Matilha Cultural recebe obras artísticas e multimídia que refletem o presente Egito
São Paulo, abril de 2011 – A Matilha Cultural se propôs a dar voz às ações do povo egípcio e auxiliar na propagação e reflexão das suas idéias, por meio do projeto “Egito em Obras: Expressões da Revolução”, que fica em processo de 29 de abril a 18 de junho no espaço cultural.
Realizado a partir da busca de pessoas e grupos diretamente ligados ao processo revolucionário e que está resultando num work in progresscom algumas organizações culturais e pessoas (desde artistas, até jornalistas e civis), “Egito em Obras” é em si um processo e traz um questionamento sobre a força de articulação que as pessoas comuns tem para mudar os rumos da política. A primeira mostra deste processo poderá ser vista na próxima sexta, dia 29, a partir das 18h, na forma de fotos, vídeos e artes enviadas diretamente do calor dos acontecimentos. A Matilha, ao trazer este projeto, busca chamar atenção para a necessidade da luta pelos direitos e trazer um registro de um processo ativista, por meio de um intercambio entre centros culturais, ativistas e artistas do Egito e do Brasil, nesse momento que o povo egipcio está vivendo as transformações na sua maior intensidade. A abertura será durante o happy hour Mondo Cane.
Em meio aos confrontos com as forças contra-revolucionárias de Hosni Mubarak, que resultou em centenas de mortos e a sua queda como ditador, a MatilhaCultural conseguiu realizar o difícil trabalho de mapear um conjunto de ativistas revolucionários e iniciativas culturais independentes autênticas que pudessem traduzir o momento atual e também as expressões artísticas que participaram do processo de resistência e levante do povo egípcio.
São manifestações que vão desde fotos de graffiti nas ruas até ações táticas de guerrilha de informação envolvendo video-arte, um apanhado de elementos e ações que demandaram inclusive um novo formato de exposição para a Matilha. Um formato que fosse capaz de se articular com programas de rádios on-line feitos especialmente, conversas em tele-conferência, realizar intervenções conjuntas entre São Paulo e Cairo, contextualizar os documentos seqüestrados do prédio do serviço de inteligência egípcio pelos revolucionários, além de debates, vídeos, filmes, fotos e etc.
"Poderia se chamar até de festival, mas também não é o caso. O 'work in progress' é um termo que inspira essa idéia de processo, que é capaz de abordar a ação participando dela, existir como uma manifestação viva e interativa. Foi a nossa pesquisa que demandou esse novo formato de exposição, foi a forma mais autêntica que encontramos para falar de uma revolução que está em andamento", diz Demétrio Portugal, curador da exposição e diretor de programação da Matilha Cultural.
Um dos destaques é o artista Aalam Wassef com um apanhado de vídeos e táticas de guerrilha de informação realizadas desde 2007 sob o pseudônimo de Ahmad Sherif. Altamente subversivos e satíricos os vídeos formam um unidade clara a partir da sua forte identidade estética. Por medo da repressão, Wessef destruiu todos os originais de seus trabalhos desse período só restando cópias dos vídeos na internet. Ele é um dos convidados para as conversas em tele-conferência.
Uma das principais fontes para essa exposição é Maya Gowaily, uma jovem egípcia que lidera um projeto para arquivar o graffiti saido da revolução. Percebendo que as intervenções criadas durante a revolução estavam sendo rapidamente apagadas, ela criou a página Graffiti Revolution no Facebook www.facebook.com/graffitiegypt, onde qualquer pessoa pode adicionar suas imagens. A idéia tem chamado atenção e está prestes a se tornar um livro.
A exposição audiovisual, conta com fotos, vídeos, arte em stencils, lambe-lambes e outras artes gráficas produzidas no Egito no calor dos acontecimentos, além do programa 100 Projects, da rádio online de música experimental transmitido diretamente do Cairo e comandado por Mahmoud Refat. Filmes e documentários que retratam a região também fazem parte da programação. Algumas obras também serão levadas para as ruas da cidade.
Ainda está previsto um dia de debates e conversas sobre o atual momento geopolítico do norte da África e do Oriente Médio e suas repercussões em nível global para contextualizar historicamente os acontecimentos atuais. Além disso, Matilha está disposta a receber grupos de escolas e instituições que queiram visitar a exposição.
“A proposta da Matilha é ser um vetor de divulgação desta manifestação revolucionária e através destas informações, promover reflexão e um olhar além da cobertura da mídia”, adianta Demétrio Portugal.
----> acompanhe o projeto na página do facebook
Principais parceiros:
# Darb 1718 www.darb1718.com
Organização sem fins lucrativos, com a missão de ser um trampolim para o avanço do movimento da arte contemporânea emergente no Egito e ao mesmo tempo esforçando-se para colaborar com diversos grupos sociais e culturais.
# Cairo Jazz Club www.cairojazzclub.com
Um dos club mais populares do Cairo. Com um programação eclética com encontro de bandas e DJs.
Artellewa www.artellewa.blogspot.com
O artellewa é um espaço independente de arte contemporanea, sem fins lucrativos, criado por Hamdy Reda com o apoio de amigos. Fundado em janeiro de 2007.
Town House www.thetownhousegallery.com
A galeria Town House é um espaço para as artes independentes, visando a promoção das artes contemporâneas na região e internacionalmente.
100 Projects www.100radiostation.com
Programa de rádio online de música experimantal comenando por Mahmoud Refat, diretamente do Cairo.
Mohamed Allam www.medrar.org
Estabeleceu uma iniciativa com a "Medrar de Arte Contemporânea", que visa a promoção das práticas artísticas contemporâneas de artistas jovens, no Egito.
Maya Gowaily www.facebook.com/GraffitiEgypt
Maya Gowaily é uma jovem egípcia que lidera um projeto para arquivar o graffiti saido da revolução no Egito, Líbia e outros países do Oriente Médio.
MATILHA CULTURAL
A Matilha Cultural é uma entidade independente e sem fins lucrativos, instalada em um edifício de três andares, localizado no centro de São Paulo. A Matilha integra um espaço expositivo, sala multiuso e café, além de um cinema com 68 lugares.
Fruto do ideal de um coletivo formado por profissionais de diferentes áreas, a Matilha foi aberta em maio de 2009 e tem como principais objetivos apoiar e divulgar produções culturais e iniciativas sócio-ambientais do Brasil e do mundo.
Egito em Obras: Expressões da Revolução
Abertura: 29 de abril, às 18h
De 29 de abril a 18 de junho.
Rua Rego Freitas, 542 – São Paulo
Tel.: (11) 3256-2636
Grátis
Livre
MATILHA CULTURAL
Rua Rego Freitas, 542 – São Paulo
Tel.: (11) 3256-2636
Horários de funcionamento: terça-feira a sábado, das 14h as 20h
Wi-fi grátis
Cartões: VISA (débito/crédito)
Entrada livre e gratuita, inclusive para cães