudanças para a paisagem musical.

Trecho do livro "Rub-a-Dub Style: The Roots of Modern Dancehall", que está disponível para free download como homenagem a Jamaica, seu povo e sua cultura, em celebração ao 50o Aniversário da Independência Jamaicana em 2012. Para adquirir sua cópia, encaminhe um e mail para fyadub@yahoo.com.br ou clique aqui, para abrir o livro em PDF.

BETH LESSER


Beth Lesser tem sido uma dedicada fã de reggae desde os anos 70. Durante os anos 80, Beth editou e publicou a revista Reggae Quarterly, a primeira publicação tratando de reggae internacional concentrando no gênero Dancehall.

Beth e seu marido David, passaram a década completamente imersos na música jamaicana, David apresentando o programa de reggae na rádio em Toronto e o casal promovendo vários pequenos shows, lançando um disco, trabalhando de relações públicas e até mesmo viajando para a Jamaica para trazer artistas através da imigração para realizar shows. Em 1989, a Sra Lesser foi convidada a escrever, o que se tornou o primeiro livro a tratar a revolução digital na música jamaicana, King Jammy's, publicado pela Black Star na Finlândia. Uma edição expandida mais tarde foi publicada por ECW Press, de Toronto, Canadá em 2002. Alguns anos mais tarde, o selo Soul Jazz solicitou que Ms Lesser escrevesse um livro sobre os anos 80, em que poderia mostrar suas fotografias a partir desse período. Dancehall: The Rise of Jamaican Dancehall Culture foi lançado em 2008.

Entre livros , Ms Lesser escreveu artigos para diversas revistas reggae incluindo Small Axe do Reino Unido, e Natty Dread da França. Suas fotos têm aparecido em revistas e jornais de todo o mundo, como a Small Axe, UK, and Natty Dread, France. Suas fotos foram publicadas em jornais e revistas por todo o mundo em edições da Mojo (UK), Natty Dread Magazine (France), Focus (Germany), Small Axe (UK), Wire (US), Riddim (Germany), Reggae Festival Guide (US), Reggae Vibes (France), Wax Poetics (US), NME (UK), bem como em CD's e álbuns lançados por selos como Blood & Fire, Greensleeves, Heartbeat, RAS, Pressure Sounds, Trojan, Soul Jazz, VP, 17 North Parade, bem como diversos outros selos jamaicanos jamaicanos. MS Lesser também fotos sendo usadas ​​nos próximos filmes documentários como Return of the Rub-A-Dub Style, de Tom Chasteen (2010) e Holding Onto Jah de Roger Hall (2009). Vários são incluídos na coleção permanente Exhibit Z, alojada no Jamaican Reggae Museum.

Beth e David se casaram em uma evento de dancehall no quintal do cantor jamaicano Sugar Minott em 1986. Após a morte de Sugar Minott em 2010, Beth começou a escrever uma biografia do lendário cantor que não se concentra em suas gravações individuais, mas sobre o trabalho que ele fez com a comunidade e as pessoas que ele ensinou e inspirou - uma homenagem a um velho amigo e um homem que influenciou o curso da música reggae. O livro foi publicado pela Small Axe no Reino Unido. Beth está atualmente empresariando o deejay Jah Stitch.



King Jammy's
Capa comum: 152 páginas
Editora: ECW Press (1 de janeiro de 2003)
Idioma: Inglês
ISBN-10: 1550225251
ISBN-13: 978-1550225259
Dimensões do produto: 18,2 x 18 x 1,2 cm
Peso do produto: 358 g
Avaliação:



Dancehall: The Rise of Jamaican Dancehall Culture 
Capa comum: 215 páginas
Editora: Soul Jazz Records (1 de dezembro de 2008)
Idioma: Inglês
ISBN-10: 0955481716
ISBN-13: 978-0955481710
Dimensões do produto: 29,6 x 28,4 x 2,1 cm
Peso do produto: 1,6 Kg
Avaliação:



DANCEHALL: THE RISE OF JAMAICAN DANCEHALL CULTURE - BETH LESSER

Como o mundo sintonizou na Jamaica: As músicas dancehall de Kingston revolucionaram a música e a forma que ouvimos os hits hoje
Rob Nash, The Sunday Times, Reino Unido, 02 de novembro de 2008

Sly e Robbie se apoiam ostensivamente contra a parede de um pequeno estúdio em uma rua empoeirada. Perto dali, no meio da estrada, aestrela do reggae Eek-A-Mouse sorri para a câmera, usando um colete apertado de marca em vermelho, verde e ouro. Em Chancery Lane, um jovem Gregory Isaacs segura um copo de plástico enquanto alguém o enche com uma garrafa de cerveja. Chancery Lane, Kingston, é isso. As fotografias de Beth Lesser do livro de mesa, Dancehall: The Rise of Jamaican Dancehall Culture, retratam uma sociedade tão obcecada por música e assim impregnou com um can-do, espírito DIY que a sua presença desproporcionada no cenário mundial parece inevitável.

