Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta king tubby. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta king tubby. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 6 de julho de 2016

CARLTON 'SANTA' DAVIS NOS 'PRATOS VOADORES', KING TUBBY E A EVOLUÇÃO DO REGGAE



Carlton 'Santa' Davis - Fotografia por: Veronique Skelsey
A fundação do reggae é a bateria.

Na década de 1970, bateristas de gravação foram para ao reggae e dub, o que os guitarristas foram para o rock - viraram o jogo no que poderia mudar a maré da música. Carlton "Santa" Davis foi extremamente demandado como baterista desde início dos anos 70, quando ele tocou no grupo Soul Syndicate. Ele trabalhou com Bob Marley, Peter Tosh, Jimmy Cliff e Burning Spear, e hoje faz turnê com o filho de Bob, Ziggy. Na tradição reggae ele está associado com um dos icônicos do dub - os "flying cymbals" - exemplificado por 'None Shall Escape The Judgment' de Johnny Clarke gravado em 1974, provocando uma tendência.


Na verdade, o termo é enganador; o silvo característico vem do chimbal, não do prato. E, como Carlton tem afirmado repetidamente e com crescente exasperação, ele não chegou a criar o ritmo, que tinha vem circulando desde o ska e até mesmo antes. Mas o que ele fez foi criar a espinha dorsal de muitos dos ritmos imortais de sua época, que foram transmitidos através de gerações.

Santa está de volta para visitar Kingston, vindo da Califórnia, onde a maioria do Soul Syndicate vivem desde os anos 80, e está hospedado na casa do guitarrista Earl "Chinna" Smith, um dos membros do núcleo que eles deixaram para trás (em 2015, a banda se reuniu e gravou um novo álbum previsto para ser lançado no final deste ano). Lá fora, no quintal de Chinna, os músicos estão tocando - como fazem a maioria dos dias. Santa não é magro como os companheiros lendários da percussão jamaicana como Sly Dunbar ou Leroy "Horsemouth" Wallace. Ele é um homem alto, forte como um urso e de óculos, com uma barba branca e um sotaque americano tingido que se torna mais pronunciado quando ele fica animado. Ele se senta em uma mesa debaixo de uma foto em preto-e-branco do super-grupo original da ilha, os Skatalites, cujo baterista Lloyd Knibbs foi uma enorme influência sobre Santa - mas influenciou muito mais depois.


A história de como Santa ganhou seu apelido é bem conhecida: quando menino ele andava de patins e caiu em algum alcatrão quente, que fez o seu rosto ficar vermelho. Era Natal de modo que seus amigos brincavam dizendo que ele parecia com o Papai Noel (Santa Claws em inglês). O nome pegou. Ele começou a tocar aos 11 anos, na banda de sua igreja, a St Peter Claver Drum Corps.

"Eu costumava tocar a caixa, em seguida o tenor, que nós chamamos de tom-tom hoje em dia, o bumbo e pratos", lembra ele. "Eu era um faz-tudo." Com o Corps 'o trabalho era ser responsável em cuidar e guardar o equipamento.' "O quarto tinha um tambor grande, e havia um pedal. Então eu disse: 'Deixe-me colocar uma kit de bateria juntos".


"A Era de King Tubby Trouxe Esse 'Prato' À Vida"

Suas tentativas de usar o kit improvisado de bateria atraiu a atenção de Bobby Aitken, irmão do cantor de ska Laurel Aitken e líder do elenco profissional do Carib Beats, que estava dando aulas de guitarra na igreja. A música do dia era rocksteady - o precursor do reggae com o mesma batida 'one-drop'. "Eu estava tocando o regular 'one-two', que era bater o bumbo e voltar, e que é o que estamos fazendo hoje. [Aitken] disse, 'Nah man - bata a caixa, e o bumbo mesmo tempo e toque uma oitava de nota aqui - que é rocksteady".


Aitken deixou o Santa adolescente se sentar em uma bateria adequada durante um show na igreja. "Eles tinham este pequeno banco. Imagina eu tentando sentar nesta pequeno banco, tentando me equilibrar? Parecia estranho tentando colocar meu pé no pedal do bumbo e chimbal. Isso foi em 1967, 68. Eu engoli isso! Eu ainda estava no Drum Corps. Eu não era um baterista."

Em 1969, Santa deixou o Corps e se juntou a sua primeira banda, Kofi Kali and the Graduates. "Eles não tinham um baterista residente. Um grupo de rapazes costumavam tocar, por exemplo Horsemouth Wallace. Então eu disse, 'OK, eu posso tocar bateria", e comecei a aprender! Você poderia dizer que eu aprendi a tocar bateria ali. É aí que toda a minha vida começou a mudar."

Os Graduates não são famosos hoje, mas Kofi foi bem conectado na cena. Ele tinha uma loja de eletrônicos em Spanish Town, na estrada de esquina da East Avenue e oposta a Maxfield Avenue - a poucos passos das principais cantores da Kingston. Santa conheceu Ken Boothe, Delroy Wilson e Alton Ellis. "Todas essas pessoas, um por um. Isso foi um ponto central da cidade de Kingston. E Trench Town outro lado do caminho. Greenwich Town logo ali. Foi fácil acesso."

Na época o rocksteady foi a transição para uma nova batida mais dançante - o reggae. Mas da perspectiva de um baterista, não mudou muito. "Apenas a guitarra e teclado. No rocksteady a guitarra estava fazendo 'Check Check Check'. Em seguida, o reggae torna-se 'check-eh check-eh check-eh' - apenas uma pequena mudança no riff e a cama no teclado. Na bateria você ainda estaria tocando one drop."

A primeira música que ele tocou na era para o produtor Joe Gibbs (Santa não se lembra do título) e logo depois que ele iria se juntar ao baixista Fully Fullwood e ao guitarrista Tony Chin, em uma coletiva que tinham começado como Rhythm Raiders e renomeado Soul Syndicate. "Eles tinham alguns outros bateristas antes. Horsemouth costumava brincar com eles, um cara chamado Max Edwards que já faleceu. O baterista na época era chamado Denny - um músico de fim de semana. Ele tinha um trabalho corporativo e estava se casando.


"Eu estava tocando com os Graduates e um cara disse: 'Fully e esses caras estão à procura de um baterista." Eu cresci com Fully e eles, nossos pais eram amigos. Meu padrasto costumava trabalhar para o pai de Fully. Então eu fiz o teste e eu estava dentro. É onde eu melhorei totalmente - com Soul Syndicate. Tudo foi construído para a direito lá. Fazendo um monte de shows, viajar peo país fazendo shows. Depois que o estúdio veio."

