sexta-feira, 8 de julho de 2016

QUANTO CUSTA (PRETENDER) SER DJ?





KL JAY - RACIONAIS MC'S
Quem nunca pensou em ser DJ?... antigamente, lá pelo final dos anos 80, bem no início dos anos 90 (período que eu comecei a sonhar em ser algo), ser DJ era simplesmente tocar discos na festa de aniversario de algum conhecido, fazer bailinhos na escola, sonhar em fazer um evento fechado. Sair de casa para ir até a 24 de Maio no Centro para comprar discos nas lojas clássicas com o Trucks Discos e Florida.

Além disso, era se inspirar pelo trabalho de outros DJ's, como os das fotos ao lado. Esses ao lado, ainda considero terem a essência original do oficio de ser DJ - e ainda me inspiro neles. Verdade que faltaram alguns (independente de gênero musical) como DJ Roger (Potencial 3), DJ Slick (DMN), DJ Patife, DJ Marco, DJ Ajamu, DJ King, DJ B8 (Projeto Nave), Grandmaster Duda, DJ Luciano, DJ Easy Nylon, Iraí Campos, DJ Cuca, DJ Marlboro, e tantos outros que ficaria difícil dizer tantos nomes. Deixo um BIG UP! imenso a todos esses que ainda inspiram tantos a estudarem e trabalharem como DJ. 


DISCOTECAR É TRABALHO SIM!!!

Esse artigo é de uma série de muitos outros, que estão guardados e esperando uma grande revisão. Desde que o rascunho foi escrito, o custo dos equipamentos e alguns serviços encareceram, então a mudança em uma parte do texto é de deixar ele mais genérico, e um tanto atemporal. Atemporal também é o trabalho do DJ no decorrer de tantos anos, que continua sendo demasiadamente desvalorizado, e de qualidade inferior.


DJ HUM
Outra intenção, é que você consiga identificar que o trabalho de DJ não é diferente de outras profissões, nele se aplica custo e valor. E o mais importante de tudo, é saber a grande diferença entre 'quanto custa' e 'quanto vale' um trabalho, seja ele qual for. Você pode substituir o profissional DJ por Técnico de Som, Técnico de Iluminação, Roadie, Produtor de Eventos, Garçon, Barman. E sem contar o número de músicos e mc's que a cada dia estão mais escassos, e essas profissões aos poucos estão desaparecendo do mundo dos eventos.

A grande sacada, é fazer com que essa profissão - sim, ser DJ é profissão, volte a ser respeitada e valorizada como qualquer outra, e seja profissionalizada de fato. Nossa contribuição é falar, escrever e discutir sobre o tema, e dar acesso aos mais novos que tem o intuito de tocar. O problema mais grave (talvez), seja a relatividade entre trabalho e lazer quando se trata de ser DJ. E o esquecimento dessa geração quanto a futura, que infelizmente vai ganhar menos do que os de hoje, ou absolutamente nada do jeito que estamos caminhando.


COMO DJ É UM ÓTIMO ATOR!

Reflita na seguinte frase; 'Fulano não fortalece a cena, porque não toca de graça!'... Avise ao fulano que e o beltrano que quem faz cena é ator por favor!

DJ TANO - Z'AFRICA BRASIL
Pense num exemplo; um dentista não faz um canal dentário gratuitamente, mas se dispõe a tocar (como suposto DJ) por um valor ínfimo ou por valor nenhum. Nada contra os dentistas, só foi uma forma de desenhar um quadro comum em toda a gratuidade - e pode ser que o dentista seja um DJ melhor do que muitos que acham DJ's. A grande maioria dos supostos DJ's não vivem do trabalho dos toca discos e dos discos. E o dinheiro do sustento que paga os discos, o boné e o tênis vem da formação da profissão de fato dessa pessoa, ou do pai, ou da mãe ou da madrinha. Comum ouvir que fulano está queimando o filme trabalhando por menos no setor onde o profissional trabalha, mas o mesmo acaba sendo o maior agente gratuito em eventos quando vai tocar. 

Eu que lhes escrevo, cozinho muito bem - sem modéstia alguma. Mas não me disponho ou proponho ser chef de restaurante, sem competência ou antes de adquirir tal competência. E se a pergunta é se quem toca de graça é incompetente, a resposta é sim e não. Alguns (muitos) são sim incompetentes, displicentes e desrespeitosos com o trabalho de outras pessoas.  

