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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

STRANJAH APRESENTA... A TING CALLED: NICE UP THE DANCE!!!


Voltando aos tempos quando 2 Sounds na Jamaica se encontravam apenas para pura diversao musical e entretenimento.

Essa ideia de Clash nao tem um foco particular. Como nos bons tempos, cada Sound aparecia e tocava para o publico do seu jeito. Só não podia repetir um play que o outro sound ja tinha tocado naquela mesma noite. A idéia é com seu estilo próprio, um Sound supere o outro.

O formato e simples : Cada Sound tocando por 45mins, 30mins, 15 mins e para finalizar Tune Fi Tune / Dub Fi Dub:

1 – SOUND A : 45 MINS
SOUND B : 45 MINS

2 – SOUND A : 30 MINS
SOUND B : 30 MINS

3 – SOUND A : 15 MINS
SOUND B : 15 MINS

4 – CADA SOUND TOCANDO UM TUNE, OU DUBPLATE, INTERCALADO ATE QUERER ACABAR.

Esse formato de tempo determinado nao existe por acaso. Pesquisando percebi que os Clashes dos anos 80 e 90 foram feitos dese jeito justamente para poderem ser gravados em fitas cassettes de 90 mins para que aquele que curtiu a festa possa reviver a noite e ao mesmo tempo servir como prova do evento e de quem tocou melhor. Depois, fica ao critério de cada um julgar o Clash do seu jeito e divulgar-lo para que quem não foi possa também tomar sua decisão.

Como os Rounds estao abertos e absolutamente livres de regras (apenas a de não poder repetir um play), um Sound pode decidir atacar o oponente ou mesmo importunar-lo e esperar por uma resposta ou não do adversario. Isso quer dizer que os Sounds serão livres para decidir se eles querem um Clash mais pessoal ou não. Por isso, em um evento desse tipo, é muito difícil prever o que irá acontecer e como a festa irá evoluir. Também fica a critério de cada Sound a decisão de convidar algum MC/toaster para representar seu Sound.

Este projeto tem como foco a cultura soundsystem no Brasil e o objetivo de ajudá-la a se tornar mais madura e consciente; além de lutar para que o reggae de soundsystem cresça, encorajar os Mcs/Toasters a desafiar a si mesmo, divulgar os Sounds do Brasil e promove-los para o resto do mundo, porque afinal, todos os grandes soundsystems Jamaicanos como Volcano, Killamanjaro, Stone Love, Rodigan, Gemini, Metromedia, Sturgav, Jack Ruby etc.. ficaram famosos pelo mundo por divulgacao de fitas cassettes desses proprios encontros que os admiradores de reggae dividiram.

SOUNDCLASH

O que é um Sound Clash?

Um Sound Clash é uma competição musical onde seletores e MCs de sounds opostos (dois ou mais, mas geralmente dois) competem com inteligência na seleção, agitando a multidão, e falando no mic (ridicularizando membros do sound oposto). O objetivo do conflito é o de "matar" o outro sound ou sounds.Ou seja, ser eleito pelo público o melhor sound da competição. O clash geralmente ocorre em um grande club ou arena aberta (como uma quadra ou gramado), com os sounds montados em lados opostos, de frente para o outro.

O "Early WarmUp"

No início do clash (chamado early warm up), os sounds opostos se apresentam (geralmente uma hora cada) tocando músicas para a multidão. Cada turno é chamado de “segmento ", e um par de segmentos (um de cada sound concorrente) é chamado de “round". "Durante esses primeiros rounds, pouca ou nenhuma referência é feita para o confronto, o que ocorrerá mais tarde, e os sounds normalmente apenas se apresentam seu estílo ao público e tentam construir uma boa relação com o mesmo . Os sounds normalmente tocam 45s (músicas que não são dubplates) e também tocam os seus "habituais" (dubplates mais velhos ou anthems/hinos que todo mundo já ouviu antes).

Próximos Segmentos & Rounds

Com o passar do tempo, o conflito começa a se desenvolver e os sounds, já enturmados com o público, começam a utilizar os seus dubplates para falar / cantar e musicalmente medir forças. Os segmentos agora se tornam mais curtos (normalmente cada sound consegue tocar 2 rounds de 30mins cada, e em seguida 2 rounds de 15 minutos cada). Em cada segmento, o selector tenta diminuir os sounds rivais, menospresando as músicas tocadas pelo sound concorrente no segmento anterior; tocando tunes mais populares e dubplates, e até mesmo dubplates feitos exclusivamente para atingir diretamente o sound concorrente (chamado de “counteraction"). Nesse meio tempo, o MC agita a multidão cantando, ridicularizando e fazendo piadas sobre o sound concorrente a fim de incitar o público contra seus adversários.

