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quarta-feira, 1 de junho de 2011

TAO TE KING


O “Tao”

Como todo ideograma da língua chinesa, a palavra “Tao” pode receber inumeráveis traduções em nossas línguas modernas: a Divindade, o Absoluto, o Ser Supremo, o Infinito, o Eterno, o Insondável, o Uno, o Todo, a Fonte, a Causa, a Realidade Última, a Alma do Universo, o Caminho, o Sentido, a Inteligência Cósmica... e outras ainda. Como nome, ele é simplesmente uma espécie de signo algébrico para designar o Mistério dos Mistérios, o Mistério supremo. Embora tenha os atributos da Divindade, não devemos logo identificá-lo com o Deus dos judeus e cristãos, pois ele não é concebível como um Deus Pessoa, mas como um Deus Cósmico, bem conhecido de místicos como Demócrito (filósofo grego), Francisco de Assis (místico cristão) e Spinoza (filósofo judeu), e por outros místicos, que por isso mesmo sempre levantaram suspeitas nos círculos científicos e religiosos do tempo em que viveram.

O Tao é o Uno, que é constituído pela síntese fontal dos opostos, reunindo em si ao mesmo tempo o Yang e o Yin, a Luz e a Treva, O Masculino e o Feminino, o Positivo e o Negativo, e todos os demais opostos. Diríamos que ele é um complexo ou compositio oppositorum, “compleição ou composição dos opostos”, a unidade pelo perfeito equilíbrio dinâmico dos contrários, resultando no que Nicolau de Cusa chama de coincidentia oppositorum, a “coincidência dos opostos”. Isso leva a um profundo senso de complementaridade de tudo o que existe – uma vez que o Tao está presente no mais fundo de toda a realidade –, assim como de uma concepção da divindade que não é exclusivamente masculinaou feminina, mas que transcende ambos os princípios num perfeito equilíbrio: em seu ser e em sua ação, Deus é masculinoe feminino, ao mesmo tempo.

O Tao, portanto, é em si mesmo o Mistério que escapa a qualquer investigação lógica discursiva, e só é atingível pela intuição mística. ele não tem nome, e é a contragosto que o autor o chama deTa o. Mas a ação dele é sentida por todos os seres, que o experimentaram como a força do masculino agindo através da suavidade do feminino, a paternidade do masculino através da maternidade do feminino. Desse modo, ele é também chamado deMãe de todas as coisas. É decisiva, portanto, a concepção de uma divindade que integra o princípio feminino e age através dele. No Tao encontra-se também a raiz e o fundamento da receptividade do feminino.

O conceito mais típico do livro é o do wu wei, da “atividade sem ação” ou do “não-agir”, que é um estado de passividade, mas de uma passividade totalmente ativa, no sentido de ser receptiva. Isso é a essência do feminino e também o modo de o Tao agir sem ação, porém realizando tudo. A mulher é passiva em relação ao homem, a fim de receber a semente que a torna fértil. É uma passividade ativa, dinâmica e criativa, da qual brotam a vida e seus frutos, o amor e a comunhão. O mundo necessita hoje descobrir este senso do poder feminino, que é complementar ao do poder masculino e sem o qual o homem se torna dominador, estéril e destrutivo. Há muito tempo o mundo ocidental está seguindo o caminho doYan g, o caminho da mente masculina, ativa, agressiva, racional e científica, levando o mundo à beira da destruição. É tempo de recuperar o caminho do Yin, da mente feminina, passiva, paciente, intuitiva, poética, geradora e nutridora da vida. Também é tempo de redescobrir a face feminina de Deus. Este é o caminho que o Tao Te King nos propõe. O Tao éonipresente. É a fonte e a base do ser da Natureza e do Universo, e também de cada ser em particular. Ao mesmo tempo que está presente em tudo, ele também ultrapassa tudo, aplicando-se a ele a apresentação que são Boaventura faz de Deus: Deus est circulus cuius centrum ubique, circunferentia vero busquam (“Deus é um círculo cujo centro está em todo lugar e cuja circunferência não se encontra em lugar nenhum”). Não se trata depanteísmo (=Deus é tudo), mas depanenteísmo (=Deus em tudo). A realidade visível seria o testemunho do Tao, que faz tudo evoluir para o ponto em que, como diz o apóstolo Paulo, Deus será “tudo em todos” (1Coríntios 15,28). O místico é capaz de ver esse projeto em andamento, e procura harmonizar-se com ele, tanto em si mesmo como na sua ação em favor dos outros.