O trabalho como DJ é tão banalizado, que hoje muitos lugares acabaram por deixar um player randômico qualquer ligado a um som ambiente, ou uma rádio on line. Fator preponderante para isso, os supostos DJ's não estudam, não tem técnica e falta dedicação para fazer um trabalho bem feito. Absolutamente ninguém no mundo, vai pagar para ver um verme tocando discos fora do tempo, um set mal feito ou que nem mesmo foi feito, ou que nem mesmo saiba ou consiga manusear o equipamento. O tal público não é bobo, e não paga para ver algo que consiga fazer igual. Devido a isso, nem todo mundo que toca discos é DJ. Se o 'Zé da Coxinha' vê um cara tocando mal, ele vai achar que pode ao invés de fazer coxinha, tocar discos. E nesse caso, trocamos as vezes uma pessoa que faz boa coxinha por um péssimo DJ, ou pode ser também que a coxinha também seja mal feita, e o mesmo serviço mal feito vai ser espalhado no trabalho como DJ, e vai ser mal feito da mesma forma.

DJ PRIMO (RIP)
A falta de estrutura, equipamentos inadequados ou a falta de equipamento, faz com que uma grande parte do público acabe não indo a festas menores de ocupação entre 200 e 400 pessoas. Acabam buscando os clubes maiores e de valor agregado maior ou festivais, as vezes com uma entrada que varia de R$ 70,00 a R$ 250,00 reais - as vezes mais. Onde vai ter um DJ razoavelmente preparado ou uma celebridade instantânea do momento tocando (bem ou mal), com um suporte técnico de alto padrão, e vai sentir que valeu a pena ter pago pelo evento. Isso se relaciona a experiência que a pessoa tem, ao pagar por algumas horas de lazer. O investimento que ela esta fazendo é para fazer aquele momento valer a pena. Agora independente do gênero musical, existem pessoas de todos os tipos que acabam por prejudicar mais que ajudar, qualquer tipo de profissional.

Outro fator é o que culturalmente, o Brasil nivela por baixo qualquer coisa. Independe hoje de você ser um ótimo DJ, é bem provável que a proposta para você seja a mesma que feita um DJ pífio. Os R$ 50,00, R$ 100,00 e o teto de R$ 200,00 percorrem os quatro cantos do maior país da América do Sul. Ou um pedido de brodagem básica, onde é descrito que o investimento de quem quer o serviço já é alto, é não há verba para pagar o convidado. Agora me responda, alguém paga a entrada de clube para ver barman ou segurança?... Absurdo ou não, são comuns as propostas para 'tirar uma onda', e cabe a cada um saber 'quanto custa' e 'quanto vale' o seu trabalho. Fato é que até para os aventureiros, existe custo.


DJ RM
QUANTO CUSTA SER DJ?... OU FINGIR SER!

Agora os números, que se comparados ao valor oferecido por evento chegam a dar vergonha ou ânsia;

R$ 3.500,00 - 50 Títulos/Discos de vinil
R$ 7.000,00 - Par de MK2 Technics (Semi-novo)
R$ 2.700,00 - Pioneer DJM 350/400
R$ 2.800,00 - Cases: toca discos, mixer, vinil.
R$ 1.800,00 - Par de Monitores
R$ 250,00 - Fone de ouvido
R$ 1.100,00 - Agulhas (Shure M44-7H ou Ortofon Pro/Slipmats Glowtronics)

* Valores médios de equipamentos e produtos semi-novos cotados no MercadoLivre. Somente agulhas, cases, fone de ouvido e discos são valores médios de produtos novos.

Para montar um set básico que vai ser a sua ferramenta de trabalho por alguns anos, sem absolutamente nada de efeitos ou algo semelhante, já foram (supostamente) investidos R$ 19.150,00 reais - pagos a vista, sem contar anuidades de cartão de crédito ou financiamento, impostos, e sem inserir o custo/valor do seu trabalho. Deixando claro que você obrigatoriamente vai ter de investir em músicas novas, e o valor acima são em média de discos novos, sem raridades ou coisas do tipo, e eu entendo que para você decidir ser DJ, você já deve ter um acervo razoavelmente de extremo bom gosto, antes de decidir apresentar suas músicas para alguém.

CARLOS 'SOUL' SLINGER - LIQUID SKY
Contando que esse é um setup básico de equipamentos que qualquer casa (supostamente é claro) deveria ter. Hoje a história é inversa, muitas casas noturnas médias e pequenas, já não tem mais equipamentos - as vezes nem mesmo caixas de som razoáveis. Então você precisa realmente levar todo o seu equipamento para poder realizar um evento. E nesse caso, você não é um DJ, você é um locatário de sistema de som, que vai tocar discos num evento.

Outro aspecto dos equipamentos é a depreciação/desvalorização natural de todo e qualquer equipamento. Verifique qual a periodicidade e o cálculo de depreciação dos seus equipamentos - Essa busca é por sua conta. Pode ocorrer uma variação de: 3 anos, 5 anos, 10 anos, etc... para que um equipamento atinja o final de sua vida útil ou perca o total valor.