Lesser visitou Kingston pela primeira vez em 1981 como uma fã de reggae canadense com 28 anos de idade, e de olhos arregalados. Ela encontrou a grande coisa novidade, a cena que todo mundo queria estar envolvido, o dancehall. "Você não teria sabido o que este estava acontecendo", diz Lesser... "olhava para Jamaica a partir da perspectiva do Canadá ou dos EUA, mas quando chegamos lá, era tão grande que você não poderia evitá-la." Ela passou a maior parte da década viajando para a Jamaica e voltando.

"Até que você vá para as festas ao vivo, você não pode imaginar o que é", ela continua... "Você nunca sabia o que iria acontecer. Lembro-me de uma festa em 1985, quando [o produtor] King Jammy estava tocando as versões Sleng Teng, e apenas quando estava ficando emocionante a polícia chegou, à procura de armas, e fechou a festa." Houve uma noite ainda mais memorável do que isso, apesar de tudo. "Meu marido e eu nos casamos em uma festa", diz Lesser. "[O DJ] Major Stitch tocou a música Here Comes the Bride de Michael Prophet".

Os anos 1980 são vistos como a idade de ouro do dancehall, quando as mensagens políticas sérias do Rastafari deu lugar a uma música turbulenta que atraiu toda a comunidade para as festa. Em confrontos de sistemas de som, sistemas de som rivais desencadeariam suas armas mais poderosas contra o outro: os últimas dubplates (músicas exclusivas), os seletores mais experientes (que escolhem os discos) e talvez um novo DJ (que fala sobre os instrumentas) com uma linha tênue entre o afinado e o picante (ou lascivo).

Embora em épocas anteriores os dois papéis de seletor e DJ foram feitas por um só homem, no dancehall o DJ era um vocalista, que iria falar sobre as lacunas de espaço entre canções e também sobre as seções instrumentais dos discos, como um protótipo de rapper.

Um CD duplo com o mesmo título acompanha o livro, dando uma visão geral do dancehall de 1977 a 1993 - a partir do dub repleto de sirenes e efeitos de delay para o bom R&B, que artistas como Chaka Demus e Pliers levaram ao redor do mundo na década de 1990. O álbum lembra como essa era musical inventiva ainda ecoa com os sons de hoje - mesmo no mainstream do hip-hop and R&B.

Lesser encontrou as pessoas que estavam fazendo música mais do que dispostos a serem fotografados logo que viam "uma mulher branca com uma câmera." Mesmo artistas estabelecidos foram acolhedores. "O que fez uma grande impressão na minha primeira visita foi que tudo era muito acessível", lembra ela. "Você poderia ir para o fim de Orange Street, ir para a loja de discos de Pablo [Augustus Pablo], e eles diziam, 'Pablo retorna em breve', então ele iria entrar e conversar. Não era como se você tivesse que passar por sua secretária e fazer um agendamento".

De certa forma, foi surpreendente que as pessoas não tinham nada feito. A questão da maconha inevitável traz o riso incrédulo de Lesser. "Foi inacreditável", diz ela. "No quintal de Sugar Minott, eles acordavam de manhã e acendiam o chalice, e todo mundo iria desaparecer em uma enorme nuvem de fumaça. Onde quer que fosse, todo mundo estava fumando todo o dia".

Kingston teve uma atmosfera amigável, mas havia uma ponta de perigo. Um dia, ela e seu marido estavam em um táxi e um outro motorista cometeu uma infracção menor. "Eles estavam gritando um com o outro, em seguida, o motorista de táxi saca uma arma", diz ela. "O outro cara foi embora e o motorista de táxi tirou a arma e disse: 'Está tudo bem, eu sou um agente da polícia'".

