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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

MUNDINHO EM CARTUM - RAS TAFARI E EDUCAÇÃO




'Mundinho Em Cartum' traz um pouco sobre vivência, história e cotidiano que trazemos em nossas raízes, plantadas por nossos ancestrais em uma eterna luta contra desigualdade, rascimo, preconceito e separatismo,para isso preparamos essa arte educacional a fim de propagar um pouco sobre cultura de matriz africana chamada Ras Tafari. 

 
Os desenhos desse álbum trazem desenhos e textos de Xandão Cruz com vivências e textos de Michel Iriê, Carol Jafet e orientados pelo aprendizado, audições, leitura, diálogo, "caminhada" e vivência.

Contos, "causos" e idéias passados por mestres e mestras ancestrais, griôts e anciões que por pura humildade repassam seus ensinamentos.

Respeito aos Elders, Griôts, Ancestrais, Estudiosos, Historiadores, Vivenciadores e simpatizantes que direta ou indiretamente formam mentes que absorvem ou conhecem a cultura Ras Tafari.






VAMOS INCLUIR O ENSINO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA NA REDE ESCOLAR, LEI 10639 JÁ!

CHEGA DE MENTIRA E INVERDADES SOBRE CULTURAS AFRO, QUEREMOS A VERDADE!



Turbante: usado pelos homens, principalmente na ordem “bobo shanti”, para cobrir os cabelos em público.
Representa também o vínculo oficial com o congresso E.A.B.I.C (Congresso Negro Internacional Etíope).
É usado "para cima" apontando para o universo, representando o ministério masculino (deus).
No Brasil é comum ver homens e mulheres usando turbante por vários motivos ancestrais, religiosos,
culturais e dezenas de outros motivos afro. Os anciãos rastafáris também chamam o turbante de “torço”.
Texto: MIchel Iriê e Xandão, desenho: Xandão.

Lição de casa: olhem aí na lousa, pessoal! Nas horas vagas pesquisem sobre a Imperatriz Taitu Bitul,
esposa de Sahle Maryam (Menelik II) e sobre o livro de Enoque.
Semana que vem continuaremos postando humildemente este projeto, agradecemos imensamente a manifestação
de todos direta e indiretamente.
Xandão Cruz.
 
Véu ou caída (bobo mary fall): usado pelas mulheres para cobrir os cabelos em público, é mais utilizado na
ordem Boboshanti ( idéia de organização chamada de E.A.B.I.C dentro da cultura a partir da visão de Prince
Emmanuel, que busca raízes na ordem de Melquisedeque). O véu também é chamado de "caída" por ser
um tecido que fica "para baixo" apontando diretamente para a terra, representação do ministério feminino (deusa).
Texto: Michel Iriê com desenho de Xandão Cruz.


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segunda-feira, 13 de junho de 2016

LEGALIZAR A MACONHA PODERIA RENDER ATÉ 6 BILHÕES (BRL) EM IMPOSTOS




Legalizar a maconha no Brasil poderia render entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões por ano para os cofres públicos, de acordo com um estudo divulgado pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados.

Seria cerca de 40% do que o país arrecada hoje em impostos sobre bebidas alcoólicas e 60% da arrecadação com o tabaco.

A metodologia foi inspirada em um estudo feito em 2010 para o Instituto Cato por Jeffrey Miron, de Harvard, e Katherine Waldock, da New York University.

"Legalização significa menos violência, menos gastos do governo e a abertura de uma nova fonte de taxação. A experiência internacional mostra que a legalização funciona", disse Miron em entrevista para EXAME.com no ano passado.

A maconha é a droga ilícita mais consumida do mundo. Nos últimos anos, experiências de legalização tem sido feitas com resultados promissores em lugares como o Uruguai e os estados americanos do Colorado e Washington.
Portugal, que descriminalizou todas as drogas há 15 anos, é hoje o país com as menores taxas de consumo entre jovens da Europa.



Consumo

O trabalho da Câmara usa dados de uma pesquisa sobre consumo de 2005, que estimou que 1,8% da população brasileira usa maconha mensalmente (ou 2,7 milhões de pessoas).

Tomando como base a regulação uruguaia, cada uma delas poderia comprar até 40 gramas de maconha por mês.

Com preço de US$ 1,20 a grama e cotação de R$ 3,60 por dólar, chega-se a R$ 4,20 por grama, R$ 2.073 por usuário por ano e um mercado total do tamanho de R$ 5,69 bilhões.