Toca discos, mixer e fone é um setup básico de um DJ, mas independente se agregar o valor de um Serato ou uma controladora, evitando o trabalho com vinil, ainda assim vai ter gastos e vai ter de dedicar tempo para aprender a trabalhar com esse equipamento. Em todas as experiências que tive ao lado de DJ's novatos que trabalham com Serato, absolutamente nenhum conseguiu montar o equipamento sem tomar uma surra antes de fazer ele funcionar. Portanto, ao invés de somente ficar fazendo download de música, leia o manual do equipamento. Saber manusear o equipamento é tão importante quanto ter música para tocar.

DJ MARKY
Outro aspecto é, quanto custa o seu dia? Isso quer dizer que dentro de seus custos, você vai incluir suas roupas, tênis, bonés, jaquetas, bling blings, seus cursos, seu transporte, água, luz, telefone, gás, alimentação, etc. Já que você usa isso todos os dias, você vai inserir o valor desses gastos dentro do seu custo de trabalho. Alguns gastam mais com esses artigos, as vezes mais do que com musica, do que outros. Mas os custos existem, e o indicado é saber na ponta do lápis quais são seus gastos mensais. Só não inclua bebida e drogas, é um uso diário de alguns... mas não vem ao caso incluir isso na planilha, mas há exceções.

Se você quiser cobrar míseros 3% desses R$ 19.150,00 que investiu em seu equipamento básico e em grande parte semi-novo, você precisaria cobrar R$ 574,50 por evento. E para pagar o seu equipamento você teria de tocar ao menos em trinta e cinco eventos, cobrando os R$ 574,50 mais as despesas de transporte, alimentação e hospedagem se necessário, sem gastar nenhum centavo.



DJ CIA - RZO
VARIÁVEIS DA RELAÇÃO 80/20 :: ENTRE A TÉCNICA E O TALENTO

Em qualquer profissão ou ação, é possível fazer essa continha básica. No caso do DJ, 80% pode ser técnica e 20% pode ser talento, ou 50% técnica e 50% talento, entendeu? Você pode se tornar um DJ, mesmo sem talento para ser, basta adquirir alguma técnica. E isso só é possível, assim como tudo no mundo; estudando e praticando. 

Você pode não saber absolutamente nada, nem de como se manuseia um mixer, porque uma agulha X é diferente da Y, ou porque usar determinado fone de ouvido e não outro. Mas de nada vai valer se você não praticar. O primeiro e último crítico do trabalho, é quem realiza. E é difícil ficar satisfeito, jamais conheci alguém que realize um trabalho que não pratique, seja em casa, no estúdio, no palco ou qualquer lugar. 


DE GRAÇA É MUITO CARO

Nos últimos anos, a gratuidade tomou conta de inúmeros gêneros, do Rap ao Rock, do Reggae a MPB, do Techno ao Drum N Bass... tem para todos os gostos. Mas no final das contas, o profissional dos toca discos, perdeu lugar para dois tipos; os atores que cobram seus cachês de personalidade, ou aqueles que fingem ser algo que não são. A saída para esses que fingem ser algo que não são foi a gratuidade. Como disse acima, a ausência da competência, da técnica e de escola - já que aprenderam em sua grande maioria pelo youtube, a solução para se destacar foi tocar de graça. 

DJ ERICK JAY
Existe um terceiro personagem que é o que chamo de 'Agente Cultural do Estado', o profissional do Edital ou Lei Rouanet, que se especializou em passar editais oferecidos pelas Prefeituras ou no MinC. E acabou por realizar o seu hobby, as custas do dinheiro público. 

Agora a saída para evitar trabalhar de graça em qualquer situação, é não aceitar propostas para trabalhar de graça. Não confunda 'gratuito' com 'gratuidade' - absolutamente nada é de graça. E a primeira parte é que sem trabalho remunerado você vai pagar para trabalhar e não vai conseguir sustentar o que você gosta de fazer. E nesse caso, existe um telemarketing a espera logo ali no centro. A segunda parte é que não vai ter trabalho para quem vier depois.

  
PORQUE UM VALE MAIS QUE O OUTRO

Você já sabe quanto custa o trabalho, agora e quanto vale? Vou tentar explicar da seguinte forma; visualize um pintor, ele compra tela, tintas, e todo seu material por 1X. Ao finalizar o trabalho de pintura daquele quadro, ele vende por 20X. A relação é de que o produto dele custa 1X, mas o trabalho final desse artista vale 20X. 

