domingo, 18 de outubro de 2015

RIP! UM MANIFESTO DO REMIX :: DOCUMENTÁRIO




RIP!: a Remix Manifesto (RIP!: um Manifesto do Remix) é um documentário dirigido pelo ciberativista Brett Gaylor, e tem como foco principal a discussão acerca dos direitos autorais, propriedade intelectual, compartilhamento de informacão e a cultura do remix nos dias de hoje.

O documentário conta com presenças ilustres como a do produtor Gregg Willis, conhecido no mundo da música como "Girl Talk", Lawrence Lessig, criador da Creative Commons, Gilberto Gil, então Ministro da Cultura no Brasil, o crítico cultural Cory Doctorow, dentre outros.

O filme foi lançado oficialmente em 2008, no Canadá, mas disponibilizou material online muito antes, através de um projeto criado por Brett Gaylor intitulado Open Source Cinema. O objetivo era que o filme fosse uma produção colaborativa, onde o público pudesse contribuir com material ou mesmo baixar, editar e remixar o filme de acordo com a sua vontade, seguindo a idéia da Cultura do Remix. O projeto foi um sucesso e ganhou muitos prêmios.

O filme começa introduzindo a arte do remix, através do o trabalho de Girl Talk. Ele faz mashups, ou seja, recorta trechos de diversas músicas e os rearranja em uma disposição totalmente diferente, criando uma nova música.

Aos poucos, Brett Gaylor, que narra o filme em primeira pessoa, vai nos apresentando questões polemicas que giram em torno desse tipo de trabalho, como a guerra que vem sendo travada entre dois grandes exércitos: os "Copyright", que representam as corporações privadas que consideram que idéias são propriedade intelectual e devem ser protegidas e trancafiadas para lucro próprio; e os "Copyleft", que visam compartilhar conteúdo e defendem o domínio público como sendo um espaço para a livre troca de idéias e a garantia do futuro da arte e da cultura.

Diante dessa batalha, e estando no time dos Copyleft, Gaylor e outros defensores da causa criaram o seguinte manifesto:

1) A cultura sempre se constrói baseada no passado;

2) O passado sempre tenta controlar o futuro;

3) O futuro está se tornando menos livre;

4) Para construir sociedades livres é preciso limitar o controle do passado.

Baseando-se nessas premissas, a história do filme se desenvolve, passando por várias entrevistas com representantes dos 2 lados da guerra. O documentário se auto-denomina uma representação desse manifesto, convocando a participação das pessoas não só na guerra contra as grandes corporações defensoras dos copyrights quanto na produção de novos conteúdos baseada na remixagem, garantindo assim o futuro da cultura e a arte.

Clique aqui para ler; "Compreendo o Documentário: RIP! Um Manifesto do Remix"

sábado, 10 de outubro de 2015

GUIA PASSO A PASSO DE COMO EQUILIBRAR O BRAÇO (TONEARM) DO SEU TOCA DISCOS

Muitas vezes ignorado, o braço (tonearm) é parte do peso da agulha e headshell , bem ou mal regulado pode ocorrer alteração do som, muito vezes tocando “seco”, mas com um simples ajuste – muito importante nos seus toca discos, podem fazer com que você salve sua agulha e os seus discos num simples processo.  Abaixo segue como ajustar o braço do toca discos (tonearm) num passo a passo bem simples.

Esse processo vai guiar você para ajustar o equilíbrio, o peso e a força colocada sobre a agulha nos toca discos. 

Antes de eu começar eu quero recomendar duas coisas muito importantes. Em primeiro lugar: ser paciente, e não se apresse no processo. Na verdade, você deve forçar-se a ir devagar e se concentrar para evitar acidentes. Em segundo lugar, se você ler as instruções do toca discos, e o fabricante do seu toca discos recomendar um método que contradiz o meu, siga as instruções do fabricante. Pode haver uma razão muito boa para fazerem diferente.
Alguns toca discos requerem que você instale o braço (tonearm) no próprio toca discos, outros exigem que você encaixe o headshell no próprio braço. Este é um guia para iniciantes, assim eu estou supondo que ambas as tarefas tenham sido feito para você, como é frequentemente comum hoje em dia, com as orientações do fabricante. Os apreciadores do Pro-Ject, Rega e outros gostam de promover uma filosofia de 'plug and play' (bem é quase isso), para fazer set-up de toca discos tão fácil e tão indolor quanto possível, mas é preciso que eles tenham concluído ambas as tarefas para você.

