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sexta-feira, 20 de maio de 2016

VOCÊ SABE PARA QUE SERVE O MINISTÉRIO DA CULTURA?




... Michel Temer.
A extinção do Ministério da Cultura por Michel Temer causou celeuma na internet e na rouanetosfera. Alguém sabe para que ele servia?

O Ministério da Cultura brasileiro foi criado em 15 de março de 1985 por José Sarney. Aqui se encerram nossos argumentos a favor de sua extinção. Repetindo: criado. por. José. Sarney.

Segundo a Wikipedia, “foi responsável pelas letras, artes, folclore e outras formas de expressão da cultura nacional e pelo patrimônio histórico, arqueológico, artístico e cultural do Brasil.” Pergunte-se a si mesmo sobre o que você conhece de letras, arte, folclore e (perca um bom tempo nessa daqui) “outras formas de expressão da cultura nacional” antes de 1985 e o que conhece depois de 1985.


Os grandes escritores da nação (contando com José Sarney, é claro). Os grandes artistas. As expressões do folclore (pode ser num gráfico ou Power Point comparando Saci Pererê com Bonde do Tigrão). As “outras formas de expressão da cultura”. Bom, aqui temos um adendo após a decisiva argumentação profunda sobre o destino do Ministério da Cultura. Não tem Gleisi Hoffmann ou Lindbergh Farias para dizer que não há argumentos.

A decisão do presidente Michel Temer de extingui-lo, amalgamando-o ao Ministério da Educação, causou fuzarca, sobretudo, óbvio, entre aqueles que recebiam dinheiro do Ministério. Não é exatamente uma notícia: qualquer coisa feita por Michel Temer será criticada por petistas (indicar ministros, falar de programas sociais, falar de Lava Jato, falar, respirar etc).

A confusão é que os endinheirados em questão confundem Ministério da Cultura com Cultura, crendo que a supressão do primeiro causará a extinção da segunda. Sobretudo: confundem o seu próprio trabalho com “a cultura nacional”. Com “arte”. Com algo necessário ao país, sem o qual estaremos todos fazendo uga-uga, não entendendo de nada (ainda mais de política, ao qual ficou reduzida a cultura brasileira com o ministério).

... Dilma Rousseff.
Vide declarações de “artistas e produtores” que O Globo entrevistou sobre a fusão. Digno de nota: todos os entrevistados são petistas. Alguém está surpreso? Será que vai demorar muito para acabar com o Ministério do Jornalismo que dá verbas a quem lhes puxa o saco? É a chamada rouanetosfera. Artistas que, sem o poder do Estado de arrancar o dinheiro de qualquer um para transferir para seus bolsos, já teriam virado empacotadores de supermercado.


Augusto de Campos: “É puro retrocesso. Mas não esperava outra coisa de um governo (…) resultante de um impeachment sem fundamento jurídico, e orientado por mentalidades conservadoras e retrógradas.”

É, portanto, mandatório para receber verbas do Ministério da Cultura ter um posicionamento político esquerdista, revolucionário e stalinóide.

José de Abreu mostrou suas preocupações culturais, este grande artista: “Solicitei ao governo francês um visto. Me deram um especial de residência chamado Competência e Talento com direito a trabalhar lá. Talvez por isso a Cultura na França movimente sete vezes mais dinheiro que a indústria automobilística.” Como o Brasil vai sobreviver sem isso?

Um tal de Sérgio de Carvalho, diretor teatral e “pesquisador” (nunca se entende bem o que essas pessoas fazem para justificar nosso dinheiro sendo transferido para suas contas bancárias) é hardcore em rouanetês e saca o manual de palavrório oco da Escola de Frankfurt:

“A extinção do Ministério é a confirmação simbólica do próprio golpe: uma manipulação da letra da constituição para reforçar o mando do capital sobre a vida dos que trabalham. SignIfica a imposição de critérios econômicos, lógica do evento, eficácia de fluxo financeiros, anulação da história, e combate policial ao direito a imaginar um mundo além da forma-mercadoria.”