TIO FRESH
Assim como qualquer trabalho, não é necessário cobrar o que o DJ XPTO cobra, mas é preciso estabelecer um valor mínimo para não pagar para trabalhar. Com o decorrer do tempo, se aperfeiçoando, estudando, gradativamente você vai aumentar o valor do seu trabalho. 


DJ NÃO É PROMOTOR DE EVENTOS

Se você é daqueles que fecham eventos, faz o flyer, a divulgação, a promoção, fecha o caixa, recebe e paga, e etc. A tendência é que o DJ seja tão ruim quanto ele é promotor de eventos e todas as outras funções juntas. Promotores de eventos são responsáveis por colocar público num evento, e promover eventos é um trabalho tão sério quanto o do DJ. 

Se você se meter a fazer absolutamente tudo, algum dos trabalhos vão cair na gratuidade. E é essa gratuidade que enfraquece a cultura, o movimento, a cena, ou qualquer nome que se queira dar a aquilo que se quer fazer parte. 

Se cercar de bons produtores, bons profissionais, pessoas sérias, e etc é uma boa ideia. E é óbvio que você vai se enganar e tomar uns balões, e não importa quanto tempo tenha de trabalho. Aproveite as oportunidades, e aprenda a dar oportunidades sempre.

Último detalhe, não vá pensando que todo bom DJ é o mestre dos scratchs, dos malabarismos ou algo do tipo. Ou que esse texto é para depreciar você em se tornar algo diferente do que quer ser, pelo contrário. Eu considero um bom DJ aquele que sabe trabalhar uma música, sabe não atrapalhar a música, e apresenta um boa sequencia, sejam de músicas populares ou undergrounds.

No mais, estude, treine em casa e assim siga a vida. Mesmo que seu intuito não seja ganhar dinheiro com o trabalho de DJ, por ter outro ofício, por ter outro trabalho, pense um dia em quem tem o ofício de DJ como sustento. Como muitos não gostariam que tirassem algo que lhe da sustento, não é legal fazer isso com outras pessoas. O texto serve apenas para dar um contrapeso, e talvez elucidar pessoas que poderiam ser mais do que são, mas ainda preferem a gratuidade e mediocridade, ao invés de se dedicar a algo - mas é real que alguns jamais serão de fato o que pretendem ser, ou o que vendem. Na fotografia todo mundo foda.

Sucesso para aqueles que querem ser DJ um dia... seja um desejo sério ou de puro fogo de palha. O futuro e a verdade a Allah pertence.

E como digo sempre, você pode concordar ou discordar, e de verdade, está tudo certo. É preciso discordar para algo mudar. E caso queira, deixe seu comentário sobre o texto logo abaixo. Criticas, elogios e sugestões são sempre bem vindas.


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quarta-feira, 6 de julho de 2016

CARLTON 'SANTA' DAVIS NOS 'PRATOS VOADORES', KING TUBBY E A EVOLUÇÃO DO REGGAE



Carlton 'Santa' Davis - Fotografia por: Veronique Skelsey
A fundação do reggae é a bateria.

Na década de 1970, bateristas de gravação foram para ao reggae e dub, o que os guitarristas foram para o rock - viraram o jogo no que poderia mudar a maré da música. Carlton "Santa" Davis foi extremamente demandado como baterista desde início dos anos 70, quando ele tocou no grupo Soul Syndicate. Ele trabalhou com Bob Marley, Peter Tosh, Jimmy Cliff e Burning Spear, e hoje faz turnê com o filho de Bob, Ziggy. Na tradição reggae ele está associado com um dos icônicos do dub - os "flying cymbals" - exemplificado por 'None Shall Escape The Judgment' de Johnny Clarke gravado em 1974, provocando uma tendência.


Na verdade, o termo é enganador; o silvo característico vem do chimbal, não do prato. E, como Carlton tem afirmado repetidamente e com crescente exasperação, ele não chegou a criar o ritmo, que tinha vem circulando desde o ska e até mesmo antes. Mas o que ele fez foi criar a espinha dorsal de muitos dos ritmos imortais de sua época, que foram transmitidos através de gerações.

Santa está de volta para visitar Kingston, vindo da Califórnia, onde a maioria do Soul Syndicate vivem desde os anos 80, e está hospedado na casa do guitarrista Earl "Chinna" Smith, um dos membros do núcleo que eles deixaram para trás (em 2015, a banda se reuniu e gravou um novo álbum previsto para ser lançado no final deste ano). Lá fora, no quintal de Chinna, os músicos estão tocando - como fazem a maioria dos dias. Santa não é magro como os companheiros lendários da percussão jamaicana como Sly Dunbar ou Leroy "Horsemouth" Wallace. Ele é um homem alto, forte como um urso e de óculos, com uma barba branca e um sotaque americano tingido que se torna mais pronunciado quando ele fica animado. Ele se senta em uma mesa debaixo de uma foto em preto-e-branco do super-grupo original da ilha, os Skatalites, cujo baterista Lloyd Knibbs foi uma enorme influência sobre Santa - mas influenciou muito mais depois.


