Mostrando postagens com marcador boogie down productions. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador boogie down productions. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

FREE DOWNLOAD :: PRINCE PAUL - POLITICS OF BUSINESS REDUX





Prince Paul tem uma carreira lendária no Hip-Hop. Um membro do Stetsasonic, Gravediggaz, Handsome Boy Modeling School, BROOKZILL! e muitos outros projetos, o produtor de Long Island, Nova Iorquino revolucionou a forma como os produtores se aproximaram do sampler na década de 1980. Ele foi mentor e produziu De La Soul, além de trabalhar com Chris Rock, Boogie Down Productions, Big Daddy Kane, 3rd Bass, J-Live e inúmeros outros.

Como artista solo, Paul também é reverenciado. O album Prince Among Thieves de 1999 previu a produção de álbuns cinematográficos e lançou MCs profissionais altamente qualificados como personagens de seu universo. Depois de dois LPs com o selo e gravadora Tommy Boy Records, Paul lançou o terceiro LP Politics Of Business com Razor + Tie em 2003. Com Dave Chappelle, Guru do Gang Starr, DOOM , Erick Sermon, Chuck D, Ice-T, dentre outros e o álbum teve grandes planos.

Quase 15 anos depois, Paul não estava satisfeito com o som do LP. Então, ele remixou. "Esta é a primeira vez que eu consigo pensar o que um artista pegou um álbum louco anos depois e apenas o destruiu todo porque não gostava", disse Prince Paul ao HipHopDX . "Normalmente eles apenas vivem com o registro, e eles seguem em frente. Eles vão, 'Oh, vou fazer o meu próximo'. Mas eu estava tipo, 'Nah eu vou rever.'"

Ele também adicionou uma faixa com De La Soul que não apareceu no original . Ele confirmou ao DX que a música era de um super-grupo The Good, The Bad & The Ugly com Paul, De La, Dan The Automator e o co-fundador da Dust Brothers, Mike Simpson. Dan se juntou a Paul como Handsome Boy Modeling School, e o esforço teria marcado uma reunião maior do produtor e seu grupo mais reverenciado.

Se uma versão "Redux" não fosse suficientemente grande, o vencedor do Prêmio Grammy o entrega de graça:



Siga o Fyadub nas redes sociais:
- Twitter: http://www.twitter.com.br/fyadub
- Facebook: https://www.facebook.com/fyadub.fyashop/
- Youtube: http://www.youtube.com/fyadub
- Instagram: https://www.instagram.com/fyadub.fyashop

   Twitter   https://www.instagram.com/fyadub_fyashop/   http://www.youtube.com/fyadub  http://www.discogs.com/seller/fyashop/profile   http://fyadub.blogspot.com.br/p/fyashop-teste_22.html   fyadub@yahoo.com.br

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

THE BRIDGE WARS – A TRETA MAIS FAMOSA DO HIP HOP

Desde os primórdios da musica, seja o estilo ou ritmo que for, existe competição - você pode dizer que “musica é uma missão, não uma competição”, mas até Capleton que fez da expressão uma musica (No Competition), entrou numa divergência com Beenie Man. Enfim, seja no reggae, no hip hop, no blues e no jazz e até se pesquisar profundamente a musica clássica você vai encontrar episódios de pessoas, músicos, produtores que não se bicam.  No reggae os desentendimentos e divergência de opiniões são constantes, entre Coxsone Dodd VS. Duke Reid, e inumeráveis tretas entre os cantores e sistemas de som no qual muitos resultaram em morte.

Dos desentendimentos mais contemporâneos, já teve Brandford Marsalis com o seu irmão Elton e toda a patota do jazz clássico que reclamou da fusão entre jazz e hip hop, quando Brandford lançou junto do DJ Premier o álbum Buckshot LeFonque, onde os mais conservadores diziam que era pura confusão – mal sabiam eles na época que trabalhos assim já existiam com o próprio Gangstarr do DJ Premier e o projeto Jazzmatazz do Guru também do Gangstarr e tantos outros grupos como Digable Planets, Us3, A Tribe Called Quest, Main Source e outra infinidade de produtores de Hip Hop que já sampleavam as batidas de Jazz clássico.

No Hip Hop não foi diferente, a Zulu Nation criada por Afrika Bambaata, Kool Herc e Grandmaster Flash  foi umas das formas de diminuir o numero de confrontos entre gangues e traficantes no Bronx e após com o advento e desenvolvimento da cultura Hip Hop, as batalhas entre mc’s e gangues foram o invés para que não ocorresse tantos massacres e a disputa se tornasse ou com um microfone, dançando ou até mesmo grafitando um muro.

E esse espírito de competição, desafio e provação faz parte desde o início e envolveu todos os elementos do hip hop. Mas o principal (talvez) seja essa batalha entre Queens e South Bronx que originou a mais importante de todas; The Bridge Wars (As Guerras Da Ponte) que envolveu o Boogie Down Productions de KRS-One e Scott La Rock VS. MC Shan e Marley Marl do Juice Crew no principio de tudo e se estendeu numa disputa com diversos outros mc’s entre 1985 e 1987.

Juice Crew

Tudo começou quando MC Shan junto com o produtor Marley Marl lançou o single “The Bridge” em 1985. A faixa (que na minha opinião tem um dos melhores instrumentais da época) ganhou notoriedade em NY e diversas outras crews novas na época dizendo que o hip hop começou em Queenbridge. O negocio todo é que a letra de nao dizia que o hip hop teria começado em Queensbridge, mas para se iniciar uma fogueira só precisa de uma faísca.