Mas isso é supondo que não haja aumento no consumo. Os críticos alegal que a legalização faria a demanda explodir, mas há quem aposte que o fim do fator "fruto proibido" causaria o efeito contrário.

No estado americano do Colorado, verificou-se um crescimento acima de 17% na prevalência mensal pós-legalização. Um aumento do tipo por aqui levaria o gasto anual em maconha para R$ 6,68 bilhões.



Impostos

Legalizar é a parte fácil; o difícil é regular. Impostos, por exemplo: se são muito pesados e aumentam demais o preço, o mercado clandestino continua atrativo. Mas se são muito baixos, o preço desaba, o consumo é incentivado e o Estado não consegue arrecadar.

O estudo da Câmara supõe que a maconha estaria sujeita aos mesmos impostos e alíquotas do cigarro. As empresas envolvidas pagariam CSLL, IPI, PIS/COFINS e Imposto de Renda em nível federal e ICMS em nível estadual (São Paulo foi usado como referência).

No cenário sem aumento de demanda, são arrecadados R$ 5 bilhões. Com aumento no uso, são R$ 5,9 bilhões para os cofres públicos.


Ganhos

A legalização da maconha também faria o país economizar o dinheiro atualmente gasto para perseguir, processar, julgar e manter presas as pessoas que usam e vendem a substância.

Desde 2006, a lei já estabelece que ninguém deve ser preso por ser consumidor. No entanto, como não há uma quantidade definida para separar usuário de traficante, essa confusão continua sendo feita (com prejuízo maior para negros e pobres).

O estudo estima que quase R$ 1 bilhão seria economizado no sistema prisional, mas que não há dados suficientes para estimar o impacto pontual sobre polícia e Judiciário, já que eles são estáveis em estrutura e número de funcionários e atuam sobre todo tipo de crime.



Gastos

O Relatório Brasileiro sobre Drogas de 2010 concluiu que, em 2007, 0,8% das internações associadas a transtornos mentais e comportamentais pelo uso de drogas resultaram do uso de canabinoides.

Supondo que não haja mudança nessa proporção, esse gasto teria sido de R$ 6,2 milhões em 2014. Uma legalização poderia até aumentar o consumo, mas haveria controle dos níveis de THC, o princípio ativo do produto, e menos marginalização.

Por isso, o estudo estima um impacto nulo, mas a verdade é que faltam dados e experiências internacionais de longo prazo para estimar possíveis efeitos de longo prazo sobre coisas como acidentes, produtividade e aposentadorias precoces ou na diminuição da corrupção policial, por exemplo.



Contexto

Em uma pesquisa de 2011, dezenas de economistas reconhecidos foram perguntados se a abordagem holandesa de taxar ao invés de proibir as drogas leves teria um resultado melhor do que o status quo atual nos Estados Unidos. A esmagadora maioria concordou. 

"[A proibição] não consegue afastar as pessoas das drogas, apenas te dá essa ilusão e todos os efeitos colaterais horríveis: a corrupção, a polícia e a destruição de áreas e países inteiros porque você tornou algo artificialmente lucrativo ao bani-lo", diz Russ Roberts, Ex-professor na George Mason University e pesquisador em Stanford, em manifesto sobre o tema para EXAME.com.

Entre a população brasileira, a opinião é diferente: 64% são contra a descriminalização da maconha.



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sexta-feira, 13 de abril de 2012

PESQUISAS COM A MACONHA NO BRASIL

Fazer um levantamento das pesquisas sobre a maconha realizadas no Brasil, ao longo do tempo, é tarefa difícil principalmente porque até meados das décadas de 50 e 60 as revistas científicas brasileiras tinham vida efêmera, não eram catalogadas e muitas já não são encontradas nas bibliotecas.

Em levantamento incompleto, o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) catalogou um total de 470 artigos de brasileiros sobre maconha publicados nos séculos XX e XXI, sendo apenas 39 deles até o ano de 1955, os dois primeiros de 1934 por J. Lucena, respectivamente nos Arquivos da Assistência aos Psicopatas de Pernambuco e na Revista Médica de Pernambuco. Este autor e seus colegas foram provavelmente os mais profícuos pesquisadores do tema naquele período, dando a Pernambuco o merecido destaque, descrevendo os sintomas apresentados pelos usuários da maconha (títulos dos trabalhos: "Maconhismo e alucinações"; Os fumadores de maconha em Pernambuco"; "Maconhismo crônico e psicoses"; "Alguns dados sobre fumadores de maconha" etc.) publicados naquelas revistas e também na Revista Neurobiologia. Foi nesta época, de 1930 a 1940, que a repressão ao uso da maconha ganhou força no Brasil, com a publicação de artigos por vários autores brasileiros também com títulos alarmantes ("Os males da maconha"; "Maconha – ópio do Brasil"; "Os perigos sociais da maconha"; "As toxicomanias"; "Intoxicados pela maconha em Porto Alegre"; "O vício da Liamba no Estado do Pará – uma toxicose que ressurge entre nós" etc.).Iniciava-se também as ações policiais contra cultivadores e usuários da maconha, apoiadas no Decreto Lei Federal nº 891 em 25/11/19381.