A história de como Santa ganhou seu apelido é bem conhecida: quando menino ele andava de patins e caiu em algum alcatrão quente, que fez o seu rosto ficar vermelho. Era Natal de modo que seus amigos brincavam dizendo que ele parecia com o Papai Noel (Santa Claws em inglês). O nome pegou. Ele começou a tocar aos 11 anos, na banda de sua igreja, a St Peter Claver Drum Corps.

"Eu costumava tocar a caixa, em seguida o tenor, que nós chamamos de tom-tom hoje em dia, o bumbo e pratos", lembra ele. "Eu era um faz-tudo." Com o Corps 'o trabalho era ser responsável em cuidar e guardar o equipamento.' "O quarto tinha um tambor grande, e havia um pedal. Então eu disse: 'Deixe-me colocar uma kit de bateria juntos".


"A Era de King Tubby Trouxe Esse 'Prato' À Vida"

Suas tentativas de usar o kit improvisado de bateria atraiu a atenção de Bobby Aitken, irmão do cantor de ska Laurel Aitken e líder do elenco profissional do Carib Beats, que estava dando aulas de guitarra na igreja. A música do dia era rocksteady - o precursor do reggae com o mesma batida 'one-drop'. "Eu estava tocando o regular 'one-two', que era bater o bumbo e voltar, e que é o que estamos fazendo hoje. [Aitken] disse, 'Nah man - bata a caixa, e o bumbo mesmo tempo e toque uma oitava de nota aqui - que é rocksteady".


Aitken deixou o Santa adolescente se sentar em uma bateria adequada durante um show na igreja. "Eles tinham este pequeno banco. Imagina eu tentando sentar nesta pequeno banco, tentando me equilibrar? Parecia estranho tentando colocar meu pé no pedal do bumbo e chimbal. Isso foi em 1967, 68. Eu engoli isso! Eu ainda estava no Drum Corps. Eu não era um baterista."

Em 1969, Santa deixou o Corps e se juntou a sua primeira banda, Kofi Kali and the Graduates. "Eles não tinham um baterista residente. Um grupo de rapazes costumavam tocar, por exemplo Horsemouth Wallace. Então eu disse, 'OK, eu posso tocar bateria", e comecei a aprender! Você poderia dizer que eu aprendi a tocar bateria ali. É aí que toda a minha vida começou a mudar."

Os Graduates não são famosos hoje, mas Kofi foi bem conectado na cena. Ele tinha uma loja de eletrônicos em Spanish Town, na estrada de esquina da East Avenue e oposta a Maxfield Avenue - a poucos passos das principais cantores da Kingston. Santa conheceu Ken Boothe, Delroy Wilson e Alton Ellis. "Todas essas pessoas, um por um. Isso foi um ponto central da cidade de Kingston. E Trench Town outro lado do caminho. Greenwich Town logo ali. Foi fácil acesso."

Na época o rocksteady foi a transição para uma nova batida mais dançante - o reggae. Mas da perspectiva de um baterista, não mudou muito. "Apenas a guitarra e teclado. No rocksteady a guitarra estava fazendo 'Check Check Check'. Em seguida, o reggae torna-se 'check-eh check-eh check-eh' - apenas uma pequena mudança no riff e a cama no teclado. Na bateria você ainda estaria tocando one drop."

A primeira música que ele tocou na era para o produtor Joe Gibbs (Santa não se lembra do título) e logo depois que ele iria se juntar ao baixista Fully Fullwood e ao guitarrista Tony Chin, em uma coletiva que tinham começado como Rhythm Raiders e renomeado Soul Syndicate. "Eles tinham alguns outros bateristas antes. Horsemouth costumava brincar com eles, um cara chamado Max Edwards que já faleceu. O baterista na época era chamado Denny - um músico de fim de semana. Ele tinha um trabalho corporativo e estava se casando.


"Eu estava tocando com os Graduates e um cara disse: 'Fully e esses caras estão à procura de um baterista." Eu cresci com Fully e eles, nossos pais eram amigos. Meu padrasto costumava trabalhar para o pai de Fully. Então eu fiz o teste e eu estava dentro. É onde eu melhorei totalmente - com Soul Syndicate. Tudo foi construído para a direito lá. Fazendo um monte de shows, viajar peo país fazendo shows. Depois que o estúdio veio."

