quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

A BOSSA NOVA E O MEDO BRANCO

Johnny Alf
Como mecanismos sutis do racismo acabaram apagando a paternidade de Johnny Alf na criação de um dos mais importantes movimentos musicais do país.


Em 6 de julho de 2019 o Brasil se despedia de um de seus maiores artistas: João Gilberto. Nenhuma dúvida sobre o imenso rombo na cultura brasileira, bem como sobre o inegável talento de João como expoente da nossa música. Todos os veículos de comunicação noticiaram que havia morrido "o pai" da bossa nova. Essa paternidade musical ele dividia com o não menos lendário Tom Jobim. Na época, essa referência massiva ao grande João Gilberto como o pai da bossa nova me chamou para uma reflexão mais aprofundada sobre esse momento histórico de nascimento daquele que ainda hoje é um dos movimentos musicais mais importantes deste país – dentro e fora dele, pois a bossa nova é um dos ritmos mais ouvidos no mundo todo.

Nos dicionários, assim como, grosso modo, na biologia, pai é aquele que fecunda um óvulo a ser gestado. Até aqui, tudo bem, quer dizer, mais ou menos.

Acho muito difícil que alguém neste país não tenha ouvido, ao menos uma vez, o canto sussurrado de João Gilberto, bem como a maestria habilidosa dos dedos de Tom Jobim acariciando o piano. O marco midiático da bossa nova foi a composição "Chega de Saudade", de 1958, escrita pela consagrada parceria entre Tom Jobim e Vinicius de Moraes e gravada primeiro pela diva Elizeth Cardoso, e depois por João Gilberto, que fez o violão em ambas as versões. E aí é que temos um problema. Na verdade temos "o" problema, que é mais comum no Brasil do que julgaria nossa emblemática Garota de Ipanema. Por pesquisas pessoais, descobri que quase uma década antes da célebre gravação que daria a paternidade da bossa nova a João Gilberto, essa aclamada e sofisticada sonoridade e formato musical já tinha emergido do piano pelos dedos habilidosos do senhor Alfredo José da Silva, ou Johnny Alf, brilhante pianista, compositor e intérprete. Uma figura histórica que é menos reverenciada do que sua competência e importância exigem, como podemos concluir pelas palavras do jornalista Ruy Castro para a Folha de S. Paulo em 2016: "O Johnny Alf, sem dúvida, foi um grande precursor da bossa nova, na década de 50. É um processo que já vinha desde os anos 40, pelo menos, a bossa nova era apenas uma inovação em cima de uma bossa brasileira que já existia, a conclusão de um processo evolutivo. E o Johnny Alf, assim como o João Donato, já era bastante evoluído dentro desse processo todo, ou seja, ele já era uma bossa nova dez anos antes da bossa nova".

Nascido em 19 de maio de 1920, no Rio de Janeiro, Alfredo José da Silva perdeu o pai, Antonio, militar combatente da revolução de 1932, quando tinha apenas 3 anos de idade, o que obrigou a mãe Inês Marina da Conceição a trabalhar como doméstica para mantê-lo. Na casa onde a mãe trabalhava, teve a preciosa oportunidade de ter uma boa formação escolar e ainda estudar piano e música erudita já aos 9 anos de idade. Sua inclinação pela música popular negra norte-americana, o jazz, sobretudo pelas charmosas canções que adornavam a sonoplastia do cinema da época, o levou a admirar gênios como Nat King Cole e Cole Porter. Em 1949, entrou para o mundo artístico pelas mãos de Dick Farney e, em 1952, conheceu nas noites musicais cariocas aquele que se tornaria um de seus ilustres pupilos, Tom Jobim. Cerca de 1 ano depois, em 1953, gravaria duas canções que marcariam sua contribuição para a MPB: "Céu e mar" e "Rapaz de bem", sendo esta última considerada precursora da bossa nova.

Mas onde está o problema? Está nessa paternidade musical deslocada de Johnny Alf para João Gilberto. Mais precisamente, está nos motivos do deslocamento dessa paternidade: o racismo. Mas não o racismo nu e cru, aquele que mata a luz do dia um George Floyd ou deixa um Miguel cair do nono andar de um prédio. Falo do racismo nas suas formas camufladas, despercebidas e que, por isso, mesmo são letais. Uma das minúcias do racismo é a exclusão sutil ou a morte simbólica, como bem escreveu Abdias Nascimento em O genocídio do Negro Brasileiro, aquela que acaba por convencer a própria pessoa negra de que sua relevância é nula ou sua relevância nas questões mais importantes é limitada.

Alf era negro, homossexual, de origem pobre e introspectivo, apesar de simpático. Em uma reportagem sobre o verdadeiro pai da bossa nova, feita por Nilton Corazza, músico, jornalista e editor da revista digital Teclas & Afins, resgatei uma fala de Alf justificando a sua pouca aderência ao movimento e a pouca repercussão de seu primeiro trabalho oficial, o disco "Rapaz de bem", lançado em 1961, quando a bossa já estava formalizada (e embranquecida): "Isso talvez tenha sido conseqüência de meu temperamento. Sempre estive afastado da patota, porque sou muito desconfiado das pessoas. Os problemas que tive na vida me criaram dificuldades de relacionamento. Em meio de grupinho, nunca estava seguro."

Em reportagem do The New York Times (ago/20), Nelson Valença, que foi seu produtor por mais de 20 anos disse: "Houve um movimento para promover Tom Jobim, que era rico, branco, jovem, bonito. Talvez ele fosse alguém que poderia ofuscar Tom Jobim."

Além desse movimento de promoção midiática que os privilegiados tiveram, existia também o medo branco, que se manifesta na presença de pessoas negras que demonstram autonomia e personalidade independente, pois Johnny insistia em manter sua liberdade musical, experimentando e tentando sempre inovar e não se deixar cair no senso comum das gravadoras da época, que viam na bossa nova a oportunidade de confrontar o rock'n'roll norte-americano que dominava o mercado fonográfico mundial.

É claro que Johnny Alf teve seu talento reconhecido e em sua carreira contabiliza mais de 80 composições gravadas por grandes nomes como Chico Buarque e Roberto Menescal. Mas não como deveria, já que foi a fonte onde beberam todos os músicos brancos da bossa nova, como Carlos Lyra, Sergio Ricardo e Vinicius de Moraes. Para aquele que foi mestre não só do grande Tom Jobim, que o apelidou de "Genialf", mas do próprio João Gilberto, a parte que lhe foi reservada na história da MPB e, principalmente, da bossa nova é ínfima. Podemos afirmar seguramente que se não fosse "Rapaz de Bem" a história da bossa nova talvez não atingisse o respeito internacional que alcançou. Diferentemente do pai branco aclamado pela mídia, João Gilberto, a morte de Johnny Alf em 2010 não foi tão comentada e poucos se lembraram de que se tratava do verdadeiro precursor da Bossa Nova. O plano de fazer desse movimento um marco nas artes musicais do país, embranquecendo o samba e levando ao mundo um Brasil branco, universitário e feliz, distante da realidade dos morros cariocas, perdura até hoje. Se você perguntar ao fã-clube de Beyoncé ou Rihanna sobre a bossa nova, irá ouvir da maioria esmagadora: "É coisa de branco!", mesmo em meio à demanda por representatividade.