O “Te”

O Tao é o Uno infinito e invisível, porém, manifesta-se de forma finita e visível através do Te, a Natureza, que inclui a dualidade oposta formada pelo Céu (princípio masculino espiritual) e pela Terra (princípio feminino material). Da união entre o Céu e a Terra nascem todos os seres e coisas, levando no mais profundo de si mesmos a imagem e a semelhança do Tao, e de seu perfeito equilíbrio entre os opostos. Em outras palavras, cada ser leva na sua base mais íntima a presença do Tao que preside à sua realização enquanto ser. O Te seria, portanto, a Virtude, ou seja, a força ou impulso vital do Tao presente na Natureza e em todo o Universo.

Isso nos conduz seja ao ser humano em si, tomado como indivíduo, e à sua realização psicofísica, desde que o pequeno Eu consciente se volte para o Si-mesmo, espelho do Tao no seu interior mais profundo, entregando-se ao impulso que vem do Tao e se manifesta no Si-mesmo, levando o indivíduo à consecução da sua mais elevada individualidade (in-divíduo = não divisível). Em outras palavras, o impulso que vem do Tao leva o indivíduo a tornar-se “imagem e semelhança” do próprio Tao. A esse processo C. G. Jung deu o nome de “individuação”.

Também a vida social pode ser focalizada segundo a percepção do Tao. Já dissemos que o Tao é o perfeito e infinito equilíbrio entre os opostos. Isso também pode ser chamado de “equilíbrio infinito da justiça”. Na vida social, cheia de desigualdades e conflitos por causa das pretensões e ambições dos pequenos Eus agrupados, a busca do Tao é, em última análise, uma contínua busca da justiça que leva à vida em equilíbrio, evitando qualquer excesso para mais ou para menos. Daí o ideal da moderação e da frugalidade: todos com igual direito àvida (isto é, aos bens necessários para mantê-la) e àliberdade (a possibilidade de participar na organização da sociedade e nos rumos da história). Portanto, nem isso nem aquilo: nem a pobreza nem a riqueza; nem o poder nem a impotência.

Quanto à autoridade política, o ideal que deve reger o governante é o modo de agir do Tao: a força do masculino através da suavidade do feminino, ou a ação da não-ação. O governante ideal é o que representa (torna presente) de tal modo a presença do Tao e de sua ação, que o povo nem percebe a presença do próprio governante, vivendo com a sensação de se autogovernar a partir de sua própria liberdade, que nasce do Si-mesmo e do governo do Tao.

O Tao é também comparado à água, que beneficia todas as coisas, e sempre ocupa o lugar mais baixo. Encontramos aqui a virtude da humildade, a pobreza de espírito do Sermão da Montanha (Mateus 5,3). Isso leva ao valor paradoxal dovazio: “Modelais a argila para fazer um pote, mas a utilidade do pote vem do vazio” (cf. 11). Traduzido em termos pessoais, isso significa que a utilidade da pessoa supõe o esvaziamento do seu pequeno Eu, a fim de que o Tao a preencha com sua presença e ação. Todo seguidor do Tao é, portanto, uma pessoa que deixou as pretensões ou ambições pessoais: quando ele se esvazia, o Tao tudo preenche e, através da não-ação do seu pequeno Eu, o Tao tudo realiza. Dessa forma, o Sábio, ou seja, todo seguidor do Tao, se torna sinal e sacramento da presença e da ação do Tao.