Soul Syndicate - Cerca de 1978

A banda chamou a atenção dos ouvidos de um produtor indie astuto chamado Bunny Lee, que contratou a banda para a sua sessão de estreia, uma gravação de 1970 pelos Twinkle Brothers. "É aí que fomos notado por outros produtores. De repente, o nosso nome começou ser falado lá fora. As pessoas eram como, "Man! Esses caras são ruims!"

No mesmo ano, outro proprietário jovem dono de um selo conhecido por Niney The Observer, visitou o local de ensaio da banda na casa de Fully com uma canção intitulada "Blood & Fire". "Ele não tinha nenhum dinheiro. Ele estava nos pedindo para ajudá-lo e, em seguida, ele iria nos pagar mais tarde. Nós dissemos OK, porque queríamos a publicidade ".


O grupo pegou quando letras incendiárias da música foram proibidas no rádio. "Não fazia diferença porque não eramos o problema", Santa encolhe os ombros. Niney também os colocou em alguns dos maiores 45s do cantor favorito da Jamaica, Dennis Brown. "Nós nos envolvemos com 'Westbound Train" e "Cassandra". Na verdade eu não toquei em Cassandra - que queriam que eu tocasse, mas eu estava trabalhando em outro lugar. Sicky [Thompson, o percussionista] não tinha nem baquetas. A história é que ele quebrou uma vassoura na metade! "

O grupo ainda tocou em algumas gravações de Lee Perry com os Wailers, gravando a versão original de "Sun Is Shining" e que era para ser "Duppy Conqueror '. Talvez sentindo que o som do Soul Syndicate era irregular e não cabia numa faixa que falava sobre o bem que derrubava o mal, Scratch e os Wailers re-gravaram com os músicos do Upsetters e utilizou o apoio do Soul Syndicate num canto sobrenatural assustador em 'Mr Brown". Houve esse velho mito sobre um caixão de corrida em torno da Jamaica", explica ele. "Bob escreveu uma canção dizendo: 'Sr. Brown andando por aí', e eles usaram essa música para isso."


Mas foi Bunny Lee quem colocou o nome de Santa no negócio com 'None Shall Escape The Judgement’'. Quarenta anos depois, Santa tem uma relação difícil com o padrão de bateria famoso devido à controvérsia continua durante a sua génese. A batida do chimbal pode ser ouvida na música jamaicana no início dos Skatalites; Lloyd Knibbs usou com Joya Landis em ‘Moonlight Lover’. Sly Dunbar também fez uma reformulação no reggae em uma versão de 1973 de Al Green em ‘Here I Am (Come and Take Me)’ por Al Brown e Skin Flesh and Bones.

Mas foi Santa que o fez a batida ser popular de novo, como Sly, ele foi influenciado pelo soul dos Estados Unidos. "Esse estilo de pratos esta sendo usado por eras", ele confirma. "‘Moonlight Lover’ foi antes mesmo de eu começar a gravar. Esse foi um das canções favoritas minhas e de Chinna."

"Havia este grupo chamado MFSB de volta nos dias de discoteca - Earl Young, o baterista, usou em um monte de músicas - TSH TSH TSH. Eu e Sly tinhamos um bom relacionamento e falavamos muito sobre Earl Young. Aquele dia no estúdio do Treasure Isle estávamos fazendo ‘None Shall Escape the Judgement’, e eu decidi que queria tocar aquele estilo de prato. Eu só iria tocar naquela canção. Eu não achava que iriaa ser tão grande o impacto. Eu não toquei para dizer, 'isto é uma coisa nova. "

Santa credita o sucesso em toda a ilha de sua bateria na canção do lendário produtor de dub King Tubby, que usou um filtro hi-pass no chimbal colocando ele a frente da música. Na verdade, ele reconhece que Tubby dava muita importancia aos bateristas na música. "Na época, King Tubby estava experimentando com e mixar e ele começou a ficar este "swish swish' que começou a explodir. Nos primeiros dias os bateristas não estavam realmente focados. Era principalmente os vocais. Mas a era Tubbys trouxe o low end - grandes graves e grandes percussões. Tubbys trouxe esse prato à vida."


"A coisa mais estranha é que eu tenho que ficar me defendendo. Eu não quero ser visto como um impostor "

"Bunny Lee chamou de 'pratos voadores', porque estamos habituados a comer um monte de frango. Nós costumávamos dizer: 'Vamos comer alguns voadores. "Eu comecei a ouvir,' Man, e esses pratos voadores que você tocou!" Então, de repente, todo mundo queria isso em uma canção. Por todo esse período fui bombardeado com ele. Eu cansei de ser honesto. Eu disse: 'Olha, toda a música não pode soar como TSH TSH TSH "- mas eles estavam pagando seu dinheiro, então eu não tinha escolha. Toquei em um monte de músicas. Ele fez com que todos dissessem, 'Santa Davis - o prato voador'. Eu nunca reivindiquei a posse do mesmo. Eu estava em um momento em que eu toquei e tornou-se algo".