Na questão racial brasileira, há lacunas e invisibilidades que não sabemos, mas que sentimos. A paternidade real da bossa nova, por exemplo, é uma delas. Como disseram os Racionais Mc's em "Da ponte pra cá": É Muita treta pra Vinicius de Morais.


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

15 LIVROS QUE MALCOLM X LEU NA PRISÃO QUE DESENVOLVEU E EVOLUIU O CONHECIMENTO DE SI MESMO



“Eu soube ali mesmo na prisão que a leitura mudara para sempre o curso da minha vida. Como vejo hoje, a capacidade de ler despertou dentro de mim um desejo há muito adormecido de estar mentalmente vivo ... Minha educação caseira me deu, com cada livro adicional que li, um pouco mais de sensibilidade para a surdez, mudez e cegueira que estava afligindo a raça preta na América.” - Malcolm X


Quando um homem preto obtém conhecimento de si mesmo, ele adquire compreensão sobre sua situação suprema na terra e no universo.

A qualidade de estudar Malcolm X quando ele esteve na prisão, é o que o transformou de "apenas mais um homem preto preso no sistema", em uma demonstração verdadeira e viva da excelência preta e do poder preto.

Leitores são líderes, e quando Malcolm X internalizou essa ideia, tornou-se fanaticamente obcecado por ler constantemente algo que pudesse ajudá-lo a levantar a situação do homem e da mulher preta na América e em todo o mundo.

Trecho de “Aprendendo a Ler” da Autobiografia de Malcolm X:

Foi por causa de minhas cartas que por acaso tropecei, ao começar a adquirir algum tipo de educação autodidata.

Fiquei cada vez mais frustrado por não ser capaz de expressar o que queria transmitir nas cartas que escrevia, especialmente aquelas dirigidas o Sr. Elijah Muhammad. Na rua, eu era o traficante mais articulado que existia. Eu chamava a atenção quando dizia algo. Mas agora, tentando escrever um inglês simples, eu não apenas não era articulado, como nem mesmo era funcional. Como eu soaria escrevendo em gíria, a maneira como eu diria, algo como: “Olha, pai, deixa-me tirar seu casaco sobre um gato, Elijah Muhammad"

Muitos que hoje me ouvem em algum lugar pessoalmente, ou na televisão, ou aqueles que lêem algo que eu disse, pensarão que fui para a escola muito além da oitava série. Essa impressão se deve inteiramente aos meus estudos na prisão.

Realmente havia começado na prisão de Charlestown, quando Bimbi me fez sentir inveja de seu estoque de conhecimento. Bimbi sempre assumiu o comando de todas as conversas em que estava, e eu tentei imitá-lo. Mas cada livro que peguei tinha poucas frases que não continham de uma a quase todas as palavras que poderiam muito bem estar em chinês. Quando eu simplesmente pulei essas palavras, é claro, eu realmente acabei com uma pequena ideia do que o livro dizia. Então, eu vim para a Colônia da Prisão de Norfolk ainda passando apenas por movimentos de leitura de livros. Em breve, eu teria desistido até mesmo desses movimentos, a menos que tivesse recebido a motivação que recebi.

Percebi que a melhor coisa que eu poderia fazer era conseguir um dicionário - estudar, aprender algumas palavras. Tive a sorte de raciocinar também que deveria tentar melhorar minha caligrafia. Foi triste. Eu não conseguia nem escrever em linha reta. Foram as duas idéias juntas que me levaram a solicitar um dicionário junto com alguns cadernos e lápis da escola da Colônia da Prisão de Norfolk.

Passei dois dias folheando incerto as páginas do dicionário. Nunca tinha percebido que existiam tantas palavras! Eu não sabia quais palavras precisava aprender. Finalmente, apenas para iniciar algum tipo de ação, comecei a copiar.

Com minha caligrafia lenta, meticulosa e irregular, copiei para meu caderno tudo o que estava impresso na primeira página, até os sinais de pontuação.

Acredito que demorei um dia. Então, em voz alta, eu li para mim mesmo, tudo que escrevi no caderno. Repetidamente, em voz alta, para mim mesmo, li minha própria caligrafia.

Acordei na manhã seguinte, pensando sobre essas palavras - imensamente orgulhoso de perceber que não só tinha escrito tanto ao mesmo tempo, mas tinha escrito palavras que nunca soube que existiam no mundo. Além disso, com um pouco de esforço, também pude lembrar o que muitas dessas palavras significavam. Eu revisei as palavras cujos significados não lembrava. Engraçado, da primeira página do dicionário agora, que “aardvark” [porco-formigueiro ou porco-da-terra] vem à minha mente. O dicionário tinha uma imagem dele, um mamífero africano de cauda longa e orelhas compridas, que vive de cupins capturados por esticar a língua como um tamanduá faz com as formigas.

Fiquei tão fascinado que continuei - copiei a página seguinte do dicionário. E a mesma experiência veio quando estudei isso. A cada página seguinte, também aprendi sobre pessoas, lugares e eventos da história. Na verdade, o dicionário é como uma enciclopédia em miniatura. Finalmente, a seção A do dicionário encheu um caderno inteiro - e eu fui para a seção B. Foi assim que comecei a copiar o que acabou se tornando o dicionário inteiro. Ficou muito mais rápido depois de tanta prática que me ajudou a aumentar a velocidade da escrita à mão. Entre o que escrevi no meu caderno e escrever cartas, durante o resto do meu tempo na prisão, acho que escrevi um milhão de palavras.

Suponho que fosse inevitável que, à medida que minha base de palavras se ampliava, eu pudesse pela primeira vez pegar um livro e ler e agora começar a entender o que o livro dizia. Quem já leu muito pode imaginar o novo mundo que se abriu. Deixa eu te dizer uma coisa: a partir daí até eu sair daquela prisão, em cada momento livre que eu tinha, se eu não estava lendo na biblioteca, eu estava lendo no meu beliche. Você não poderia ter me tirado dos livros com uma cunha. Entre os ensinamentos do Sr. Muhammad, minha correspondência, meus visitantes - geralmente Ella e Reginald - e minha leitura de livros, meses se passaram sem que eu sequer pensasse em estar preso. Na verdade, até então, nunca tinha sido tão verdadeiramente livre em minha vida. - Autobiografia de Malcolm X

15 livros que Malcolm X leu na prisão 

"Senhor [Elijah] Muhammad, o ensinamento de sobre como o homem branco foi criado me levou a Findings In Genetics, de Gregor Mendel. (A seção G do dicionário foi onde eu aprendi o que significa "genética".) Eu realmente estudei este livro do monge austríaco. Li várias vezes, especialmente algumas seções, me ajudou a entender que, se você começou com um homem preto, um homem branco poderia ser produzido; mas começando com um homem branco, você nunca poderia produzir um homem preto - porque o cromossomo branco é recessivo. E uma vez que ninguém contesta que houve apenas um Homem Original, a conclusão é óbvia.” -Malcolm X

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

NÃO HÁ DEUS MISTERIOSO NO CÉU, OS DEUSES VIVOS E VERDADEIROS ANDAM NA TERRA HOJE


Foto: Yung Yemi (yungyemi.com)

Somos manifestações físicas da força criativa em expansão infinita do universo. Somos feitos da substância preta, transmutável, vivificante, multidimensional e supercondutora do universo. Não há nada que devamos temer, não há nada que não possamos fazer, porque o universo é mental e a mente é tudo.