Lao Tse

É muito difícil situar um personagem com o nome de Lao-Tse (= “ancião”; nome que também pode ser traduzido por “criança velha”) na história literária chinesa. Os chineses em geral cultuam mais o simbólico do que o histórico. Poucas fontes históricas o situam pelo fim do séc. VII a.C. e meados do séc. VI a.C., sendo, portanto, contemporâneo de Kong-Fu-Tse (Confúcio).

Segundo uma tradição mais ou menos lendária, Lao-Tse teria sido bibliotecário ou arquivista na corte chinesa, de onde pôde observar de perto a decadência política e social do seu tempo. Decepcionado com o estado das coisas do Império, na meia-idade teria deixado a corte e se tornado eremita numa floresta, onde viveu a segunda metade de sua vida, contemplando e meditando. No fim da vida, aos oitenta anos, teria se dirigido para a fronteira, procurando deixar a China com destino à Índia. O guarda da fronteira pediu-lhe então que deixasse algo escrito sobre o seu pensamento. Lao-Tse entregou-lhe, pois, um pequeno livro contendo cinco mil ideogramas, que formariam o assim conhecido Tao-Te King. Depois atravessou a fronteira, tomando rumo desconhecido. Desse modo Lao-Tse teria seguido até o fim o caminho do Sábio, escondendo-se por trás de sua obra, que continua viva até os dias de hoje e que se tornou em todos os tempos um dos pilares básicos do pensamento e do modo de vida chinês.

As intuições do Tao-Te King abordam, em estilo simples e penetrante, aspectos bastante comuns da vida, muito embora passem derpercebidos à maioria das pessoas. Por incrível que pareça, muitas vezes é difícil captar o mistério que se esconde por detrás do óbvio. As pessoas, em geral, pensam e se preocupam com grandes problemas, não se dando conta de que eles começam de forma pequena e óbvia. Lao-Tse nos ensina a ver o que é óbvio e nele descobrir as raízes mais profundas do mundo e de nós mesmos. A sabedoria, com efeito, não é a posse de uma vasta cultura, mas reside na formação de umdiscern imento capaz de penetrar todas as coisas e situações, nelas descobrindo o sentido que se esconde por trás daquilo que nos parece tão óbvio.

O Tao-Te King representa a mais alta expressão do pensamento chinês, constituindo-se por si próprio um completo sistema filosófico, dotado de uma Metafísica, que entrevê e descreve no Tao a causa primeira, o bem supremo do Universo; de uma Moral, que indica ao homem o caminho para alcançar o seu próprio fim; e de uma Política, que mostra aos governantes a via que estes devem percorrer para o progresso e o bem-estar do povo.

sábado, 23 de abril de 2011

KRS-ONE - HIP HOP LIVES (I COME BACK) [TRADUÇÃO]

No podcast junto com o Sombra, inclui essa música na seleção do primeiro bloco, e vou dizer, é uma das música que eu mais ouço até hoje, desde que chegou pra mim, descreve exatamente o que é o Hip Hop na minha vida e a influencia que ele teve na minha educação, disciplina e espiritualidade. Bom, ouçam a música, a letra traduzida está logo ai embaixo. Peace akky!!!



I come back
[Eu voltei]

Every year I get newer
[Todo ano volto renovado]

I'm the dust on the moon
[Eu sou a poeira da lua]

I'm the trash in the sewer
[Eu sou o lixo no esgoto]

Let's go
[Vamos lá]

I come back
[Eu voltei]

Every year I get brighter
[Todo ano eu volto mais brilhante]

If you thinking Hip Hop is alive hold up your lighter
[Se você pensa que o Hip Hop está vivo levanta seu isqueiro]



Let's go
[Vamos lá]

I come back
[Eu voltei]

Every year I'm expanding
[Todo ano eu estou expandindo]

Talking to developers

[Falando com os desenvolvedores]
About this city we planning, c'mon!
[Sobre a cidade que nós planejamos, chega ai!]