Enquanto o selector está soltando tunes nas pickups, a multidão (geralmente liderada pelo seguidores ávidos desse sound) está torcendo, gritando, mostrando isqueiros, batendo nas paredes, e acenando lenços de mão ( "wipas") em apoio ao seu sound favorito ou, contra os sounds que não gosta. Se a música ou dubplate foi uma escolha muito boa, o povo vai gritar para um forward (para ter o disco tocado novamente). Boms dubplates geralmente sao forwarded (repetidos) 3 ou 4 vezes. Às vezes, o selector toca apenas um par de segundos de um dubplate e isso é suficiente para conduzir toda a galera em uma agitação geral.

O Climax - "Dub fi Dub"

Depois de um par de rounds de cada sound assim, o confronto finalmente chega até o momento da verdade, o round de Dub fi Dub (também chamado de “tune fi tune”). Nesta fase final, os sounds são autorizados a tocar apenas um dubplate de cada vez, então o outro sound imediatamente tenta de contra-atacar com uma melhor escolha de Dubplate (também chamado de “answer” / "resposta"). Esse round é muito importante porque se o seletor faz uma má escolha, normalmente fica muito difícil de recuperar, ja que que o selector do sound oposto vai achar um counteraction para responder na hora. Isto pode ser comparado aos maiores segmentos dos rounds anteriores, em que uma má escolha pode ser habilmente encoberta por posteriores seleções melhores.

No Dub Fi Dub, o lema é matar ou morrer!, E o selector e MC agora tocam os melhores e mais originais dubplates que possuem. Existem duas maneiras de se julgar o dub fi dub. A primeira é o público votar em cada round de dubs. O sound que vencer o maior números de rounds no dub fi dub é o vencedor. A segunda é fazer a votação após os sounds tocarem todas os dubs do dub fi dub.

Outros resultados possíveis para uma Clash

A "morte" de um som é o clímax da dança, o que o publico pagou para assistir. No entanto, em um soundclash, isso nem sempre é o que acontece. Às vezes um som perde nos primeiros rounds (geralmente o caso com um som inexperiente, por exemplo, ou com dificuldades técnicas). Às vezes um sound abandona a competição ( "sair/abandonar"), e a vitória fica para o sound adversário. Outra alternativa possível é um imprevisto que faz com que o confronto termine prematuramente (por exemplo, a chuva, em um confronto ao ar livre, energia cair etc...). Além disso, um sound pode ganhar um soundclash, mas por uma margem tão pequena que a vitória é considerada uma vitória de "sorte". Nesse caso, o outro sound simplesmente perdeu, ao contrário de ser "morto". Mas talvez a mais interessante alternativa, é quando o público esta dividido no meio (50/50) e nao consegue decidir um vencedor. Neste caso (algo raro), os sounds geralmente concordam em fazer uma revanche no mesmo local, em algum momento futuro. É importante notar que, mesmo quando um conflito fica extremamente quente, depois do clash os membros das duas equipes de som são ainda amigos, tudo voltou ao normal (tudo "Criss !")... afinal, e SÓ um assassinato " musical ".

Texto por StranJah, Texto original por Prince Tuffie
Colaboração Fepa

terça-feira, 24 de novembro de 2009

RASCLAAT – O DANCEHALL ESTÁ ACABANDO COM O DANCEHALL

Em 11/03/2009 o blog Invasão Jamaicana da crew You&Me On A Jamboree publicou parte de uma matéria do site Jamaican Gleaner, um tablóide jamaicano que trata das atualidades da ilha (obs: clicando nos links em branco você consegue ir direto para os sites das publicações e citações). A matéria tratava traduzida blog tratou de uma conferencia que ocorreu em Nova Iorque para fazer uma revisão sobre a realidade atual do dancehall e o impacto que a atual musica mais ouvida na Jamaica está causando na sociedade e nos jovens principalmente. Os principais tópicos publicados foram a “Corrupção da Mente dos Jovens”e “Degeneração da Marca Jamaica”.

A divulgação do link para o post do blog do Y&M foi divulgado em algumas comunidades no Orkut, mas nenhum dos posts deu tanta repercussão quanto na comunidade Soundclash Brasil, nesse momento o tópico já passou de 100 posts e continua crescendo na comunidade, dando comentários por nomes já conhecidos da nossa cena; MPC (Digitaldubs), Jimmy Luv (7velas/Echo Sound System), a própria crew do Y&M (Greg, Sono e Jurássico) incluindo esse que também lhes escreve RAS Wellington (FYADUB).