You love to hear the story, again and again,
Of how it all got started way back when,
The monument is right in your face,
Sit and listen for a while to the name of the place,
The Bridge,
Queensbridge
Você gosta de ouvir a história, de novo e de novo,
De como tudo começou voltando do início quando,
O monumento está na frente da sua cara,
Sente e ouça por um tempo o nome do lugar,
A Ponte,
Queensbridge

Depois que MC Shan lançou a musica sua vida e carreira mudaram de forma drástica (e posteriormente trágica). O próprio MC Shan justificou a letra dizendo que ela falava da sua crew e de onde ela começou, não onde o hip hop havia começado. E nunca havia dito que o hip hop começou em Queensbridge e que lá era o berço do hip hop; “todos sabem que o hip hop começou no Bronx”. Essa entrevista pode ser vista no documentário Beef que tem inclusive imagens  da batalha.

Boogie Down Productions
Em 1986 veio a resposta direta do residente de South Bronx, o jovem KRS-One e da posse Boogie Down Productions que lançaram a musica South Bronx. A letra tinha a mesma essência da musica de MC Shan e Marley Marl, a única diferença era o argumento de que South Bronx era o berço do Hip Hop – que é de fato. A musica foi lançada em um show em que MC Shan havia acabado de cantar The Bridge. E os versos eram diretos para o mc de Queensbridge;

Party people in the place to be, KRS-One attacks,
Ya got dropped off MCA cause the rhymes you wrote was wack,
So you think that hip-hop had its start out in Queensbridge,
If you popped that junk up in the Bronx you might not live
Pessoal da festa que está aqui, KRS-One ataca,
Você foi mandado embora da MCA por causa das rimas que você escreveu eram uma bosta,
Então você acha que o hip-hop teve seu início em Queensbridge,
Se você aparecer com esse lixo no Bronx você não vai viver

Antes da musica The Bridge ser lançada, MC Shan havia assinado contrato com a MCA Records. Apos o lançamento do single Feed The World que não teve sucesso algum de venda ou critica a gravadora dispensou MC Shan. E KRS-One aproveitou novamente para dar uma cutucada na ferida;

Show all the people in the place that you are wack,
Instead of trying take out LL, you need to take your homeboys off the crack
Mostrar todas as pessoas que estão aqui que você é uma bosta,
Em vez de tentar tirar LL, você precisa tirar seus parceiros do crack

A referencia da ultima linha era que MC Shan acusava LL Cool J na musica Beat Biter no lado A do single The Bridge de ter roubado algumas batidas de Marley Marl. LL Cool J nunca respondeu digamos, a acusação. Com o beef (treta) entre BDP e MC Shan as atenções ficaram bem longe do Lost Lover Cool J. Pouco tempo depois Marley Marl produziu praticamente todo o disco Mama Said Knock You Out de LL Cool J. A única certeza dentre tudo que estava acontecendo foi de que KRS-One ganhou imensa notoriedade na batalha e MC Shan acabou caindo no esquecimento do Rap e do Hip Hop como musico e apenas é lembrado pela Bridge Wars que acabou perdendo e acabou com sua carreira.

A historia oficial na época era que KRS-One e toda crew do BDP estavam defendendo a reputação e a historia do Bronx respondendo a MC Shan e Marley Marl que diziam que o hip hop tinha começado em Queensbridge e os primeiros versos da musica The Bridge haviam sido cortados no lançamento o disco. Outra parte é que KRS-One havia ficado bravo com um dos produtores da Juice Crew chamado Mr. Magic que havia preferido trabalhar com MC Shan ao invés de trabalhar com o grupo de KRS-One e Scott La Rock.

KRS-One e Scott La Rock haviam mostrado o single Succes Is The Word e Magic teria dito que a musica era uma porcaria, e que essa seria a real motivação de ter lançado South Bronx e a musica de The Bridge seria somente uma desculpa para iniciar a batalha de BDP VS. Juice Crew.

A posse Juice Crew logo respondeu com a musica “Kill That Noise” lançado no disco Down By Law de Mc Shan que a cada musica e oportunidade dava uma cutucada em KRS-One. MC Shan sempre negou que disse que o hip hop havia começado no Queen, e sugeriu que o BDP estavam tentando escalar o sucesso em suas costas.

Em entrevista para o The Foundation (jayquan), Shan se defendeu e explicou que tudo foi um mal entendio;

JQ: Você alguma vez disse em alguma musica, entrevista ou em qualquer lugar que o Hip Hop havia começado no Queen?

Shan: Eu só disse COMO começou em Queensbridge, não em todo mundo. A revista Souce diz que eu afirmo que o hip hop começou no Queen – escritores distorceram tudo. A musica The Bridge começa dizendo MC Shan e Marley Marl está na casa esta noite, e querem contar uma história de sobre de onde vieram.

Mas, KRS-One continou no ataque com a musica The Bridge Is Over.

What's the matter with your MC, Marley Marl?
Don't you know that he's out of touch?
What's the matter with your DJ, MC Shan?
On the wheels of steel Marley sucks
You better change what's coming out your speaker
You're better off talking 'bout your wack Puma sneaker
Cause Bronx created hip-hop, Queens will only get dropped
Still tellin' lies to me
Qual é o problema com o seu MC, Marley Marl?
Você não sabe que ele está fora de contato?
Qual é o problema com a DJ, MC Shan?
Nas rodas de aço (toca discos) Marley é podre
É melhor mudar o que está saindo do seu alto-falante
Você é melhor falando sobre a bosta do seu tênis Puma
Porque Bronx criou o hip-hop, Queens só desabou
E ainda conta mentiras para mim

A maior parte das letras de KRS-One eram direcionadas a MC Shan e Marley Marl, mas de uma forma ou de outra o fogo poderia chamuscar quem mais fizesse parte da Juice Crew poderia ter um verso ou outro nas letras do BDP. Alguns que sobraram na historia foi MR. Magic e Roxanne Shante que teve também sua batalha com o BDP chamada de Roxanne Wars. Shante, que foi mencionada de uma forma não muito gentil em The Bridge Is Over – KRS-One dizia que Shante só era boa para uma coisa e ela não gostou em nada da citação e fez a musica Have A Nice Day, que tinha como parceiro de letra nada menos do que Big Daddy Kane (que não se envolveu na treta), Big Daddy era na época integrante do Juice Crew. Roxanne deu uma cutuca em KRS-One, Scott La Rock e no BDP dizendo;

