O singjay Dennis Anthony Thomas (nascido em 1964), ficou mais conhecido como King Kong, e é um dos grandes deejay/cantor jamaicano, mais conhecido por seu trabalho no início da década de 1980.
Nascido em Kingston, Thomas gravou pela primeira vez como um deejay nos estúdios da Tuff Gong em 1982, trabalhando inicialmente com o pseudônimo Junior Kong, por causa do seu pai. Seu primeiro single foi "Pink Eye". Trabalhou com GT e montou seu próprio sistema de som do Love Bunch, e gravou para o selo do Firehouse de King Tubby, cantando em um estilo similar ao de Tenor Saw. As primeiras gravações de King Kong para Tubby foram sobre os primeiros ritmos digitais, e incluiu canções como "AIDS" e "Babylon", e o colocou como um artista conhecido. Seu primeiro lançamento foi dividido com outro dos cantores de Tubby, Anthony Red Rose, com Two Big Bull Inna One Pen lançado pelo selo Firehouse.
Durante 1986 e 1987, Kong gravou para vários dos principais produtores da Jamaica, incluindo Prince Jammy, com quem ele lançou seus maiores sucessos com "Trouble Again" (a faixa-título de seu álbum de estreia produzido por Jammy). King Kong também trabalhou com Black Scorpio, Harry J, Errol Thompson, Ossie Hibbert, Bunny Lee e Prince Jazzbo. Enquanto muitas de suas canções tratavam do que acontecia na época, várias de suas canções também tinham temas políticos e culturais.
Ele lançou vários álbuns durante meados dos anos 80 antes de se mudar para Nova York, e depois para o Canadá no final da década de 1980, onde lançou algumas músias pelo seu selo Conscious Music. A morte de Tenor Saw em 1988 levou King Kong a lançar "He Was A Friend" como tributo. Em 1989 ele se mudou para a Inglaterra, e gravou com Mafia & Fluxy e Gussie P no início de 1990. Ele começou a gravar mais regularmente novamente na década de 2000.
Em meados dos anos 2000, King Kong se mudou para a Etiópia onde reside até hoje.
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Existem diversos; desentendimentos, discussões, tretas, buxixos, fofocas,
ladainhas, diz que me disse, e tantos outros nomes para definir como uma frase
ou algo mal entendido pode se tornar. Pois bem, na música também existe isso,
alguns sabem ser moderados, outros nem tanto, tem quem vacila mesmo e não
entende do que se trata de fato o que está acontecendo, ou leva a sério demais
e acaba se tornando alvo.
Entre algumas das tretas mais interessantes no reggae, existe a clássica e
considero a mais importante, o beef (termo inglês para treta) entre I Roy e
Prince Jazzbo. Algumas dessas tretas acontecem em outros estilos, escrevi
tempos atrás sobre a Bridge Wars, a mais histórica do hip hop entre QueensBridge e South Bronx, basicamente entre a Juice Crew de MC Shan e KRS-One na
época com a crew Boogie Down Productions, protagonistas da encrenca toda. Ou
seja, se o reggae é o tio do hip hop, isso quer dizer que tudo que acontece
hoje no hip hop, já em algum momento aconteceu com seu predecessor originado na
pequena ilha do caribe.
De um lado, Roy Samuel Reid nascido em junho de 1944, mais conhecido como
I-Roy apadrinhado e influenciado por um dos grandes nomes do toast e mic chant,
Dennis Alcapone, mas a sombra sempre do originador, U Roy. As
primeiras gravações foram com grandes produtores da ilha como Gussie Clark,
Glen Brown, Lee Perry e Bunny Lee. I-Roy acabou se tornando um ícone pela qualidade lírica
e pelos produtores com quem trabalhou, um dos maiores DJ’s da ilha nos anos 70.
Lançou uma centena de singles e álbuns, incluindo uma citação como “o poderoso
poeta” (the mighty poet), na música “Street 66” de Linton Kwesi Johnson.
I Roy
No outro lado, seu maior oponente Linval Roy Carter, nascido em setembro
de 1951, conhecido como Prince Jazzbo. Remanescente das sound systems clássicas,
começou gravando para o Studio One no inicio dos anos 70, e acabou trabalhando
com Glen Brown, Lee Perry e Bunny Lee, gravando com diversos músicos e
artistas, e também lançando discos pelo seu selo Ujama. Jazzbo acabou por
participar de um dos álbuns mais importantes de toda a historia do reggae, o
Super Ape produzido por Lee Perry. Jazzbo colocou voz na música “Croaking Lizard”, além de gravar o essencial tune “Crabwalking”, a versão deejay de “Skylarking”
de Horace Andy.
Versões sobre o porquê da troca de ofensas em discos começaram entre I-Roy
e Jazzbo existem diversas, e todas sem uma fonte lá muito confiável ou de uma
fonte fidedigna, já que os dois já são falecidos e não há uma entrevista com os
dois juntos falando sobre a rixa. A máxima “a história é baseada em fatos, e
contra fatos não há argumentos”, não cabe aqui nessa história. O único fato é
que a treta entre dois dos mais importantes deejays dos anos 70 rendeu discos,
e até hoje é contada como um dos episódios mais
interessantes da musica jamaicana.