Em 1956, o Ministério da Saúde, por meio do Serviço Nacional de Educação Sanitária e da Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes, organizou o que possivelmente foi a primeira reunião nacional sobre a maconha, publicando um alentado Anais a respeito2. Vinte e oito artigos estão presentes nesta publicação. Todos descrevem e comentam efeitos da maconha em usuários, sem maiores detalhes de metodologia ou resultados de pesquisa experimental. Os autores, de vários Estados do país, revelam até pelos títulos de suas contribuições uma postura mundial comum àquele período: condenação pura e simples da maconha como se fosse uma droga diabólica ("Os fumadores de maconha: efeitos e males do vício"; "Sobre o vício da maconha"; Vício da diamba"; "O cânhamo ou diamba e seu poder intoxicante"; "Os perigos sociais da maconha"; "Aspectos do maconhismo em Sergipe"; "Diambismo ou maconhismo: vício assassino"; "A ação tóxica da maconha produzida no Brasil"; "Estudo dos distúrbios nervosos produzidos pela maconha", entre outros).

A partir da década de 60, a situação começou a modificar-se com os estudos pioneiros de José Ribeiro do Valle na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Este procurou, por meio de experimentação animal, quantificar os efeitos de extratos da planta e contou com a colaboração da S. Agurell, da Suécia, e B. Holmastdt, da Suíça.

Valle ao mesmo tempo acolheu vários jovens brasileiros que passaram a se interessar pelo estudo da planta. Nascia assim o principal e duradouro grupo de pesquisa sobre a maconha, que tem continuidade até o presente graças aos "filhos, netos e bisnetos" de Valle. Eu tive a honra de ser um dos "filhos", gestado no Departamento de Farmacologia e Bioquímica da Escola Paulista de Medicina. Estimulado pelo meu "pai científico", estagiei por quatro anos nos Estados Unidos para aprender "técnicas de psicologia experimental", seguindo a sua orientação. Fundou-se então o Setor de Psicofarmacologia e, em seguida, o Departamento de Psicobiologia, em 1973, que passei a dirigir, concentrando as atividades em pesquisas com animais e alguns trabalhos clínicos experimentais com voluntários não-usuários de maconha. Durante os próximos 30 anos foram publicados 57 trabalhos, 42 dos quais em revistas internacionais como Psychopharmacology; European Journal Pharmacology; Journal of Pharmacy and Pharmacology; Pharmacology; Biochemistry and Behavior; British Journal of Pharmacology; entre outras. Trabalhando em colaboração com grupos de química de Israel (R. Mechoulam) e da Alemanha (F. Korte), demonstramos então em animais que extratos de maconha, Δ9-tetraidrocanabinol (Δ9-THC), canabidiol e vários outros fitocanabinoides induziam tolerância que não era cruzada com LSD-25 e mescalina; que o estresse ambiental potencializava certos efeitos da maconha e que tinham marcante efeito hipnótico e anticonvulsivante. Foi também demonstrado que o teor de Δ9-THC não explicava todos os efeitos da planta dada uma ação moduladora do canabidiol sobre o Δ9-THC. Estes trabalhos trouxeram amplo reconhecimento internacional ao Departamento de Psicobiologia, a ponto de recebermos naquela época em estágio ou ano sabático vários cientistas de países como Uruguai (J. Monti), Argentina (I. Izquierdo), Grécia (H. Savaki) e Estados Unidos da América (R. Musty, P. Consroe).

Ao mesmo tempo, vários jovens brasileiros fizeram estágios ou pós-graduação no Departamento de Psicobiologia. Entre estes "netos do Valle": A. W. Zuardi, R. Takahashi e I. Karniol, que retornaram aos seus locais de origem e estabeleceram produtivos grupos de pesquisa, notadamente no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto.