Conhecimento, sabedoria e compreensão devem levar você à compreensão de que não existe um deus misterioso no céu, apenas a suprema circunstância da mente melanizada.

Depois de muita investigação, ficou claro que o homem preto original é o pai da civilização e a mulher preta original é a mãe da civilização. Não apenas isso, mas a fonte de poder das pessoas originais é a mente. A mente não é uma coisa, mas sim uma força organizadora. Essa força organizadora é demonstrada em nossas existências individuais, bem como em nossa existência coletiva. Essas forças organizadoras (as mentes individuais e a mente coletiva) criaram, mantêm e expandem o universo e moldam a realidade como a conhecemos.

A mente melanizada com conhecimento de si mesmo e uma cultura baseada no entendimento, e pode produzir poder ilimitado para construir ou destruir tudo e qualquer coisa, funcionando como um Deus vivo e verdadeiro do universo em expansão infinita.

Como você pode ser Deus se não sabe que é Deus? E se você estiver esperando que um Deus misterioso faça algo que você sempre poderia ter feito?

A seguir está uma explicação resumida de porque eu sei que não há nenhum deus misterioso no céu e que os deuses vivos e verdadeiros andam na terra hoje.


O que é Deus?

Deus é um conceito ou palavra usada para explicar os fenômenos supremos da consciência coletiva universal que criou, mantém e expande o universo.

Não existe um deus misterioso, apenas a circunstância suprema da consciência coletiva universal das mentes melanadas materializando os pensamentos na matéria por meio do vaso do corpo melanado.

O universo é mental e a mente é tudo.

A mente melanizada com conhecimento de si mesmo e uma cultura baseada no entendimento pode produzir poder ilimitado para construir ou destruir tudo e qualquer coisa, funcionando como um Deus vivo e verdadeiro do universo em expansão infinita.


O que é uma mente melanada?

O cérebro humano não é a mente, embora o cérebro seja o portal físico para a mente.

A mente do homem e da mulher preta é melanada, ou seja, integrada com níveis suficientes de melanina. A melanina pode ser encontrada no cérebro (mais densa no neocórtex, o “novo” cérebro do homem moderno), no tronco encefálico e na espinha. A glândula pineal, o terceiro olho, a melanina secreta no cérebro, que é uma máquina orgânica controlada pela mente.

Existe uma mente coletiva universal, que se expressa simultaneamente infinitamente em toda a experiência individual de todas as coisas vivas.

Como está acima, é abaixo.

A circunstância da realidade é um reflexo da mente.

A mente melanada não é uma coisa física, é uma força organizadora e ordem que arranja a energia e a matéria, que são de fato os blocos de construção da vida.

A mente melanada, expressa através do cérebro melanado e do corpo melanado, sempre foi e sempre será.


O que torna um ser humano finito um governante supremo do universo?

A mente melanizada é a base de todas as coisas que existem, os pretos inventaram tudo - agricultura, criação de animais, artes, arquitetura, astronomia, negócios e comércio, dinheiro e moeda, cerâmica, roupas, dança, economia, saúde, habitação, joias, correio, matemática, medicina, metalurgia, mineração, música, armazenagem, ciência, sapatos, linguagem falada, esportes, tecnologia e linguagem escrita.

Tudo isso veio de uma mente melanada materializando idéias por meio de um recipiente humano melanado (o corpo físico do homem e da mulher preta), não um Deus misterioso no céu.

O corpo melanado é uma máquina orgânica enraizada na matemática suprema.

A realidade da expiração para o corpo humano não muda a circunstância suprema da mente melanada que governa esse corpo. Todas as coisas existentes experimentam a transmutação, mudando de um estado para outro, é a natureza do universo. A expiração do corpo humano (morte) não é o “fim”, mas sim uma reciclagem da matéria. Tudo o que vem da terra retorna à terra. O corpo humano, a carne, vem da terra.

A mente não veio da terra, ela fez a terra. Tudo o que existe nasceu da mente. Nada pode existir fora da mente.

A mente melanada é a base de todas as coisas existentes. Portanto, nada pode existir fora da mente melanizada (a força organizadora e a ordem) do homem e da mulher preta, que é uma circunstância suprema. Essa é uma circunstância de um Deus.


Por Jason Williams; Post Original @ https://trudreadz.com/2020/12/12/there-is-no-mystery-god-in-the-sky-the-true-and-living-gods-walk-the-earth-today/

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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

MARVEL ENCONTRA ORIXÁS: UM ARTISTA BRASILEIRO ESTÁ TRANSFORMANDO DEUSES AFRICANOS EM SUPER HERÓIS


Oxalá, o criador do universo, do artista Hugo Canuto.
Pense em 'O Vingadores', a série de quadrinhos da editora americana Marvel sobre um grupo heterogêneo de super-heróis que se unem para proteger o mundo das forças do mal. Agora, imagine se na década de 1960, os criadores Jack Kirby e Stan Lee tivessem encontrado inspiração para Os Vingadores na mitologia Ioruba. Em vez do Homem de Ferro, teríamos o guerreiro Oxaguian. Tomando o lugar de Thor, deus nórdico de olhos azuis e cabelos loiros, estaria Xangô, igualmente forte e de pele negra, o governante da justiça - que por acaso também carrega um martelo. O Homem-Formiga, com seu comando de insetos, dá lugar a Ossain, que por sua vez é o rei da floresta, o feiticeiro e conhecedor dos segredos das plantas. E quem é o Capitão América em comparação com Ogum e sua espada, sempre sedento de batalha?

Era exatamente isso que o artista brasileiro Hugo Canuto, aos 30 anos, tinha em mente quando, em agosto de 2016, reimaginou a capa clássica Nº4 dos Vingadores, substituindo todos os personagens famosos por Orixás, as divindades das afro-modernas religiões brasileiras cujas origens remontam à Nigéria e Benin. Hugo é um fã de longa data da Marvel e dos quadrinhos e também nasceu em Salvador, onde vive uma das maiores populações afro-brasileiras do país.

Ele chamou o título de seu spin-off de “Os Orixás”, misturando português e inglês propositalmente, diz ele. E um dia depois de Jack Kirby ter completado 99 anos se ainda estivesse vivo, ele postou sua homenagem no Facebook.

Depois de receber um feedback positivo dos amigos (a autoria da publicação é amiga pessoal do Hugo), logo criou outra capa Os Orixás, desta vez com o deus Xangô.

O projeto começou quando Canuto recriou a clássica capa de quadrinhos de
Os Vingadores, com os Orixás como super-heróis. Imagem de Hugo Canuto.
Então, foi um estrondo. Muita gente entrou em contato elogiando a ideia de trazer esses personagens para o universo dos quadrinhos”, disse Hugo ao Global Voices. Em novembro, ele decidiu tentar a sorte com o crowdfunding (vaquinha on line), na esperança de arrecadar 12 mil reais (2.331,00 mil dólares na cotação de hoje 22.12.2020) para produzir duas histórias em quadrinhos da série que chamou de “Contos de Òrun Àiyé” - que significa céu e terra em ioruba.