Soul Syndicate - Cerca de 1978

A banda chamou a atenção dos ouvidos de um produtor indie astuto chamado Bunny Lee, que contratou a banda para a sua sessão de estreia, uma gravação de 1970 pelos Twinkle Brothers. "É aí que fomos notado por outros produtores. De repente, o nosso nome começou ser falado lá fora. As pessoas eram como, "Man! Esses caras são ruims!"

No mesmo ano, outro proprietário jovem dono de um selo conhecido por Niney The Observer, visitou o local de ensaio da banda na casa de Fully com uma canção intitulada "Blood & Fire". "Ele não tinha nenhum dinheiro. Ele estava nos pedindo para ajudá-lo e, em seguida, ele iria nos pagar mais tarde. Nós dissemos OK, porque queríamos a publicidade ".


O grupo pegou quando letras incendiárias da música foram proibidas no rádio. "Não fazia diferença porque não eramos o problema", Santa encolhe os ombros. Niney também os colocou em alguns dos maiores 45s do cantor favorito da Jamaica, Dennis Brown. "Nós nos envolvemos com 'Westbound Train" e "Cassandra". Na verdade eu não toquei em Cassandra - que queriam que eu tocasse, mas eu estava trabalhando em outro lugar. Sicky [Thompson, o percussionista] não tinha nem baquetas. A história é que ele quebrou uma vassoura na metade! "

O grupo ainda tocou em algumas gravações de Lee Perry com os Wailers, gravando a versão original de "Sun Is Shining" e que era para ser "Duppy Conqueror '. Talvez sentindo que o som do Soul Syndicate era irregular e não cabia numa faixa que falava sobre o bem que derrubava o mal, Scratch e os Wailers re-gravaram com os músicos do Upsetters e utilizou o apoio do Soul Syndicate num canto sobrenatural assustador em 'Mr Brown". Houve esse velho mito sobre um caixão de corrida em torno da Jamaica", explica ele. "Bob escreveu uma canção dizendo: 'Sr. Brown andando por aí', e eles usaram essa música para isso."


Mas foi Bunny Lee quem colocou o nome de Santa no negócio com 'None Shall Escape The Judgement’'. Quarenta anos depois, Santa tem uma relação difícil com o padrão de bateria famoso devido à controvérsia continua durante a sua génese. A batida do chimbal pode ser ouvida na música jamaicana no início dos Skatalites; Lloyd Knibbs usou com Joya Landis em ‘Moonlight Lover’. Sly Dunbar também fez uma reformulação no reggae em uma versão de 1973 de Al Green em ‘Here I Am (Come and Take Me)’ por Al Brown e Skin Flesh and Bones.

Mas foi Santa que o fez a batida ser popular de novo, como Sly, ele foi influenciado pelo soul dos Estados Unidos. "Esse estilo de pratos esta sendo usado por eras", ele confirma. "‘Moonlight Lover’ foi antes mesmo de eu começar a gravar. Esse foi um das canções favoritas minhas e de Chinna."

"Havia este grupo chamado MFSB de volta nos dias de discoteca - Earl Young, o baterista, usou em um monte de músicas - TSH TSH TSH. Eu e Sly tinhamos um bom relacionamento e falavamos muito sobre Earl Young. Aquele dia no estúdio do Treasure Isle estávamos fazendo ‘None Shall Escape the Judgement’, e eu decidi que queria tocar aquele estilo de prato. Eu só iria tocar naquela canção. Eu não achava que iriaa ser tão grande o impacto. Eu não toquei para dizer, 'isto é uma coisa nova. "

Santa credita o sucesso em toda a ilha de sua bateria na canção do lendário produtor de dub King Tubby, que usou um filtro hi-pass no chimbal colocando ele a frente da música. Na verdade, ele reconhece que Tubby dava muita importancia aos bateristas na música. "Na época, King Tubby estava experimentando com e mixar e ele começou a ficar este "swish swish' que começou a explodir. Nos primeiros dias os bateristas não estavam realmente focados. Era principalmente os vocais. Mas a era Tubbys trouxe o low end - grandes graves e grandes percussões. Tubbys trouxe esse prato à vida."


"A coisa mais estranha é que eu tenho que ficar me defendendo. Eu não quero ser visto como um impostor "

"Bunny Lee chamou de 'pratos voadores', porque estamos habituados a comer um monte de frango. Nós costumávamos dizer: 'Vamos comer alguns voadores. "Eu comecei a ouvir,' Man, e esses pratos voadores que você tocou!" Então, de repente, todo mundo queria isso em uma canção. Por todo esse período fui bombardeado com ele. Eu cansei de ser honesto. Eu disse: 'Olha, toda a música não pode soar como TSH TSH TSH "- mas eles estavam pagando seu dinheiro, então eu não tinha escolha. Toquei em um monte de músicas. Ele fez com que todos dissessem, 'Santa Davis - o prato voador'. Eu nunca reivindiquei a posse do mesmo. Eu estava em um momento em que eu toquei e tornou-se algo".

E assim que Santa se tornou ligado com os pratos voadores, assim como Sly Dunbar faria com os double-drum no estilo "rockers" metade final dos anos 70 e Style Scott faria com o pesado rub-a-dub dos início dos anos 80. Que foi muito bem até que, anos mais tarde, Santa disse que ele foi citado erroneamente em uma entrevista na Modern Drummer que o trouxe em conflito com seus colegas. "[O entrevistador] perguntou sobre os pratos voadores e eu disse a mesma coisa: 'Olha, isso tem sido usado a eras, mas quando eu toquei - a forma como foi mixado e focado - tornou-se alguma coisa." A próxima coisa que eu leio o cara está dizendo, 'Santa Davis disse que ele foi a primeira pessoa que jogou essa coisa."


"Sly me confrontou. Ele foi pego de surpresa. Eu disse, 'Vamos lá. Você me conhece melhor do que isso. Eu não sou esse tipo de pessoa. Eles colocaram assim. "É por isso que eu tenho medo de entrevistas. Eu nunca iria levar o crédito por algo que não fiz. O meu trabalho prova por si mesmo".

Santa após os flying cymbals, sugere que ele não tem nada a provar. Na segunda metade dos anos 70, ele iria tocar com Jimmy Cliff e Burning Spear, e gravar em duas das maiores canções do fim de período de Bob. Ele também tocou bateria em "Africa Unite" do álbum Survival 1979, quando Bob encontrou-o à espera de Spear chegar para uma sessão de estúdio. "Ele disse, 'O que acontece, ele não veio ainda? O dia de um músico e tempo de um estúdio queimados? Deixe-me ir fazer alguma música."

É também Santa - não o baterista habitual de Bob, o falecido grande Carlton Barrett - tocando em ‘Coming In From The Cold’, que abre o álbum Uprising de 1980. "Eu fui para o estúdio procurar alguém. Eles estavam tentando fazer uma música, mas não tinha baterista. Bob era como, 'Feche a porta! Não deixe que o homem fuja! "Esse foi em um take."