Não viver pelo capital é viver pela subsistência, usando todo o dinheiro sem poupá-lo para formar um capital. Sem capital, não haverá o que tomar das pessoas para financiar o Ministério da Cultura. Mas apenas com esse tipo de verborréia se ganha aplausos “culturais” no Brasil.


Apenas alguém divorciado da realidade pode acreditar que o Estado é capaz de anular critérios econômicos e “lógica do evento” em produções culturais, ou ir contra a “eficácia de fluxos financeiros” (pedaladas da Dilma à parte, ou o ministério tem isso, ou vira um buraco negro de dinheiro, o que parece ser o desejo real do tal diretor).

... Luis Inácio Lula da Silva.
O melhor é a “anulação da história” (risos) e o “combate policial ao direito a imaginar um mundo além da forma-mercadoria” (gargalhadas), logorréia que não significa absolutamente nada, mas o fez parecer absolutamente profundo para quem fica embasbacado diante de qualquer Jean Paul Sartre, Judith Butler ou István Mészáros falando sobre nada com palavras tudo por aí.

Já Cacá Diegues, cineasta cuja maior obra é Tieta do Agreste, dá uma viajada mais light no reino da rouanetosfera:

“Simplificando, a educação prepara as pessoas para o mundo real, enquanto a cultura estimula a inventar outros mundos. Botar as duas coisas juntas, como se fossem uma coisa só, é um retrocesso acadêmico, uma incompreensão do mundo moderno e do futuro. Um retrocesso.”

A educação clássica prepara para o mundo real, mas trabalha justamente o imaginário. Uma das maiores obras de crítica literária que é crítica ao modo esquerdista de reduzir a cultura a uma “imaginação” ou alguma irrealidade é, justamente, A Imaginação Liberal (em sentido americano, ou seja: esquerdista), de Lionel Trilling.


São ensaios justamente sobre a falta de “imaginação moral”, ou seja, de uma imaginação em roteiros, livros, peças etc capaz de criar situações em que o maniqueísmo bobo da política, das tribos, clubes e agremiações fáceis não seja a tônica dominante. Nem sempre o certo e o errado são tão claramente discerníveis – pense-se na Antígona, lutando entre uma justiça terrena civil e a justiça universal dos deuses. Pense-se em Hamlet, ou na solidez de justiça, mas manca de realidade de um Dom Quixote.

É de se perguntar se Cacá Diegues e outros aboletados no Ministério da Cultura de fato expandiram nossa imaginação desde 1985 ou se, pelo contrário, nos fizeram crer que algo fora do Ministério da Cultura seja “uma incompreensão do mundo moderno e do futuro”.

Uma dica: quase todos disseram se tratar de um “retrocesso”. Os “artistas e produtores” não parecem muito criativos com seu vocabulário. Antes fosse: estávamos muito melhor antes de 1985. Não se tem notícia de ter um Machado de Assis, um Graciliano Ramos, um Guimarães Rosa graças ao Ministério da Cultura. Tivemos, é claro, uma tentativa de Cláudia Leitte de lançar seu livro, mas desistiu após ser “humilhada”. Chico Buarque já traduziu o seu para o coreano via Lei Rouanet sem humilhação alguma.


De fato, a definição de Cacá Diegues está “simplificando”. Bastante. O que chamamos de “cultura” são, na verdade, elementos culturais, tradutores da cultura de um povo para ele próprio e o mundo. A cultura verdadeira sempre tem algo de universal. Shakespeare ou Goethe, São Tomás de Aquino ou Yasunari Kawabata não exigem a participação e filiação em seus grupos para nos tocarem em algo.



... Fernando Henrique Cardoso.
Ministério da Cultura, Cultura de Ministério

Cultura vem do latim cultus, indicando a idéia de cultivo, de terra (como em “cultura de uvas”). Algo local, próprio de um determinado povo, mas cujo valor transcende fronteiras. A cultura da solicitude inglesa, da hospitalidade árabe, do ordenamento alemão, da oralidade judaica, do tradicionalismo japonês ou do jeitinho brasileiro são traduzidas em obras de arte, na língua, na literatura, em bens culturais de valor transcendente.