Por que definir um peso de tracking* (colocado sobre a agulha no vinil)? Para permitir que a agulha acompanhe fielmente as ranhuras na forma pretendida. O peso varia no tracking porque o peso do braço e headshell  variam. Se o peso do tracking em sua agulha é muito baixo, ele fará com que a agulha pule e danifique o seu vinil (um dos motivos de muito baixo peso ser mais prejudicial do que um muito peso). Se você definir o peso de tracking muito alto, a agulha não irá acompanhar as ranhuras corretamente, irá ocorrer perda de informações (principalmente frequências), enquanto a distorção sonora, muitas vezes, ser evidente demais e, mais uma vez, há uma possibilidade de danos ao vinil, durante um período prolongado. 

*Podemos traduzir tracking como o arrasto da agulha no sulco do vinil, indo do inicio da faixa até o termino do disco. 

Se você ler as instruções do tracking e seu peso padrão, você vai encontrar uma gama de recomendações de peso do tracking no manual do fabricante. Se você decidir ficar em algum lugar entre ambos (passo a passo e manual do fabricante), então não vai dar muito errado (ou seja, para um peso recomendado de 1,6g do passo a passo - 2.g do fabricante, regule para 1,8g).

Começa com pouco peso. Se você ficar preso no processo ou indeciso, pode verificar a imagem interativa acima para referência. NOTA: Nós fizemos o passo a passo usando como base, um exemplar de um toca discos Technics SL -1200, mas a maioria dos toca discos tem set-up equivalente ou similar.

1 : NÃO PODE PATINAR (Skating) - Olhe para o controle do anti-skate. Esta pode ser um botão giratório que inclui um visor numerado ou do tipo olho-de-peixe, com um peso pendurado próximo a extremidade, também fica sobre uma barra em alguns modelos, ou em torno do braço (as instruções do seu toca-discos vão orientá-lo para qual posição corresponde a configuração e onde o anti-skate está localizado). Defina o anti-skate para zero.

2 : NÃO USE O JUGO (Gancho) - O braço pode ser fixado a um suporte do tipo jugo, a meio caminho ao longo do seu comprimento, através de um gancho de plástico, trinco ou peça semelhante. Este é o descanso de braço, que você usa normalmente como uma espécie de base entre execuções do vinil. Soltem esse jugo, retire o braço dos toca discos, e remova do apoio do braço para evitar que a agulha caia no prato agora,  e diminua qualquer elevação fornecida ao braço.

3: MESMO PLUMO - Mova o contrapeso montado para trás e para frente, ao longo de onde está encaixado, mova o peso para trás acompanhando o comprimento do braço até que o braço saia do descanso livremente (sem qualquer apoio de si mesmo) e esteja em uma posição nivelada. Seu braço agora tem um peso de eficaz de tracking de 0g. Aperte a porca de bloqueio para parar o contrapeso e impedi-lo de correr (se tiver essa porca), mas deixe espaço o suficiente para que você ainda possa movê-lo com uma leve pressão para ajustes finos. Lembre-se de remover a agulha nesse processo para não danifica-la.  

4: DISQUE ZERO - Com o peso de tracking, nesta posição finamente equilibrada, ela é efetivamente 0g, agora você pode localizar o marcador do peso do tracking preso ao braço, que normalmente fica na parte de trás do braço, possivelmente no próprio contra- peso móvel. Mova o indicador para zero. Cada braço vai chegar com um seletor conveniente para ele (às vezes variando de um para o outro). Se não houver nenhuma marcação, não se preocupe. Compre um medidor de peso de tracking para fornecer a informação do peso desejado.