Santa então, assumiu o lugar de Sly Dunbar como baterista de turnê para o ex-colega de banda de Bob, o ferozmente rebelde Peter Tosh. Ele conhecia Peter desde os Wailers, quando Soul Syndicate tocou seu 'High Tide Low Tide'. O baixista Robbie Shakespeare o trouxe para gravar o sugestivo "Ketchy Shuby' no álbum de Tosh de 1976, o Legalize It - mas compromissos com Jimmy Cliff impediram de ele ter um papel maior. Em 1981, Tosh, que estava de olho em Santa durante todo o tempo, tem o seu baterista. "Sly and Robbie estavam se preparando para fazer o suas coias independentes. Um dia eu saí de casa e estava em Halfway Tree. Eu ouvi uma buzina, e foi Peter. Ele disse: 'Eu quero que você toque. Eu estou indo para a Europa e quando eu voltar eu vou precisar de você'".



Santa ficou com Peter até o fim. Ele estava na casa de Tosh quando homens armados atiraram e mataram a estrela em 1987. Santa foi baleado no fogo cruzado e sobreviveu. "Eu compartilhei alguns grandes momentos com aquele irmão", diz ele, lutando para encontrar as palavras. "Em turnê, em sua casa. Eu costumava visitar Peter todos os dias. Naquela noite trágica fui visitá-lo. Eu não achava que seria a última vez. Um grupo de marginais veio porque queriam dinheiro. Foi apenas ganância. Peter nunca mereceu isso. Para o bom propósito que ele serviu na Terra e o que ele estaria fazendo hoje. Olhe para o movimento pró-maconha de hoje. Peter começou a revolução. Ele tem batido nesta apanhou da polícia em Halfway Tree. Apanhou por uma polegada de sua vida por um pouco de erva".


Quando o Santa se mudou para a Califórnia para se juntar totalmente ao restante do Soul Syndicate, ele continuou para conseguir trabalho. Ele se juntou ao grupo Big Mountain para uma temporada e atualmente excursiona com o filho mais velho de Bob, Ziggy. "Eu estava na Califórnia quando ele estava se preparando para sua turnê solo. Ele queria um baterista e não queria voltar para Jamaica, e seu engenheiro de som Errol Brown falou a ele sobre mim. Eu tenho mais algumas pessoas que eu conhecia e nós montamos a banda juntos "Ele lançou dois álbuns solo. Em 2008 o instrumental The Zone e do disco vocal impressionante do ano passado Watch You Livity, misturando os dreads raiz com jazz e soul. "Eu só estou fazendo alguma coisa - para não ser apenas um cara de apoio. Então, quando eu sair daqui eles podem dizer: 'Há uma canção que ele fez para si mesmo'".

Apesar do novo álbum do Soul Syndicate também estar nos trabalhos, ele diz que a reunião não é grande coisa. "Eu nunca deixei o Soul Syndicate. Pessoas partiram para os Estados - Fully e Tony - e então eu saí também. Todos nós nos apaixonamos com a Califórnia desde os primeiros dias. Mas nós nunca mais nos separamos. Chinna está aqui e eu acho que Keith Sterling mora aqui, mas sempre tivemos interesses e de vez em quando nos reunimos. Enquanto estamos vivos, Soul Syndicate ainda está vivo. É por isso que dissemos "Vamos fazer este álbum." Parecia que o momento certo".

No filme de John Ford de 1962 "The Man Who Shot Liberty Valance", o editor de notícias de Carleton Young escreveu, "quando a lenda se torna fato, imprima a lenda." Na década de 1970, músicos de reggae nem sempre foram creditados corretamente, e o princípio da legenda ainda se aplica. Santa ainda tem de manter explicando que ele não inventou os pratos voadores. Ele tem feito muito isso, e ainda assim as pessoas querem falar sobre a coisa que ele não fez.

"Eu só dizer: 'É a vida. Eu não vou perder o sono por isso. É lá fora, mas a coisa mais estranha é que eu tenho que ficar me defendendo. Eu faço um programa de rádio à noite nos Estados Unidos. E vou la dizer, 'Os pratos voadores - eu não criei, eu não disse que o criei".

"Eu não quero ser visto como um impostor. Eu não sou essa pessoa. Muitas vezes as pessoas dizem: 'É você na bateria lá', e é uma música matadora. Eu poderia dizer: "Sim, esse sou eu', mas eu digo: 'Isso é Sly', 'Isso é Horsemouth'.

Ele continua, talvez inspirado pelos músicos que tocaram para Bob Marley em "Waiting in Vain". "Se algo é bom apenas prestem homenagem. Se você me ouvir tocar um riff de Carlie Barrett, em seguida, isso é apenas pagando respeito, porque ele foi um dos maiores e inovadores, tanto quanto a percussão na Jamaica. É como cozinhar. Se você cozinhar com um certo tempero que eu vou dizer, 'Porra, o que você usa? Vou tentar isso".

Recentemente, a mídia jamaicana tem se preocupado com estrangeiros - sobretudo americanos - copiando o reggae. Santa não vê dessa forma. "Eu não vejo isso como a cópia. Eu ficaria triste se a música reggae estivesse sentada na Jamaica, e não fosse a lugar nenhum. Eu ficaria desapontado se ninguém ao redor do mundo tocasse. Eu seria como, 'O que há de errado com a nossa música?' Enquanto eles mostram respeito para o lugar e as pessoas que o criaram, eu estou de bem com isso."

"É como Bob disse:" A música vai ficar maior até atingir as pessoas certas. "A comida está sendo compartilhado em todo o mundo e quem gosta do sabor, vai dar uma mordida - Que é legal"


Por Angus Taylor - Publicado originalmente @ http://www.factmag.com/2016/04/02/santa-davis-flying-cymbals-reggae-drummer-interview/


  Twitter   https://www.instagram.com/fyadub_fyashop/   http://www.youtube.com/fyadub  http://www.discogs.com/seller/fyashop/profile   http://fyadub.blogspot.com.br/p/fyashop-teste_22.html   fyadub@yahoo.com.br

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A HISTÓRIA DO DANCEHALL

Bashment :: Raggamuffin :: Slackers :: Dancehall :: New Roots :: Reggaeton  


Ragga, dancehall, bashment, slackers, new roots, o “novo” reggaeton… faltou algum nome?... A cada 5 anos alguém, algum produtor ou músico inventa um nome novo para a mesma batida do dancehall e confunde outras com esse novo nome dado a determinado estilo ou música. Isso talvez seja uma forma de atrair cada vez mais novas pessoas para ouvir uma determinada vertente e conhecer novos artistas, vendo isso lógico por um lado positivo. A influência mercadológica nesse segmento é tanta que agora o Hip Hop se tornou “Black”.


