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sábado, 22 de agosto de 2009

DE MULHER PARA MULHER, POR UMA MULHER - UM BRINDE AS MULHERES POR JULIANA HUGHES

Abaixo um manifesto muito interessante por Juliana Hughes. Difícil fazer um comentário especifico, o texto fala por si só. Um brinde a todas as Rainhas!!!

De Mulher para Mulher Por uma Mulher
Um brinde as mulheres por Juliana Hughes

01 - Eu sou uma mulher acima da raça, cor ou credo. Todas as mulheres são irmãs. Nós somos as procriadoras deste universo, planeta Terra que é contra qualquer forma de intervenções deliberadas para a contracepção.O aborto é um pecado.

02 - Eu sou mãe,também mãe para os filhos de minhas irmãs ; as mesmas oportunidades que eu desejo para mim,eu lutarei para que os filhos de minhas irmãs as tenham também.

03 - Eu ajudarei minhas irmãs sem considerar raça ,cor ou credo, pois o mundo todo depende de todas nós para multiplicá-lo e preenchê-lo.

04 - Eu não devo encorajar qualquer sistema do mundo que tire de minhas irmãs o que possa beneficiar seu bem estar.

05 - Eu devo ser responsável por minhas ações em pensamentos,palavras e jeitos,pois eu tenho meu próprio cérebro e o poder da intuição para perceber e criar qualquer coisa tão bem quanto qualquer outro ser.

06 - Meu corpo é o Templo do Maior,do todo Poderoso Criador e Criadora e eu não o macularei sendo uma vendedora de sexo nas ruas ou de forma alguma tentar mudar atravéz de meios não naturais.Eu devo ser criativa ou economicamente viável pois esses são atributos de uma mulher virtuosa.

07 - Eu tenho direito de conhecer a vida verdadeiramente com direitos iguais e justiça,emocionalmente,espiritualmente,mentalmente e fisicamente;tal equilíbrio eu posso moldar em meu filho dentro do meu ventre,pois estes são os primeiros passos para a educação de meu filho durante toda a vida.

08 - A continuação da vida depende de mim,Mulher.Mães fortes criam filhos fortes,mães fracas fazem filhos fracos.A fraqueza das sociedades é quando os direitos da maternidade são respeitados e lhes é dada chance igual para contribuir com a vida.

09 - As mudanças do mundo dependem de mim Mulher ,pois sou eu a força e a coluna dorsal das nações.Dê- me a chance de usufruir da educação,econômicas e a oportunidade para usar minhas virtudes livremente.

10 - Nós Mulheres, exigimos participar 100% do poder social,econômico,político e educacional,pois o mundo depende no que transformamos nossos filhos ainda na gravidez.É errado separar mães e filhos ;nós mulheres temos o direito de pensar pelas nossas crianças até que eles possam fazer isto por eles próprios.

terça-feira, 26 de maio de 2009

A HISTÓRIA DAS COISAS

Esse video, quem me mandou o link foi o meu bredah chamado Erick Badanai, muito desse video já foi falado aqui em outras matérias. O video trata de sustentabilidade, autogestão, consumismo, e serve como alerta para muitas das pessoas que se ausentam da consciência de que jogar lixo no quintal do vizinho, não faz com o que o lixo desapareça, no mais, pode ser que outro vizinho, jogue lixo no seu quintal. Entendeu?!

Viva a vida que você ama, ame a vida que você vive.

segunda-feira, 9 de março de 2009

RASTAFARI E O REGGAE - POR MAMA FARIKA BIRHAN


O movimento Rastafari está sofrendo muita divisão de classes e com a desunião entre suas várias vertentes. Ele cresceu de um pequeno e unido grupo de pioneiros e através do reggae, tem membros em todo o mundo. Algumas pessoas no movimento cresceram materialmente e isto é uma verdade principalmente para os Rastas da cena internacional e para aqueles que trabalham na indústria do reggae. Mas, no entanto, a maioria dos Rastas que vivem na Jamaica ainda vivem em opressora pobreza. Muitos dos anciãos da cultura Rastafari estão morrendo por causa da pobreza e da conseqüente falta de cuidados médicos. Estes sãos os anciãos que foram responsáveis pela resistência à perseguição e opressão da sociedade jamaicana durante os anos 40 até os anos 60. Suas contribuições não foram reconhecidas pelos governantes da Jamaica que exploraram a imagem Rastafari para vender o turismo e trazer negócios internacionais em muitas outras áreas. Estas mesmas pessoas se recusaram a garantir aos membros da fé Rastafari da ilha o direito de desfrutar dos direitos civis garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU - os quais o governo da Jamaica deveria assegurar. Muitos Rastas, incluindo eu mesma, tiveram que sair da Jamaica para serem livres para praticar sua fé sem perseguição e para poder usufruir de seu direito de usar seu talento para ganhar o sustento. Mas não só os líderes jamaicanos que estão tirando proveito do movimento Rastafari sem dar nada em troca - muitos músicos de reggae estão fazendo isso. Estes muitos consideram os Rastas pobres como mendigos e passam por eles em suas limusines de vidros escuros. Eles acham que não devem nada ao movimento. As imagens e os símbolos sagrados de um povo estão sendo explorados. A desunião do movimento Rastafari tem tornado isto possível.

