sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

SUMMERJAM 2008


Summerjam Reggae Festival 2008 [HD Video]

Video da 23° festival Summerjam, um dos mais importantes da Europa.


Video em qualidade HD, com mais de uma hora de duração. 


Quem participa?! Esse é um pouco do Line Up: Alaine, Alborosie, Alpha Blondy, Busy Signal, Cecile, Cocoa Tea, Collie Buddz, Common, Culcha Candela, Derrick Morgan, Dub Inc, Etana, Jah Cure, Ken Boothe, Ky-Mani Marley, Lady Saw, Luciano, Mighty Crown, Mr Vegas, Patrice, Pow Pow, Pressure, Queen Ifrica, Sentinel, Shaggy, Stephen Marley, Tarrus Riley, The Black Seeds, Voicemail & Ziggi. 

MUNGOS HI FI – CHAMPION SOUND


A gloriosa saga de Mungos Hi Fi e Brother Culture se reúne nesse disco com a nata do reggae, juntando todas as características das produções dos últimos anos desse sound system escocês. Inclui os principais riddims como Belly Ska, Ing, Mary Jane, Mexican Bean, Under Arrest e Songs Of Zion,  e lança também algumas faixas inéditas com o baixo digital característico das produções.

Nessa compilação participam: Top Cat, Tippa Irie, Ranking Joe, Soom T, Kenny Knots, Mikey Murka, Ras Charmer, Aya Faith, Suncycle, MC Ishu and Marina P.

O sound system numero um da Escócia, Mungos Hi Fi lançaram seus primeiros singles em 2001, com o big tune ING com participação de Brother Culture, sendo tocado pelo poderoso JAH Shaka.

Mungos Hi Fi se tornou residente mensal no Glasgow School Of Art, tocando junto de artistas como: Sister Nancy, Earl 16, Ranking Joe, Jah Shaka, Tippa Irie, Top Cat, Warrior Queen e muitos outros. Nos últimos 8 anos o trio fez mais de 1000 apresentações com o titulo de “Veteran Selectors” se tornando uma das respeitadas sound systems da Europa. Conseguiram juntar a fundação do reggae clássico, dub e dancehall dos últimos 50 anos com a intenção de lançar títulos com um caráter genuinamente novo.

 Seu primeiro álbum lançado pelo selo Scotch Bonnet “Mungos Hi Fi – Sound System Champions” traz o estilo clássico mesclando ska e rocksteady, reggae roots e steppers, junto com rub a dub, timbres digitais fincados no estilo de King Jammy e dancehall. E com seu sound system ao vivo, empulsionados pelo seu enorme PA, continuam inspirando vários novos sound systems a quebrarem fronteiros. Pensando para frente sempre!

Os singles em vinil venderam milhares de cópias no Japão, nos EUA, Nova Zelândia até a Polônia. Participando em festivais no Reino Unidos e em toda a Europa como o Camp Bestival, Glastonbuy, Knockengorroch e Shambala, Mungos não para de lançar ótimos riddims e big tunes, e nós não paramos de ouvir.

Ouça os trecos do álbum “Mungos Hi Fi – Sound System Champions” clicando aqui 

E abaixo estão 3 links para fazer o download de 3 sessões do Mungos HI Fi ao vivo.

Shambala 08 MIX –  download: clique aqui  

Live MIX @ Subdub 10th Birthday – download: clique aqui

Mungos Hi FI on Spannered – download: clique aqui 


PERIFERIA É PERIFERIA... EM QUALQUER LUGAR!!!