I come back
[Eu voltei]

Through any endeavor
[Através de todo esforço]

This is Hip Hop
[Isto é Hip Hop]

We gone last forever
[Nós vamos durar para sempre]



Hip means to know
[Hip significa saber]

It's a form of intelligence
[É uma forma de inteligência]

To be hip is to be up-date and relevant
[Para ser Hip é preciso estar atualizado e relevante]

Hop is a form of movement
[Hop é uma forma de movimento]

You can't just observe a hop
[Você não pode apenas observar o Hop]

You got to hop up and do it
[Você precisa "hop up" e fazer]

Hip and Hop is more than music

[Hip e Hop é mais do que música]
Hip is the knowledge
[Hip é o conhecimento]

Hop is the movement
[Hop é o movimento]

Hip and Hop is intelligent movement
[Hip e Hop é movimento inteligente]

All relevant movement
[Todo movimento relevante]

We selling the music
[Nós estamos vendendo música]

So write this down on your black books and journals
[Então escreva isso em seus livros pretos e jornais]

Hip Hop culture is eternal
[Cultura Hip Hop é eterna]

Run and tell all your friends
[Corre e conta para todos seus amigos]

An ancient civilization has bee born again
[Uma civilização anciente nasceu outra vez]

It's a fact
[É um fato]


I come back
[Eu voltei]

Every year I'm the Strongest
[Todo ano eu sou o mais forte]

Krs-one, Marley Marl
Yup we last the longest
[Sim somos os que duram mais]

Let's go
[Vamos lá]
I come back
[Eu voltei]

Cause I'm not in the physical
[Porque eu não estou no fisico]

I create myself man I live in the spiritual
[Eu criei a mim mesmo, eu vivo no espirito]

I come back through the cycles of life
[Eu voltei através dos ciclos da vida]

If you been here once you gone be here twice
[Se você esteve aqui uma vez você estará aqui duas]

So I tell you
[Então eu te digo]

I come back
[Eu voltei]

Cause you must learn too
[Porque você você precisa aprender também]

Hip Hop culture is eternal
[Cultura Hip Hop é eterna]



Hip Hop (Shan!)



Her Infinite Power
[Seu poder infinito]

Helping Oppressed People
[Ajudando o povo oprimido]

We are unique and unequaled
[Somos únicos e inigualáveis]

Hip Hop

Holy Integrated People
[Sagrado povo integrado]

Having Omnipresent Power
[Possuidor do poder onipresente]

The watchman's in the tower of
[O vigia está na torre do]



Hip Hop

Hip Hop

Hydrogen Iodine Phosphorous
[Hidrogênio Iodo Fósforo]

Hydrogen Oxygen Phosphorous
[Hidrogênio Oxigênio Fósforo]

That's called
[Isto é chamado]



Hip Hop



The response of cosmic consciousness
[A responsabilidade da consciência cósmica]

To our condition as
[Para a nossa condição é o]


Hip Hop


We gotta think about the children we bringing up
[Nós precisamos pensar nas crianças que nós estamos trazendo]

When Hip and Hop means intelligence springing up
[Quando Hip e Hop significa inteligência surgindo]

We singing what?
[Nós cantamos o que?]



Sickness Hatred Ignorance and Poverty
[Doença, ódio, ignorância e pobreza] 

Or Health Love Awareness and Wealth
[Ou Saúde, Amor, conscientização e riqueza

Follow me
[Sigam-me]

I come back
[Eu voltei]

Every year I get newer
[Todo ano volto renovado]

I'm the dust on the moon
[Eu sou a poeira da lua]

I'm the trash in the sewer
[Eu sou o lixo no esgoto]

Let's go
[Vamos lá]

I come back
[Eu voltei]

Every year I get brighter
[Todo ano eu volto mais brilhante]

If you thinking Hip Hop is alive hold up your lighter
[Se você pensa que o Hip Hop está vivo levanta seu isqueiro]



Let's go
[Vamos lá]

I come back
[Eu voltei]

Every year I'm expanding
[Todo ano eu estou expandindo]

Talking to developers

[Falando com os desenvolvedores]
About this city we planning, c'mon!
[Sobre a cidade que nós planejamos, chega ai!]