Nenhuma delas foi criada por um “ministério”. O máximo que estes podem fazer é patrocinar algum artista que possa transmitir tal cultura em sua arte. É a figura do mecenas, frequente desde a Antiguidade – Mecenas era um conselheiro do imperador Augusto. Em diversos momentos da humanidade, várias figuras fizeram as vezes do mecenato, do financiamento de artistas, da burguesia aos tiranos.

E é onde reside o problema: nunca um financiador de arte irá cuidar da “cultura” de maneira geral e irrestrita, qualquer produção cultural, e sobretudo as de qualidade, conceito subjetivo por definição. Os liberais chamam isto de “conhecimento difuso”, que não está e não pode estar nunca em um único agente; não é, portanto, por birra ou cabeça-durice, mas por pessimismo que liberais desacreditam no Estado como melhor agente.

... Itamar Franco.
Se o Estado e os governantes que o controlam não irão patrocinar todas as artes, irão naturalmente tirar da livre competição do mercado e alçar à proteção da verba garantida aquelas com quais eles concordam. O Ministério da Cultura de Dilma Rousseff iria patrocinar um show de death metal ou de Chico Buarque? O Ministério da Cultura de José Sarney iria patrocinar um livro de Millôr Fernandes, que o chamava por Sir Ney, ou uma tradução para o caldeu de seu Maribondos de Fogo?


A mera existência de um financiador com poder de monopólio implica uma forma de censura. Não se trata de proibição, mas de financiamento massivo a qualquer concorrente. Alguém pode ficar feliz com Lula e Dilma patrocinando livros de Chico Buarque, filmes de José de Abreu, peças de teatro de petistas enfiando o dedo no ás-de-copas de outros petistas. E se o próximo presidente for um “homofóbico” de direita, e estas pessoas, ao invés de buscar o financiamento difuso de empresas que concorrem entre si, dependerem da aprovação de seus acólitos para uma peça com beijo gay? Quer censura mais fácil do que esta, que é aplaudida pelos censurados?

Não à toa, de Nero a Adolf Hitler, a coisa mais comum do poder político é se cercar de artistas bajuladores (a grande diferença é que outrora eram talentosos, como o poeta Konstantin Simonov, protegido por Stalin, como conta Orlando Figes em Sussuros: A vida privada na Rússia de Stalin).

Se ao invés de financiarem projetos segundo seus interesses, permitindo que artistas em busca de recursos procurem empresas diversas (tecnologia semelhante à maravilha que é a Bolsa de Valores, que permite que pessoas inventivas sem dinheiro lucrem com endinheirados sem idéias empreendedoras), a produção cultural estiver no Estado tomando impostos, desestimulando empresas a financiar o que já financiam por obrigação (a Lei Rouanet e sua renúncia fiscal não permite, senão, uma renúncia de impostos, já por si obrigatórios), quem controla a produção cultural é quem controla o Estado. O resultado se vê ao nosso redor.


... Fernando Collor de Mello.
Somos o único país do mundo sem uma literatura que espelhe a realidade. Sem músicos de nota, senão aqueles que ignoram completamente a jogatina política. Nossa maior arte plástica hoje são os desenhinhos de Romero Britto. E os artistas, claro, são todos favoráveis ao partido no governo até há pouco. Sem ele, parece que morrerão de fome.

Para piorar, a arte estatal via Ministério da Cultura só pode, por natureza, copiar a produção artística vigente – não há como financiar um Homero, Mahler, Victor Hugo ou M. C. Escher se não se vê nenhum deles por aí. Só se pode financiar a bandinha emo, o axézeiro que toca na festa da filha do governador da Bahia, o grafiteiro preferido do Fernando Haddad, a peça de teatro com mérito de ter algum ator da Globo xingando o Bolsonaro e o capitalismo para ser hype.