A ideia de um mash-up entre a estética pop dos quadrinhos americanos e os mitos religiosos da África era tremendamente popular e, em uma semana, a meta de financiamento foi alcançada. Com mais dinheiro do que o esperado, Hugo, um arquiteto formado que deixou um emprego estável no serviço público em 2015 para seguir sua paixão pelos quadrinhos, teve que pensar apressadamente em maneiras de expandir o projeto. Convidou dois veteranos profissionais da banda dos quadrinhos, Marcelo Kina e Pedro Minho, para o ajudarem na produção. A equipe, então, melhorou a qualidade do material, o número de páginas e os retoques finais, além de definir melhores recompensas para quem contribuísse.

(No momento dessa publicação); A campanha arrecadou mais de 40.000 reais (7.771 dólares). Enquanto pôsteres, cada um com um orixá diferente, estão sendo vendidos em uma base contínua, o dinheiro financiará uma tiragem de dois gibis de 90 páginas, cada um apresentando uma história diferente inspirada no Itan - a coleção de mitos, histórias e canções sobre os Orixás.

De acordo com Hugo, tudo será publicado de forma independente, sem editoras estabelecidas envolvidas por enquanto.

Os Vingadores, mas da Bahia

O Brasil estava no centro do comércio transatlântico de escravos impulsionado por portugueses, tanto antes como depois da independência brasileira em 1822. A Bahia, onde os colonos portugueses desembarcaram pela primeira vez em 1500, recebeu sozinha mais de 1,3 milhão de escravos, vindos principalmente da África Centro-Ocidental e do golfo do Benin.

Seus rituais e crenças sobreviveram a 300 anos de trabalhos forçados e violência extrema. Essas crenças agora se manifestam por meio das religiões afro-brasileiras modernas como o Candomblé e a Umbanda, que são um amálgama de várias tradições de diferentes etnias africanas, especialmente os iorubas, mas também os Fon e os Bantu.

Para quem nasceu e foi criado na Bahia, a influência africana na nossa cultura vai além do religioso. Afeta nossos hábitos, nossa fala, nossa comida. Faz parte da nossa identidade”, afirma Hugo. “Foi isso que me deu muita vontade de produzir uma história inspirada na cultura afro-brasileira”, completa.

Xangô, o rei da justiça.

Oxum rege todas as águas doces, rios e cachoeiras.

Oxóssi, o rei caçador.
Mas apesar de estarem tão enraizadas na cultura baiana, as religiões afro-brasileiras ainda são pouco compreendidas pela maioria da população brasileira - muitas vezes enfrentando estigmatização e até perseguição por cristãos evangélicos radicais.

Para Hugo, um dos pontos principais do projeto é celebrar essas narrativas religiosas que sobreviveram ao tempo e à distância e se tornaram um aspecto tão importante da cultura brasileira:

"Acredito que é necessário valorizar um dos pilares do Brasil, que infelizmente ainda sofre com discriminação e preconceitos. Acredito que o público entendeu essa ideia, pois temos muitos depoimentos de professores que falaram sobre o tema levando as artes para seus alunos, ou brasileiros vivendo no exterior que desejam apresentar esse aspecto do país. Sejam eles adeptos ou não das religiões de matrizes africanas, há um interesse imenso."
As religiões africanas fornecem muito material para uma história de super-herói. Como Santeria e Voodoo em outros lugares, o Candomblé reconhece uma série de divindades. Eles são conhecidos como Orixás, que governam as forças da natureza e da humanidade. Todos os Orixás - que somam mais de mil, considerando as práticas tanto nas Américas quanto na África - têm qualidades humanas, lutam entre si pelo poder, cometem erros e se apaixonam.

Para o primeiro gibi, Hugo diz que o personagem central será Xangô, o deus da justiça. Segundo a mitologia, Xangô castiga mentirosos, ladrões e malfeitores. Teve também, em diferentes momentos, três esposas, também orixás: Iansã, Oxum e Obá.

Canuto, que morava em São Paulo na época em que se inspirou para fazer o gibi, voltou para a Bahia para pesquisar o projeto. “Mergulhei nos estudos dos Orixás, não só lendo livros de autores renomados como Pierre Verger, Edson Carneiro, José Beniste e Reginaldo Prandi, mas também visitando terreiros [casas de oração de candomblé] e conversando com líderes religiosos. Tudo porque quero fazer isso com o maior respeito e cuidado.

Ossain, governante de poções e remédios.

Iansã rege ventos e tempestades.

Yemanjá, regente das águas do oceano, mãe de todos os Orixás.


QUANTO CUSTA PAGAR UMA COMPRA EM MOEDA ESTRANGEIRA


Eu recebo um monte de mensagem no whatsapp e inbox sobre o preço dos discos anunciados. Então hoje eu vou dizer a você como funciona o básico do cálculo de compra e cobrança do cartão de crédito internacional e demais financeiras que você tem que pagar para comprar. E você vai saber o porque o valor de uma compra internacional na hora da compra é um valor, e na maioria das vezes na fatura do seu cartão de crédito é sempre mais cara que na data da compra e pagamento - a não ser que dê sorte e a cotação dê uma queda fenomenal. Mas saiba, bancos nunca perdem. O texto também serve se for pensar em vender produtos vindos do exterior, no final das contas o produtos pode mais que triplicar o valor em alguns casos. 

Saiba, nenhum site de venda internacional utiliza a moeda com o valor turismo no seu algoritmo - aquele cálculo automático com a prévia do valor do produto. Isso porque a moeda usada para cobrança nas administradoras é a turismo, obvio porque é mais cara. Se a loja on line usar a cotação turismo, encarece o produto e vai afugentar os clientes. Todos os sites de comércio internacionais usam o valor da moeda comercial, que é obviamente mais barata, deixando o produto com a impressão de custar menos. 

A continha não é difícil, mas também não é fácil e serve para qualquer produto comprado no exterior. E você deve ler o contrato do cartão de crédito internacional e os termos da administradora (esses fatores estão todos lá), e leve em consideração absolutamente tudo que ele cobra de você;

Como eu já disse valor da moeda usada numa compra internacional, sempre é a cotação turismo, que é um valor superior ao valor da moeda comercial. E a cotação utilizada pelo seu cartão de crédito é do dia do fechamento da fatura, não o data da compra do produto. Hoje o dólar está caro, amanhã o presidente faz uma declaração e ele sobe estratosfericamente e pode ficar mais caro.

Edit [08.03.2021] - Dois sites que podem ajudar muito na consulta dos preços de moeda estrangeira, em comparação a cotação Comercial e Turismo é o https://www.melhorcambio.com. Nesse site você consegue filtrar o valor de ambas as cotações pela sua cidade, o que pode variar bastante de uma região para outra, afetando o valor final da sua compra. 

Em segundo, está o site https://www.tributado.net. Apesar dos valores das moedas (são apenas três com cotação; Dólar, Euro e Libra) estarem em valor comercial apenas. Ele oferece um cálculo automático para o IOF, ICMS, valor da alíquota dos Correios, que pode variar de região, e faz o cálculo da tributação da Receita Federal. Todos esses valores podem ser alterados, porque eles mudam de região para região, e você pode preencher conforme você quiser, tendo já um total previsto para suas compras, e vale para qualquer tipo de importação, sempre lembrando a consulta as regras da Receita Federal. 