I come back
[Eu voltei]

Through any endeavor
[Através de todo esforço]

This is Hip Hop
[Isto é Hip Hop]


We gone last forever
[Nós vamos durar para sempre]


We will be here forever
[Nós vamos estar aqui para sempre]

We will still be here forever
[Nós vamos continuar aqui para sempre]

Get what I'm saying
[Se liga no que eu estou dizendo]

Forever
[Para sempre]
Marley!

I come back
[Eu voltei]

Every year I get newer
[Todo ano volto renovado]

That's That
[Sumêmo]

That's That
[Sumêmo]


terça-feira, 25 de agosto de 2009

SETEMBRO VERDE NA MATILHA

A partir do dia 1º de setembro, o centro de São Paulo vai receber o Setembro Verde, uma série de eventos culturais sobre a questão socioambiental. Com duração de um mês, o Setembro Verde envolve a estréia do filme francês Home em telas paulistanas, apoio ao festival de música eletrônica Ecosystem e mostras de documentários, palestras e workshops gratuitos sobre música e meio ambiente.

O Setembro Verde é a primeira iniciativa socioambiental da Matilha Cultural, espaço independente inaugurado em maio que conta com uma sala de cinema (com um projetor digital e um 35 mm) de 68 lugares, arena para eventos, galeria de exposições e café. Cerca de 20 ONGs e coletivos sociais como Aprendiz, Veredas, Eletrocooperativa, Saúde e Alegria e Dulcinéia Catadora estão envolvidos nesse esforço de mobilização e conscientização.

Em parceria com o Consulado Francês, a pré-estréia do filme “Home” na sala de cinema da Matilha Cultural será no dia 01 de setembro. A partir do dia 08, serão realizadas sessões gratuitas do filme até o final do mês, com agenda especial para escolas e grupos organizados. O filme Home foi dirigido pelo francês Yann Arthus-Bertrand e produzido por Luc Besson. Foram dois anos de filmagens em 54 países que geraram mais de 500 horas de material bruto, filmado inteiramente do ar, do alto de helicópteros, de aviões e torres. Home é um projeto sem fins lucrativos que visa a conscientização sobre o estado ambiental do planeta. O filme estreou simultaneamente no último dia 5 de junho em 126 países, projetado em telas ao ar livre, cinemas, internet, televisão e DVD e essa será sua primeira exibição em cinemas paulistanos.

O Setembro Verde vai promover ainda performances e palestras de ONGs e movimentos sociais abertos ao público e com entrada gratuita. Na primeira semana, os temas das palestras serão Amazônia, Mudanças Climáticas, Oceanos e Mobilização em Rede. Serão realizados workshops com músicos particpantes do festival de música Eletrônica Ecosystem.

Esta é a quinta edição do Ecosystem, que começou em 2001 em Manaus e inovou ao incluir critérios ambientais na produção do evento. A festa do Ecosystem acontece no dia 06 de setembro na Casa das Caldeiras. Confira detalhes e line up do evento em www.ecosystemfestival.org.

“Poder exibir o filme Home, apoiar festivais musicais e promover estes debates e palestras para democratizar o conhecimento sobre a questão ambiental, além de servir como ponto de encontro para entidades e pessoas de todos os tipos e partes da cidade, são os nossos objetivos com o Setembro Verde. Queremos transformar este espaço em um centro de convergência de idéias e mostrar que é possível existir e trabalhar sincronizados com o planeta e de forma não-comercial”, disse Ricardo Costa, idealizador da Matilha Cultural.

Para colocar em prática este ideal, a Matilha Cultural está adotando uma série de critérios sócio-ambientais para selecionar fornecedores e parceiros, além de adotar medidas práticas para reduzir os impactos ambientais de sua operação. Está prevista a adoção de um plano de uso eficiente de eletricidade, política de lixo zero, utilização de materiais reciclados, recicláveis e biodegradáveis, promoção de alimentos orgânicos e de comércio justo e o incentivo ao uso de transportes públicos na região central, além da neutralização das emissões de gases estufa decorrentes da operação do espaço.