Pior: tem a obrigação de financiar o pior deles, do contrário sua existência também é posta em xeque – por que “promoveria” a cultura, se fora das monarquias, tem apenas a opinião pública medindo tudo por quantidade de público, e não qualidade da obra, para servir de régua? Como estaria “promovendo” algo já promovido?

Basta ver os projetos mais bizarros aprovados pela Lei Rouanet, como elencou o site Spotniks: vai do DVD de MC Guimê (meio milhão) aos R$ 4 milhões para uma turnê de Luan Santana e R$ 1 milhão para turnê de Detonautas, além do imperdível Brizola: tempos de luta, com exposição (!) “Um brasileiro chamado Brizola”. Será que permitiriam uma contrária ao governo? Nossa cultura foi salva pelo ministério?


... José Sarney.
É muito bonitinho confundir a si próprio com a própria “cultura nacional” só por ter um trabalho economicamente improdutivo (nem fale de escrever na internet) e falar que, sem Ministério da Cultura, não haverá cultura. O fato é que não haverá mamata. Só isso. A cultura sempre respirou melhor com mecenas difusos e só denegriu com um partido que confunde a si próprio com o Estado, pedalada com justiça social, fazer cocô em público com manifestação, enfiar o dedo no oritimbó com performance, Tico Santa Cruz com música e por aí vai.

Perguntar para que serve o ministério da Cultura para os incultos que dele recebiam verba e obter 1% da profundidade acima é esperar que um ganso aprenda a rosnar enquanto chupa cana plantando bananeira. O que seria uma peça cultural de muito mais valor do que eles produzem.


Por Flavio Morgenstern - Artigo original publicado @ http://sensoincomum.org/2016/05/13/voce-sabe-para-que-serve-o-ministerio-da-cultura/


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quarta-feira, 4 de maio de 2016

RASCLAAT - ENTRE OS CEGOS, SURDOS E MUDOS DA IGNORÂNCIA



Eu nos últimos tempos tenho extremo receio em publicar certos textos, como os artigos do 'Rasclaat', que era periódico até meados de 2011, então já lhe aviso... Se só gosta de música ou textos relacionados a música, pule para outra matéria. Hoje, com tudo que anda acontecendo é difícil ficar inerte a tudo e a todos. O blog ou site (ou qualquer nome infeliz que dê a um canal como esse), deixou no decorrer do seu retorno um lado mais protestante, que devo dizer, infelizmente no Brasil ter postura é forma de desrespeito a ignorância alheia.

Acredito, piamente que o Brasileiro é condicionado a ser braçal. Ele é educado e condicionado culturalmente a ser braçal e laboral, de forma pragmática. Um dos maiores valores familiares é o acordar as 06h e chegar as 20h. Qualquer tipo de trabalho, que fuja a duas figuras preponderantes - autoridade e subordinado ou de forma simples; empregado e patrão, é ser dito ou achincalhado de vagabundo. Que na expressão popular, vagabundo deixou de ser alguém que não gosta de trabalhar, para ser alguém que não tem valor.


Falo isso de mente e coração muito abertos, e sem pudor algum de dizer que é uma forma genérica, e há exceções nesse pragmatismo cultural. E se você não se enquadra, nessa braçalidade e laboralidade... Parabéns, discuta, escreva, publique ou compartilhe algo relacionado que faça mais pessoas abrirem sua terceira visão, seus pensamentos e ideias, que façam entenderem o quão grave nossos problemas são, e o quão estão enraizados nos valores (ou falta deles) familiares e culturais do nosso país. 

