terça-feira, 29 de maio de 2012

PODCAST FYADUB #23 FEAT. KING NINO BROWN

E nesse podcast nosso convidado muito especial é King Nino Brown. Nossa fundação do Hip Hop nacional falando das antigas festas black, o Funk, James Brown, Hip Hop, a fundação da Zulu Nation. Nós aqui do FYADUB gostamos muito do programa com o King Nino Brown que é o conhecimento vivo da nossa cultura e o set é totalmente dedicado ao Hip Hop Golden Era e ficou na responsa de Peter Muhammad alicerce da nossa fundação. Deixamos também o espaço para sugestões, criticas (positivas e negativas) e qualquer coisa liga nóis, PAZ A TODOS. 

PS. Ficamos aqui na campanha de trazer o Funk Buia de volta ao podcast, manda sua mensagem se sentiu falta dele no programa que a gente manda pra ele. 

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segunda-feira, 28 de maio de 2012

REALITY SHOCK @ FYASHOP


Já falei sobei sobre o selo Reality Shock aqui algumas vezes, sobre lançamento dos singles, do concurso de dubplates com Solo Banton, enfim.. mas é sempre bom saber um pouco mais.

Reality Shock é um selo com base em UK, um estúdio e produtora que agência diversos músicos de UK - se tratando de reggae. Fundado por Kris Kemist em 2004, a família Reality Shock cresceu gradativamente com força, espalhando a mensagem pela música ao redor do globo e ganhando reputação internacional e reconhecimento.

A fundação do selo Reality Shock começou muito antes do lançamento do selo. Quando jovem, Kris Kemist começou colecionando disco de reggae e seu sound system "Psalms 1 Sound" em Reading na Inglaterra. Reading é uma cidade pequena com uma grande comunidade caribenha com uma história rica no reggae.

Durante os anos 80 e 90, Reading foi cheia de sound systems e músicos ligados ao reggae que consolidaram seus trabalhos em UK. O mais famoso centro comunitário de Reading era o "Central Youth Provision" que recebia todos os sound systems para fazer apresentações e artistas vindo da Jamaica e de outros lugares de UK. Tristemente, o local foi fechado e a cidade perdeu um dos seus centros de entretenimento devido a perda da licença para funcionar nos final dos anos 90, assim como em todo o restante de UK, os municípios foram fechados todos os locais que sound systems poderiam colocar suas caixas e tocar. 

Apesar de muitos contratempos muitos sounds, artistas e produtores se permaneceram em Reading, apesar de estarem muitos menos ativos do que em alguns anos passados. Trabalhando com o Psalms 1 Sound o jovem Kris Kemist ficou amigo de muitos deles...

"Tinha muitos talentos em Reading... artistas como Mikey Murka, Deadly Hunta, Prince Livijah, Aqua Levi e muitos outros... eles realmente me inspiraram a começar a fazer música."


Ainda vivendo na casa de sua mãe, Kemist começou a estudar produção de música e construir riddims, gravando com artistas locais em seu pequeno estúdio no quarto. As vibrações da família cresceram em força e os músicos trouxeram outros músicos.

Eventualmente, alguns nomes consagrados vieram a bordo, como Errol Bellot e Afrikan Simba, que foram um grande apoio na fundação do selo Reality Shock.

"As vibrações no estúdio foi como um imã, atraindo todas as pessoas certas nos momentos certos, enquanto ao mesmo tempo, repelir todas as forças negativas que inevitavelmente vieram ao redor."

Como a família ficou mais forte, os apoios começaram a aparecer em todas as direções, tanto local como (graças à net) também internacionalmente: Ring The Alarm, Reuben Addis, Deal Jah, Ben Sounsty, Stout System, Neeko, Dub Soljah, JAHNO, System Failure, Christian Cowlin, os antigos membros da comunidade Versionist riddim, General Smiley e muitos mais para mencionar.

Com uma base sólida, o próximo passo lógico foi criar um selo e começar a divulgar alguns registros. Em 2004 nasceu o Reality Shock e o resto é história.