Olhando na foto, será que você consegue dizer de que lugar é? Se é do Rio, de SP, de Salvador, Pernambuco?... ou se é da Jamaica, ou de qualquer outro pais da África? Difícil não é?! Muitas vezes eu penso no porque da música americana ser tão ruim hoje, o rap estilo “bling bling” [essa era nova para mim até poucos dias], com alguns caras criados no gueto fazendo música que vale no máximo 50 centavos, e se bobear ainda tem que voltar o troco de tão ruim, desfilando de Mercedes e Ferraris nos clips, só curtindo em boates de boy com varias vadias, bom, nada contra ou a favor das vadias, que elas um dia pensem em mudar de vida, senão vão pro fogo mesmo, e nada contra o dinheiro, quando nascemos ele já tinha sido inventado e implantado há tempos, eu sou contra essa ostentação idiota de grana, que na verdade frustra muito quem está no gueto, algumas vezes leva a um pensamento de “por que esse cara tem, e eu não?!”... Bob disse uma frase muito real: “enquanto a filosofia de uma pessoa ser superior a outra não for dizimada, haverá a guera.”

Onde eu quero chegar é, será que ainda tem músicos que fazem uma música de protesto hoje em dia?.. eu ainda tenho meus plays das antigas guardados, alguns novos, mas .... ainda prefiro algumas coisas das antigas, que eu já postei aqui, Poor Righteous Teachers, com um discurso político e extremo, gosto de Sizzla, mas não tudo, às vezes ele fala umas paradas, que eu penso que nem ele mesmo vive o que ele fala, Capleton eu já gosto mais, praticamente todas as letras, um pouco mais centrado, Anthony B é o melhor dessa trindade, letras inteligentes, equilibradas, sabe a hora de falar de festa, a hora de tacar o fogo mesmo, música de gente grande, mas nenhum desses é um africano de verdade, nascido na África.

Um dos primeiros discos de reggae que eu comprei foi de um cara chamado Mutabaruka, dessa geração dos Bobo Shantis, se você ouvir Mutabaruka e prestar atenção, tentar entender as letras, esse é o cara, poeta, músico, depois dele você com certeza, vai chegar a Linton Kwesi Johnson, o “Professor”, que também é um dos melhores poetas do reggae.

Agora também tem o 2ban, que gravamos com ele enviando músicas daqui do Brasil pra Londres, o que mais me chamou atenção no 2ban não foi à musicalidade dele, foram as letras, que são históricas, sem mentiras, sem ladainha, “serious music... no jokeh sounds”.... eu particularmente prefiro assim. Se for pra fazer “bling bling” e tocar só pros playbwoys eu prefiro ficar curtindo um som na minha casa, chamar um irmão, mostrar os discos das antigas que não tocamos mais nas festas, contar as histórias dos bailes de quando era moleque, muito mais prazeroso.

Espero um dia poder apresentar um disco de dub pra um cara aqui do gueto, da Serra da Cantareira e ele preferir ouvir JAH Shaka do que o 50 Cents...quem sabe um dia não entendam um pouco mais, compreendam um pouco mais, e quem sabe um dia não possamos evoluir um pouco mais rápido também e voltar a ter o controle da música que saiu do gueto, mesmo sendo de Kingston 12, de Londres, de NY, ou da CDD ou do Capão.. gueto é gueto em qualquer lugar, música do gueto, não é música de estante de playbwoy. FALEI!!!!!!!!!

Por RAS Wellington - underground_roots@yahoo.com.br - Texto originalmente publicado no site Overmundo em Out/2006 - clique aqui para ler o original e os comentários


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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


BURNING SPEAR - SLAVERY DAYS

Desde 1990 eu ouço algumas palavras constantes que muitos irmãos e amigos falam como palavra de Ordem; Consciência, Ideologia, Revolução, Evolução. Mas isso não é colocado em prática, pelo menos não em larga escala ou que se faça por atingir um grande número de pessoas, tendo uma postura visível e melhoria real.

Nesse mês de novembro, “comemorado” (esse num tom bem sarcástico) o dia da Consciência Negra, representada pela morte de Zumbi dos Palmares. Eu não vou me concentrar em escrever sobre a história de Zumbi, mas fazendo uma certa comparação entre Zumbi e Domingos Jorge Velho, na real, nada mudou entre os negros desde aquela época.