KRS One, you should go on vacation,
with a name sounding like a wack radio station.
and MC Scott La Rock, you should be ashamed,
when T La Rock said 'it's yours', he didn't mean his name
KRS One, você deve sair ir de férias,
com um nome soando como uma uma bosta de estação de rádio.
e MC Scott La Rock, você deveria ter vergonha,
quando T La Rock disse: “ele é seu", ele não quis dizer seu nome

Na entrevista para a FOUNDATION Shan disse o seguinte;

Mr. Magic menosprezou o BDP e disse algumas coisas sobre seu disco na rádio, e ele (KRS) me fez um alvo. Eu não ia manter a coisa tipo Kris/Shan fizeram isso... pessoas diziam “porque você respondeu de volta?”, Eu como o que?”... Eu dei para ele uma carreira.

Depois de Kill That Noise, MC Shan ficou um pouco mais passivo na batalha. Mas, outros dois residentes do Queen, Rockwell Noel & Poet se juntaram na empreitada de Shan lançando algumas musicas que só iria dar mais poder de fogo ao BDP. O primeiro single da dupla chamado Beat You Down, no qual reiteravam que o hip hop não começou no Queens, mas que aquele local era proeminente na produção no principio do rap (o que não é mentira), e que alem disso viria a lenga lenga de que tinham melhores equipamentos, mais dinheiro o que deixava o Bronx em segundo no hip hop.

BDP is trying to dis, we know that they're on it
Every time we make a record, they get disappointed
Nobody said hip hop started out in the Bridge;
but now you've dissed all of Queens, so we know how you live
You try to get paid talkin bout my town;
when I battle you punk, I'mo beat - you - DOWN
How could you say the Bridge is over? We've just begun;
you soft sucker MC, KRS-1
Can you believe it, party people? He raps like a rasta!
Boogie Down Productions are full of imposters;
They say things, that are not true
Now the Poet and Noel will break it down to you;
Bronx started hip hop, but couldn't maintain it;
now they're gettin jealous 'cause Queens has made it:
THAT's why those suckers are trying to dis;
'cause we're getting paid, and they're getting pissed!
BDP está tentando desenham, sabemos que eles estão tentando
Cada vez que fazemos um disco, eles ficam decepcionados
Ninguém disse que o hip hop começou na Ponte;
mas agora você desdenha todos do Queens, mas sabemos como você vive
Você tenta ser pago falando sobre minha cidade;
quando eu batalhar com você vagabundo, Eu colocar você na lona
Como você pode dizer a Ponte acabou? Nós apenas começamos;
Você é mc otário peso leve, KRS-1
Vocês podem acreditar pessoas da festa? Ele rima como um rasta!
Boogie Down Productions está cheio de impostores;
Eles dizem coisas, que não são verdadeiras
Agora, o Poet e Noel vai te colocar na lona;
Bronx começou ohip hop, mas não conseguiu mantê-lo;
agora eles estão ficando com ciúmes pelo o que o Queens fez:
É por isso que esses otários estão tentando menosprezar;
porque estamos sendo pagos, e eles estão ficando putos!


O verso “Raps Like a Rasta” é uma referencia ao flow jamaicano que KRS-One colocou na musica. A musica é um dos primeiros registros do mix do hip hop com reggae.

Em 1987, quando a coisa estava se acalmando, uma briga envolvendo D-Nice, acabou em morte com Scott La Rock tentando separar a briga, ele foi atingido por um tiro. E mesmo apos a morte de La Rock, a batalha continuou.

MC Shan lançou a musica Juice Crew Law com diversas mensagens subliminares a KRS-One. E ao mesmo tempo novos mc’s estavam mandando suas mensagens menosprezando Queensbridge. Cool C lançou a musica Juice Crew Dis, uma resposta a musica de Shan, a diferença é que Cool C mandava fogo em Shan, Shante. MitchSki lançou a musica “Brooklyn Blew Up The Bridge, South Bronx Helped Us Out” – essa musica pode não ter feito sucesso ou ter abalado Queensbridge, mas ganha o premio de rap como nome mais cumprido da época. MitchSki dava suas cutudas em Shan no back stage. Outro que apareceu do nada em Queensbridge e se envolveu foi Butchy B com a musica Go Magic, uma musica promocional para o programa de Mr. Magic para a radio WBLS.

I heard about you suckers with your Juice Crew Dis,
you went and made a record that the people go and miss"
(...)
all you suckers with the lipstick need to get a dress;
Looking like a faggot, jocking Mr. Magic,
acting like a parasite, leach or maggot...
Eu ouvi sobre vocês otários com seu menosprezo da Juice Crew ,
você foi e fez um disco de que as pessoas vão e perdem "
(...)
todos vocês otários com batom precisam ter um vestido;
Olhando como uma bicha, fanfarrão Mr. Magic,
agindo como um parasita, sangue sugas, ou larva ...

A história do batom se refere a estação de radio WRKS-FM (a Kiss-FM nos EUA) que usava um par de lábios como logo. Butchy B pouco depois lançou a musica Beat Down KRS, que dentre tantas ofensas foi brincar justamente com o caco “didadidadidaday”que KRS-One fez em “The Bridge Is Over”. KRS-One levou pouco tempo para responder. Ele fez a resposta ainda em 1987 numa participação na musica Moshitup junto com Just-Ice no álbum Kool & Deadly.