Uma das citações publicadas está no livro de David
Kratz, “Solid Foundation”, onde a encrenca toda foi gerada pela empresaria
Monica, dona de uma loja especializada em reggae em Toronto nos anos 70. Num dos
trechos do livro U-Roy fala um pouco sobre a rixa entre os dois;
“Sobre I Roy e Jazzbo, para mim, eu
sei que foi um fingimento, porque eu vou te dizer uma coisa; em uma das músicas
do Prince Jazzbo, fui eu quem fez a introdução dela. Sim, quando Jazzbo diz – e
quando eu digo para Jazzbo; “O que aconteceu Jazzbo?, E quando eu digo... eu
digo para ele: “Bwoy, eu ouvi o bwoy I Roy dizer o seu nome, sabe! E Jazzbo diz
na música: “E assim que ele faz, ele cita o meu nome para se promover”. Eu fui
o único que disse isso. Nesse tempo eu tinha entre 15 ou 18 anos de idade, sim,
no estúdio do King Tubby. Eu sei que de fato, foi mais fingimento, e aos dois
gravaram as músicas para Bunny lee naquele época, e Bunny Lee era uma forte
personalidade por trás daquilo, influenciando os dois para fingirem uma rixa de um com o
outro. Yeah, yeah, yeah man.” Disse U Roy.
Prince Jazzbo
Dentre muitos outros relatos, esse de U Roy, dizendo que tudo não passava
de um atrito fingido, é o que mais é publicado. Mas, entretanto como disse no
inicio, tem gente que leva o buxixo a sério, e às vezes certas ações que
deveriam ser para entreter e esquentar a coisa toda, se torna agressiva verbal
e fisicamente... e saiba que isso acontece até hoje.
No mesmo período, I Roy mencionou um incidente na música “Jazzbo Have Fe
Run”, onde Jazzbo respondeu na música “Gal Boy I Roy”. Na musica Jazzbo fala do
incidente, que começou com a música “Concubine Donkey”, respondida por Big
Youth na música “African Daughters”. Contam que Jazzbo estava saindo do centro,
e foi abordado por Trevor “Leggo” Douglas, amigo de Big Youth. Vendo essa pessoa,
Jazzbo vendo Leggo, correu para se esconder em uma loja de produtos químicos
(ou de limpeza) chamada Kincaid. I Roy frisou o episodio dizendo na música “Jazzbo
Have Fe Run” o seguinte;
This incident happen on North Parade
I´m run past Kincaid
I´m couln´t get no first aid.
Jazzbo, wha´mek you do dat?
Este incidente aconteceu em North Parade
Eu passei batido por Kincaid
Eu não consegui pegar os primeiros socorros
Jazzbo, porque você fez isso?
Nas palavras do radialista Mick Sleeper; “I Roy e Jazzbo eram amigos, a
encrenca toda foi por diversão e para vender alguns discos. A mesma coisa
aconteceu na era do ska entre Prince Buster e Derrick Morgan se não estou
enganado, as pessoas se apegam como se fosse real, e algumas brigas acontecem
entre os fans. Ambos Prince e Derrick tiveram que esfriar as coisas e mostrar
que são amigos, e as musicas eram só para diversão. Coxsone também gravou um
monte de músicas com Lee Perry nos vocais falando de Prince Buster (Mad Head,
Royalty, Prince In The Pack, Don’t Copy), e Perry e Buster eram amigos”.
Existe uma gravação de U Roy concedendo uma entrevista para David Rodigan
em 1981, onde a desavença foi abordada e I Roy deu a sua versão, dizendo que os
dois estavam em estúdio em 1974 e Jazzbo tentava colocar o vocal em uma faixa,
que já demorava em torno de 90 minutos, mas não conseguia fazer do jeito certo.
I Roy acabou gravando na faixa de Jazzbo, onde surgiu “Straight To Prince
Jazzbo Head” em um take apenas. E no meio da música ele fez alguns comentários sobre
Jazzbo em versos como; "if you were a jukebox I wouldn't put a dime in
you" (se você fosse uma jukebox, eu não colocaria um centavo em você).
Então Bunny Lee, o produtor da sessão de gravação, falou com Jazzbo e disse a
ele o que I Roy tinha versado na música, então Jazzbo gravou “Straight To I Roy
Head”, e depois foi uma sequencia de músicas atacando um ao outro. Derrick
Morgan também acabou se envolvendo na intriga toda e gravou “I Roy The Chiney
Commer Around”, respondida por I Roy no clássico “Hard Man Fe Dead”.
Nesse programa (o qual eu nunca escutei, apenas li a respeito), Rodigan
tocou todas as faixas em que I Roy e Jazzbo trocaram ofensas.
Nessas, I Roy disse que começou tudo como uma brincadeira, mas Jazzbo
levou tudo um pouco mais a sério. Não tenho duvida de que toda a história foi
criada, e se tratava de ganhar dinheiro e vender discos, talvez o episódio de
Kincaid seja o mais sério de tudo isso, e os dois continuaram amigos nos anos
que passaram. Tanto que I Roy gravou para Jazzbo em seu selo Ujama. E sobre a
tal Monica de Toronto, ela distribuiu disco do selo Striker do Bunny Lee, e já
que vender discos era o intuito, a rixa nada mais fazia que encher o caixa.
O fim da história dos dois foi que, a derrocada de I Roy foi não ter se
revitalizado nos anos 80 com a chegada das produções digitais e o dancehall. Com
diversos problemas financeiros, acabou vivendo como desabrigado nos anos que
precederão seu falecimento por ataque cardíaco em 1999, aos 55 anos de idade. Já
Prince Jazzbo faleceu em 2013, depois de lutar contra o câncer, mas produziu canções
e lançou singles pelo seu selo Ujama antes de falecer. A última musica lançada
por Jazzbo foi “All Haffi Bow”.
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