A intelectualidade, por sua grande maioria, é menosprezada já por definição histórica na escola, principalmente por uma visão deturpada do que é boa ou má educação - bom aluno é o que decora, mal aluno é o que não se adapta ou não se condiciona a imposição. Essa condição é definida a pertencer aos mais abastados. Ou seja, patrão mandou, você age. O professor falou, você acata. A policia chegou, você obedece - até porque o único papel da polícia é resguardar os interesses do Estado (seja federal, estadual ou municipal). A graduação praticada aqui não é educação, jamais foi, e é o modelo de ensino mais falho que existe, porque se fosse bom, não precisava do FIES... Todos estudariam em faculdade pública ou teriam condições de pagar pelo ensino privado. E provavelmente não teriam eleito políticos através da democracia = voto, que desviassem dinheiro da educação para outras áreas de interesse próprio egocêntrico.

Mas, um dia em uma aula qualquer de história lhe disseram que vivemos em uma democracia, e isso basta. Mas nenhum professor (que eu conheça) jamais citou e ensinou o que o genocídio indígena e africano causou aqui, e não disse nada para ninguém na sala se sentir culpado ou em choque. E lhe disseram que você é livre para concordar com o que a cartilha do professor diz, e afirmar que o que está ali está certo, até ai você pode ter certeza que vive em uma democracia. Na discordância, sanções serão aplicadas a sua pessoa, ao passo de perder direitos, dinheiro, ou cargo.


Atualmente, a Presidente Dilma (ou presidenta como ela prefere), passa pelos crivos dos valores (ou a falta deles como disse) e cultura brasileira. Já na primeira candidatura dela, já dizia que ela mais me parecia uma criatura de laboratório com fins de substituição de seu mestre Lula. E me dê os parabéns, porque estou certo. Mas, no decorrer já de uma década e meia, o PMDB se tornou um algoz de Dilma, que aparentemente é uma obra inacabada do Dr. Frankestein, o duvidoso Lula. Uma observação, não usarei termos como PMDBostas, PSDBestas ou PTralhas nesse texto, e essa será a única vez.

"...e devemos sempre deixar bem claro que nenhum de nós, brasileiros, é contra o roubo. Somos apenas contra ser roubados." - Millor Fernandes (A Bíblia do Caos - Novo Evangelho)

Pois bem, chegamos ao fundo do tacho num governo - na crise existencial brasileira (dita econômica e política por alguns estudiosos) acho que ainda não é metade do abismo. E isso é mostra da face majoritária do povo brasileiro, já que os políticos eleitos são escolhidos pelo povo em sua maioria, e esse político o representa por no mínimo quatro anos, apesar de que alguns ali que estão há mais tempo na cadeira, do que muitos brasileiros tem de vida. E essa é a definição que eu aceito como democracia; um sistema político em que os cidadãos elegem os seus dirigentes por meio de eleições periódicas. Poder concedido pelo povo por meio de representação pelo voto. E a partir desse ponto, o poder de certo e errado, bom e ruim, bonito e feio, é determinado por esses eleitos.

Um outro lado, é que existe um imenso resquício da ditadura no Brasil. Muitos vivem os preceitos básicos ditatoriais que eu vivi, e vejo muitos praticando essa ditadura do lar em coisas simples; por exemplo na educação dos filhos, onde responder, questionar, não concordar, expor, opinar, ou qualquer demonstração de insatisfação é visto como uma ofensa a quem quer que seja. Repito eu vivi isso, e boa parte dessa geração dos dias de hoje, aparentemente é tão ditadora quanto as que praticaram o golpe dos anos 60.


Dependendo do quão alto seja a obsessividade por uma ideia/conceito, independente de qualquer razão, fato ou qualquer coisa do tipo, alguém pode dizer que o céu e é azul, mas se a outra parte estiver com interesses em jogo, e para que não seja dado o tal 'golpe' a pessoa ter de afirmar que o céu é rosa, não adianta quão científico, quão forte seja a prova, essa pessoa por questões pragmáticas e culturais vai dizer que o céu é rosa e ponto, e você o enxerga azul é porque é oposição, e consequentemente vai dar o golpe.