They run they run they run they run they run their lyrics through
But when they finish rhymin you have not heard nuttin new
So this one dedicated to the one that run their rhyme-a
Time after time after time after time
I know what you will say before you jump up on the stage
But make sure you don't say "Di-di-di-dah-di-di-di-day"
Or I'll have to look for you and beat you all up
So when you see me in the street just keep your mouth shut
Eles correm correm correm correm correm através de suas letras
Mas quando eles terminarem de rimar você ainda não ouviu nada de novo
Então isso é dedicado ao que faz a sua rima
Vez após outra após outra após outra vez
Eu sei o que você vai dizer antes de subir em cima do palco
Mas tenha certeza que você não vai dizer "Di-di-di-dah-di-di-di-day"
Ou eu vou ter que olhar para você e te bater com tudo
Então, quando você me ver na rua apenas mantenha a boca fechada

Em 1988 a ladainha continou com o DJ Rockwell Noel junto com Poet em Taking U Out, bem mais agressiva que Beat You Down e atacava tanto KRS quanto sua esposa na época Ms. Melodie e o dj Red Alert da radio WRKS que ficou do lado do BDP na batalha. KRS respondeu com Still Number 1, The Numero Uno Mix, onde chamava Poet de mole e nada criativo, alem de dizer que ele soava como Big Daddy Kane.

Ka-Re-eSe Uno es fresco (Spanish for: KRS is fresh.)
Poet is soft ya know
Do not speak when grown people are speaking
Don't interrupt the class when I'm teaching
Turn your text-books now to BDP
And see
"Criminal Minded" and "By All Means Necessary"
I'm sort of like a bounty hunter,
I search for the best and crush the mother...
(...)
our first mistake was to answer back
to the undefeated master of beating suckers silly
No, I'm not from Philly
My name isn't Magic, Poet, or Billy
It's KRS, especially if it doesn't take you too long
to find out where I shift
And shifted back
To simply say you're wack
Weak, soft and really never posed a threat
In fact, I haven't heard a decent lyric from you yet
I'll bet creativity is something hard to get
As someone does your music and lyrics you slept
So step
Because obviously you haven't heard about my rep
I am undefeated, allow me to go more in depth
Boy you know - I'm still number one
Ka-Re-ESE Uno afresco es (espanhol para: KRS é fresco.)
Poeta é mole você sabe
Não fale quando as gente grande esta falando
Não interrompa a aula, quando eu estou ensinando
Transforme o seu textos e livros agora para BDP
e veja
"Criminal Minded" e "By All Means Necessary"
Eu sou como uma espécie de caçador de recompensas,
Eu procuro o melhor e esmago o filho da...
(...)
nosso primeiro erro foi responder de volta
ao mestre invicto em derrotar otários sem malicia
Não, eu não sou de Philly
Meu nome não é Magic, Poet, ou Billy
É KRS, especialmente se levar muito tempo com você
para descobrir onde eu mudar
E mudou de volta
Para simplesmente dizer que você é uma bosta
Fraco, mole e realmente nunca representou uma ameaça
Na verdade, eu não ouvi uma letra decente de você ainda
Aposto criatividade é algo difícil de ter
Como alguém faz suas músicas e letras que dão sono
Então, passo
Porque, obviamente, você não ter ouvido falar sobre o meu rep
Estou invicto, me permita ir mais a fundo
Garoto, você sabe - eu ainda sou o número um

KRS-One não respondeu diretamente a Poet sobre os versos dedicados a sua mulher, mas mesmo assim Rockwell Noel e Poet continuaram sua empreitada – e pouco se ouvia algo de MC Shan, na verdade ele ja tinha praticamente sumido. Poet e Noel lançaram o single Massacre com alguns versos em resposta ao BDP com algumas mensagems subliminares do tipo “sucker mc’s try to test me...” (alguns mc’s otários querem me testar).

Em 1988, BDP e KRS-One novamente despejaram o verbo contra a Juice Crew na musica “My Philosophy”.

you walk down the street and get jumped
You got to have style, and learn to be original
and everybody's gonna wanna diss you
like me, we stood up for the South Bronx
and every sucka mc had a response
You think we care? I know that they are on the tip
my posse from the Bronx is thick
and we're real live, we walk correctly
a lot of suckas would like to forget me
but they can't, cause like a champ
I have got a record of knocking out the frauds in a second
on the mic, I believe that you should get loose
I haven't come to tell you I have juice
você andar na rua e saltou
Você tem que ter estilo, e aprender a ser original
e todo mundo vai menosprezar você
como eu, que se levantou para o South Bronx
e para cada mc otário tiveram uma resposta
Você acha que nos importamos? Eu sei que eles estão na ponta
Minha posse do Bronx é grossa
e estamos realmente vivos, caminhamos corretamente
um monte de otários gostaria de me esquecer
mas não podem, porque como um campeão
Eu tenho um disco que bate as fraudes em um segundo
no microfone, eu acredito que você deve ficar perdido
Eu não vim para te dizer que tenho suco

Quando MC Shan ressurgiu das cinzas com seu disco Play It Again, Shan a musica Time For Us To Defend Ourselves tinha alguns versos respondendo a musica My Philosophy do BDP.

Knowledge ain't nothin but a book on your shelf
With justice in mind think deep to yourself
O conhecimento não é nada além de um livro na sua estante
Com justiça na mente pense profundamente em si mesmo

Em 1990, BDP lançou seu álbum mais experimentalista, o Edutainment. Muito bem criticado (e posteriormente copiado por muitos) e com uma linguagem que já demonstrava o que iria ser a carreira solo de KRS-One. Assuntos como historia, política, racismo, auto identidade, escravidão, violência entre os negros, violência policial e corrupção e a industria da musica. Mas apesar de todo o conhecimento aplicado nas letras, KRS-One não resistiu em dar uma cutucada na Juice Crew na letra de Blackman In Effect.