“Será um processo gradual de adequação com o objetivo de mostrar que é possível construir um centro de eventos sustentáveis no coração de São Paulo”, afirma Rebeca Lerer, diretora do espaço. “O espaço será locado para eventos privados e a renda dessa locação será revertida para financiar os projetos culturais e sócio-ambientais apoiados pela entidade”.

sábado, 22 de agosto de 2009

DE MULHER PARA MULHER, POR UMA MULHER - UM BRINDE AS MULHERES POR JULIANA HUGHES

Abaixo um manifesto muito interessante por Juliana Hughes. Difícil fazer um comentário especifico, o texto fala por si só. Um brinde a todas as Rainhas!!!

De Mulher para Mulher Por uma Mulher
Um brinde as mulheres por Juliana Hughes

01 - Eu sou uma mulher acima da raça, cor ou credo. Todas as mulheres são irmãs. Nós somos as procriadoras deste universo, planeta Terra que é contra qualquer forma de intervenções deliberadas para a contracepção.O aborto é um pecado.

02 - Eu sou mãe,também mãe para os filhos de minhas irmãs ; as mesmas oportunidades que eu desejo para mim,eu lutarei para que os filhos de minhas irmãs as tenham também.

03 - Eu ajudarei minhas irmãs sem considerar raça ,cor ou credo, pois o mundo todo depende de todas nós para multiplicá-lo e preenchê-lo.

04 - Eu não devo encorajar qualquer sistema do mundo que tire de minhas irmãs o que possa beneficiar seu bem estar.

05 - Eu devo ser responsável por minhas ações em pensamentos,palavras e jeitos,pois eu tenho meu próprio cérebro e o poder da intuição para perceber e criar qualquer coisa tão bem quanto qualquer outro ser.

06 - Meu corpo é o Templo do Maior,do todo Poderoso Criador e Criadora e eu não o macularei sendo uma vendedora de sexo nas ruas ou de forma alguma tentar mudar atravéz de meios não naturais.Eu devo ser criativa ou economicamente viável pois esses são atributos de uma mulher virtuosa.

07 - Eu tenho direito de conhecer a vida verdadeiramente com direitos iguais e justiça,emocionalmente,espiritualmente,mentalmente e fisicamente;tal equilíbrio eu posso moldar em meu filho dentro do meu ventre,pois estes são os primeiros passos para a educação de meu filho durante toda a vida.

08 - A continuação da vida depende de mim,Mulher.Mães fortes criam filhos fortes,mães fracas fazem filhos fracos.A fraqueza das sociedades é quando os direitos da maternidade são respeitados e lhes é dada chance igual para contribuir com a vida.

09 - As mudanças do mundo dependem de mim Mulher ,pois sou eu a força e a coluna dorsal das nações.Dê- me a chance de usufruir da educação,econômicas e a oportunidade para usar minhas virtudes livremente.

10 - Nós Mulheres, exigimos participar 100% do poder social,econômico,político e educacional,pois o mundo depende no que transformamos nossos filhos ainda na gravidez.É errado separar mães e filhos ;nós mulheres temos o direito de pensar pelas nossas crianças até que eles possam fazer isto por eles próprios.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


BURNING SPEAR - SLAVERY DAYS

Desde 1990 eu ouço algumas palavras constantes que muitos irmãos e amigos falam como palavra de Ordem; Consciência, Ideologia, Revolução, Evolução. Mas isso não é colocado em prática, pelo menos não em larga escala ou que se faça por atingir um grande número de pessoas, tendo uma postura visível e melhoria real.

Nesse mês de novembro, “comemorado” (esse num tom bem sarcástico) o dia da Consciência Negra, representada pela morte de Zumbi dos Palmares. Eu não vou me concentrar em escrever sobre a história de Zumbi, mas fazendo uma certa comparação entre Zumbi e Domingos Jorge Velho, na real, nada mudou entre os negros desde aquela época.