E assim que Santa se tornou ligado com os pratos voadores, assim como Sly Dunbar faria com os double-drum no estilo "rockers" metade final dos anos 70 e Style Scott faria com o pesado rub-a-dub dos início dos anos 80. Que foi muito bem até que, anos mais tarde, Santa disse que ele foi citado erroneamente em uma entrevista na Modern Drummer que o trouxe em conflito com seus colegas. "[O entrevistador] perguntou sobre os pratos voadores e eu disse a mesma coisa: 'Olha, isso tem sido usado a eras, mas quando eu toquei - a forma como foi mixado e focado - tornou-se alguma coisa." A próxima coisa que eu leio o cara está dizendo, 'Santa Davis disse que ele foi a primeira pessoa que jogou essa coisa."


"Sly me confrontou. Ele foi pego de surpresa. Eu disse, 'Vamos lá. Você me conhece melhor do que isso. Eu não sou esse tipo de pessoa. Eles colocaram assim. "É por isso que eu tenho medo de entrevistas. Eu nunca iria levar o crédito por algo que não fiz. O meu trabalho prova por si mesmo".

Santa após os flying cymbals, sugere que ele não tem nada a provar. Na segunda metade dos anos 70, ele iria tocar com Jimmy Cliff e Burning Spear, e gravar em duas das maiores canções do fim de período de Bob. Ele também tocou bateria em "Africa Unite" do álbum Survival 1979, quando Bob encontrou-o à espera de Spear chegar para uma sessão de estúdio. "Ele disse, 'O que acontece, ele não veio ainda? O dia de um músico e tempo de um estúdio queimados? Deixe-me ir fazer alguma música."

É também Santa - não o baterista habitual de Bob, o falecido grande Carlton Barrett - tocando em ‘Coming In From The Cold’, que abre o álbum Uprising de 1980. "Eu fui para o estúdio procurar alguém. Eles estavam tentando fazer uma música, mas não tinha baterista. Bob era como, 'Feche a porta! Não deixe que o homem fuja! "Esse foi em um take."

Santa então, assumiu o lugar de Sly Dunbar como baterista de turnê para o ex-colega de banda de Bob, o ferozmente rebelde Peter Tosh. Ele conhecia Peter desde os Wailers, quando Soul Syndicate tocou seu 'High Tide Low Tide'. O baixista Robbie Shakespeare o trouxe para gravar o sugestivo "Ketchy Shuby' no álbum de Tosh de 1976, o Legalize It - mas compromissos com Jimmy Cliff impediram de ele ter um papel maior. Em 1981, Tosh, que estava de olho em Santa durante todo o tempo, tem o seu baterista. "Sly and Robbie estavam se preparando para fazer o suas coias independentes. Um dia eu saí de casa e estava em Halfway Tree. Eu ouvi uma buzina, e foi Peter. Ele disse: 'Eu quero que você toque. Eu estou indo para a Europa e quando eu voltar eu vou precisar de você'".



Santa ficou com Peter até o fim. Ele estava na casa de Tosh quando homens armados atiraram e mataram a estrela em 1987. Santa foi baleado no fogo cruzado e sobreviveu. "Eu compartilhei alguns grandes momentos com aquele irmão", diz ele, lutando para encontrar as palavras. "Em turnê, em sua casa. Eu costumava visitar Peter todos os dias. Naquela noite trágica fui visitá-lo. Eu não achava que seria a última vez. Um grupo de marginais veio porque queriam dinheiro. Foi apenas ganância. Peter nunca mereceu isso. Para o bom propósito que ele serviu na Terra e o que ele estaria fazendo hoje. Olhe para o movimento pró-maconha de hoje. Peter começou a revolução. Ele tem batido nesta apanhou da polícia em Halfway Tree. Apanhou por uma polegada de sua vida por um pouco de erva".


Quando o Santa se mudou para a Califórnia para se juntar totalmente ao restante do Soul Syndicate, ele continuou para conseguir trabalho. Ele se juntou ao grupo Big Mountain para uma temporada e atualmente excursiona com o filho mais velho de Bob, Ziggy. "Eu estava na Califórnia quando ele estava se preparando para sua turnê solo. Ele queria um baterista e não queria voltar para Jamaica, e seu engenheiro de som Errol Brown falou a ele sobre mim. Eu tenho mais algumas pessoas que eu conhecia e nós montamos a banda juntos "Ele lançou dois álbuns solo. Em 2008 o instrumental The Zone e do disco vocal impressionante do ano passado Watch You Livity, misturando os dreads raiz com jazz e soul. "Eu só estou fazendo alguma coisa - para não ser apenas um cara de apoio. Então, quando eu sair daqui eles podem dizer: 'Há uma canção que ele fez para si mesmo'".