This is the language of the people ready to hear the truth
I've got no juice, 'cause I'm not getting juiced
To have juice means you kiss and lick a lot of booty
To have respect means you simply know or knew me
Heard what I had to say and felt as though you'd say that too
I'm not down with a juice-crew
But anyway I say today the message I create is great
I don't preach hate, I simply get the record straight
Esta é a linguagem do povo pronto para ouvir a verdade
Eu não tenho suco, porque eu não estou sendo expremido
Para ter suco significa que você tem que beijar e lamber um monte de bundas
Para ter respeito significa que você simplesmente conhece ou me conhecia
Ouviu o que eu tinha a dizer e sentiu como se você dissesse também
Eu não estou cabisbaixo com a Juice Crew
Mas de qualquer maneira eu digo hoje a mensagem que criei é grande
Eu não prego o ódio, eu simplesmente tenho disco certo

Nos anos 90, a treta entre BDP e Juice Crew, KRS-One e MC Shan não foi esquecida pelos fans de ambas os grupos e nem mesmo por quem participou da batalha. Bridge Wars foi referencia para grupos como DAS EFX, Nas, Big Punisher, Supernatural, 2Pac e muitos outros. MC Shan e KRS-One reconhecem que a rivalidade ficou  num dos pontos mais importantes da cultura e da historia do Hip Hop. Os dois apareceram juntos num comercial de refrigerante em meados dos anos 90 em um ringue de boxe. MC Shan, infelizmente nunca recuperou seu brilho apos a batalha da ponte, sempre quando ha conversas ou voltam a se escutar os discos e as letras sobre a batalha, sempre ha a certeza de houve um perdedor (sempre há) e que esse perdedor foi MC Shan. Aos poucos os trabalhos de Shan foram diminuindo e KRS-One se tornou uma das figuras mais importantes do Hip Hop, tantos nos trabalhos, letras e no ativismo de preservação da cultura, com uma carreira solo de sucesso e com discos que marcaram época.

Nos nos, Poet se tornou “Blaq Poet”, fazendo parte de alguns grupos como PHD (Poet e DJ Hot Day) e do que alcançou mais sucesso chamado Screwball, lançando sempre uma cutucada ou chamuscada em KRS-One em um verso ou outro.

Duas musicas, The Bio e You Love To Hear The Stories que tinha como refrão a musica original de MC Shan - The Bridge e tinha sua participação no ultimo verso, recontava a historia de como ele entrou na batalha, foi ignorado, e nunca precisou entrar no conflito físico.  

Back when I first laced the wax with rhymes
It was eighty sa'en, I was a crazy sa'en
Niggas tried to diss the Bridge I came bustin'
Even quoted Doug E Fresh sayin we was nothin'
You don't believe that, you know I called his bluffin'
Made 'em go buy a click and put 'em on patrol
You know P-O-E-T stayed in war mode
My gats stayed unlocked ready to unload
Loungin' waitin for the drama to unfold
But luckily we never had to go there

(the bio)
De volta quando eu lacei os otários com rimas
Foi nos anos 80 tá ligado, eu era um louco ta ligado
Uns manos tentaram humilhar a Ponte e cheguei babando
Mesmo citando Doug E Fresh dizendo que não éramos nada
Você não acredita nisso, você sabe que eu chamava ele de blefe
Fez-me ir comprar um clique (arma) e coloca-lo em vigilância
Você sabe P-O-E-T ficou em modo de guerra
Meu gatilho ficou desbloqueado pronto para descarregar
Longa espera para o drama se desdobrar
Mas, felizmente nunca tivemos de ir lá
Y'all niggas love to hear the stories again and again
Of how it all got started way back then
See it was Marly, MC Shan, the Juice Crew
Queensbridge, hip-hop land, those niggas blew (up)
Nobody said it started there
But some playa hater tried to end a party there
Niggas didn't care they burned it, put it in the air

(you love to hear the stories)
Todos manos gostam de ouvir as histórias de novo e de novo
De como tudo começou muito tempo atrás
Veja que era Marly, MC Shan, a Juice Crew
Queensbridge, a terra do hip-hop, os manos explodiram (para cima)
Ninguém disse que começou lá
Mas alguns jogadores odiavam e tentaram acabar com uma festa lá
Os manos não se importaram e queimaram, colocando no ar

Em 2001, uma compilação chamada QB’s Finest juntava muitos dos mc’s de Queensbridge, e novamente MC Shan cutucou KRS-One com dois versos;

Hip hop was set out in the dark
The Bridge was never Over, we left our mark
Hip hop foi colocado no escuro
A Ponte nunca acabou, nós deixamos nossa marca

KRS-One e Marley Marl a partir dos anos 2000 pararam com o disse me disse sobre Bridge Wars e fizeram um disco juntos em 2007, o álbum Hip Hop Lives. Duas faixas desse disco tinham a intenção de acabar de vez com a batalha, uma era The Victory com participação de Blaq Poet e produção do DJ Premier e Rising (Rising To The Top) onde KRS contava a historia sobre a Bridge Wars em sua perspectiva. Era um grupo novo, tentando entrar no jogo do rap em um período em que discos de resposta eram comuns, e o que Shante havia feito eles acabaram fazendo o mesmo.

Answer records were big then;
after Shante did it, everyone was trying to spit them
So we spit on...
To tell you the truth, it was the only way a MC could get on
We answered MC Shan's "Queensbridge";
A dope jam about where he was from and where he lived;
But in the Bronx there was these kids
KRS, Scott La Rock tryin' to live...
Discos de resposta eram grandes, então;
depois que Shante fez isso, todo mundo estava tentando fazer também
Então, nós fizemos também ...
Para dizer a verdade, foi a única maneira que um MC poderia começar
Nós respondemos MC Shan "Queensbridge";
Um som louco sobre de onde ele era e onde morava;
Mas no Bronx havia essas crianças
KRS, Scott La Rock tentando viver ...

No final da musica, KRS-One diz que esta em debito com Shan e Marley Marl. Ele fala sobre o tema em outras musica como House Of Hits. KRS-One ainda contribuiu participando do remake de Symphony 2000 de Marley Marl, clássico em 1999.