São tantos nomes, para denominar a mesma coisa que facilmente fica-se perdido e as informações acabam se tornando conflitantes. Até mesmo para os toasters, deejays, mc’s (... não são a mesma coisa?), fica difícil saber o que é o que. Vou usar alguns nomes de artistas e de músicas, para tentar pré determinar o estilo, um porém, é que grande parte dos artistas não se apegam a uma vertente apenas do gênero, passeiam por todas, penso que esse é o principal diferencial hoje nos músicos que não se apegaram a apenas um ritmo ou batida, por todas essas denominações de grooves e batidas, eles produzem muito com muitas pessoas, será que essa foi a chave para o crescimento do dancehall bashment na Jamaica e na Inglaterra e todo restante da Europa?! Já que a produção e os lançamentos de singles e álbuns cresce absurdamente todo ano.


O Dancehall deu seu passo inicial de criação em 1960, a denominação Dancehall era usada paras as músicas de salão, as músicas que bombavam nas casas noturnas na Jamaica, traduzindo ao pé da letra Dancehall = Dança de Salão. As sound systems no seu inicio tinham pessoas como King Stitt (Winston Cooper or Winston Sparks) e alguns outros poucos deejays jamaicanos fazendo o trabalho de deejay. King Stitt que começou sua carreira como a maioria dos músicos jamaicanos da década de sessenta, no Studio One. Trabalhou com Coxsone nos idos dos anos sessenta juntamente com Count Machouki e Red Hopeton formando o trio de deejays denominado Big Three. King Stitt apesar de ter gravado muito com Coxsone, nunca teve o respaldo merecido no Studio One, somente após gravar com Clancy Eccles, ficou sendo considerado o Number One, deixando U Roy com o segundo lugar como deejay nas sound systems.


O dancehall como gênero musical é proveniente do sound system, é uma vertente criada propriamente para o deejay (mc) estar na linha de frente da sound animando o público, é o fruto da fórmula seletor, discos, caixas de som, e um “king stitt” animando a festa com rimas e improvisos, Freestyle propriamente dito. Todas as participações de deejays eram feitas em cima das músicas pré-gravadas, escolhiam uma música ou algum instrumental (ou riddim como o jamaicano gosta de chamar) e versavam suas letras e rimas em cima desses instrumentais, fórmula mais que simples.


Nesse principio do dancehall, não se utilizavam os instrumentais que ouvimos hoje, se utilizam músicas de bandas de ska e rocksteady influenciados pelo rithym & blues americano. Um dos diferenciais dos sounds jamaicanos é que algumas das músicas eram exclusivas de cada sound system, e se cada um quisesse ouvir determinada música deveria ir as festas de determinado sound system.


Dessa época de ouro do Dancehall alguns dos deejays e toaster mais famosos e até hoje considerados os melhores são o próprio King Stitt, U Roy, I Roy, Tappa Irie, Welton Irie, U Brown, Trinity entre outros, procurando e pesquisando um pouco se acha uma infinidade de nomes e estilos de versar diferentes um do outro.


Uma das principais características do dancehall dos anos 70 é o termo usado para definir as letras com sexualidade explicita e a atitude do mc, o Slackers ou Slackness. Nessa mesma época no final dos anos 60, o rastafarianismo já estava sendo propagado aos 4 cantos da Jamaica, com o Rastafari Chant e Nyabingui, grupos que faziam esse tipo de música gravavam absurdamente, produziam letras com um teor de louvor e espiritualidade constantes, citações contra a Babilônia e a salvação que JAH proporciona.


O Slackers é um oposto disso tudo, as letras fluíam apenas para animar a festa, diversão, mulher, música, vale tudo, nada de comprometimento religioso ou qualquer aspecto moralista envolvido nas letras e principalmente nas festas. Os deejays durante esse período dos anos 60 ao final dos anos 70 versavam tanto mensagens rastas, U-Roy foi dos primeiros a acrescentar esse tipo de mensagem “councious” (consciente) nas suas músicas. O slackers era tão comum que até mesmo artistas como Max Romeo, antes de gravar com Lee Perry, já cantava músicas com temas explícitos, citando mulheres e sexo em suas letras como Wet Dream (sonho molhado) com o álbum de mesmo nome de 1969.


Wet Dream – Max Romeo – 1969
Every night mi go to sleep mi have wet dreams
Every night mi go to sleep mi have wet dreams
Lie down gal let me push it up push it up lie down
Lie down gal let me push it up push it up lie down
Lie down gal let me push it up push it up lie down
Lie down gal let me push it up push it up lie down
You in your small corner, I stand in mine
Throw all the punch you want to, I can take them all
Lie down gal let me push it up push it up lie down
Lie down gal let me push it up push it up lie down
Look how you're big and fat, like a big, big shot
Give the crumpet to big foot Joe, give the fanny to me
Lie down gal let me push it up push it up lie down Huh,
Lie down gal let me push it up push it up lie down
Lie down gal let me push it up push it up lie down
Huh, lie down gal let me push it up push it up lie down
Lie down gal let me push it up push it up lie down
So he said, lie down gal let me push it up push it up lie down
Huh, lie down gal let me push it up push it up lie down


O Dancehall teve seu grande “boom” no final da década de 70, artistas como Barrington Levi, Sugar Minnot, Yellowman, Ini Kamoze, Half Pint, Charlie Chaplin, Dillinger, Triston Plalma, Eak a Mouse, King Kong, Nitty Gritty, General Echo juntamente com grandes músicos e produtores fortaleceram uma vertente do reggae, mais rítmica, com grooves dançantes e apresentações que agitavam cada vez mais o público. Instrumentistas como Sly Dunbar e Robbie Shakespeare produziam cada vez mais e com mais grupos. Bandas de apoio como Roots Radics e Sagitarius Band, fizeram com que o dancehall ficasse sendo a vertente do reggae mais tocada e badalada da Jamaica.


No final dos anos 70, no guetto jamaicano se criou um termo, ou gíria propriamente dita, para uma nova definição do dancehall; Raggamuffin ou a abreviação póstuma Ragga, essa nova forma de denominar o dancehall, deu inicio a um novo passo no formato de produção musical na Jamaica.