Apesar do novo álbum do Soul Syndicate também estar nos trabalhos, ele diz que a reunião não é grande coisa. "Eu nunca deixei o Soul Syndicate. Pessoas partiram para os Estados - Fully e Tony - e então eu saí também. Todos nós nos apaixonamos com a Califórnia desde os primeiros dias. Mas nós nunca mais nos separamos. Chinna está aqui e eu acho que Keith Sterling mora aqui, mas sempre tivemos interesses e de vez em quando nos reunimos. Enquanto estamos vivos, Soul Syndicate ainda está vivo. É por isso que dissemos "Vamos fazer este álbum." Parecia que o momento certo".

No filme de John Ford de 1962 "The Man Who Shot Liberty Valance", o editor de notícias de Carleton Young escreveu, "quando a lenda se torna fato, imprima a lenda." Na década de 1970, músicos de reggae nem sempre foram creditados corretamente, e o princípio da legenda ainda se aplica. Santa ainda tem de manter explicando que ele não inventou os pratos voadores. Ele tem feito muito isso, e ainda assim as pessoas querem falar sobre a coisa que ele não fez.

"Eu só dizer: 'É a vida. Eu não vou perder o sono por isso. É lá fora, mas a coisa mais estranha é que eu tenho que ficar me defendendo. Eu faço um programa de rádio à noite nos Estados Unidos. E vou la dizer, 'Os pratos voadores - eu não criei, eu não disse que o criei".

"Eu não quero ser visto como um impostor. Eu não sou essa pessoa. Muitas vezes as pessoas dizem: 'É você na bateria lá', e é uma música matadora. Eu poderia dizer: "Sim, esse sou eu', mas eu digo: 'Isso é Sly', 'Isso é Horsemouth'.

Ele continua, talvez inspirado pelos músicos que tocaram para Bob Marley em "Waiting in Vain". "Se algo é bom apenas prestem homenagem. Se você me ouvir tocar um riff de Carlie Barrett, em seguida, isso é apenas pagando respeito, porque ele foi um dos maiores e inovadores, tanto quanto a percussão na Jamaica. É como cozinhar. Se você cozinhar com um certo tempero que eu vou dizer, 'Porra, o que você usa? Vou tentar isso".

Recentemente, a mídia jamaicana tem se preocupado com estrangeiros - sobretudo americanos - copiando o reggae. Santa não vê dessa forma. "Eu não vejo isso como a cópia. Eu ficaria triste se a música reggae estivesse sentada na Jamaica, e não fosse a lugar nenhum. Eu ficaria desapontado se ninguém ao redor do mundo tocasse. Eu seria como, 'O que há de errado com a nossa música?' Enquanto eles mostram respeito para o lugar e as pessoas que o criaram, eu estou de bem com isso."

"É como Bob disse:" A música vai ficar maior até atingir as pessoas certas. "A comida está sendo compartilhado em todo o mundo e quem gosta do sabor, vai dar uma mordida - Que é legal"


Por Angus Taylor - Publicado originalmente @ http://www.factmag.com/2016/04/02/santa-davis-flying-cymbals-reggae-drummer-interview/


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segunda-feira, 4 de julho de 2016

CONSCIOUS SOUNDS, THE DISCIPLES & VIBRONICS - 3 THE DUB WAY @ FYASHOP



O selo Scoops lançou no primeiro semestre de 2016 uma seleção de três novos singles. Todos produzidos em co-produção com as lendas do Dub em UK; Conscious Sounds, The Disciples e Vibronics juntos. A série de três 10inch's foi batizada de '3 The Dub Way'.

A série limitada desta edição foi prensada em vinil transparente e em acompanhada de uma capa plástica transparente.


'3 The Dub Way' aconteceu quando três veteranos da cena dub roots reggae de Uk finalmente decidiram fazer música juntos. Com um número de anos significativo de experiência em estúdio entre todos eles, chegou a hora de criaram alguns dubs juntos, e o resultado foi lançado pelo selo Scoops.
 
Os três produtores dividem um amor pelo formato da forma original analógica de mixar o dub, com técnicas pioneiras de King Tubby e de The Scientist, além de dividirem a paixão pelo autentico formato do sistema de som que Jah Shaka trouxe para o mundo.


'3 The Dub Way' já está disponível no fyashop em quantidade limitada. Então garanta a sua cópia enquanto é tempo.









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