Abaixo todos as musicas mais relevantes da batalha Bridge Wars nos anos 80.



Você pode ler mais, e de forma muito mais detalhada sobre The Bridge Wars nos links abaixo;


As traduções das letras não buscam uma tradução perfeita, até mesmo porque não existe uma tradução perfeita, tente ler ao máximo e estudar a lingua para compreender a música original em um todo.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CONHECIMENTO REINA SUPREMO SOBRE (QUASE) TODO MUNDO - KRS ONE :: BOOGIE DOWN PRODUCTIONS

“Em vez de ler a palavra de Cristo, seja a palavra de Cristo. 
Em vez de seguir a palavra de Deus, seja a palavra de Deus. 
Essa é a consciência do Hip Hop. 
Você não está fazendo Hip Hop, você é o Hip Hop. 
Você não está apenas lendo a palavra de Deus, você é a palavra de Deus.” 
- I Will Make It – KRS One

As palavras acima são de Lawrence Krisna Parker, um rapaz nascido no Brooklyn/NY em 20 de agosto de 1965 descendente de jamaicanos, conhecido por seu apelido  notório como mc KRS-One (um acrônimo de Knowledge Reigns Supreme Over Nearly Everybody – Conhecimento Reina Supremo Sobre Quase Todo Mundo) ou também pode ser chamado de Teacha (Professor).

Parker deixou sua casa aos 16 anos sonhando em ser mc, vivendo em abrigos no South Bronx, onde ganhou o apelido de “Krishna” pelos residentes do abrigo pelo seu interesse na espiritualidade Hare Krishnas (e se tornou um vegetariano nesse período) na busca sobre os trabalhos contra a pobreza. Nesse momento, Parker conheceu Scott Sterling, parceiro nos grafites onde fazia o tag mais conhecido KRS-ONE. Scott se tornaria mais conhecido como DJ Scott La Rock, faria um duo com Parker e formaria o grupo com outros mc’s chamado “Scott La Rock And The Celebrity Three”, que durou pouco, e restou apenas Scott e Parker – que usava o apelido de KRS-One oficialmente e batizaram um novo trabalho como “Boogie Down Productions”. O primeiro single foi “Success Is The Word” produzido por David Kenneth Eng e Kenny Beck  lançado pelo selo “12:41” mas que de sucesso não obteve nenhum. Juntos seriam parte de um dos trabalhos mais conceituais no Hip Hop com KRS-One e Derrik D-Nice Jones, o Boog Down Productions (BDP).

Apos a rejeição de muita gente, desde produtores de eventos, rádios e de outros grupos, a principal treta talvez tenha sido no principio com o DJ Mr. Magic e Marley Marl. KRS-One não aceitou muito bem a rejeição e trocou farpas com ambos. O que viria a ser conhecido como “The Bridge Wars” – é a treta de rappers que teve muito pano para a manga e é lembrado como um dos episódios memoráveis no que consiste sobre batalhas entre mc’s, principalmente entre KRS-One e MC Shan. Esse mês ainda fazemos uma matéria especial sobre essa parte da história do Hip Hop.

KRS-One achou ofensiva a musica “The Bridge” de MC Shan – na época protegido de Marley Marl que também produziu a musica.  Na letra, Shan falava que o Hip Hop foi fundado em Queensbridge. KRS-One em resposta gravou “South Bronx”. E não parou por ae, MC Shan gravou “Kill that Noise” e a resposta na seqüência de BDP foi “The Bridge Is Over”.

Em um dos shows, KRS-One mostrou que um dos seus apelidos (The Blastmaster) era real e devastou MC Shan ao vivo. Muitos (não eu) acreditam que essa foi a primeira batalha real entre mc’s em que um atacava o outros com rimas e fazia o público ficar ao seu lado. Nesse período, KRS-One já ganhava notoriedade por ser um dos primeiros mc’s a incorporar o flow jamaicano no Hip Hop. Uma de suas primeiras incursões foi usar parte da melodia de “Zunguzungu Zeng” de King Yellowman.

Quando KRS-One usou tanto o flow de “Zunguzungu Zeng” e o sampler do riddim “Diseases”- original de Alton Ellis na musica “Mad Mad” em 1967 pelo Studio One. Quando KRS-One usou o sampler na musica “Remix for P is Free”, foi oficialmente creditado a ele o titulo de uma das figuras mais influentes ao conseguir introduzir de forma original a ponte entre a musica jamaicana e o Hip Hop americano. No decorrer do tempo, essa mesma frase de Yellowman foi usado por Heavy D, Fugees, Notorius Big, Tupac Shakur muitos outros. O sampler de “Mad Mad/ Diseases” produzido por BDP foi refeito pelo duo BlackStar formado por Talib Kweli e Mos Def na musica “Definition”.

Juntos com Scott La Rock, KRS-One lançou seu primeiro álbum; Criminal Minded em 1987. BDP foi o primeiro grupo a fazer uma capa com armas e KRS-One o precursos das letras hardcore e gangsta rap. Antes de mártires assassinados no Hip Hop como Notorios Big, Tupac Shakur, Jam Master Jay, o  DJ Scott La Rock foi assassinado a tiros poucos meses depois do lançamento do álbum ao separar uma briga entre D-Nice e uma gangue local.

Nesse mesmo ano de 1987, Afrika Bambaata promoveu um encontro histórico no clube Latin Quarter onde ele fez com que a comunidade do Hip Hop se tornasse (e se educasse) de forma mais ativa socialmente e politicamente. Esse encontro influenciou KRS-One de forma a lançar um single chamado “Stop The Violence”.  A popularidade da musica fez com que outros grupos seguissem esse mesmo conceito de letras conscientes no meio do Hip Hop.