Desde entãoo selo Reality Shock se estabeleceu em todo o mundo,produzindo uma série de lançamentos bem sucedidos e trabalhando com alguns dos nomes mais respeitados na música. Os artistas viram o sucesso, tendo tocado em todos os cantos do globo espalhando a mensagem musical, trabalhando tanto no 'Reality Shock Sound' e ​​com a banda 'Upper Cut Band'.

Reality Shock continua a crescer em força, como uma família e um movimento musical, com a missão de entreter, educar e inspirar. Damos graças a todos que apoiaram o selo Reality Shock ao longo dos anos e fez dele o que é hoje.

One blessed love.






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quinta-feira, 24 de maio de 2012

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES - GENETON MORAES ENTREVISTA GERALDO VANDRÉ



Geneton Moraes entrevistando Geraldo Vandré
"O problema é que você quer falar com Geraldo Vandré. E Geraldo Vandré não existe mais, foi um pseudônimo que usei até 1968." Ele estava particularmente irritado naquela noite, em agosto de 1985. Há pouco, ficara sabendo que não haviam permitido o acesso ao prédio a um antigo porteiro. Naquela noite, conheci um pouco da fúria daquele homem de voz grave, que estava prestes a completar 50 anos e vivia, como ainda vive, em um antigo prédio na região central de São Paulo, com o apartamento mergulhado na penumbra e cheio de livros por todos os lados. E pelo menos um violão.

O próprio Geraldo havia ligado para mim, meses antes, depois que eu, ainda estudante de Comunicação, tinha conseguido localizar o seu telefone na hoje extinta Superintendência Nacional de Abastecimento (Sunab), em que ele trabalhava como fiscal — cassado em 1968, havia sido anistiado em 1979. Deixei recado ao doutor Geraldo Pedrosa, e na manhã seguinte uma voz empostada fala comigo. "Aqui é Geraldo. Você ligou para mim?" Combinamos de nos encontrar à noite, por volta de 19h. "Por volta, não. Às 19h", decretou Geraldo.

O paraibano Geraldo Pedrosa de Araújo Dias completou 70 anos no dia 12 de setembro de 2005. Nascido em João Pessoa, aos 16 anos foi para o Rio de Janeiro. Entre ginásio e colégio, passou por Nazaré da Mata (PE) e Juiz de Fora (MG), em escolas de padres, de educação rígida. No Rio, estudou Direito (de 1957 a 1961) para satisfazer a família, mas depois pendurou o diploma e foi viver de música. Ou de arte.

O sobrenome artístico veio do segundo nome do pai, o médico José Vandregíselo. Começou usando o nome artístico de Carlos Dias, homenagem aos cantores Carlos Galhardo e Carlos José. O Dias era de seu próprio sobrenome. Foi influenciado pela Bossa Nova, mas depois introduziu outros elementos em sua música — "em termos musicais, ele começava a travar uma luta sonora com o meio ambiente da bossa nova e com suas próprias influências jazzísticas", escreveu o crítico Tárik de Souza, em artigo publicado no livro Oitenta (L&PM Editores, 1979).

E os seus 70 anos passaram despercebidos. Geraldo andava, inclusive, meio sumido até poucas semanas atrás, quando os atendentes de uma padaria na região central de São Paulo, reencontraram o antigo freqüentador, que continua no mesmo velho apartamento, mas costuma se ausentar com freqüência. Sempre de camisa branca, normalmente com símbolos da Força Aérea Brasileira (FAB). Também é assim que os funcionários de um restaurante na rua Xavier de Toledo, perto dali, costumam vê-lo. Camisa branca e vastos cabelos brancos. Um homem magro, que normalmente almoça sozinho.

