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sábado, 29 de agosto de 2015

RASCLAAT – STRAIGHT OUTTA DE ONDE?

Lendo o os pensamentos dissertativos do Speech, eu fiquei um tanto reflexivo. Cresci ouvindo NWA lá no fim dos anos 80, e assistindo os vídeos cafetinados no extinto Yo! MTV Raps que passava na madrugada apresentado por Ed Lover e Doctor Dré (não confunda ele com o Dr. Dre do NWA, de um google search para mais informações), e depois no Yo! MTV nos anos 90, que passava vídeos do Dr. Dre do álbum The Chronic e logo após o Easy E. Bom, se você não sabe muito das histórias do grupo, Dr. Dre e Easy E tretaram por muitos anos, e não sei ao certo se fizeram as pazes antes do Easy E falecer, enfim... esse não é um texto biográfico sobre o N.W.A., você pode assistir o filme ou ouvir a discografia, é bem interessante.
"Nesta hora estamos estendendo nossas mãos com o desejo de ensinar ao mundo os verdadeiros princípios da misericórdia e justiça." – Marcus Garvey
Na verdade esse texto é uma reflexão sobre a reflexão do Speech. Eu também cresci ouvindo o Speech, na verdade o grupo que ele fez parte, chamado Arrested Development. Grupo esse, que gosto mais do que N.W.A., pelo discurso, postura, por ser pan-africanista, enfim. E esse texto, nem é uma resposta ao texto dele, com o qual eu concordo em diversos pontos e fatores, mas os mais emocionados ou da turma do “ÉÉÉÉ isso mesmo”, pode ler e achar que isso é palavra de ordem. Pois bem, eu não vi o filme do Straight Outta Compton (até agora), mas acompanho a carreira do Dr. Dre, e vou dizer, desde o The Chronic não ouvi sequer uma produção meia boca dele, até o último disco eu preciso afirmar que é a cara do Dr. Dre, e é um ótimo disco de Rap. Ice Cube idem, Eazy E, também... restou Yella e MC Ren que fizeram trabalhos com pouca ou nenhuma evidencia, mas não são ruins, fizeram parte do N.W.A.

Agora a pergunta que não quer me calar, você leva a sério as músicas do N.W.A.? Ou qualquer música do Gangsta Rap? Eu sempre achei o N.W.A. mais engraçado (do sentido cômico) do que politico ou militante. Sempre enxerguei o N.W.A., Ice T, e tantos outros grupos gangstas como entretenimento light com tom de enredo de filme B, com algumas ótimas produções e outras meia boca. Mas nunca os levei a sério (ou você realmente leva a sério aqueles permanentes lambuzados do Ice Cube e do Easy E?). E nem mesmo levava a sério as letras falando sobre banditismo, ou se era apenas o compensar da deficiência de inteligência ou falta de aplicação nos estudos, rimando sobre o tamanho da arma que carrega no porta luvas do carro. 
“Não tenho nenhum desejo de levar todas as pessoas negras de volta a África. Há negros que não são bons aqui, e igualmente não serão bons lá” – Marcus Garvey
Eu aprendi no decorrer do tempo, separar o que é Entretenimento, seja o de boa qualidade e que não é tão bom, do que é militante ou politico e luta por reparações verdadeiras, e não joga com o sistema. Bem, lendo o criticismo do Speech, e apesar de amar a música do Arrested Development, eles (e ele junto), assinaram com o selo Chrysalis, um dos braços da Warner Music Group, um dos três grandes poderes do entretenimento, junto com os gigantes Universal e Sony. E ganharam também o Grammy da mão desses judeus que usam polo nos domingos em 1993 (assisti pela Globo), fora diversos outros prêmios, e o trabalho mais legal, a música Revolution que fez parte da trilha sonora do filme de Spike Lee, Malcom X, também lançado pelos mesmos judeus de polo da Warner, e também concorreu ao Oscar de melhor ator e figurino. Premiação essa, também promovida pelos judeus de polo, que colocam seus filhos para voar em seus jatinhos. Nesse contexto Speech, você sabe o jogo que jogou. 

Sobre as sugestões dos filmes, já existe um filme lançado falando sobre os Panteras Negras, não sei se foi feito a altura, mas existe, lançado em 1995, tem cara de filme B, mas é um filme sobre os Panteras Negras, com armas, uniformes, perseguição, FBI e tudo o mais, seria muito bom se fizessem outros. Assistiria um filme do Public Enemy, mas será que o Chuck D, Flavor Flav e Terminator X teria um enredo tão interessante, sempre foi um grupo militante que usava a música, mas nunca os vi como bandidos ou personagens cheios de aventuras, está mais para um grupo de hip hop do que enredo hollywoodiano. 

Talvez um filme sobre o próprio Gill Scott-Heron seja muito mais interessante, desde sua infância, até seu grupo Lost Poets, e todas as poesias e canções que fez, seu trabalho como escritor, decepções, uso de drogas. Ou, talvez um das personas mais interessantes a ser fazer um filme seria o KRS-One. Seu inicio como morador de rua, os clash’s de freestyle, a treta Boogie Down vs. Queens Bridge, a morte de Scott La Rock assassinado em 1987, após lançar o primeiro disco de gangasta rap junto com KRS-One, o Criminal Minded, e ainda temos o Temple Of Hip Hop, o livro escrito, e todas as tretas que KRS-One já teve em toda sua carreira, por posturas e idéias controversas sobre o rap e o hip hop. 