Apos o assinato de Soctt La Rock, KRS-One deu continuou com o Boogie Down Productions por mais alguns anos apos a tragédia. BDP lançou o álbum “By All Means Necessary” em 1988 junto com parte da fundação do BDP como D-Nice e Ramona “MS. Melodie” Parker e o DJ Kenny Parker e alguns outros produtores, dj’s e mc’s. Nesse período, Boogie Down Productions mudou seu foco de letras para voltado ao protesto político e social seguindo pelos discos; Guetto Music: The Blueprint Of Hip HopEdutainmentLive Hardcore Worldwide e Sex And Violence.

KRS-One foi um dos incentivadores ao projeto H.E.A.L (Humans Education Against Lies – Educação Humana Contra Mentiras) e posteriormente o Stop The Violence Movement, um movimento sem fins lucrativos baseado na comunidade do Hip Hop com a missão de avançar na diminuição da violência, promover eventos educacionais, diálogos, encontros organizacionais e direcionamento da comunidade. O movimento promoveu no decorrer dos anos programas, workshops, simpósios e campanhas alertando os efeitos da violência, criando forums direcionados a orientação dos jovens, pais e resolução de conflitos na própria comunidade.

Com a disseminação de idéias muitos mc’s participaram do single “Self Destruction” em 1989. KRS-One dividiu a autoria com o musicologista Nelson George. A musica alertava contra a violência dos pretos-contra-pretos e tinha versos como os de Kool Moe Dee; “I never ever ran from the Ku Klux Klan, and I shoudn’t have to run from a Black man”[ Eu nunca corri da Ku Klux Klan, e não é agora que vou correr de um homem preto.]

A partir desse ponto, as diretas em suas letras, as tretas e tudo o que envolvia o mundo de KRS-One mudaram o foco, o apelido de “Blastmaster” (usado uma vez ou outra) ficou de lado, deixou a aproximação defensiva e adotou de vez o seu papel de “Teacha”.

Apos cinco álbum sob o nome Boogie Down Production, KRS-One decidiu usar seu próprio nome e seguir por si só. Seu primeiro álbum solo Return Of The Boom Bap foi lançado em 1993. Na produção estiveram presentes DJ Premier, Kid Capri e Showbiz, esse último produziu um dos clássicos de KRS-One, Sound Of Da Police. Seu segundo álbum, intitulado com seu próprio nome KRS-ONE, convidou diversos nomes para trabalhar junto como Mad Lion, Rimo, Busta Rhymes, DAS EFX, Fat Joe e alguns outros, e não poupou nomes em suas musicas como a de C. Delores Tucker do BCRA (Black Civil Rights Activist) na musica “Free Mumia” em parceria com Channel Live. Channel Live foi um grupo organizado por KRS-One e no mesmo ano de 1995 lançou um álbum chamado Station Identification produzido por KRS-One, Rheji Burrel e Salaam Remi.

Em 1997, o lançamento do álbum I Got Next, liderado pelo single Step Into A World (Rapture’s Delight), com um sampler da musica Rapture banda punk/new wave Blondie – que na minha opinião a musica ficou muito melhor com KRS-One do que com a própria banda, e também contava com um remix do comercialíssimo Puff Daddy na época mas nada que se igualasse a original. I Got Next foi o disco mais vendido do KRS-One, chegando a No 3 na Bilboard 200, tanto pelas participações como pelos samplers de bandas e grupos conhecidos facilmente reconhecidos, fez com que muitos dos apreciadores e observadores ficaram surpresos pelo discos, já que o anti-mainstream de KRS-One é fatídico.

Nesse ano, um dos episódios mais tensos foi a entrevista na BBC Radio 1 de KRS-One com TIM Westwood. KRS-One denunciou no ar o DJ e a Radio, dizendo; “eles não sentem Westwood, ele é um vendido e vendeu sua alma para o lado obscuro”, e que ignoravam seu estilo de Hip Hop mais consciente e protestante, favorecendo o espaço aos artistas mais comerciais como Puff Daddy (bem isso é em qualquer lugar – até mesmo aqui!!!). Depois da troca de farpas com Westwood, o disco e o single “Step Into My World” se tornou o trabalho com maior evidencia e o mais vendido de todos. Em 2007, em uma nova turnê pelo Reino Unido, KRS-One novamente soltou suas farpas contra Westwood em seus freestyles.


Em 2004, uma nova controvérsia se tornou parte da vida de KRS-One, em uma discussão promovida pela revista The New Yorker tratando dos atentados de 9/11, KRS-One soltou a pérola; “We cheered when 9/11 happened [Nós comemoramos quando o 9/11 aconteceu]”. O comentário gerou criticas de diversos canais de comunicação, incluindo o New York Daily News que chamou KRS-One de anarquista e disse “que se Osama Bin Laden tivesse comprado um disco de rap, ele provavelmente teria começado com um CD de KRS-One”.

KRS-One respondeu sobre os comentários no site AllHipHop.Com;

“Perguntaram-me sobre o porquê do Hip Hop não se envolver mais com a situação atual (ou seja, 9/11), a minha resposta foi "porque não nos afeta, ou pelo menos não percebemos que isso nos afeta, o 9/11 aconteceu a eles ". E eu disse que "eu estou falando para a cultura agora, eu não estou falando a minha opinião pessoal." Eu continuei a dizer, "9/11 afetou a parte do centro. Os ricos, os poderosos, aqueles que estão nos oprimindo como uma cultura; a Sony, a RCA ou a BMG, Universal, as estações de rádio, o Clear Channel, a Viacom com a BET e a MTV, esses são os nossos opressores, essas são as pessoas que estamos tentando superar no Hip Hop todos os dias, isso é uma coisa diária. Nós aplaudimos quando 9/11 aconteceu em Nova York e dizemos que de estar aqui aqui. Porque quando estávamos lá no comércio do centro, que estávamos sendo atingidos na cabeça por policiais, disseram que não podíamos entrar no prédio Trade Center, apressou-se para a estação de trem por causa do modo como vestiamos e conversávamos, e assim por diante, éramos racialmente perfilados. Assim, quando o aviões atingiram o edifício, nós éramos como, "mmmm, a justiça." e assim quando eu comecei a dizer "agora, é claro, muitos de nossos amigos e familiares foram perdidos lá também" fui interrompido ...” (Leia a resposta integral em inglês nos comentários).