Vandré, militares, Força Aérea? A relação parece estranha, mas vem dos tempos de criança. O pequeno Geraldo tinha 4 anos quando explodiu a 2ª Guerra Mundial, e ele gostava de imitar o vôo de caças. "Porque só tu soubeste enquanto infante/ As luzes do luzir mais reluzente/ Pertencer ao meu ser mais permanente" são os versos finais de "Fabiana", escrita em 23 de outubro de 1985 "em honra da Força Aérea Brasileira". Daí o nome, "Fabiana". Em 1995, ele esteve presente a uma comemoração da Semana da Asa, em que cadetes da FAB cantaram a sua composição. "Musicalmente é uma valsa. Literariamente, compõe de três estrofes de seis decassílabos e um refrão de três versos de seis sílabas", explicou, didático, em entrevista ao jornal paulistano Diário Popular (atual Diário de São Paulo) em 26 de julho de 1991.

Dez entre dez pessoas citarão "Pra não Dizer que não Falei das Flores" (subtítulos "Caminhando" e "Sexta Coluna") como a sua música mais famosa. Outros lembrarão de "Disparada", celebrizada por Jair Rodrigues. Poucos, certamente, lembrarão de "Pequeno Concerto que virou Canção", "Samba em Prelúdio", "Quem Quiser Encontrar Amor", "Canção Nordestina". E quem lembrará que foi Vandré quem primeiro defendeu uma música de Chico Buarque em um festival? Pois foi ele quem cantou "Sonho de um Carnaval", do novato Chico, no 1° Festival de Música Popular Brasileira, em 1965. Os dois dividiriam o prêmio do Festival da Música Popular Brasileira em 1966, quando "A Banda", de Chico, e "Disparada", de Vandré e Théo de Barros, dividiram a torcida. "A Banda" ganhou no júri, mas o prêmio foi dividido por imposição do próprio Chico.

Em setembro de 1968, seria a vez de Vandré sair em defesa de Chico — e de Tom Jobim —, diante de milhares de pessoas no Maracanãzinho (jornais da época falam em 30 mil), no Rio de Janeiro. A maioria queria ver "Pra não dizer que não falei das Flores" ou "Caminhando" como vencedora da fase nacional do 3° Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo, e por isso vaiava a decisão do júri, que escolhera "Sabiá". "Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollanda merecem o nosso respeito. (...) Pra vocês que continuam pensando que me apóiam vaiando... (...) A vida não se resume em festivais", disse Vandré, enquanto a multidão acenava com lenços brancos.

Pouco depois, em dezembro de 1968, ele sumiu dos palcos. Naquele período, "Pra não Dizer que não Falei das Flores" foi proibida e sua cabeça, posta a prêmio. Em artigo publicado em outubro daquele ano no jornal O Globo, Nélson Rodrigues chegou a afirmar que "nunca se viu uma Marselhesa tão pouco Marselhesa". Sentindo-se ameaçado, Vandré decidiu desaparecer (na mesma época, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos). No dia em que foi decretado o Ato Institucional 5 (13 de dezembro de 1968), Vandré e o Quarteto Livre (formado por Franklin da Flauta, Geraldo Azevedo, Naná Vasconcelos e Nélson Ângelo), tinham feito show em uma escola em Anápolis. No dia seguinte, 14, iriam se apresentar em Brasília. Ao saber do AI-5, nas primeiras horas do dia 14, voltaram às pressas para São Paulo. Depois de permanecer escondido por amigos, ele fugiu disfarçado e com passaporte falso no carnaval de 1969.

No Chile, seu primeiro destino, Vandré manteve contatos com artistas locais e gravou um compacto com as músicas "Desacordonar" e "Caminando" — quem recebeu da mão dele um desses compactos tem o exemplar numerado pelo próprio autor. De lá, viajou para a Europa — no final de 1970, gravaria na França o pungente "Das Terras de Benvirá", seu quinto LP — e seria o último, lançado no Brasil apenas em 1973 (na França, foi lançado um compacto, "La Passion Bresilienne"). "Foi algo quase de improviso", conta Marcelo Melo, que participou da gravação e pouco depois formaria o grupo Quinteto Violado. Em 1971, Vandré voltou ao Chile. Em 1972, ganharia um festival no Peru com "Pátria Amada Idolatrada, Salve, Salve", parceria com Manduka (falecido em 2004), filho do poeta Thiago de Mello e da jornalista Pomona Politis. O retorno oficial ao Brasil aconteceu em 21 de agosto de 1973. "Quero agora só fazer canções de amor e paz", declarou ao Jornal Nacional, na chegada, em Brasília, lembrando que nunca esteve vinculado a qualquer grupo político.