As tensões políticas ainda estavam elevadas após os problemas da eleição de 1980, e você tinha que ter cuidado com as cores que você usava em determinadas áreas. Preto e vermelho significava que você era um socialista; se você usava verde, você era trabalhista. Na história exaustiva que acompanha fotos evocativas de Lesser, ela pinta um retrato vívido de uma cena que, apesar da sua eventual influência global, era quase comicamente paroquial às vezes. Sua natureza continha também um dos seus pontos fortes, como novas ideias iriam se desenvolver rapidamente. Lesser reconta uma longa duração da mordaça sobre bicicletas: "Early B tinha uma bicicleta de uma roda, a bicicleta não tinha uma roda; em seguida, Chaplin veio com uma de quatro rodas; e então alguém veio com um ditado lírico, 'Bicicleta de quatro rodas? Não há tal coisa - você estaria voando'... E então Junior Reid finalmente veio com Poor Man Transportation, dizendo que ele simplesmente vai em todos os lugares andando".

Sem dúvida, se você tocasse a canção Under Me Sleng Teng agora, soaria irritadiço; mas o riddim Sleng Teng foi o primeiro a ser produzido com instrumentos sintetizados ao invés de uma banda, e surpreendeu os sistemas de som quando King Jammy o lançou em um soundclash em 1985. Ele foi reciclado centenas de vezes. Duas faixas do álbum Dancehall o usam, e quando você os ouvir, é bastante óbvio que um pequeno teclado Casio foi o início e o fim da tecnologia por trás deles. Com um pouco de imaginação, você pode voltar 20 anos para uma noite quente em Kingston e uma revolução que estava entre os momentos mais emocionantes na música popular - a permissão da polícia.


Dancehall: The Rise of Jamaican Dancehall Culture 
Capa comum: 215 páginas
Editora: Soul Jazz Records (1 de dezembro de 2008)
Idioma: Inglês
ISBN-10: 0955481716
ISBN-13: 978-0955481710
Dimensões do produto: 29,6 x 28,4 x 2,1 cm
Peso do produto: 1,6 Kg
Avaliação:


sábado, 12 de março de 2016

100 ESSENTIAL DUB ALBUMS - DAVID FURGESS


Existe uma grande necessidade de uma descrição mais detalhada do livro e do seu conteúdo.

O livro mostra o que propõe no título, títulos essenciais de dub para uma discografia básica do gênero (reggae/dub). Absolutamente nada surpreendente, trazendo produções clássicas de King Tubby, Lee Perry, Niney The Observer, Tappa Zukie, King Jammy, Scientist, uma pitada de Glen Brown e Joe Gibbs e nada muito além disso.

Se você está buscando ter um primeiro contato com títulos clássicos, talvez seja interessante para uma primeira aquisição,  títulos como; "Dub: Soundscapes and Shattered Songs in Jamaican Reggae"; "Remixology: Tracing the Dub Diaspora"; "The Ultimate Guide to Great Reggae: The Complete Story of Reggae Told Through Its Greatest Songs, Famous and Forgotten"; "Caribbean Popular Music: An Encyclopedia of Reggae, Mento, Ska, Rock Steady, and Dancehall"; "Reggae Soundsystem: Original Reggae Album Cover Art: A Visual History of Jamaican Music from Mento to Dancehall"; "Reggae 45 Soundsystem: The Label Art of Reggae Singles: A Visual History of Jamaican Reggae 1959-1979".

As imagens, aparentemente, foram compiladas via  busca e download no google. Nenhuma capa é colorida e o granulado dos pixels são aparentes. Cada página parece ter sido impressa em uma copiadora Xerox em preto e branco. Para atingir a proporção em cada página, as imagens foram ampliadas perdendo a definição, "estourando" os pixels.

Não há nenhuma resenha sobre qualquer um dos álbuns, que necessariamente não são somente LP's ou álbuns de fato, existem compilações em CD - que não são álbuns e também não são álbuns de dub. Existe somente um tracklist abaixo de cada capa, facilmente visualizado no discogs, ou qualquer site ou blog especializado em discografias.

Sobre o texto, é inexistente, o único dizer relevante em todo o livro é; "O livro que você está lendo não tem o objetivo de ser a a palavra final sobre o assunto" - e ponto. O livro é uma versão precária, talvez uma tentativa de ser parecido, com os livros lançados e vendidos pela Soul Jazz. Não vale o preço, e se torna irrelevante na estante.
Capa comum: 152 páginas
Editora: Createspace (14 de maio de 2014)
Idioma: Inglês
ISBN-10: 1499559372
ISBN-13: 978-1499559378
Dimensões do produto: 21,6 x 0,9 x 27,9 cm
Peso do produto: 463 g
Avaliação:


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