Em 2005, KRS-One participou junto de Chuck D do remix da musica “Bin Laden” de Immortal Techique produzida pelo DJ Green Lantern, que culpa os neo-conservadores estadunidenses, a doutrina Reagan e o ex presidente George W. Bush pelo ataque ao World Trade Center, e indica um paralelo de desvalorização, destruição e violência urbana nos guetos e comunidades.

Em 29 de abril de 2007, KRS-One novamente defendeu seu ponto de vista a respeito dos ataques em 9/11, quando o questionaram sobre o tema no programa Hannit’s America do canal Fox News, a resposta foi imediata; “o povo aplaudiu quando acertaram esse establishment [império], não quando pessoas estavam morrendo ou tinham falecido”. Ele também discutiu sobre outras coisas, o escândalo “Don Imus” e o uso de linguagem e temas profanos no Hip Hop.

Em 2011, a controvérsia sobre o 9/11 e o terrorismo novamente foi tema para KRS-One apos 10 anos do atentado. O vídeo da musica Real Terrorism no qual fazia uma participação com o rapper Greenie, foi banido do youtube por conteúdo impróprio. O vídeo continha imagens atuais das atrocidades estadunidenses na historia contemporânea. A musica diz que os Estados Unidos são culpados por terrorismo e todas as atrocidades praticadas em outros países pelos Estados Unidos. A musica e o vídeo trouxe muita controvérsia principalmente em grupos conservadores e opiniões controversas de quem apóia a liberdade de expressão e o discurso livre que voltaram a postar o vídeo (mesmo banido) no youtube novamente. O mesmo vídeo em outros sites de hospedagem de vídeo como Vimeo tiveram mais de 50 mil acessos em poucos dias. Questionado sobre o tema, o youtube se recusou a fazer qualquer comentário sobre o vídeo e a ação de banir por conteúdo impróprio.

Apos ter deixado alguns projetos de lado e um disco engavetado, KRS-One se tornou vice presidente da A&R na Reprise Records. E lançou o álbum Maximum Straight 2008. Mudanças vieram, ele se mudou para a Califórnia por dois anos e terminou seu vinculo com a Jive Records com o disco A Retrospective.

Fora todo seu trabalho como mc e produtor, KRS-One publicou alguns livros a partir dos anos 90; The Science Of Rap (1995) e Ruminations (2003), recebendo criticas do tipo “um tema compreensivo, com uma parte de auto-ajuda, parte manifesto. Realizou uma sondagem perfurando a reflexão metafísica sobre tudo, incluindo a religião, o governo e a industria da musica.” (resenha por Black Issues Book Review). Em 2009 foi a vez do lançamento do livro The Gospel Of Hip Hop, lançado pelo próprio KRS-One com seu próprio ponto de vista. “I Am Hip Hop”, o livro, foi impresso pela Power House Books Publishing. Esse trabalho literário de KRS-One coloca em primeiro plano as praticas culturais e a filosofia moral do verdadeiro Hip Hop. Os livros servem como uma forma de expressão criativa de uma cultura extremamente vibrante. Questionado a respeito do livro, KRS-One respondeu que “The I Am Hip Hop impresso vai servir como uma casa para a verdadeira e real expressão do Hip Hop”.

O livro Gospel Of Hip Hop é uma peça fundamental e filosófica no formato da bíblia cristã com mais de setecentas paginas, e serve basicamente como um livro guia para quem considera o Hip Hop uma verdadeira cultura. O livro combina fé e um fascinante e clássico conhecimento pratico do Hip Hop em um caminho muito mais profundo. Um dos caminhos traçados no livro é do auto-criação e detalha o desenvolvimento da “Kultura Hip Hop”. O livro traz de forma especifica e citações, diversas manifestações na historia onde o leitor descobre que o mesmo espírito e idéias são aplicadas no Hip Hop. KRS-One explica que o Hip Hop atualmente tem um significado histórico e lingüístico, no qual um leitor pode assimilar todas as informações e criar um caminho para o amor, saúde, conscientização e riqueza.

Alem de permanecer leal as organizações e grupos que preservam o Hip Hop como a Zulu Nation, o Hip Hop Congress e o Rock Steady Crew, KRS-One fundou outras duas organizações sem fins-lucrativos incluindo o já citado H.E.A.L. em 1991 e o Templo do Hip Hop em 1996. KRS-One ainda se mantém como um organizador da comunidade, filosofo e filantrópico. Alem de participar de manifestações políticas em apoio a Mumia Abu Jamal e Nelson Mandela, também gera novos pontos de vista e controvérsias (diferente de contraditório) a respeito dos ataques de 9/11, jamais pode se dizer que KRS-One recuou de qualquer discussão. Até hoje ele ainda faz palestras regularmente, inspira paz, amor, segurança e unidade. Para KRS-One Hip Hop é um estilo de vida capaz de elevar a auto-estima de cada pessoa, e provou isso no decorrer de todos esses anos de Hip Hop!!!



Para adquirir discos do KRS-ONE @ FYASHOP

DISQUS NO FYADUB | FYASHOP

O FYADUB | FYASHOP disponibiliza este espaço para comentários e discussões das publicações apresentadas neste espaço. Por favor respeite e siga o bom senso para participar. Partilhe sua opinião de forma honesta, responsável e educada. Respeite a opinião dos demais. E, por favor, nos auxilie na moderação ao denunciar conteúdo ofensivo e que deveria ser removido por violar estas normas... PS. DEUS ESTÁ VENDO!