Na verdade, Vandré havia chegado ao Brasil um mês antes, em julho de 1973. A sua permanência no país teria sido condicionada à entrevista ao JN, organizada por agentes do governo. "Nunca fui preso, torturado, essas coisas que dizem por aí", afirmou à revista VIP Exame em março de 1995. Essa é uma parte obscura da vida do cantor, que enfrentou crises de depressão. De todos os artistas daquela geração, foi o único a não se apresentar novamente em um palco brasileiro, embora continue a fazer música.

No início de agosto de 1982, por volta de 200 pessoas testemunharam a volta de Geraldo Vandré aos palcos. Foi em uma sala de cinema em Puerto Stroessner, na fronteira do Paraguai com o Brasil. Cantou do lado paraguaio. Defendia a anulação de todos os atos praticados com base no AI-5 — o que, na prática, significaria o retorno à Constituição de 1946. "Não houve aplausos nem gritos (na entrada de Vandré)", contou a repórter Ruth Bolognese, do Jornal do Brasil, em texto publicado dia 9 de agosto. Foram dez músicas, quase todas inéditas. "E falam em liberdade, soldados, homens fracos e fortes, homens aprendendo a ser gente."

Era o mesmo Vandré capaz de, numa noite qualquer de um sábado de 1985, pedir para esperarmos diante de um Pronto-Socorro municipal na zona norte de São Paulo, de onde ele sairia uma hora depois disposto a discutir os motivos pelos quais a cadeira de dentista é tida como um local de sofrimento. Ou capaz de ser preso em novembro de 1974, após se desentender com um taxista em Mogi das Cruzes, interior paulista, e terminar o dia jantando na casa do delegado.

"Assim como outros grandes, o tronco Vandré resultou em vários galhos relevantes", escreveu, em 1999, o jornalista Luís Nassif, citando Quinteto Violado — que em 1997 gravaria um CD só com músicas dele —, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai. Sábado, dia 17 setembro, talvez tenha sido realizada a única homenagem pública a Vandré: Jair Rodrigues, que imortalizou "Disparada", e o próprio Quinteto Violado se apresentaram em Brasília, justamente onde haveria o show em 1968, quando a carreira de Vandré foi interrompida. "Sinto falta dele", diz Jair.

Um homem que recusou delicadamente um pedido de entrevista, feito anos atrás, com a seguinte resposta, escrita à mão: "Trata-se de uma sociedade para a qual a BELEZA cumpre função secundária e dispensável. Aqueles que se ocupam da beleza têm, portanto, função secundária e dispensável". Mas ele termina a mensagem dizendo que "sem beleza não existe O HOMEM FELIZ". E assina: Vandré, com um PS datado de 14 de junho de 1995: "Cada vez mais distante".

Muitos o consideram louco. Certamente, ele não tem certas convenções sociais. Nassif chamou-o de "solitário e desconexo", "triste como a própria solidão na qual se meteu". Mas se Vandré sempre buscou a beleza, talvez seja um homem feliz.

Um PS. escrito em setembro de 2010: cinco anos depois do texto original, lido por tanta gente e que tanta emoção me causou, Vandré, agora com 75 anos, apareceu e deu entrevista. Na Paraíba, amigos e músicos o homenagearam com três dias de eventos. O homem e o artista estão vivos.

Matéria originalmente publica no site Digestivo Cultural - Geraldo Vandré, 70 anos, por Vitor Nuzzi

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