Essa presidente, que considero ser medíocre e incompetente no cargo, foi traída pelos valores cancerígenos, onde na traição vale chute baixo, dedo no olho e puxar o cabelo. E como bons brasileiros, que mudam de ideia após os 14 meses do segundo tempo (quis dizer mandato), ela é vitima do descompromisso que não é ensinado na escola, mas é dispensado a reveria entre uma parcela de políticos e de cidadãos comuns, justamente pelos valores e cultura.
Minha única visão e concordância sobre essa mulher, é que ela não deveria ter sido eleita. Concordo quando ouço que um governo ruim, ou má gestão não é motivo para interromper um mandato eleito. Mas algo por trás, dessa democracia - que considero fajuta e nada me leva a crer que se relaciona com liberdade, e somente está atrelada ao voto, que somente é dado pelo mesmo motivo que conluio, ou base de governo, como políticos insistem em chamar.


A presidente, ameaçada de perder seu cargo, na singela opinião desse que escreve, acompanha e lê muito, sai pela falta dos mesmos (três) motivos que alguém é eleito, contratado ou promovido a um cargo; grau relativo de intimidade e amizade - ou a falta delas (pior câncer da gestão seja pública ou privada é o padrão fisiologico imposto - determinante do que é relativamente bonito ou feio) e pelo nepostismo; pelo interesse maligno - de tirar proveito de algo ou alguém por tempo indeterminado; e pelo dinheiro em espécie. Ou seja, continuamos na mesma, mesmo depois das "diretas já." É a maioria pagando pelo interesse da minoria. 

No quesito interesse, eu divido em dois; os interesses próprios egocêntricas e os interesses comuns. Um exemplo de interesse próprio egocêntrico é a máfia da cultura, com os editais, muitos querem, poucos tem acesso, e a massa com paga a fanfarra de pão e circo com qualidade duvidosa. Nenhum edital é aprovado por qualidade do trabalho proposto, mas pelo câncer já citado grau relativo de intimidade e amizade. O outro interesse é o comum, aquele que faz bem a todos as partes interessadas ganham; quem produz, o governo e quem consome.

Outro ponto é a competência duvidosa da presidente, que é de uma relatividade sem proporção (lembre do inicio do texto sobre intelectualidade desvalorizada), e essa competência é algo raso em muitos cargos de gestão. O fato do pedido de impeachment (palavra francesa para impedimento), são as tais pedaladas fiscais*. Se você sabe só um pouquinho sobre balanço de caixa, vai ser fácil entender que a maior lambança que pode ser feita em balanço fiscal, em qualquer caixa, é essa tal "pedalada."

* A "pedalada fiscal" foi o nome dado à prática do Tesouro Nacional de atrasar de forma proposital o repasse de dinheiro para bancos (públicos e também privados) e autarquias, como o INSS. O objetivo do Tesouro e do Ministério da Fazenda era melhorar artificialmente as contas federais.

Agora a causa. A causa é que acabou o dinheiro. Finito, findou-se, acabou-se, fodeu-se. Esse governo é um governo que confundiu a palavra "investir" com "gastar", e o PT gasta bem. E é impossível gastar com as ações sociais, as ações culturais - vide a deturpação da Lei Rouanete e todos os editais em governos e municípios, prejudiciais a diversos investimentos privados em cultura (seja ela qual for), além de torrar o dinheiro nas agências regulamentadoras para pagar todo o cabide de empregos que o conluio do PT e PMDB fizeram no governo - são muitas siglas para citar, e infelizmente não vai sobrar dinheiro para pagar as contas. Não existe matemático, nem mesmo do gabarito de Newton e Liebniz, que  poderiam explicar como se pagar as contas gastando mais do que se arrecada.

Ao que propor solução para essa lambança toda e ganhar meu voto, e mostre uma forma de realizar de fato, que penso ser um mínimo razoável para aquilo que um político que se propõe que e somente e simplesmente a representatividade pelo voto: Redução de impostos (em média 50% do preço de tudo são impostos), com essa redução aumentamos a produtividade e competitividade com o exterior; Redução dos juros (usura), que faz o governo se endividar e só quem lucra são os bancos; Controle do câmbio, que tudo que consumimos é cotado em dólar; farinha, combustível, eletrônicos, automóveis, etc.; Olhar para o norte do país, e ao menos minimizar o impacto da seca. Simples não é?... Utópico também.