Em 1984 foram publicados os dois últimos trabalhos, de revisão, do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP3,4, sendo que um deles4 permaneceu como um dos dez mais acessados (hotest papers) da revista Toxicon.

Os "netos do Valle", principalmente A. W. Zuardi, continuam até o presente as pesquisas com canabinoides, notadamente o canabidiol. Tanto assim é que em uma recente revisão5 são citados vários trabalhos do grupo de Ribeirão Preto demonstrando que este princípio ativo da Cannabis sativa L possui atividade ansiolítica, antipsicótica e efeitos sobre doenças motoras.

Na realidade, o grupo de Ribeirão Preto liberado por Zuardi e contando com alguns de seus ex-estagiários ("os bisnetos do Valle"), em suas respectivas universidades de origem, apresenta-se hoje como o mais importante grupo de pesquisa em canabinoides do Brasil. Conforme mencionado, em quase duas dezenas de trabalhos publicados5 focando a atenção no canabidiol, os autores estudaram seus possíveis efeitos terapêuticos na esquizofrenia, ansiedade, epilepsia e desordens motoras como moléstia de Parkinson. Por outro lado, com as recentes descobertas de um sistema canabinoide completo no cérebro de mamíferos, inclusive o humano, pode-se antever que "os netos e bisnetos do Valle" continuarão a contribuir com importantes pesquisas sobre este tema.



Elisaldo A. Carlini

Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas 
(CEBRID), Departamento de Psicobiologia, Universidade 
Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil






Referências

1. Carlini EA. A história da maconha no Brasil. J Bras Psiquiatr. 2006;55:314-7. [ Links ]

2. Ministério da Saúde. Maconha: coletânea de trabalhos brasileiros. Serviço Nacional de Educação Sanitária Brasília (DF): Imprensa Nacional; 1958. [ Links ]

3. Carlini EA. Riscos e promessas da cannabis. Scientific American Brasil. 2004;69-75. [citado 19 Dez 2009]. Disponível em: http://www.sciam.com.br. [ Links ]

4. Carlini EA. The good and bad effects of (-) trans-delta 9 – tetrahydrocannabinol (Delta 9-THC) on humans.Toxicon. 2004;44(4):461-7. [ Links ]

5. Zuardi AW. Cannabidiol: from an inactive cannabinoid to a drug with wide spectrum of action. Rev Bras Psiquiatr. 2008;30(3):271-80. [ Links ]

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

RASCLAAT - DROGAS E DEMOCRACIA

Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso
É impressionante como as pessoas mudam de lado ou interesse de uma hora para outra - sim de uma hora para outra, não há como prever como será o futuro ou ter uma visão clara ou distorcida de fatos que irão acontecer, mas uma coisa é séria, hoje as pessoas mudam de opinião mais rápido que antigamente, será epifania ou simples retórica, não importa, hoje se constrói ou se destrói a imagem de uma pessoa em fração, aquele post no facebook ou no twitter com o nome daquele cara ou fulana desconhecida, que seja, que deitou na cama um carinha ou fulaninha, as notícias são tão instantâneas que daqui há alguns anos, você talvez nem vá gostar mais de dub, porque surgiu o dubstep e logo surge um outro rótulo, enfim, não é disso que se trata o post. 

Mas mudanças de opinião - que penso serem sempre válidas, são diferentes de mudança de interesse ou lado, em suma a maioria das vezes que uma pessoa ou um corporativo muda sua opinião ou lado da história, principalmente sendo políticos  - aposentados ou não, é porque em determinado momento estava em cima de um muro, lá naquele cantinho bem escondido onde não levava pedrada nem tiro de nenhum dos lados ou lucrava com as pedras que eram atiradas. Esse político não levava pedrada do Estado, nem do Governo, nem da Polícia, nem do traficante, e nem do usuário. Esse último, na verdade sempre foi o que mais sofreu com todas as ações e sanções impostas pelo governo e classe conservadora que o encara como um pré-bandido, que se for menor de idade (ou dimenor como a policia diz) será encaminhado a antiga FEBEM - desse nome você deve se lembrar, para fazer estágio de criminalidade e após fazer a pós em um presidio de segurança média.

Mas hoje, com o PT a frente do governo nos últimos oito anos e agora com mais quatro anos de mandato com a Dilma a frente, e os tucanos com o pré candidato a presidência José Serra cada vez mais fraco e com oposição quase nula, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu, há uns dois anos praticamente, tocar numa ferida aberta há muito tempo, que é o uso e o tráfico de drogas. 