Nesse Rasclaat, a intenção é preencher e explicar algumas lacunas deixadas no artigo do Gleaner traduzido pelo Y&M quanto ao dancehall atual, quanto as festas, idéias, produção e a musicalidade atual desse seguimento do reggae. Vamos parte a parte, tópico a tópico comentando o artigo.

A autora do artigo é Janet Silvera, escritora sênior do Gleaner. A impressão do artigo de Janet é que ele é totalmente parcial, generalizando todo o dancehall produzido na Jamaica e no mundo. No encontro alguns grupos e comissões junto com 200 participantes estavam juntos para abordar e criticar o dancehall produzido e a influencia que ele esta causando no jovens jamaicanos. Dentre essas comissões estavam a Coalition To Preserve Reggae (CPR – Coalisão Para Preservação do Reggae), a ZYNC TV de Nova York cuja abordagem “Pode o dancehall ser a ruína do reggae, e em uma extensão, da marca Jamaica?” Respondendo essa pergunta, claramente é não.

Corrompendo As Jovens Mentes

O Gleaner no artigo tratou basicamente de dois pontos preponderantes, a juventude jamaicana e mídia de massa responsável por tocar as musicas, ou seja, as rádios que tocam dancehall em sua programação.

Algumas das personas presentes no evento foi Sharon Gordon, umas das organizadoras do fórum tratando sobre dancehall em Nova Iorque. Uma das premissas da senhora Sharon foi dizer que: “Se algo não for feito logo, a mente dos nossos jovens será corrompida pela decadência e seus atos serão reflexo da mesma. ... nossos jovens estão em perigo de estarem em um ponto sem retorno ... levando-nos a uma sociedade retardada no futuro”, numa tradução livre pelo Y&M.

O que a sra. Sharon, que é vice-presidente da CPR, deveria ter pensado nesse momento, como uma jamaicana e defensora do reggae, é sobre o que ela tratava naquele momento, não era uma juventude que assimilava musica desde 1989, e sim uma juventude que é herdeira de uma música com mais de 5 décadas. O dancehall como conhecemos hoje, envolvendo suas letras, musica e arranjos, é um herança dos próprios pais dela, desde o mento, calypso, early reggae. E tudo que é falado no dancehall hoje, faz parte de toda a cultura jamaicana desde o principio de sua iniciação musical. A sra. Sharon está retardada musicalmente há 30 anos na Jamaica.
No final da década de 70, alguns dos produtores mais famosos da Jamaica já estavam pondo a mão na massa para produzir o dancehall que seria ouvido no pós reggae raiz, pensando além de Bob Marley, Burning Spear, Big Youth e os principais ícones do reggae da época. Nessa fase produtores, aristas, e sounds systems como; Henry “Junjo” Wales do selo Volcano, Johnny Osbourne, Papa Toyan, Yellowman, Josey Wales, Metromidia, Rodigan, Barrington Levy, dentre vários outros davam as primeiras pitadas do que viria a ser o dancehall nos anos 80, desde as batidas até a fluência de rimas e versos que seriam copiados dentre eles próprios, fazendo a transição para uma nova fase do reggae.

“Isso coloca a responsabilidade somente nas mãos das autoridades, que devem resolver as deficiências sociais, econômicas e educacionais que terão, por sua vez, um efeito positivo do gênero”. Esse comentário de Sharon Gordon é de deixar qualquer musico de queixo caído, instituições e autoridades governamentais tomando conta da musica?! BUMBOCLAAT... Isso se chama CENSURA. Nenhum pais por mais que invista em educação ou faça planos para resolver problemas sociais e educacionais, tem o direito a censurar uma cultura enraizada, cultura essa que não está presente somente na Jamaica, mas em diversos países do Caribe, Brasil e em todo Terceiro Mundo. Isso lembra muito a época de Michael Manley, primeiro ministro da Jamaica que num primeiro momento no inicio da década de 70 apoiou os Rastas para se eleger, e depois de um certo mudou sua opinião quanto ao rastafári por achar a aparência do Rasta, ser um tanto “dramática” para a sociedade.