Agora alguns dados básicos para suas contas de importação; 

Na cobrança do cartão existem algumas taxas e tarifas padrão;

A incidência de IOF (Imposto sobre Operação Financeira) são de 6,38% sobre o valor do compra. 

A incidência do PTAX; é uma taxa calculada pelo Banco Central (https://www.bcb.gov.br/) todos os dias, quatro vezes por dia e inserida na data/hora de fechamento da fatura.

A incidência do Spread; é o lucro que o banco emissor da fatura, que seria uma espécie de vendedor de moeda estrangeira (câmbio) cobra de você. A administradora do cartão de crédito insere em cada cobrança de compra internacional, um percentual que varia (em média) entre 2% e 5%. 

Pode levar também em consideração o valor da anuidade do cartão de crédito internacional se você for cobrado por ela, que incide sobre o valor de compra de qualquer produto, mas essa continha não vou me atentar. O intuito é mostrar um cálculo básico, que de para você fazer com sua calculadora sem problemas e sem usar as fórmulas complexas de excel. 

Por exemplo, vamos dizer que sua fatura feche hoje e sejam cobrados 20 euros por um produto com frete pra o Brasil. Na cotação na data dessa publicação 1 Euro equivale a R$ 6,55 - no Euro Turismo em SP. Você mudar o valor e a moeda corrente como quiser;

A loja no final da compra na conversão para Reais o valor total seria: 

A conversão de 20 euros do produto na cotação turismo: R$  131,00

+6,38% de IOF:  R$ 8,35

+0,84% da PTAX: R$   1,10

+5% de Spred : R$  6,55

Total: R$ 147,00 (algo maior que 4% do que o valor do algoritmo de conversão de moedas na conversão do euro comercial  em sites fora do Brasil)

Agora para quem quer vender; 

Se o produto for vendido via paypal +10% (taxa cobrada pelo paypal): R$  161,70

Se for um produto vendido via discogs +10% (dependendo do país do comprador que vai adquirir o produto esse percentual de comissão sobe devido a taxas da localidade): R$  176,40

Se o vendedor colocar uma margem de lucro de 20%: R$  211,68

Se o vendedor inserir a variação percentual de segurança do aumento do dólar dos últimos 30 dias (4%):  R$ 220,14

Se o vendedor inserir custos de tarifa bancária, anuidade do cartão, IOF, e diluir esse valor em 2% sobre o preço desse produto; R$  224,55

Se o vendedor inserir custos de financeiras, máquina de cartão, percentual de operação financeira de crédito e débito a vista, encare algo em torno de 9%;  R$ 244,76

Se o vendedor emitir nota fiscal com ICMS 18%, (demais tributações e impostos pode chegar a ser até 30% do valor do produto); R$ 288, 81

Isso sem contar que todo produto importado pode sofrer taxação alfandegaria de 60% sobre o valor declarado (produto + frete), e tarifa dos correios (de R$ 15,00) que são incertas no final das contas. 

Todos esses números sofrem variações em cada região; estado e município. Todas as tarifas podem ser maiores ou menores, esse cálculo é bem básico. Uma comparação simples é um vinil de BRL 101,28 na Amazon.com; https://www.amazon.com/-/pt/dp/B00HANCTY0 , que com o preço final de importação chega a R$ 346,69.

Existem produtos que com todos os custos, deveriam ter o preço de R$ 50,00, mas são vendidos a R$ 200,00. Assim como existem produtos que custam R$ 100,00 que são vendidos a R$ 100,00. Negocie com o vendedor e na dúvida sobre custos e preço, questione o porque está cobrando determinado valor e se é possível negociar o valor. 

O lojinha está com valores promocionais até o final do ano de 2020 sempre divulgadas em nossa página no facebook, e você pode comparar o valor do vinil e do frete com outros vendedores no Discogs; https://www.discogs.com/seller/fyashop/profile. Praticamente 100% dos discos do lojinha estão com valor e frete somados, mais em conta que qualquer loja do exterior. 

Hoje na conta final na calculadora, muitos produtos e isso inclui o vinil, vale mais a pena comprar de lojas aqui no Brasil, ou vendedores com a possibilidade de negociar o valor, do que de uma loja ou vendedor no exterior com um frete de 10 a 12 euros sem o código de rastreamento dos correios, ou até mesmo 26 euros com o código de rastreamento. 

Dúvidas, deixe nos comentários.

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domingo, 20 de dezembro de 2020

PORQUE O AFROBEAT DE FELA KUTI AINDA ESTÁ SACUDINDO O PLANETA



Um novo documentário da BBC homenageia a vida notável de Fela Kuti, a rebeldia musical nigeriana que deu à luz o Afrobeat. Kevin EG Perry fala com o filho de Kuti, Femi, e com o neto Made sobre sua missão de continuar o legado radical da família.


Em 18 de fevereiro de 1977, mil soldados do exército nigeriano invadiram um complexo comunal em Lagos, onde o bandleader fora da lei Fela Kuti havia declarado seu próprio estado independente: a República Kalakuta. Eles espancaram Kuti brutalmente, queimaram sua casa e estúdio e jogaram sua mãe Funmilayo de uma janela do segundo andar, ferindo-a tão gravemente que ela faleceu poucas semanas depois. O que desencadeou toda essa carnificina? Uma música chamada ‘Zombie’.

Lançada no início daquele ano, a faixa claramente tocou o nervo da junta militar governante da Nigéria. Ao longo de 12 minutos e 26 segundos de ritmo polirrítmico implacável, Kuti mirou na obediência estúpida dos militares de seu país. Essa combinação de música irresistível e política insurrecional definiria o Afrobeat, o gênero que Kuti criou e tornou seu.

Afrobeat é como tomar uma pílula amarga com uma bebida doce”, explica o filho mais velho de Kuti, Femi, falando pelo Zoom de sua casa em Lagos. “A música e o ritmo são bons, mas a mensagem é difícil. Para você ser capaz de digerir esta mensagem tão séria, você precisa de algo doce.

O nascimento de Afrobeat e a vida de Kuti - que morreu de uma doença relacionada à Aids em 1997 - são o tema de Fela Kuti: Father of Afrobeat [Fela Kuti: Pai do Afrobeat], um novo documentário longa-metragem da BBC do escritor e cineasta Biyi Bandele. É um filme notável que traça a jornada de Kuti desde seus primeiros anos de crescimento em Abeokuta, no sudoeste da Nigéria, sob o olhar atento de sua mãe, a primeira ativista feminista do país.


Quando jovem, Kuti estudou em Londres, tornando-se parte da cena de jazz do Soho e formando sua primeira banda Koola Lobitos. Quando eles viajaram pela América em 1969, Kuti conheceu e começou um relacionamento com Sandra Izsadore, membra dos Panteras Negras de Los Angeles que influenciaria sua radicalização política, encorajando-o a ler livros como The Autobiography of Malcolm X.

Enquanto Femi reconhece que seu pai foi inspirado por suas experiências na Grã-Bretanha e na América, ele argumenta que musicalmente o Afrobeat pode ser rastreado diretamente na infância de Kuti. “O que precisamos entender sobre a criação de Fela é que ele cresceu em Abeokuta, que era como uma aldeia”, diz ele.