A mentalidade ainda continua de escravo, de algumas formas. Uma quando o negro começa a partir de certo momento a se envolver cada vez mais com o bwoy (o bwoy não é branco, nem é rico, e não é boy por uma questão de dinheiro, e sim é pela atitude), desde esse primeiro momento o negro se torna uma marionete desse bwoy, não ganha nada em espécie, simplesmente cria uma ilusão de que um dia pode ganhar alguma coisa, dinheiro, status ou qualquer coisa do tipo. Na realidade, num vai ganhar nada, porque o bwoy se for ver mesmo vive de ser “poser”, compra um tênis, um blusão e te chama de mano. MANO? Você negrão periférico é MANO = IRMÃO de bwoy sustentado aos 20 e poucos anos pelos pais?! BUMBOKLAAT!!!!!!!!!!!

Outra é a mesma idéia de Domingos Jorge Velho, a atitude de um tentar de qualquer forma se sobrepor a outro. É uma espécie de circulo vicioso, a pessoa nasce, cresce e é escravizada pelo branco (digo isso em tempo real, HOJE), reclama, xinga, não quer aquela situação. Quando realmente consegue certa independência, por menor que seja, se torna o “esperto”, e escraviza ou pelo menos tenta escravizar outros “irmãos” – a real é que isso rola muito, mas não da muito certo, um preto escravizando o outro aqui não é lá coisa muito natural. 

Agora sobre a questão de pele, temos alguns nomes que são mais xingamentos do que qualquer coisa do tipo, o termo MULATO ou MULATA, tanto falado, acho que ainda não foi bem compreendido. No dicionário da língua portuguesa de Silveira Bueno, MULATO = filho de pai branco com mãe preta ou vice versa, homem escuro, trigueiro, mulo. MULO, no mesmo dicionário = Mu, Asno, Burro. Mulato ou Mulata, só serve pra rebolar o pandeiro mesmo, já que um asno ou burro não pensam, no máximo que podem fazer é rebolar e carregar peso. Nem vou comentar mais sobre esses adjetivos, que dá neurose.

Se você pensa, que por ter recebido o adjetivo de MORENO, deixou de ser preto, existe um certo estudo de origem de palavras, baseado em sua raiz, é muito usado para saber de onde surgiram alguns termos. Palavras de línguas do oriente são bem mais fáceis de serem estudadas, pois as variações são enraizadas por outras palavras. Basicamente são estudadas 3 letras para se saber a raiz de cada palavras, no exemplo;

MaRoonS (tribo africana, que lutou – e muito, pela independência na Jamaica juntamente com a Tribo Ashanti)
MoRenoS (nome dado aos mestiços de negros e brancos na América do Sul)
MooRS (os mouros ou sarracenos. Moors ou Mouro é o nome dado pelos Europeus aos Negros monoteístas de pele mais clara, já que a maioria era islâmica.)

A raiz M-R-S indica algumas tribos africanas e nomenclaturas dadas aos descendentes dessas tribos, que foram trazidas para as Américas, digam o que for, MORENO pro europeu é negro, e se um dia voltar à escravidão, vai junto de volta ao navio como qualquer outro, é uma mera ilusão achar que porque tem a pele mais clara ou mais escura vai se fugir das origens, o máximo que pode perder é a raiz e a essência, o resto, vai ser tratado como negro em qualquer outra parte do mundo. Nesse ponto, a única coisa que resta saber é que o racismo trata os negros como eles são, todos iguais. 

Finalizando a comparação entre Domingos Jorge Velho e Zumbi, ambos foram negros, sobreviventes e viverão conforme o seu tempo, a diferença, um lutou por toda uma comunidade, o outro pela própria sobrevivência, em pé de igualdade os dois mataram, os dois morreram... negros.


Texto originalmente publicado no site Overmundo em Nov/2006 - clique aqui para ler o original e os comentários

Por Ras Wellington - underground_roots@yahoo.com.br

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