O que mais chama a atenção no artigo é que selos importantíssimos como Greensleeves, VP Records e tantos outros menores que movimentam ainda a industria da musica jamaicana ao redor do globo, nem sequer são citados como fonte de movimentação econômica na ilha. Em uma gravadora a rotatividade financeira gira em torno de estúdios, mão de obra especializada para operação e gravação, prensagem dos discos, distribuição, lojas, exportação, festas, o consumo por apreciados e dj’s, ou seja, um montante de dinheiro que um dos maiores beneficiados é o governo da ilhota. Em um artigo recente também do próprio Gleaner, a VP Records fez oferta para comprar a Greensleeves, num acordo que gira em torno de 3.1 milhões de libras, em torno de 10 milhões de reais. Para ler o artigo no Gleaner a respeito clique aqui. Ao questionar por e mail a autoria do artigo, Janet Silvera, do porque essas duas gravadoras, não tem citação de opinião formal no artigo, a mesma disse que a VP já havia sido citada em uma artigo anterior (?!) e que não sabia o que tinha acontecido com a Greensleeves.

Uma outra opinião contraditória é a do psicólogo Leahcim Semaj; “Basta olhar para os anos 70 com Bob Marley e o numero de jamaicanos que se tornaram rastas e afrocentricos.” No FYADUB, é possível ler uma matéria chamada “A Controvérsia do Fire Burn” a cerca da utilização do fogo e do afrocentrismo na Jamaica atualmente, escrita por Gregory Stephens, acadêmico americano, que já escreveu diversos artigos e livros sobre o reggae contemporâneo, inclusive o dancehall. Neste artigo, PJ Patterson, o primeiro negro a se tornar primeiro ministro na Jamaica, solicitou a Capleton que diminui-se a utilização do termo “fogo” em suas apresentação, isso em vão, obviamente. Outro caso citado pelo texto de Gregory Stephens é de Sizzla, e o afrocentrismo encorajado por ele, se tornaria um marketing ruim para ele na Europa, já que ele mesmo encorajava a segregação do povo negro do branco, e isso era visto como uma forma de racismo as avessas. Dr. Semaj, talvez não tenha levado em conta que a Jamaica, e um pais de negros, que ainda tem suas magoas contra os brancos. A Jamaica por muito tempo foi governada por famílias como os Manley e Seaga, ambas famílias poderosas e de descendência européia, e que lucraram tanto na época de escravidão como no domínio político na ilha. O Afrocentrismo proposto por Semaj, não entra em comum acordo com as criticas e os pontos de discussão feitas no artigo, nem com o governo jamaicano que tenta ao máximo controlar os bobo shantis no uso da propagação do fogo, e nem mesmo com o que foi publicado no Gleaner, já que até mesmo os afro centristas como Capleton, Sizzla, Anthony B e outros também utilizam o slackeness em grande parte de sua musica.

Denegrindo a “Marca Jamaicana”
“A musica definitivamente tem a ver com a “Marca Jamaicana” se denegrindo. Sabemos dos problemas da chamada “murder music” (músicas que pregam a exterminação dos homossexuais), que são apoiadas não só pelos artistas, como pelos ouvintes. – Artistas como Sizzla dizem uma coisa na Jamaica, mas fazem outra em outros lugares. Ele manera suas letras, pois entende que isso poderia acabar com sua carreira”, disse Hamilton-Pearson, antiga participante dos Panteras Negras britânicos. Pois bem, a uma grande controvérsia no comentário da sra. Hamilton-Pearson. Sizzla gravou uma musica chamada “Nah Apologize”, no qual manda um recado muito claro quanto a sua posição referente aos homosseuxais e suas turnês pela Europa, e não é de hoje, um dos trechos da musica é:

“Rastaman don't apologize to no batty-boy
[Rastaman não se desculpa com battybwoy (homossexuais)
If yuh dis' King Selassie I,mih gunshot yuh boy
[Se você “é de” King Selassie, Eu atiro em você boy]
Gimme de whole ah de girls dem 'cause ah dem have de joy
[Me de todas as meninas deles, porque elas terão diversão]
Inna de lake of fire me dash yuh boy
[Dentro do lago de fogo jogo você boy]
Badman don't apologize to no batty-boy
[Badman não se desculpa com battybwoy]
If yuh dis' Black people,ey,mih gun will shot yuh boy
[Se você “é do” Povo Preto, ey, eu vou vou atirar em você boy]
Gimme de whole ah de girls dem 'cause ah dem have de joy
[Me de todas as meninas deles, porque elas terão diversão]
Inna de lake of fire me dash yuh.. ahhoy!
[Dentro do lago de fogo jogo você boy]

… Nothing in the world could ever have me doing that
[Nada no mundo me faria fazer isso]
Ah don't care if they ban me
[Eu não ligo se eles me banirem]
Damn,me say fi bu'n batty-man,yuh cyah wrong me
[Droga, se digo fogo no battyman, você diz ter algo errado comigo]
Yow,me nah born over England,a real African this
[Yow, eu não nasci na Inglaterra, isto é um Africano real]
Real real real Rasatman this! boom!
[Real real real Rastaman nisso! Boom!]