Ele cresceu com ritmos africanos e canções folclóricas. Quando ele foi para a Inglaterra, ele se apaixonou pelo jazz de Miles Davis, mas depois ele voltou para a Nigéria e começou a tocar highlife. Sua mãe disse a ele para procurar seu próprio estilo de música. Ela era muito política, mas ele parecia não prestar atenção. Foi fácil para ele quando conheceu Sandra em Los Angeles, talvez por amor ou algo assim, se sentar e compor esse estilo único de música porque ele tinha todos esses ritmos da África.

“Em canções como ‘Alu Jon Jonki Jon’, ele tocava frases que faziam referência a canções folclóricas africanas tradicionais. Ele tinha o conhecimento, a experiência e a compreensão para transformar todas essas informações que tinha musicalmente, para tocar algo que era basicamente ele.

Em 1970, percebendo que havia encontrado seu som único, Kuti renomeou sua banda para África '70 e eles lançaram seu álbum de estreia Fela Fela Fela. Ele teve seu primeiro sucesso no ano seguinte com ‘Jeun Ko Ku’ (‘Chop and Quench’), uma canção sobre um glutão que se come, até a morte que pretendia ser uma sátira aguda das classes superiores da Nigéria. A partir de então, sua música sempre entregaria uma mensagem e sempre seria sua própria visão singular.

Femi Kuti and Made Kuti. Foto: Sean Thomas

Fela criou cada parte de suas composições”, diz Femi. “Você nunca diria:‘ Oh Fela, tenho uma ideia! ’Você não diria! Quando entrei na banda, mesmo como filho, não conseguia dizer: ‘Com licença, papai!’ Eu era adolescente quando Tony Allen fazia parte da banda e Fela dava o ritmo a ele. Sem dúvida Tony Allen foi um grande baterista, mas ninguém compôs para Fela. Você não poderia dar conselhos a Fela musicalmente, politicamente ou socialmente. Eles tentaram dizer a ele para não ter mulheres. Disseram para ele usar camisinha por causa da Aids. Fela disse: ‘Olha, se eu vou morrer, eu vou morrer’. Este era Fela.

O funeral de Kuti em Lagos foi assistido por mais de um milhão de pessoas. Nos anos seguintes, o Afrobeat foi mantido vivo tanto por Femi quanto por seu irmão mais novo Seun. Embora o som de Kuti tenha claramente influenciado gerações de músicos mais jovens, especialmente na Nigéria, Femi é rápido em apontar que há uma grande diferença entre a música que seu pai tocava e o gênero contemporâneo conhecido como Afrobeats.

Afrobeats é realmente como hip-hop ou pop”, ele argumenta. “A geração mais jovem estava procurando um nome para que não soasse como hip-hop americano. Quando você ouvir meu pai, verá que eles estão muito longe do estilo de composição do meu pai, que tem metais, melodias, harmonias e ritmos. Eles pegam um pouco do ritmo dele e colocam em todas as músicas do Afrobeats, basicamente! Afrobeat é mais hardcore. Pode soar como música de festa, mas a mensagem é séria.

Femi pratica o que prega. Em fevereiro, ele lançará seu último álbum politicamente carregado, 'Stop The Hate', ao mesmo tempo que seu próprio filho de 25 anos, Made Kuti, lança seu álbum de estreia 'For(e)Word'. Juntos, eles serão lançados como um álbum duplo conhecido como 'Legacy +'.

“O ‘+’ foi ideia do meu pai”, diz Made, que está na mesma ligação do Zoom com seu pai. “O ‘+’ simboliza que é para sempre. Fizemos uma pequena pesquisa e descobrimos que já se passaram sete gerações de músicos. Havia um caçador / músico, e depois dele outro músico. Depois, houve JJ Ransome-Kuti, que escreveu muitos hinos e foi a primeira pessoa a fazer um registro adequado na Nigéria. Então Israel Oludotun Ransome-Kuti, o pai de Fela, também escreveu hinos. Depois, há Fela, meu pai e eu. Essa é uma longa linha de musicalidade.

Made Kuti toca todos os instrumentos em 'For(e)Word', então ele claramente herdou o virtuosismo musical de sua família. Ele também está mantendo viva a tradição Kuti de franqueza política. Na excelente faixa central ‘Different Streets’, Made oferece um monólogo sobre Lagos que questiona a ideia popular de que seu avô era um profeta.

Fela Kuti performando no palco, Paris, 1981. Foto: Michael Putland/Getty Images

Vovô não estava prevendo o futuro com suas canções”, ele aponta suavemente. “Ele estava falando sobre tudo o que viu, tudo que estava errado ... Devemos agora entender o quão assustador é que estejamos enfrentando os mesmos problemas dos anos 70. Pensemos por nós mesmos como devemos trabalhar duro coletivamente para sermos livres.

Tragicamente, não é difícil traçar uma linha entre o saqueamento de Kalakuta e o assassinato de sua bisavó pela polícia em 1977 à violência policial desenfreada e a corrupção que geraram os protestos #ENDSARS em andamento na Nigéria.

Todos os desafios que enfrentamos hoje são os desafios que enfrentamos décadas atrás”, diz Made. “Eles estão piores agora, mas Fela foi para a prisão e foi espancado por dizer abertamente que esses problemas existem. Não podemos avaliar o que estamos enfrentando agora se não entendermos que temos enfrentado isso por muitos e muitos anos.

Fela Kuti: Father of Afrobeat está disponível no iPlayer da BBC (somente disponível no Reino Unido) em 20 de dezembro de 2020. Femi Kuti e Made Kuti lançarão ‘Legacy +’ em 5 de fevereiro de 2021.



quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

JUNIOR DREAD - 4 SONGS VOCAL PACK

Click here to see this post in English

JUNIOR DREAD - 4 SONGS VOCAL PACK - 150€ 

Com 4 vocais de 4 músicas

2 clássicos e 2 canções inéditas do Junior Dread, além de um vocal Soul Rebel do Marley.

Você pode remixar ou criar sua própria versão, distribuir e monetizar em todas as plataformas de streaming apenas adicionando Junior Dread como compositor.

Também permite prensar vinil sem pagar royalties por um ano. Após um ano nos dividimos de acordo com cada projeto.

Se você fizer o pedido até este fim de semana você terá 2 vocais 'Wonderful Feeling' e 'Soundsystem'.

JUNIOR DREAD - 4 SONGS VOCAL PACK

Clique aqui para ver esse post em português

JUNIOR DREAD - 4 SONGS VOCAL PACK - 150€ 

With 4 vocals from 4 songs. 

2 classics and 2 unreleased Junior Dread songs, plus a soul rebel marley vocal.

You can remix or create your own version , distribute and monetize on all streaming plataforms just adding Junior Dread as a composer.

It also allows you to press vinyl without paying royalties for one year. After one year we split according to each project.

If you order till this weekend you get 2 vocals

'Wonderful Feeling' and 'Soundsystem'.



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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

ENÉZIMO - RIP



Faleceu nesta terça-feira (15.12.2020) o rapper Enéas Enézimo, aos 46 anos, vítima de complicações da Covid-19. A notícia foi dada por meio de um comunicado da página Paudedaemdoido, selo de que ele era sócio.

'Com grande tristeza, comunicamos que o nosso irmão Enézimo veio a óbito no dia de hoje, devido a complicações da Covid-19.

Agradecemos toda corrente de apoio, todas as orações voltadas pro nosso irmão.