Bem, como de intenção o inferno está cheio e lenga lenga também, FHC hoje está fazendo a parte dele que é mudar de lado e opinião quanto a mal eficiência do Governo Federal em relação ao tráfico. O start principal (talvez tenha sido) foi o ótimo documentário Cortina de Fumaça onde já expressava a mudança de opinião quanto a tratativa ao tráfico e o consumo de drogas. Ponto positivo, elevou a discussão em um patamar maior, hoje em dia existe até mesmo a "Comissão Latino-Americana de Drogas e Democracia", onde fazem parte políticos como o FHC e ex-presidentes da Colômbia e México, onde se concentra o maior foco de produção e tráfico de drogas de médio e grande porte. 

E nessa ação política-modernista-contemporânea da classe mais conservadora, figuras carimbadas pela sua tolerância zero no combate as drogas como Bill Clinton - figura que combateu Pablo Escobar, líder na época do Cartel de Medellin, um dos principais cartéis de drogas da Colômbia. Clinton nos seus dois primeiros anos de mandato como Presidente do EUA, barganhou e conseguiu o impeachment do mesmo  quando foi eleito Senador na Colômbia, mas devido seu envolvimento com o tráfico foi banido do cargo, com o dedo metido claro da C.I.A. (Criminals In Action) e o FBI. Em 1993 Pablo Escobar foi assassinado, e Bill Clinton reeleito. É impressionante que, todos os que os EUA consideram seus inimigos são assassinados, vide os últimos como Saddam Hussein; enforcado e Osama Bin Laden; morto a tiros e jogado ao mar. 

Em suma, nenhum dos lados é bom ou mal, são na verdade uma moeda que  só tem uma cara, independente de qual dos dois lados esteja a frente, quem realmente sofre somos nós com política principalmente econômica que afeta a inteligência, ética, bons costumes e tudo o que um ser humano deveria ter ao se tornar uma autoridade pública. 

Após a "Comissão L. A. de Drogas e Democracia", e o envolvimento de figurões políticos, além de Bill Clinton, também emergiram Kofi Annan, e uma laia imensa de políticos de primeira linha em prol dessa restruturação da filosofia de combate as drogas chamada de  "Comissão Global de Policiamento de Drogas" numa tradução livre. A idéia principal de tudo isso; cuidar do usuário. 

Bem, nada contra, que cuidem e cuidem bem, mas lembre do inicio do artigo, sobre mudar de lado e interesse em prol de uma causa própria e lucro subversivo. Nos últimos anos dezenas de livros e documentários foram feito tratando da maconha e demais drogas, das leis impostas, e da lucratividade que cartéis, comandos e a banda podre da policia tem com o tráfico. Vamos só dar uma pausa para refletir sobre alguns fatos;

> O Paquistão é um dos maiores produtores de papoula e maconha do mundo, base para drogas como cocaína - você lembra quem invadiu o Paquistão e ocupou os campos de papoula "para impedir o tráfico" há pouquíssimo tempo atrás.

> Fazendo parte da Comissão Latino Americana de Drogas e Democracia estão os ex-presidentes da Colômbia e México.  A Colômbia sempre esteve no Top Três de produção de drogas no mundo.

> Uma das fronteiras mais frágeis do mundo, é a do Brasil onde a entrada e saída de drogas e armas, fez do país um dos que mais tem mortes relacionadas ao tráfico, e pelos números qualquer país da África em guerra civil perderia para o nosso número de mortos.

Agora vamos pensar como esses políticos, entendendo que o mundo - Europa e EUA, porque o resto não é mundo é o Terceiro Mundo apenas, Europa e EUA tem hoje um dos maiores vai-e-vem de dinheiro do planeta, e grande parte desse dinheiro são da venda e o consumo de drogas. E como político um mercado como esse incluiria laboratórios de pesquisa, industria farmacêuticas, industria agrícolas, tudo isso e muito mais controle (não legalização) pelos governos com recolhimento de impostos, venda controlada e tudo mais que você pode imaginar que o governo faria no controle do tráfico, ops, do comércio e uso de drogas, existe um depoimento do Arnaldo Jabor muito interessante sobre o tema, e diz em 2009 a antecipação do que está acontecendo hoje. Comércio de drogas é hoje a maior mina de ouro, desde o tabaco e álcool que em determinado momento da história também começaram com extremo controle, e depois se tornaram produto privado com tributação de impostos absurda, duas das maiores empresas estão bem aqui e se chamam Vera Cruz e AMBEV, que para existirem pagam absurdos em impostos, valores que somados  seriam maiores que o PIB de muitos países. 