... Damn!...we doh walk inna batty-man yard
[Droga! A gente não anda no quintal dos batty-man]
We doh give a f^^k if dem ban we from Scotland Yard
[Que se foda se me banirem da Scotland Yard]
Yow! King Selassie bu'n Babylon because dem a fraud
[Yow! Rei Selassie queima a Babilônia porque ela é uma fraude]
Me hail de King and Lord of Lords
[Eu saudo o Rei dos Reis, Senhor dos Senhores]”

Ainda poderia citar aqui uma centena de letras de Sizzla, Capleton, Anthony B, Jr. Kelly, JAH Mason, todos os afrocentristas que junto a suas letras que remetem o rasta a áfrica, manda também tacar o fogo nos homossexuais (será que o Dr. Semaj realmente sabe do que ele está falando quando cita afrocentrismo?!). No artigo “RASCLAAT – A CONTROVÉRSIA DO FIRE BURN” já havia citado e comentado sobre a homofobia nas músicas atuais, um artigo ou texto mais especifico nos faz falta para uma compreensão mais abrangente do assunto, o que interessa dizer é que na Jamaica, não é o dancehall que tenta por os gays para fora da Jamaica, e sim a comunidade. Um jovem de 18 anos só repete o que passou a infância ouvindo, da boca dos pais e da sua comunidade. A sra. Hamilton-Pearson se engana se acha que uma suposta manipulação financeira minimizaria o verbo dos “matadores de battybwoys” (liricamente falando), eles continuaram ganhando dinheiro em outros países que irão, com certeza, consumir a suas musicas e achar “graça” das suas letras.

Um dos defensores do dancehall, o produtor Jon “FX” Crawford, que produziu sucessos (que eu particularmente nunca toquei nenhum) como Shabba Ranks, Vybz Kartel, Akon e Sizzla, defende: “o dancehall nunca acabara com o reggae ou a marca da nossa cultura”.Ele disse que o problema é o som do Dancehall atual, computadorizado, “O dia que começarmos a voltar a tocar instrumentos em nossas escolas ou comunidades, teremos uma vasta diferença, pois nossas gerações mais jovens saberão como a música é feita de fato.”

Hoje, é impossível se produzir musica da forma que se produzia antigamente, no período do ska ou early reggae, o numero de músicos no espaço que estúdios tem hoje, raramente se produziu musica daquela mesma forma, fora o preço que sairia exorbitante. Hoje, qualquer um monte em um um espaço com poucos metros quadrados, um home estúdio, capaz de produzir diversas versões de sleng teng por exemplo. Sou muito a favor do estudo da musica (até mesmo eu deveria estudar mais), mas se até mesmo surdos como Bethoven puderam compor, porque um jovem com um simples Casio MT-40 ou um simples computador não pode fazer o mesmo? E esse Jon “FX” Crawford também não é tão bala na agulha assim, se alguém puder me apontar uma boa musica produzida por ele, mudo minha opinião.

Dr. Semaj fez um paralelo entre a degradação da música com a crise da economia global. “A falta de fiscalização ativa permitiu que um péssimo recurso fosse rotulado como bom, levando a quebra do sistema”, opinou; “O fato da música ser tocada na rádio, automaticamente dá a licença para ser cantada por qualquer um. A imagem que nossos jovens recebem é a que vão internalizar seus valores transformados pela música.” Isso mesmo Dr. Semaja, vamos censurar a música tocada há mais de 25 anos na sua própria ilha.

Gordon e McKetty disseram que o fórum vai advogar a CPR, que tem o alvo em aumentar o nível das produções e performances da música jamaicana. Torcemos por isso junto com as duas.

“A CPR vai continuar nos seus esforços de angariar informações sobre o estado da música e desenvolver estratégias para afetar seu desenvolvimento”, disse Gordon. Ou seja; CENSURA.

Num comentário final, a música jamaicana não vai mudar, vai continuar sendo feita, dentro e fora da ilha, sendo sampleada, sendo utilizada, sendo feitas diversas versões para um mesmo riddim. Hoje o reggae e todas as suas variações, não dependem mais da ilha para existir, naturalmente o mundo se apropriou do reggae e enxertou nele diversas formas de manifestações e linguagens que há 50 e poucos anos atrás jamais seriam previstas.

Torço para que o reggae continue sendo bem feito, selecionado pelo gosto próprio de cada um, e que a humanidade caminhe para uma ação de individualidade e respeito mutual acima do gosto musical.

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