Há vinte anos atrás, em 1985 King Jammy um dos pupilos de King Tubby, criou em seu estúdio o primeiro riddim computadorizado com um tecladinho da Cassio. O clássico Sleng Teng, o riddim foi batizado com o nome da música de Wayne Smith “Under Me Sleng Teng”, que fez juntamente com King Jammy a primeira gravação, após Wayne Smith, King Jammy gravou com vários outros artistas em seu estúdio, incluindo Tenor Saw (Ring the Alarm/ Pumpkin Belly), Johnny Osbourne (Buddy Bye Bye). O riddim foi ouvido pelo público em 23 de fevereiro de 1985, num clash entre a sound system de King Jammy e Black Scorpio em Waltham Park Road. Além destes, o riddim Sleng Teng, continua sendo gravado por outros artistas até hoje, 9 entre 10 cantaram ou iram cantar em cima do riddim de reggae mais sampleado e utilizado de todos os tempos. Nesse ano de 2005 foi lançado um cd comemorativo com uma nova versão do riddim, Sleng Teng Ressurection, que contou com a adição de metais no instrumental. Hoje se for procurar pelo número de músicas gravadas com o riddim sleng teng ou stalag como também é chamado, chega a ser absurda a quantidade de versões mais de 200 registradas, isso o que é catalogado, fora as gravações sem registro.


A Jamaica sempre foi uma ilha que não se limitava a ouvir apenas o reggae, tudo se tornava influência para se criar novos riddims e batidas. Com o crescimento do Hip Hop nos Estados Unidos, uma das vertentes que mais atingiram a mídia nos anos 80, foi o Gangsta rap de grupos como N.W.A. (Niggers With Attitude) o grupo número um da era gangsta rap americana que incluía Dr. Dre, Easy-E e Ice Cube, que mesclava junto a algumas de suas músicas um toaster rimando juntamente com os mc’s americanos. O guetto jamaicano praticamente se tornou uma esponja que ouvia tudo que saia dos EUA e se baseava nesse estilo. Surgiu na ilhota nesse meio tempo um estilo chamado Guntalk, nas letras desse gênero, cada um dizia que era mais bandido que o outro, reis das armas, aquele que matava mais ou que era o mais “comedor” tentava levar no grito literalmente o titulo de rei do dancehall/ragga.


Artistas como Buju Banton, Shabba Ranks, Beenie Man, Ninjaman, Supercat, Mad Cobra disputavam entre si para saber quem era o “mais foda” de todos. Letras homofôbicas pregando a morte de todos os homossexuais vulgos “battymans”, tráfico, sexualismo e machismo explícito que deixou até o Max Romeo com fama e passe livre a ser considerado um cantor que levava o Rastafari como uma disciplina diária. O envolvimento de artistas com atentados contra homossexuais e letras explicitas sobre o tema, deixaram Shabba Ranks e Buju Banton estrelas do ragga no inicio dos anos 80, fora do circuito americano das Super Estrelas da música. Na história recente de Buju, o mesmo está proibido de entrar no Estados Unidos e sofre um processo de acusação de agressão contra um grupo de gays na Jamaica dizendo que 6 homens incluindo Buju tentaram agredi-los.


Mas isso não abalou o Dancehall/Ragga pop de artistas como Shaggy, que chegou às paradas com a música “Boombastic”, ganhando prêmios e notoriedade o mercado americano, letras descompromissadas e alegres, abriram espaço para outros artistas que vinham nessa mesma onda dos anos 90 como Apache Indian com seu Bhangra, agradou com sua música Boom Shaka Lacka praticamente todas as casas noturnas de São Paulo. Sean Paul, que com a mesma fórmula de Shaggy, de lançar riddim antigos com uma nova roupagem e vocais envolventes, fez sucesso aqui no Brasil recentemente com a música “I’m Still In Love”, com um instrumental da música de mesmo nome, originalmente gravada em 1967 por Alton Ellis, música que é constantemente confundida pelo sucesso “Uptown Top Ranking” de Althea & Donna, gravada mais de 10 anos depois do sucesso de Alton Ellis.


Nos anos 90, artistas de peso do Dancehall/Ragga incluindo Buju Banton que se converteu ao Rastafarianismo, Beenie Man, Capleton, Sizzla, dentre os mais famosos, passaram a mudar o conteúdo de suas letras, deixaram seus dreads crescerem, e começaram a trazer o termo “counciousness” de volta a tona, as letras mudaram, até certo ponto, seu conteúdo que era praticamente voltado 100% para o guntalk e slackness, mudou para o rastafarianismo e mensagens de louvor a JAH. O slackers ainda continua forte na Jamaica com artistas como Vybz Kartel, Elephant Man, Ward 21, dentre outros. 


Nesse meio tempo em meados dos anos 90 surgiu uma nova denominação com a “conversão” desses artistas, o New Roots ou Nu-Reggae. New Roots é como se fosse a “Nova Escola” do reggae, artistas que conseguiram recriar um movimento de reggae consciente falando basicamente o que aqueles que vieram primeiro diziam, assim como Burning Spear falava com sabedoria e produzia divinamente músicas com instrumentais e conceitos inovadores no reggae roots nos anos 70, artistas que ganharam notoriedade pelas suas produções mais atuais como Capleton e Sizzla que lançam singles mensalmente e chegam a gravar 2, 3 discos em um semestre, conseguiram alavancar mais ainda a venda e a comercialização do reggae, chegando a um público cada vez maior.


O New Roots não difere muito do Sleng Teng de Jammy, basicamente nos discos o que se ouve é uma mescla de riddims já famosos, de artistas da vanguarda dos aos 70, refeitos e remixados por produtores, facilmente nota-se que a matemática da música é a mesma, muda-se os timbres de cada instrumento dando uma aparência de “novo” a música. Novos nomes surgem a cada dia e a produção de discos é absurdamente grande tanto na Jamaica quanto na Europa.


Artista que há 5 anos atrás jamais teriam uma notoriedade maior, hoje tem sua própria home page, alguns lançam seu próprio selo, gravam constantemente e não se filiam a uma gravadora major, fácil notar a semelhança nos instrumentais de artistas do gabarito de Anthony B, Lutan Faya, Turbulence, Jah Mason, esses fazem parte de uma nova geração do reggae roots. Esses artistas surgiram com a proposta de dar uma nova aparência ao reggae, que até então, ainda é tido por alguns que tem uma visão arcaica aqui no Brasil, sem grande notoriedade, e trata o reggae como uma música sem grandes mudanças nos últimos tempos.


Juntamente com o New Roots foi criado o termo Bashment, aquela batida constante no dancehall de bumbo e caixa, que era usado para o Guntalk e Slackeness, agora é usado para o Bobo Shanti louvar a JAH Rastafari e falar do Fogo, o mesmo bumbo compassado e a caixa seca, agora é semente e instrumento para o trabalho daqueles que levam uma mensagem muito mais profunda que o bairrismo e a violência genérica do guetto.