5: FALE SEU PESO - Se o contrapeso pode ser rosqueado, rosqueie (de forma que também mova o marcador de peso) para o peso de tracking desejado. Se o seu braço não tem nenhuma ligação ou contrapeso ou rosca, coloque o medidor de tracking do peso no prato e a agulha no indicador. Mova a borda do contrapeso para frente e para trás para chegar ao peso de tracking adequado. O mostrador do medidor irá dizer-lhe quando tiver encontrado o peso correto.

6 : PATINAGEM PERMITIDA (Skating) - Uma vez feito isso, coloque o braço para trás no descanso de braço e fixe-o. Agora você pode chegar ao dispositivo anti-skating e configurá-lo para o mesmo número demarcado com o peso de tracking do braço dos toca discos. Este pequeno dispositivo impede que a agulha conectada ao braço, literalmente, patine sobre a superfície do vinil para o fim do disco. Ele coloca os freios no braço por assim dizer. E é isso aí! E está feito.

Por: Paul Rigby :: Ilustrações por Abigail Carlin :: Tradução e Adaptação por FYADUB - Artigo original @ http://www.thevinylfactory.com/vinyl-factory-releases/how-to-balance-your-tonearm-a-step-by-step-guide/




  Twitter   https://www.instagram.com/fyadub_fyashop/   http://www.youtube.com/fyadub  http://www.discogs.com/seller/fyashop/profile   http://fyadub.blogspot.com.br/p/fyashop-teste_22.html   fyadub@yahoo.com.br

domingo, 4 de outubro de 2015

UMA NOVA FACULDADE DE INTERPRETAÇÃO - POR MUTABARUKA

Esse artigo foi publicado originalmente no 8º Annual Reggae Festival Guide. Máximo respeito ao todos da RFG por sua excelente publicação e por permitir que esse artigo seja reproduzido aqui. 

REGGAE FESTIVAL GUIDE MAGAZINE

A Bíblia é a Palavra de Deus? A maioria dos músicos de reggae - Rastafari ou outras formas  (de religião)- aceitam que é. Como todos os outros jamaicanos, todos nós fomos ensinados a acreditar que não havia ensino sobre moralidade fora da história da Bíblia. Ao escrever este artigo, estou ciente de que poderia ir contra a sua percepção, o leitor. Que você possa manter uma mente aberta, a pesquisar enquanto você continua lendo meus raciocínios.

Quando rastafáris começaram a buscar para encontrar a SI, o único livro que estava disponível para nós era a Bíblia, e sendo assim a totalidade do que nós entendemos ser verdade foi baseada principalmente na interpretação deste livro. Mesmo a ideia de Haile Selassie como um Deus africano, foi justificada e validada pela Bíblia. Nós, como pessoas africanas trazidas aqui a partir de África em condições desumanas, fomos forçados a viver - mesmo agora - sem qualquer tipo de identidade. Isso também foi justificada através da Bíblia pelos invasores europeus e os Africanos que procuraram racionalizar esta escravidão, declarando que este foi um ato de Deus. A influência deste livro é mais profunda. Ao longo dos anos, rastafáris se declaram israelitas, tal como referido no Antigo Testamento, de modo que palavras e frases como Sião, Terra Prometida, o ímpio Faraó e Jah tornaram-se parte da linguagem do movimento Rastafári.

O que eu estou realmente tentando dizer aqui, é que o nosso próprio conhecimento religioso remonta mais longe do que a história de 6000 anos apresentada por esta bíblia, (desde o Gênesis até o início deste século, de acordo com a Bíblia, são 6.000 anos ). História e evidências arqueológicas provam que a Etiópia e Egito, existiam milhares de anos- muito além, muito mais do que meros 6.000 anos.
Rastafáris têm sido muito influentes por causa de nossa música e práticas culturais. Para os Rastafáris para avançarem neste momento, teremos de ir além da bíblia, não podemos mais continuar a justificar a divindade de Haile Selassie através do link com Davi. A Etiópia existia milhares de anos antes de Abraão sair de Ur dos Caldeus. Mesmo o Egito, que foi demonizado pelos autores do Antigo Testamento, existia milhares de anos antes de Israel.