No mais, quando se trata de letras conscientes, bem, você tem uma gama de pessoas para ouvir quando se fala de letras conscientes. Se tratando de filmes, o recém lançado documentário sobre a Nina Simone, é uma ótima, da ascensão a queda, a fase militante, o uso de drogas, sexo... Não é só jazz, isso é ser rock’n roll de verdade. Ou se quiser bons discos, com letras conscientes evite o rap, ouça Marvin Gaye, Curtis Mayfield, Richie Ravens, James Brown, Lost Poets... Tantas coisas para ouvir, e foram esses que embebedaram o rap de Dr. Dre e do Arrested Development. 

Diferente do Arrested Development, do Public Enemy, do Boogie Down Productions, e de tantos outros grupos. O N.W.A. foi puro entretenimento, alguma vezes de mal gosto é verdade, e outras meu velho, é de se pensar, como fizeram algo tão simples, tão bom, e que deu tão certo. Não querendo proteger de forma alguma o grupo, o individuo ou o filme, mas a juventude precisa de exemplos, bons exemplos, e exemplos de gente bem sucedida, Dr. Dre e Ice Cube são exemplos, e não interessa se são estadunidenses ou não. São pretos, e diferente da parcela duvidosa brasileira, lá nos EUA, existem dois parâmetros apenas, ou você é branco ou você não é branco. A paleta de cores das pigmentações da cútis utilizadas aqui, não existe lá. E por mais que você e eu discordemos de varias letras, mal exemplos (bebida, drogas, strip tease, etc.) e tudo o mais que já promoveram, os caras geram mais emprego e renda, que muito militante chinfrim americano, africano, e brasileiro juntos. Não é todo mundo que se da ao luxo de produzir um disco inteiro, ter já uma milhar de vendas e doar todo o montante para a comunidade que nasceu! Ou você já doou seus direitos autorais para alguém?... Deus tá vendo!
"O mundo inteiro é feito por blefes." – Marcus Garvey
Acho interessante o discurso do Speech, concordo com a maior parte dele. Mas já separei o entretenimento fútil, da militância, e do que pode ser mais proveitoso - ou poderoso. Assisti Biggies’s Notorious, Eight Miles, Tupac também fez filme com a Janet, irmã do Michael Jackson (que mandou ele fazer teste de HIV para contracenarem juntos – DOPE!). E o que dizer do pastelão de Method Man e Red Man, somados ao Snoop Dogg e Whiz Khalifa fumando maconha durante 2 horas. Vi também Boyz ‘N The Hood, Crooklyn, New Jack City, e tantos outros que se for analisar o Straight Outta Compton, são partes do mesmo enlatado produzido por Hollywood, e vou te dizer; os caras são bons no que fazem. Tem qualidade, não intelectual, mas de entretenimento, ou você vai ser doidão ao ponto de fazer o mesmo permanente dos caras com visual póstumo dos anos 80 depois de ver o filme?

Aqui no Brasil, tentaram fazer o mesmo tipo de filme estereotipado com Cidade de Deus, Tropa de Elite 1 e 2, Salve Geral, são todos a mesma coisa. Não servem de nada, nem transmitem mensagem alguma, ou Tropa de Elite fez você enxergar que a violência policial é justificada pelo boy que compra droga no morro sustentando o tráfico?... Deus tá vendo!

Mudei um pouco a minha visão e definição sobre o que é simples entretenimento e o que é militância. Muito desse discurso do Speech, é repetitivo, ele já fez nas musicas e tantos outros já fizeram também (tipo... eu). A vida dele é uma vida militante, mas é uma vida assalariada pelo entretenimento (tipo... a minha). A grande sacada (eu penso assim) é diferenciar o que é entretenimento que tem a duração de algumas horas de pura e simples diversão, como ir num cinema ver um filme, numa festa, ou boteco. Que é diferente de cultura, que se deve levar em contar a vivencia e tudo que gira ao redor daquilo, por exemplo, o hip hop – está além do rap, e diferenciar que informação - que até pode ser transmitida através do entretenimento (em doses homeopáticas), mas raramente é o que acontece. Informação está em livros, textos, na arte, na matemática, nos documentos guardados através do tempo. Não está no cinema ou em festas, e sinto muito querido leitor assíduo ou esporádico desse blog, cinéfilo dos filmes de blaxpoitation, ou seja você aquele que faz ou promove festas, de qualquer seguimento, você não promove cultura ou informação em festas, o que você faz é simples e puro entretenimento (que também é diferente de ser algo negativo, como um festeiro). E um pouco de obviedade, alguns fazem bom entretenimento, outros não. 

Quando você tomar conhecimento pleno (que é diferente de ser informado) da forma que usa o que acredita somado ao entretenimento, sua vida muda completamente, até a do Speech mudou, ele faz há muito tempo o que Dr. Dre faz... Entretenimento, mas a linguagem e a abordagem de um e de outro é que mudam, e as ambições também. As características da vivencia, e do que um acha ser correto e o outro discorda, é que são preponderantes. Você tem a mesma liberdade de Neo em escolher a pílula azul ou a vermelha do Matrix, de escolher um bom entretenimento, ou transmitir e receber uma ideia que faça você se sentir bem, seja uma mensagem militante ou puro entretenimento. 
"Não há força como o sucesso, e é por isso que o indivíduo faz todo esforço para se cercar ao longo da vida com a evidência disto; como do indivíduo, por isso (o sucesso) deve ser da nação." – Marcus Garvey
"Sem justiça, não há paz!" – X-Clan (Brother J, Professor X )

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