O Bashment diferentemente não traz uma musicalidade nova, e sim novos artistas, que utilizam o dancehall como semente de trabalho. O ritmo que está estabelecido a mais de 20 anos, ainda continua atraindo milhares de pessoas. Esses artistas com a batida da música podiam se influenciar com as novas letras que pregam o rastafari e o seu cotidiano. Hoje o Bashment influência o mundo todo na atitude e musicalidade, é uma nova roupagem do dancehall dos anos 90, no Caribe, propriamente em Porto Rico acontece hoje uma movimentação forte com o termo criado para o denominar o dancehall porto riquenho que surgiu no inicio dos anos 90 no Panamá junto com El General e alguns outros toasters caribenhos, o Reggaeton.


O Reggaetón como é nomeado em espanhol pelos chicanos, é um mescla de dancehall e hip hop latino, as levadas são feitas em spanglish, termo usado para nomear o uso dos dois idiomas que os imigrantes da América Central usam nos guetos americanos, juntando o inglês e o espanhol. Grupos como Cypress Hill servem como principal influência para os porto riquenhos. A batida da música do Reggaetón ganhou um nome, Dem Bow (ou Dembow como os chicanos denominam), lembra da música do Shabba Ranks?!, É essa mesmo. O Reggaeton se firmou fortemente nos países da américa latina e nas comunidades de imigrantes latinos nos Estados Unidos, a vertente se utiliza do dancehall como 50% na essência, mas tem seu ritmo, batida própria e sua métrica definida e um jeito de dançar que remete as bailarinas do É o Tchan, até mesmo Wanessa Camargo se aventura na vertente latina do ragga em seu último trabalho. Os vocais do Reggaeton atual remetem ao hip hop de grupos como Delinquent Habits e Cypress Hill, as letras são praticamente voltadas ao slackers, mulher, carro e ostentação são o que há de “novo” no Reggaeton.


Em contrapartida ao movimento do Bashment e ao Reggaeton, o termo New Roots é muito mais abrangente, não é apenas formador de novos artistas, que na maioria não são tão novos assim, são também produtores envolvidos, que há muito tempo se utilizam de ferramentas novas e experimentalismo para o seu trabalho, músicos do gabarito de JAH Shaka o rei do sound system, Twinkle Brothers, JAH Warrior, King Earthquake, Blakamix, Zion Train, Manasseh, Iration Steppas, Alpha & Omega, Rootsman, Pablo Gad com letras cada vez melhores e atuais, dentre vários outros, esses apresentam um reggae que conta desde a influencia na produção digital do King Jammy, as mensagens rastafaris do Burning Spear. Novos nomes surgem num movimento que se funde com novos ritmos e novas experimentações no estúdio, hoje não se vê problemas com Capleton gravar com o Method Man, ou o Sizzla cantar em um instrumental de hip hop. Para o reggae não há limite na experimentação, tudo é válido, e o que mais vale é a atitude e o comprometimento do músico com o seu trabalho.



Por

sexta-feira, 27 de maio de 2016

HARRY "MOODISC" MUDIE - NÓS FAZEMOS MÚSICA, NÃO BARULHO!




Harry A. Mudie
Comecemos dizendo o seguinte sobre Harry Mudie, no selo dos discos ele escreve abaixo do título a seguinte frase; "We Make Music, Not Noise"... em tradução livre 'Nós fazemos música, não barulho".


Harry Mudie nasceu em Spanish Town em 1940 na Jamaica, e  nos anos 50 construiu seu primeiro sound system, o 'Mudie Hi-Fi', mas acabou se mudando para a Inglaterra para estudar eletrônica e fotografia por mais de cinco anos. Mudie pode ser considerado um dos produtores mais originais do reggae entre seus contemporâneos. Ele não só participou do início do rocksteady e do reggae como gênero musical, mas de certa forma também expandiu as influencias na música jamaicana, com toques do soul sofisticado e luxuoso americano dos anos 70.


Como produtor, Mudie nunca chegou a ser tão famoso ou reconhecimento como dois de seus maiores contemporâneos; Duke Reid e Clement Dodd, mas pode se dizer que ele é o mais notório e o mais requintado de todos de sua época. Mudie, foi um experimentalista como produtor em estúdio. Foi o primeiro a gravar o grupo rastafari 'Count Ossie and the Mystic Revelation of Rastafari', um dos primeiros músicos jamaicanosa expressar através da música as crenças rastafaris, através do ritmo percussivo afrocentrico da Ordem Nyabingui, no qual Count Ossie participou da fundação nos anos 50. Produziu também o saxofonista Wilton Gaynair, e o foi o primeiro produtor - antes mesmo de Bunny Lee ou da Trojan, lançar produções com cordas (violinos), em suas composições.

"Depois de deixar a escola no final dos anos 50, eu iniciei um sound system junto com Count Ossie. E fomos a um estúdio e acabamos em uma sessão gravando 'Babylon Gone' e 'So Long'. Depois disso eu fui para a Inglaterra." - diz Mudie ao Observer.

No seu retorno da Inglaterra no início dos anos 60, Mudie voltou a produzir e fechou um acordo com a Trojan para distribuir suas produções com exclusividade, o que deu a Trojan a notoriedade de ser um dos primeiros selos a ter produções com acordes de violinos gravados em Londres (e produzidos por Mudie), que permearam diversas outras produções nos anos seguintes. 

Com requintes de soul, grooves e ritmos compassados, Mudie era uma alternativa aos singles lançados pelo Studio One de Coxsone, e tanto que abria as sessões de domingo de Coxsone. Na sua primeira década produzindo, Mudie trabalhou com artistas como John Holt, Dennis Walks, The Ebony Sisters, The Heptones, Lloyd Jones, The Eternals (com participação de Cornell Campbell), e Winston Shand. Ele também trabalhou com em algumas canções com Gregory Isaacs and Peter Tosh.


Dê o play para ouvir a playlist com todas as músicas citadas no texto. 



Mudie, buscando liberdade, acabou lançando o seu selo próprio 'Moodisc', que gravou artistas e músicos como Dennis Walks, G G Grossett, The Ebony Sisters, Lloyd Jones e the Eternals. O primeiro single lançado foi 'Let Me Tell You Boy' por The Ebony Sisters e depois Dennis Walks com 'Drifter' e 'Heart Don't Leap'. Mas apesar da originalidade, Mudie foi extremamente pirateado, principalmente na Inglaterra.

"O principais singles; 'Let Me Tell You Boy' e 'Drifter'. Eles piratearam 'Drifter', 'Let Me Tell You Boy' e 'Run Girl Run', todos esses três foram pirateados na Inglaterra".
"O primeiro Reggae com vocal e cordas é 'Leaving Rome' com Jo Jo Bennet e Mudie's All Stars, 'Ten Steps to Soul' com Jo Jo Bennet e Mudie's All Stars e 'Mudie's Mood' com o Mudie's All Stars. Nós fizemos ele em 2 de Maio de 1970 no Chalk Farm Studios Ltd. na Inglaterra", diz Mudie.