Fica o legado de uma grande pessoa, de coração bom, Filho, MC, Arte Educador, que tanto contribuiu na vida de várias pessoas.

Tamo Junto,  Enézimo. 

Obrigado por tudo.'

 


ATUALIZAÇÃO - DEZEMBRO 2020 - FYADUB, FYASHOP E ENVIOS


Salve Jah, espero que esteja tudo na paz com todos. Hoje algumas atualizações do lojinha e do site que voltou ao ar;

1) O fyadub agora tem uma home page; www.fyadub.org onde vai ficar mais fácil direcionar as atualizações do blog; www.fyadub.com.br e do lojinha www.fyashop.com.br que está quase finalizada para uso e cadastro dos produtos. 

2) Os envios a partir de hoje (14.12.2020) serão feitos uma única vez por semana, as segundas feiras, isso para proteger quem leva os pacotes do lojinha e nossa correspondência, tudo devido ao aumento de casos de covid-19 nas últimas semanas. 

3) Os valores de envio foram reduzidos em algo próximo de 30% com uma nova parceria que o lojinha fez, então mesmo para o Norte e Nordeste os valores estão mais em conta do que nos meses anteriores. 

4) Retiradas continuam sendo agendadas em qualquer dia da semana, com horário pré combinado. É possível entrar em contato para agendar através da página de contato do fyadub; www.fyadub.org/contato, pela nossa página; https://www.facebook.com/fyadub.fyashop, e mail contato@fyadub.org ou cel/whatsapp 11 99984.4213.

5) Os discos reservados para retirada, continuam reservados. Sem prazo para retirada enquanto durar esse período de pandemia do covid-19.

6) Em breve começamos a divulgar um novo negócio para criação de home pages e canal de venda direto de produtos para cantores(as), produtores, músicos, sistemas de som, bandas e afins. 

Uma ótima semana a todos. 

Paz akhi.

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LIBERTE A SI MESMO DA MENTALIDADE ESCRAVA


Daweh Congo - Free Yourself From Mental Slavery
1. Ninguém celebra nenhuma insurreição. Celebram sim o assassinato de Francisco Nzumbi. A palavra 'zumbi' ficou gravada nos livros de estória, mesmo não sendo a forma correta da grafia de seu nome.

2. Absolutamente todos os líderes negros; levaram tiro, ou foram enforcados, ou condenados ao exilio, ou establishment tentou apagar, ou simplesmente ignorar seus nomes da história.

3. A abolição veio em 1888. Agora faça as contas; se tem noticias do Quilombo de Palmares a partir de 1597, Nzumbi nasceu em 1665 e foi assassinado em 20 de novembro de 1695, a Revolta dos Malês aconteceu em 1835... Quanto tempo é preciso para uma insurreição de fato acontecer?

4. Feijoada não é comida típica africana. Era castigo para os negros muçulmanos escravizados.

5. A Princesa Isabel não assinou a lei áurea por benevolência. Era porque o governo na época estava aterrorizado de medo.

6. Somos descendentes de Iorubás, Nagôs, Geges de Fon, Ashanti, Ewé, Fanti, Mina e os Malês, os Mandingas, Fulas, Tapas, Bornu e Gurunsi.

7. Nossa linguagem, nossas gírias, vem da língua dos bantos, haúça, do árabe, dos yorubanos.

8. Por mais moreno que você se considere, você é mais preto que o branco.

9. A revolta do vizinho uma hora bate na sua porta.

10. Se você ignora, finge que não vê ou acha normal toda a falácia humana que acontece hoje, você tem sérios problemas de encarar a realidade, e saiba que isso não é normalidade.

Por RAS Welllington, originalmente publicado @ https://www.instagram.com/p/B5Frl1UlLK0/ em 20.11.2019

domingo, 13 de dezembro de 2020

O QUE É MASTERIZAÇÃO DE MEIA VELOCIDADE E POR QUE ISSO É IMPORTANTE?



Um dos aspectos mais bem-vindos do retorno do vinil à proeminência do mercado, é o aumento do interesse do consumidor em como os discos são realmente feitos. Mais do que nunca, os fãs de vinil estão bem versados ​​sobre as melhores impressões e versões de qualquer álbum, as melhores instalações de impressão e até mesmo os engenheiros mais confiáveis.

Mas quando um produto de nicho se transforma em um gerador de dinheiro, as palavras da moda começam a voar. Só porque um disco pesa 180 gramas, por exemplo, não significa que seja automaticamente uma versão audiófila prensada ou inerentemente melhor do que 140 gramas. Basta perguntar a Robert Ludwig sobre a prensagem de Led Zeppelin II ou qualquer uma das muitos reedições extraordinárias do selo Original Jazz Classics.

Nos últimos anos, vimos muito mais referências à masterização de meia velocidade, um processo que existe há décadas, mas recentemente voltou a ter mais notoriedade.

A mais recente série de reedições com masterização de meia velocidade é o catálogo de 12 álbuns de Bob Marley & The Wailers, lançado em 20 de novembro pela Universal Music Group e remasterizado por, talvez o engenheiro de masterização de meia velocidade mais proeminente do mundo, Miles Showell do famoso Abbey Road Studio.


Mas o que é masterização de meia velocidade e por que isso é feito? E, tão importante quanto, vale a pena o custo extra que geralmente está associado?

Primeiro, uma introdução rápida sobre o processo de masterização seria útil. Para criar um LP, um disco de laca (dubplate) em branco é colocado na mesa giratória do torno de masterização. O torno é alimentado com um sinal de uma fita master ou arquivo digital e, em seguida, a cabeça de corte do torno esculpe ranhuras na laca. A partir dessa laca, um estampador/molde de metal será feito e o estampador/molde será usado para prensar as ranhuras em vinil.

A masterização de meia velocidade é muito semelhante em seu núcleo, mas há uma diferença crucial, que então cria uma série de questões que precisam ser resolvidas. Essa diferença é que o verniz master é feito com a fonte de sinal e o torno de corte funcionando a meia velocidade. Portanto, 16,65 rpm em vez de 33,3 e, por exemplo, 15 IPS[1] em vez de 30 IPS ao usar fita. Se um arquivo digital for a fonte, o DAC que está sendo usado na cadeia tem seu clock executado em 48kHz vs 96kHz.

Mas não é tão simples assim, como aprenderemos mais tarde.

A alegada vantagem deste processo é que, cortando a meia velocidade, a cabeça de corte pode gravar a laca com maior precisão, pois está se movendo mais lentamente”, disse o guru do vinil Michael Fremer, da Analog Planet And Stereophile. “Você poderia fazer uma analogia com isso ao dirigir um carro em uma estrada sinuosa em alta velocidade ou na metade dessa velocidade.

Idealmente, maior precisão se traduz em maior fidelidade, e é por isso que selos especializados, como o Mobile Fidelity, usam a masterização de meia velocidade como padrão há mais de 40 anos. Nos últimos anos, a masterização de meia velocidade se tornou cada vez mais popular entre as grandes gravadoras e, na maioria das vezes, Showell e o Abbey Road Studios são contratados.

Showell tem sido procurado, produzindo masters de meia velocidade de títulos dos Rolling Stones, The Beatles, The Who, Sade, ABBA, Brian Eno, Creedence Clearwater Revival e muitos mais.