Não podemos continuar a nos fechar para outra informação que não está de acordo com a Bíblia. A Bíblia é apenas um conjunto da compreensão do comportamento humano e da personalidade das pessoas. Os eventos registrados na Bíblia são a periferia do conhecimento africano. Histórias registradas na Bíblia têm sua gênese em contos populares, de outras pessoas indígenas. O que estamos a tomar, como a história é a mitologia de outras pessoas.

Experiência de vida é uma jornada e o homem continua evoluindo 

Na Etiópia, seja pelo desenho ou acidente, a Igreja não foi além da história de Salomão e Sabá para justificar a presença da Etiópia na história. Podemos ver claramente, que houve uma tentativa deliberada para apagar a representação feminina da personalidade da Etiópia, e isso resultou em um crescimento de um sistema de patriarcado, que era muito estranho para a cultura africana. Alguém poderia concluir que o começo religioso da Etiópia começa com a união de Makeda e Salomão, mas a única informação recebida sobre Makeda é que ela adorava o sol e que ela concebeu por Salomão. O significado da visita da Rainha de Sabá a Salomão é muito importante na validação de ligação da Etiópia com a herança judaica, porque isso é usado para fundamentar a verdadeira monarquia da Etiópia, e lso estar ligado a Divindade.

Um regresso ao princípio feminino, é muito importante para o desenrolar da nossa espiritualidade ancestral. O que nós professamos nos ajudou até agora, mas cabe a nós agora nos movermos ainda mais. Não podemos mais ser como fundamentalistas cristãos - ou fundamentalistas islâmicos se isso importar - que estão presos em uma história que não fornece um entendimento de novos pensamentos e novos estilos de vida. Estamos vivendo em uma nova era da informação - um momento em que se pode viajar de Londres para Nova York em três horas , quando se pode clicar em um interruptor e iluminar um estádio cheio com milhares de pessoas, um momento em que uma pessoa que comete um crime em uma parte do mundo, pode ser visto instantaneamente em outro lugar através da tecnologia moderna. Esta é a era da informação, mas inspiração sem informação, por vezes, leva à superstição.

Dado o que eu sei agora, eu me recuso a aceitar essa visão limitada da Etiópia e da sua contribuição para a espiritualidade no mundo, porque esta visão estagnou nosso conceito de religião na África e como nos relacionamos com outras culturas. Eu me recuso a manter valida a minha percepção da divindade de Haile Selassie através de um Deus israelita. Ideias de imperadores serem deuses existiam muito antes da presença dos israelitas no Egito. Nós, como Rastafáris, podemos encontrar a essência da nossa espiritualidade em na Etiópia e Egito sem uma interpretação com os Israelitas. 

Nós somos os criadores do nosso destino, nós somos os pastores do nosso futuro, e nossa espiritualidade deve refletir essa nova faculdade de interpretação. Não devemos ter medo do abismo. Rastafári só pode continuar se quem professa esta fé, entender que a filosofia e a espiritualidade africana não podem ser limitadas em qualquer livro.

Nossa necessidade de entender um ao outro e nosso ambiente, é muito importante na racionalização da nossa existência. Isso só pode ser realizado através de clareza de percepção. A religião não oferecer clareza. O que a religião oferta é uma percepção, e essa percepção vem através da crença. Essa crença vem através da fé, e como sabemos, a fé não é conhecimento. A fé é o que gostaríamos que, a nossa percepção “de ser” ou “não ser”. Haile Selassie declara: “Não devemos confundir espiritualidade com religião.” Rastafári não deve estar vinculado a percepções religiosas, porque isso irá causar a estagnação do movimento, e assim, criar o fundamentalismo. Devemos estar abertos para as diferentes culturas da África e não demoniza-los por causa de interpretações bíblicas.

A viagem é interminável, e a corrida não é para os velozes. Há muitos rios para atravessar e muitos problemas no mundo. Vamos ter que acordar e viver! Rastafári deve continuar a balançar o barco com uma nova faculdade de interpretação.


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