Eu não voto há 20 anos, e somente vou votar em quem apresentar uma proposta que seja do meu interesse comum, não para privilegiar determinado grupo, ou etnia, ou religião, ou que faça conluio para vantagem própria, e por isso PSDB, PT e PMDB são frutos da mesma moeda, a diferença é que um está no poder há uma década e meia e o outro há 40 anos.  Veja as citações abaixo; ambos dizem a mesma coisa, e qual a diferença? Um é um intelectual o outro um boçal, mas ambos tiveram o mesmo interesse no poder. Álias, todos seguem a mesma cartilha de canalhice e mentira no poder.

"Se os amigos pode se tornar inimigos, os inimigos podem se tornar amigos." - Graduação Asiática - Ensinamentos dos 31 Mestres - Cap. 14

FHC, Dilma, Lula, Sarney, Collor e o Mosca
"Um pensamento ativo é aquele que, baseado em princípios fundamentais constantes, é capaz de reinterpretar a realidade face às mudanças cotidianas de um mundo em ação." - Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso

"Eu não mudei ideologicamente. A vida é que muda. A cabeça tem esse formato justamente para as ideias poderem circular." - Ex-Presidente Lula (2003)*


Bom, eu estou longe dos discursos dos  Lobões e do Ticos SantaCruzes, e da ideologia metamórfica de quem não pega trem nem ônibus, e aliás "nóis é pobre," - apelo para o discurso muito usado quando alguém me chama ainda hoje pra tocar e não quer pagar cachê ou ter desconto em discos. E nessa correlação, em determinado ponto, num almoço me perguntaram; "Mas você já saiu as ruas?"... Mas que c@#@&%, eu desafio você que foi a Paulista, contra ou a favor desse governo medíocre, utilizar o trem da CPTM que sai de Rio Grande da Serra, e pegar ele na estação Santo André (SP) até o Brás as 07h da manhã. São 40 minutos de espera para conseguir entrar em um vagão e ser espremido, ou seja, ainda quer falar de sair as ruas protesto. Trabalhar nessas condições é um protesto. Mulheres reclamarem do assédio é um protesto. E essas condições sub-humanas impostas, sejam pelo PMDB, PT ou PSDB, fazem o povo nas metrópoles e no norte do país sofrerem. Infelizmente não são todos que podem regar protestos entre uma Heiniken ou Stella Artrois na frente da FIESP. "Nóis é pobre" lembra?.. E trabalhamos amanhã (enquanto tivermos emprego).

E o engraçado, ou trágico, é que nós somos um dos países que mais consomem celular na face da terra, e não temos uma marca nacional de aparelho celular. Nós somos um dos países que mais abrigam fábricas automotivas no mundo, e não temos um carro nacional. O cúmulo da burocracia na abertura de uma empresa e tanto, que chega a ser uma missão impossível sustentar um negócio com tanta carga tributária, somada a tarefa inumana de se fechar um negócio nesse país, há não ser pela falência. Mas enquanto isso, somos o país onde todos os principais canais de comunicação pertencem (ainda hoje) a poucas famílias e subfiliadas, mesmo sendo contra a Constituição.


Antes, dizia que deveríamos nos livrar da mentalidade escrava, que deveríamos mudar as concepções de servidão alienada, e deixarmos de nos contentar com as migalhas que caem da mesa da babilônia. Hoje, mudei o raciocínio, e digo que precisamos mudar a mentalidade escravagista da grande massa; banir da nossa educação familiar a soberba imposta de quem come mal, vive mal, estuda mal e trata mal as pessoas - o típico Domingos Jorge Velho; abolir a mentalidade da superioridade europeia (nós não somos europeus), acabar com o melindre de quem se ofende ao se discordar ou ser apontado, das relações e conluio maléficos, e realmente aprimorar a relação de compromisso e responsabilidade - principalmente no "combinado não sai caro". Essas posturas impregnadas do subconsciente em nada melhoraram a nossa vida no decorrer dos últimos 50 anos.