Seu último projeto a chegar às prateleiras é a discografia de Bob Marley. Todo o catálogo da Island Records do falecido músico foi refeito; São nove álbuns de estúdio, começando com Catch a Fire, de 1973, e terminando com Confrontation, de 1983, mais dois álbuns ao vivo e o álbum de reggae mais vendido da história, a compilação Legend.

Showell leva a sério sua masterização de meia velocidade. Ele começa com a melhor fita disponível e, em seguida, usando equipamento substancialmente modificado, faz um arquivo digital de alta resolução que foi equalizado especificamente para o corte de uma laca, deixando de fora a compressão e limitação que torpedeia muitos CDs, focando mais em reter detalhes e dinâmica . Ele tem um torno de corte modificado para uso com meia velocidade.

Já se passaram 18 anos desde que comecei a experimentar a reintrodução da masterização de meia velocidade”, disse Showell. “Inicialmente, tive muita ajuda do meu herói e deus da meia velocidade, o falecido Stan Ricker, que foi extremamente generoso com seu tempo e conhecimento. … Passei muito tempo aperfeiçoando o processo, pois não é tão simples quanto desacelerar o torno.”

Quase tudo é diferente e precisa ser realinhado para obter o melhor de trabalhar a meia velocidade. Minha meta quando comecei isso era trazer 30 anos de desenvolvimentos e melhorias para masterização de meia velocidade. Trabalhei extremamente próximo aos meus dois técnicos de torno independentes e nós três conseguimos projetar alguns circuitos próprios que são uma grande melhoria em relação aos projetos originais de meia velocidade da Neumann.

A alegada vantagem deste processo é que, cortando a meia velocidade, a cabeça de corte pode gravar a laca com maior precisão, pois está se movendo mais lentamente.” - Michael Fremer

Masters de meia velocidade bem feitas tendem a ter uma marca sônica específica, disse Fremer. “Muitos ouvintes acham que as frequências altas, especialmente os transientes, são puras e super limpas, enquanto as frequências mais baixas não são tão poderosas e / ou estendidas como no corte de velocidade padrão.

Nem todos concordam com isso, mas muitos ouvintes sim”, acrescentou Fremer. “Todas as outras coisas sendo iguais, pode resultar em um som muito bom. No entanto, se a cadeia de masterização básica não for boa, não soará tão bem. ”

Showell concordou que a resposta de graves sempre foi um problema com a masterização de meia velocidade, mas ele resolveu o problema com extensas modificações em seu equipamento de corte. A masterização de meia velocidade tradicionalmente resultou em graves reduzidos porque os tornos de meia velocidade Neumann comumente usados ​​tratavam de problemas com a obtenção da curva de equalização da Recording Industry Association of America (RIAA) ao adicionar dois filtros RIAA extras, complicando desnecessariamente a transferência de sinal. Showell tem um circuito RIAA personalizado instalado em seu torno, o que lhe permite usar um único filtro para um sinal mais limpo. Além disso, o gravador Ampex ATR-102 da Showell tem um cabeçote personalizado que oferece resposta de graves estendida, de modo que a fita master final que ele produz antes de transferir para um arquivo digital de alta resolução tem graves completos e profundos.

Tudo isso foi crucial para os álbuns de Marley. “No reggae, tudo é construído na base do baixo”, disse Showell. “Nenhum baixo ou mesmo baixo reduzido teria sido um desastre. Se fosse necessário filtrar o baixo, eu não teria feito o trabalho. Quando eu cortei as masters para esses álbuns, o baixo foi deixado intacto, exatamente como foi dado a mim.

A masterização de meia velocidade é ainda mais velha do que você pensava, disse Fremer. A Decca Records no Reino Unido lançou uma série de títulos clássicos de meia velocidade nos anos 1950 e 1960, disse ele, e Mobile Fidelity pegou a tocha a partir de 1977.

Depois que o Mobile Fidelity popularizou o processo, em que os registros foram cortados por Stan Ricker, muitos outros embarcaram, incluindo Columbia, RCA, Nautilus e Direct-Disk Labs”, disse Fremer. “A masterização da Columbia e os RCA eram notoriamente medíocres. Alguns dos Nautilus e Direct-Disks eram muito bons.

Por que alguns são bons e outros ruins?

Não é diferente da masterização normal: se a fita de origem ou o arquivo digital estiver mal gravado ou mixado, ou se o vinil for prensado de forma incompetente, o processo de masterização é algemado. E qualquer que seja o processo usado, não importa se for mal usado. A Columbia Records atingiu o limite da derrota com a reedição de meia velocidade com Born to Run, de Bruce Springsteen, por exemplo, já que seus engenheiros não sabiam o que estavam fazendo e escolheram um álbum com fitas master comprometidas.

Sou engenheiro e também fã de música e tudo o que sempre quis é fazer meu trabalho soar o melhor possível, não apenas para mim, mas também para os fãs de música em casa.” - Miles Showell

Showell, um fã de Marley, enfrentou alguns desafios envolvendo fitas masters ao lidar com as novas reedições. O álbum The Legend requer um cuidado especial, pois é uma coleção de edições e remixes, bem como cortes originais do álbum. Para rastrear as melhores fitas de origem, Showell teve que descobrir quais versões das músicas foram usadas no álbum original, já que não havia notas anotadas.

Ele vasculhou sua própria coleção de Marley e depois comprou vários singles de vendedores do Discogs, eventualmente compilando uma lista que foi usada para localizar as fitas master. O resultado, disse ele, é o melhor que o álbum já teve.

Eu sou um engenheiro e também um fã de música e tudo que eu sempre quis é fazer meu trabalho soar o melhor possível, não apenas para mim, mas também para os fãs de música em casa, enquanto me lembro dos discos me fizeram sentir feliz de começar a trabalhar”, disse Showell. “Embora meus métodos possam ser fora do padrão, eu ainda tenho que encontrar uma maneira melhor. Isso não me impede de procurar formas melhores, mas por enquanto é isso.

Se toda essa conversa de meia-velocidade despertou sua curiosidade, você pode verificar a página Discogs do Showell para uma lista dos álbuns que ele fez. E Fremer, que passou a vida inteira imerso em vinil, teve a gentileza de escolher para nós três de suas masterizações favoritas de meia velocidade e três que não podem nem ser chamados de ruins, por assim dizer.


Três versões masterizadas de meia velocidade realmente excelentes:

Little Feat ‎– Waiting for Columbus (MFSL 2-013)
Lançamento original do Mobile Fidelity de 1979, não a versão mais recente do Mobile Fidelity.
Ry Cooder ‎– Jazz (MFSL-1-085)
Outro lançamento do Mobile Fidelity, este de 1984.
Van Morrison - Moondance (SD16604)
Um lançamento do Direct-Disk Labs difícil de encontrar.











Três versões masterizadas de meia velocidade bem 'meia-bocas':

Bruce Springsteen ‎– Darkness on the Edge of Town (HC-45318)
Fleetwood Mac ‎– Rumours (Nautilus NR8)
Este foi remasterizado digitalmente! Existe uma fita master analógica!
Fritz Reiner and The Chicago Symphony‎ – Also Sprach Zarathustra (ATL 1-4286)
Metade da velocidade e metade da música.











Por Jeffrey Lee Puckett em parceira com a UMG; original post @ https://blog.discogs.com/en/what-is-half-speed-mastering-explained/

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