A mentalidade ainda continua de escravo, de algumas formas. Uma quando o negro começa a partir de certo momento a se envolver cada vez mais com o bwoy (o bwoy não é branco, nem é rico, e não é boy por uma questão de dinheiro, e sim é pela atitude), desde esse primeiro momento o negro se torna uma marionete desse bwoy, não ganha nada em espécie, simplesmente cria uma ilusão de que um dia pode ganhar alguma coisa, dinheiro, status ou qualquer coisa do tipo. Na realidade, num vai ganhar nada, porque o bwoy se for ver mesmo vive de ser “poser”, compra um tênis, um blusão e te chama de mano. MANO? Você negrão periférico é MANO = IRMÃO de bwoy sustentado aos 20 e poucos anos pelos pais?! BUMBOKLAAT!!!!!!!!!!!

Outra é a mesma idéia de Domingos Jorge Velho, a atitude de um tentar de qualquer forma se sobrepor a outro. É uma espécie de circulo vicioso, a pessoa nasce, cresce e é escravizada pelo branco (digo isso em tempo real, HOJE), reclama, xinga, não quer aquela situação. Quando realmente consegue certa independência, por menor que seja, se torna o “esperto”, e escraviza ou pelo menos tenta escravizar outros “irmãos” – a real é que isso rola muito, mas não da muito certo, um preto escravizando o outro aqui não é lá coisa muito natural. 

Agora sobre a questão de pele, temos alguns nomes que são mais xingamentos do que qualquer coisa do tipo, o termo MULATO ou MULATA, tanto falado, acho que ainda não foi bem compreendido. No dicionário da língua portuguesa de Silveira Bueno, MULATO = filho de pai branco com mãe preta ou vice versa, homem escuro, trigueiro, mulo. MULO, no mesmo dicionário = Mu, Asno, Burro. Mulato ou Mulata, só serve pra rebolar o pandeiro mesmo, já que um asno ou burro não pensam, no máximo que podem fazer é rebolar e carregar peso. Nem vou comentar mais sobre esses adjetivos, que dá neurose.

Se você pensa, que por ter recebido o adjetivo de MORENO, deixou de ser preto, existe um certo estudo de origem de palavras, baseado em sua raiz, é muito usado para saber de onde surgiram alguns termos. Palavras de línguas do oriente são bem mais fáceis de serem estudadas, pois as variações são enraizadas por outras palavras. Basicamente são estudadas 3 letras para se saber a raiz de cada palavras, no exemplo;

MaRoonS (tribo africana, que lutou – e muito, pela independência na Jamaica juntamente com a Tribo Ashanti)
MoRenoS (nome dado aos mestiços de negros e brancos na América do Sul)
MooRS (os mouros ou sarracenos. Moors ou Mouro é o nome dado pelos Europeus aos Negros monoteístas de pele mais clara, já que a maioria era islâmica.)

A raiz M-R-S indica algumas tribos africanas e nomenclaturas dadas aos descendentes dessas tribos, que foram trazidas para as Américas, digam o que for, MORENO pro europeu é negro, e se um dia voltar à escravidão, vai junto de volta ao navio como qualquer outro, é uma mera ilusão achar que porque tem a pele mais clara ou mais escura vai se fugir das origens, o máximo que pode perder é a raiz e a essência, o resto, vai ser tratado como negro em qualquer outra parte do mundo. Nesse ponto, a única coisa que resta saber é que o racismo trata os negros como eles são, todos iguais. 

Finalizando a comparação entre Domingos Jorge Velho e Zumbi, ambos foram negros, sobreviventes e viverão conforme o seu tempo, a diferença, um lutou por toda uma comunidade, o outro pela própria sobrevivência, em pé de igualdade os dois mataram, os dois morreram... negros.


Texto originalmente publicado no site Overmundo em Nov/2006 - clique aqui para ler o original e os comentários

Por Ras Wellington - underground_roots@yahoo.com.br

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