As músicas foram gravadas com participação da orquestra 'Britain's Philharmonic Orchestra'. O sucesso de sua produção inspirou o produtor Tony Ashfield a gravar o álbum 'The Further You Look' e um dos mais populares álbuns de John Holt; '1000 Volts Of Holt'.


I Roy @ Channel One (foto por Syphilia Morgenstierne)
O 'The Mudie's All Star's' incluiam Lennie Hibert, Gladstone Anderson, Tommy McCook, Bobby ELlis, Mikey Chung e Bongo Herman. A Moodisc também lançou e gravou diversos deejays nos anos 70 como I Roy, Big Joe e Nicodemos. Mudie foi um dos primeiros a gravar com I Roy, e foi um dos que incentivaram ele a utilizar o 'Roy' em seu nome, diretamente um comparativo com o 'Originator' U Roy, sendo um dos jovens toasters nos meados dos anos 70. E o que começou rápido, terminou rápido com uma quebra na parceria e nos negócios, por inúmeras razões que uma parceria pode ser desfeita. Mas a colaboração entre os dois deixaram versões memoráveis como "Musical Choice" e versões de "Drifting" e "Let Me Tell You Boy."


Mudie também gravou com esporadicamente com Gregory Isaacs, The Heptones, Joe White, Cornel Campbell, Prince Heron e Bunny Maloney, assim como também produziu músicas com o arranjador de orgão Winston Wright, e crivou o dub como gênero musical gravando em conjunto com Osbourne 'King Tubby's' Ruddock os três álbuns de série intitulados 'The Dub Conference'. Ambos produziram três dos melhore álbuns de dub, utilizando os riddims mais pesados produzidos por Mudie - logico que também utilizando os acordes de violino, e Tubby encabeçando as mixagens - talvez em sua fase mais criativa, com ecos e reverbs usados na forma mais comedida do criador do dub. Nada soa sobrando ou faltando nos três lp's.


Harry Mudie também fundou o 'Scaramouch Garden Amusement Centre' em Spanish Town. Atualmente ele vive na em Miami, na Florida, e é onde está a base de seu selo Moodisc que ele administra junto com seu filho Gerry. Nos últimos anos o selo relançou diversos singles e álbuns de Mudie, incluindo produções com Count Ossie's em suas primeiras gravações,  o álbum de John Holt - Time Is the Master, canções de Dennis Walks, a série The Dub Conference, e diversas compilações.


COMPRAR MOODISC @ FYASHOP


Winston & Rupert - Let Me Tell You Girl (7", RP)
Label:Afro
Cat#: HM-1007-A / HM-7721-B
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
 
R$90.00
+ shipping


Horace Andy / Mudie's All Stars* - Keep It Coming Baby / It Coming (7")
Label:Moods International Records
Cat#: HM-1032
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
 
R$50.00
+ shipping


Horace Andy - My Love "Serious Thing" (7")
Label:Moods International Records
Cat#: HM-1035
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
 
R$50.00
+ shipping


Horace Andy - Mr. Talkative (7")
Label:Moods International Records
Cat#: HM-1031
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
 
R$115.00
+ shipping


John Holt - Stick By Me (Remix) (7", Single, RE)
Label:Moodisc Records
Cat#: HM-1005
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
 
R$80.00
+ shipping



  Twitter   https://www.instagram.com/fyadub_fyashop/   http://www.youtube.com/fyadub  http://www.discogs.com/seller/fyashop/profile   http://fyadub.blogspot.com.br/p/fyashop-teste_22.html   fyadub@yahoo.com.br

sábado, 12 de setembro de 2015

FYASHOP - NOVOS 7INCH'S EM ESTOQUE

Nessas duas últimas semanas deixamos a preguiça de lado, e cadastramos alguns 7inch's que ainda não estavam catálogados no discogs. 7inch's raros, tem rub a dub, dancehall, ja stepper, roots 70's e 80's, nyabingui e digitais. Dentre os artistas alguns títulos são de Jah Blacks e Jah Lloyd, Judy Mowatt, Cynthia Richards, Inner Circle com Jacob "Killer" Miller nos vocais, Lloyd & Devon, Delroy Wilson, Stanley & Clover, Lover Boy, um rub a dub com U. Mike com produção de Joe Gibbs e Errol Thompson, um digikiller obscuro com Studwins. 

E ainda temos Ken Boothe, Jennifer Joy, Maytones, Marcia Griffiths, mais um digikillah na voz de Admiral Bailey por meros 30 merréis... mais Pat Rhoden e Earth People, Carlton Livingston com a música panafricanista Soweto - lançada em seu primeiro álbum. Ainda temos Presley pelo selo Volcano, Baby Brown colocando voz em uma das mais inusitadas misturas de Sleng Teng com Michael Jackson, Ras Karbi com o roots nyabingui Discrimination - uma pena a cópia estar com a grade de G+, e ainda temos para o final da semana o classudo Larry Marshall com produção de King Tubby e o clássico dos primórdios do slacknes Wet Dream na voz de Max Romeo. 

Other Topic: And we would like to apologize to all our friends, brothers and sisters from abroad who visit the fyashop and is interested in buying our products. Unfortunately due to the high of all currencies against the BRL, and increased shipment value to the outside practiced by the Postal Services in Brazil, surpassing 30 USD. We are working and looking forward to pursue other options of sending safely and sure that the products have arrived properly. If you have any questions, or anything we can do to help, please contact us by email fyadub@yahoo.com.br

Regards

FYADUB | FYASHOP

Dúvidas ou compras, envie e mail para fyadub@yahoo.com.br ou telefone/whatsApp (11) 99984.4213
Follow us on Twitter: http://twitter.com/fyadub

Max Romeo - Wet Dream / She's But A Little Girl (7", Single)
Label:Unity (3)
Cat#: UN 503
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$115.00
+ shipping


Larry Marshall / King Tubby's* - I Admire You / Watergate Rock (7")
Label:Black & White (2)
Cat#: CP.4326
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$55.00
+ shipping


Ras Karbi - Discrimination (7")
Label:Total Sounds
Cat#: none
Media Condition: Good Plus (G+)

R$40.00
+ shipping


Baby Brown - Could You Be There (7")
Label:A & B Records
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$75.00
+ shipping


Presley - Right Here Waiting (7")
Label:Volcano
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$75.00
+ shipping


Judy Mowatt - Come see About Me (7")
Label:Taxi
Cat#: TXI-867123
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$30.00
+ shipping


Cynthia Richards, The Typhoon All Stars - Is There A Place In Your Heart For Me (7")
Label:Typhoon (2)
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$45.00
+ shipping