Penso eu que, de intenção realmente o inferno está cheio, e de politicagem também. A atitude (até seria) nobre de FHC de reconhecer que sua atitude quando Presidente do Brasil, sendo manipulado no combate as drogas pelos EUA de Bill Clinton na época, que também atazanou a vida da Colômbia, resultando em diversos seqüestros de jornalistas e ativistas pelas FARC, tem podre de todos os lados por parte desses bons velhinhos que um dia todos foram lobos maus, que hoje estão vestindo tênis de cânhamo para fazer caminhada. Deixamos de ser a república das bananas e cocô verde, para num futuro próximo Pernambuco poderá se tornar um dos maiores exportadores de maconha do mundo, imagine só.

O maior objetivo aqui é a reflexão da postura, das atitudes, e as mudanças de opinião que de certa forma foram repentinas e astutas se levarmos em conta todas as crises econômicas que estão acontecendo em diversos países e chegando muito em breve por aqui, e o que realmente essas ações de agora irão causar no nosso futuro, já que de forma direto o efeito será contra a nós. Deixo dois pensamentos finais para fechar o texto antes de você assistir a entrevista do FHC para a Globo News falando sobre documentário; "País pobre já é pobre, mas país rico não quer ficar pobre" e a última "Quem fica em cima do muro, toma tiro dos dois lados, mas quem está na correria do dia a dia, acabando levando uma pedrada ou bala perdida."



Por RAS Wellington

domingo, 20 de março de 2011

CORTINA DE FUMAÇA - DOCUMENTÁRIO



Cortina de Fumaça é um projeto independente movido pela vontade de colaborar na construção de uma sociedade mais equilibrada e alinhada com os princípios de liberdade, diversidade e tolerância.

Um documentário ousado sobre um tema polêmico que interessa a todos e que precisa ser debatido de forma honesta; a política de drogas no Brasil e no mundo, baseada na proibição de determinadas práticas relacionadas a algumas substâncias, precisa ser repensada porque muitas de suas conseqüências diretas, como a violência e a corrupção por exemplo, atingiram níveis inaceitáveis.

“O modelo atual de política de repressão às drogas está firmemente arraigado em preconceitos, temores e visões ideológicas. O tema se transformou em um tabu que inibe o debate público por sua identificação com o crime, bloqueia a informação e confina os consumidores de drogas em círculos fechados, onde se tornam ainda mais vulneráveis à ação do crime organizado”. Relatório da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia (2009).

O documentário de 94 minutos, traz informação fundamentada para o grande público através de depoimentos nacionais e internacionais. Além do Brasil, o diretor Rodrigo Mac Niven gravou na Inglaterra, Espanha, Holanda, Suíça, Argentina e Estados Unidos; visitou feiras e congressos internacionais, hospitais, prisões e instituições para conversar com médicos, neurocientistas, psiquiatras, policiais, advogados, juízes de direito, pesquisadores e representantes de movimentos civis. Dentre os 34 entrevistados, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso; o Ministro da Suprema Corte da Argentina, Raúl Zaffaroni; o ensaista e filósofo espanhol autor do tratado “Historia General de Las Drogas”, Antonio Escohotado, o ex-Chefe do Estado Geral Maior do Rio de Janeiro, Jorge da Silva e o criminalista Nilo Batista.

O filme fala sobre a relação entre o homem e as drogas psicoativas; revela a discordância entre a atual classificação das drogas e o conhecimento científico sobre essas substâncias; discute a situação particular da Cannabis (maconha), seu uso industrial e medicinal; levanta fatos relacionados ao surgimento dos projetos proibicionista e aponta para o colapso social que algumas cidades, como o Rio de Janeiro, vivem por causa da violência e da corrupção.

O filme foi produzido, escrito e dirigido pelo jornalista Rodrigo Mac Niven, numa co-produção entre a J.R. Mac Niven Produções e a TVa2 Produções.

Para o diretor, “é preciso instigar os indivíduos a repensarem a sociedade porque ela está em constante mutação. As pessoas desconhecem informações fundamentais que determinam uma política de drogas que interfere diretamente na vida delas, na liberdade delas, na segurança delas. Uma política que ignora princípios e direitos universais de liberdade e soberania. Muita gente está lucrando com isso e quem sofre é a sociedade que não consegue enxergar tamanha é a desinformação”.

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