Alguns ainda flutuam na espiritualidade nula, em fábulas com alusão a um céu e um inferno, outros estão tão desinteressados devido ao pingo de dinheiro que  a máquina do sistema faz na sua conta bancária, e ainda dizem #naovaitergolpe. Eu digo que não há golpe, o Supremo diz que é válida a posição, e você poderia ter pedido o impedimento da Presidente, assim como eu, é um direito garantido ao cidadão comum na Constituição de 1988 - Parte 1. Nesse descambo político e fiscal, só se deixa expoente crise de interessados em permanecer ou tomar de assalto o poder.


Nessa Constituição (que 99% das  pessoas que conheço nunca a leram) - até porque é de uma linguagem e complexidade sem precedentes. Além de considerar que essa Constituição dever ser a Parte 1 de uma trilogia; Parte 1 - Direito, Parte 2 - Deveres, e a Parte 3 - Capítulo Final. Não há como ter equilíbrio só com direitos, sem se ter noção de deveres. E o nosso nesse momento, é buscar alternativas a curto e médio prazo para limpar o lixo despejado no nosso futuro. Depende sempre mais de nós mesmos, porque não adianta um povo corruptível, ou suscetível a corrupção reclamar de um sistema corrupto. Porque acredito que todo mundo tem um preço, mas tem quem se vende por bem menos do que se imagina; um seguro desemprego, um bolsa família, um edital... quem sabe né!


Que Allah tenha misericórdia de todos nós. Paz a todos!


* “Nunca antes na história deste país”, de Marcelo Tas, Editora Panda Books.


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terça-feira, 19 de junho de 2012

TODO MUNDO JUNTO E MISTURADO...

Três porquinhos, a Bruxa Má, o Magico de Oz e Mr. Burns...
Enquanto você acha que existe oposição, divergências de interesses econômicos e políticos, bancos, ações contra a crise, descriminalização de drogas e comitês para isso ou aquilo, só vai achando. São meras cartas e ações definidas, e a maioria continua se fudendo com um salário mínimo que garante 1/5 das necessidades básicas e uma bolsa família para cegar quem chegou ao extremo da pobreza. Tudo não passa de um conluio político, TODOS são farinha do mesmo saco com regras definidas. 

Regra #1: Mantenha os problemas a todo o custo! O problema é a base do poder, mordomias, privilégio e segurança.
Regra #2: Use a crise e a crise percebida para aumentar seu poder e controle. 
Regra #2a: Force decisões na 11a hora, trate as perdas de opções e oportunidades, e limite a oposição das oportunidades para rever e criticar.
Regra #3: Se não tiverem crises suficientes, manufature elas, mesmo que seja de natureza, onde não existe.
Regra #4: Controle o fluxo e divulgação de informações, enquanto fingi abertura.
Regra #4a: Negar, atrasar, ofuscar, girar, e mentir.
Regra #5: Maximizar as relações públicas em exposição criando uma reportagem de capa que apela para as necessidades universais para ajudar as pessoas.
Regra # 6: Criar grupos de apoio adquiridos através da distribuição de benefícios concentrados e/ ou direitos a esses interesses especiais, enquanto a distribuição dos custos de forma ampla para nossos opositores políticos.
Regra # 7: demonizar os contadores da verdade que têm a ousadia de dizer: "O rei está nu."
Regra #7a: acusar os contadores da verdade com seus próprios defeitos, deficiências, crimes e contravenções.


"FHC fez o Brasil virar um puteiro, no mundo inteiro, é a mesma patifaria. Não é fácil ser homem de aço no dia a dia." <<< Edy Rock

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