Delyroy Wilson* - Sweet For My Sweet (7")
Label:Vee Jay Records (2)
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$75.00
+ shipping


Carlton Livingston - Soweto (7")
Label:Ffrench Productions
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$40.00
+ shipping


Judy Mowatt - Truly (7")
Label:Ashandan
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$75.00
+ shipping


Stanley & Clover - Domestic Affair (7")
Label:Dr Komina
Cat#: 9 A 57
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$30.00
+ shipping


Lover Boy - Give Me All The Love (7")
Label:Explosive Records (11)
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$25.00
+ shipping


U. Mike, Joe Gibbs & The Professionals - Island In The Sun (7")
Label:Joe Gibbs Records
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$175.00
+ shipping


Delroy Wilson - False Rasta (7", RP)
Label:Observer
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$55.00
+ shipping


Pat Rhoden, Earth People (4) - Thing Are Getting Better (7", Single)
Label:Jama Music
Cat#: Time 300
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$30.00
+ shipping


Admiral Bailey - Turn On The Heat (7")
Label:Yammie Music
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$30.00
+ shipping


Marcia Griffiths - Treat Me Like A Princess (7")
Label:XTerminator
Cat#: EXT 50
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$45.00
+ shipping


Maytones*, Trinity (4) - Reggae International (7", RP)
Label:GG's Records
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$45.00
+ shipping


Jennifer Joy - Unexpected Meracle (7")
Label:Dat-Ma-Val
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$25.00
+ shipping


Ken Boothe - My Reward (7")
Label:Hot Shot!
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$45.00
+ shipping


Claris Fagan - Sweet Reggae Music (7")
Label:Higher Heights (2)
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$60.00
+ shipping


Queen Paula - Man Pon Mi Mind (7")
Label:Shelly Power
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$25.00
+ shipping


Chuck Fender - It's Me (7")
Label:Jammy's Records
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$30.00
+ shipping


The Ugly (3) - Greedy Girl (7")
Label:Scorpius Records
Cat#: SC-126
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$175.00
+ shipping


Determine - How Long (7")
Label:Zulu Production
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$30.00
+ shipping


Sparrow Show At The Sheraton - Kingston, The* - Harry And Mama / Dan Is The Man (7")
Label:WIRL
Cat#: none
Media Condition: Very Good (VG)

R$45.00
+ shipping


The Merrymen Feat Emile Straker - You Sweeten Me/It's All Over (7", Single)
Label:WIRL
Cat#: none
Media Condition: Very Good (VG)

R$45.00
+ shipping


Derrick Morgan, The Aggrovators - Under Heavy Manners / Full A Manners (7")
Label:Justice (2)
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$60.00
+ shipping


Frankie Paul - Through The Years (7")
Label:Pioneer Muzik
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$25.00
+ shipping


Augustus Pablo - Far East (7")
Label:Pablo International
Cat#: none
Media Condition: Good (G)
Side A plays good. Side B is fair, unplayable. 

R$50.00
+ shipping


K.I.M. (6) - What About Me (7", Single)
Label:Juney Star International
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$20.00
+ shipping


Byron Lee & The Dragonaires* / Sparrow* - Don't Blame The Youth / Dragon Dance (7")
Label:Dynamic Sounds
Cat#: D 90
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$30.00
+ shipping


Papa San & Triston Palma* - Love Maker (7")
Label:Black Solidarity
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$75.00
+ shipping


Dillinger - Stumbling Block (7")
Label:Black & White (2)
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$115.00
+ shipping


Horace Andy / Andy* & The Vendors (3) - I May Never See My Baby (7")
Label:Money Disc
Cat#: B.M. 1021
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$55.00
+ shipping


Tanya Stephens - Too Hype (7")
Label:2 Hyped
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$20.00
+ shipping


Tinga Stewart - After All Is Said And Done (7")
Label:Boomarang
Cat#: BMR 7022
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$20.00
+ shipping


Cornell Campbell - Jah Jah A Go Beat Them (7")
Label:Jackpot (2)
Cat#: none
Media Condition: Good (G)
Cracked. Side A have a skip. Side B plays EX. 

R$55.00
+ shipping


Lloyd Condell - It's You I Love (7")
Label:Rough Neck Music Inc.
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$155.00
+ shipping


Turnell McCormack, Arab Squad & The Cordells - Three Card Man (7")
Label:Arab
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$175.00
+ shipping


Scotty (2) - Trying To Get To You (7")
Label:Digital-B
Cat#: none
Media Condition: Very Good Plus (VG+)

R$60.00
+ shipping


Kenny Knotts* - Shine His Light (7", Ltd)
Label:Scoops
Cat#: SCOOP033
Media Condition: Near Mint (NM or M-)

R$55.00
+ shipping


Tony Roots - Let's Praise Jah (7", Ltd)
Label:Scoops
Cat#: SCOOP032
Media Condition: Near Mint (NM or M-)

R$55.00
+ shipping


Vanya O* - Oh Jah Come Now (7", Ltd)
Label:Scoops
Cat#: SCOOP037
Media Condition: Near Mint (NM or M-)

R$55.00
+ shipping


Echo Ranks - Let His Name Be Praised (7", Ltd)
Label:Scoops
Cat#: SCOOP031
Media Condition: Near Mint (NM or M-)

R$55.00
+ shipping


Splitz Horns Vs Dr. Vax - Hand Made Dub (7", Ltd)
Label:Scoops
Cat#: SCOOP029
Media Condition: Near Mint (NM or M-)

R$55.00
+ shipping


Macka.B* - Tired Of The War (7")
Label:Scoops
Cat#: SCOOPS 023
Media Condition: Near Mint (NM or M-)

R$55.00
+ shipping


Rob Symeonn - To The Fullness (7", Ltd)
Label:Scoops
Cat#: SCOOP035
Media Condition: Near Mint (NM or M-)

R$55.00
+ shipping


Vibronics - Teachings (7", Ltd)
Label:Scoops
Cat#: SCOOP028
Media Condition: Near Mint (NM or M-)

R$75.00
+ shipping


Echo Ranks - Long Time (7")
Label:Scoops
Cat#: SCOOPS 024
Media Condition: Near Mint (NM or M-)
R$115.00
+ shipping

DISQUS NO FYADUB | FYASHOP

O FYADUB | FYASHOP disponibiliza este espaço para comentários e discussões das publicações apresentadas neste espaço. Por favor respeite e siga o bom senso para participar. Partilhe sua opinião de forma honesta, responsável e educada. Respeite a opinião dos demais. E, por favor, nos auxilie na moderação ao denunciar conteúdo ofensivo e que deveria ser removido por violar estas normas... PS. DEUS ESTÁ VENDO!