O movimento tem perdido muito de sua vibração africana em troca de uma “jamaicanização” para ajudar na indústria de discos e líderes jamaicanos. Muitos de nós tem uma visão turva do Rastafari. Nós precisamos começar a enxergar claramente. Quando o Imperador Haile Selassie I veio à Jamaica ele disse: “organizar e centralizar”. Se os Rastas votarem à visão original de um movimento baseado na fé para a restauração da divindade do homem, através do encontro da divindade do povo africano, será mais fácil seguir às instruções do Imperador. Nós devemos nos concentrar nas palavras e ensinamentos de Sua Majestade e buscar por espiritualidade, mas também por ganho material. Nós precisamos nos lançar ao trabalho e começar a viver a crença Rastafari. Aqueles que aprendem a cultura através das “estrelas” do reggae precisam saber que Rasta é um movimento que vai a procura e descoberta do que há de bom no homem interior e assim chegarmos perto de nos tornarmos o homem Deus. O foco na redenção africana e a repatriação espiritual e física dos Africanos dispersos precisa ser melhor vistos, para que os irmãos e irmãs que vivem nas mais diversas partes da Babilônia não se envolvam com os problemas locais em detrimento do movimento mais amplo. Se nós realmente buscamos o Reino de Jah, tudo se mostrará claro. Os Rastas de hoje precisam fazer isso, então eles saberão o que Rastafari realmente é. Os músicos cantam apenas pedaços e fragmentos. Rastafari é um modo de vida e o reggae é o seu eco, não o seu autor. Os músicos de reggae também precisam saber mais sobre a filosofia Rasta e a sua vivência.

A missão da geração mais jovem é equilibrar o espiritual com o material, assim como Sua Majestade nos ensinou. Os anciãos não tinham as palavras de Sua Majestade para serem guiados e por isso se concentravam totalmente na Bíblia. Os jovens são bem-aventurados por terem acesso às palavras de Sua Majestade. Eles devem aprender a obedecê-las e parar de fazer o que têm vontade. Nós temos que usar a tradição dos anciãos como uma base para nossa obra. Os anciãos sobreviventes e o seu conhecimento são como biblioteca. A cada vez que um deles faz a passagem é como uma biblioteca queimando. Esta geração também tem a missão de construir a África e trazer à realidade a tarefa da redenção racial, reparação e repatriação que foi começada por seus antepassados. O continente está sendo devastado por doenças enquanto os Rastas perdem seu tempo brigando por causas de suas diferenças. Nós precisamos construir escolas, fábricas, cooperativas de alimentos naturais, lojas de ervas, clínicas de medicina alternativa, etc.. e trazer estabilidade ao movimento. Não podemos mais deixar que os preguiçosos e os que estão à passeio nos atrasem ainda mais enquanto milhões morrem na África. Não podemos mais permitir que seja perpetuado o mito que ser “Rasta” é “simplesmente” ir a shows de reggae, fumar a erva e se vestir com os símbolos Rasta. As pessoas jovens têm que parar de se lamentar pelo que os anciãos não fizeram e começar a realizar a sua tarefa de trazer estabilidade econômica ao movimento. Os jovens têm que se apoiar nos anciãos e começar a traçar o futuro do movimento neste novo milênio.

Mama Farika Birhan

Traduzido e adaptado por Sistah Nanda.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

ENTREVISTA BOB MARLEY


Em tempos onde o reggae nacional anda numa defasagem e mesmice plena, bom ao invés de fazer uma bio ou qualquer outra coisa a respeito de Bob Marley, vou postar uma entrevista dada por ele a Stephen Davis e Peter Simon, no livro “Reggae – Música e Cultura Jamaicana”. Nesta entrevista Bob fala sobre Rastafari, o Reggae e a comercialização (direitos autorais, venda de discos), sobre a situação política na Jamaica e suas “profecias” digamos assim, quanto ao futuro do Reggae ( se tivermos a visão da palavra dita sobre a Jamaica, e refletirmos sobre o Brasil, o ocorre aqui é o que é dito por Marley). Boa leitura. RAS

***

*** - O fato de ser o músico que toda a gente espera que vá popularizar ainda mais o reggae não o afeta?
Marley – É claro, os outros irmãos usam-me como um veículo. Mas nós temos uma mensagem e queremos transmiti-la. A mensagem é de viver. A minha mensagem ao mundo é Rastafari! O que é bom deve cobrir o mundo, assim como a água cobre o oceano. Não passamos de crianças a face da terra mas as nossas mentes estão muito perturbadas. Ninguém ensina aos outros o verdadeiro modo de vida. Neste momento, o diabo tem uma grande influencia. Mas se querem a minha opinião, a influência do diabo conduz a morte ao passo que a de Jah conduz a vida. Yeah, mon, os Rastas devem regressar a sua terra, a Africa. Isso parece engraçado para alguns, as vezes até parece uma loucura, mas é nosso profundo desejo regressar a Africa. Houveram coisas que aconteceram há muito tempo atrás que devem ser reveladas, e até que isso se faça, estarei sempre em cativeiro.


*** - Será que os Rastas vão se organizar para fazer da Jamaica uma outra Africa?
Marley – Não! Não há salvação para a Jamaica. Nós gostamos da Jamaica, sabe, mas para os Rastas é uma terra manchada. A sua história está manchada. Tal qual o povo que se parte já não pode ser recuperado. A Jamaica não pode ser recuperada. Nem por mim, nem pelos Rastas. Quando vemos o sistema, vemos a morte. Aqui, as pessoas têm de lutar por tudo.


*** - Os músicos de reggae são acusados aqui na Jamaica de venderem a cultura jamaicana...
Marley – Nós não vendemos a nossa cultura. Se Deus não me desse canções para eu cantar, eu não cantaria. Ouve: “enquanto a filosofia que diz que uma raça é superior a outra não for definitivamente desacreditada e abandonada, é a guerra...” Haile Selassie já disse. Eu não faço mais do que repeti-lo ao mundo. Não se pode vender uma cultura.


*** - Você irá até a Africa?
Marley – Yeah mon! O tempo chegou compreende? Marcus Garvey disse “A Africa para os africanos”. E isso não pode ser posto em causa. O problema reside no fato do diabo precisar da vida de toda a gente. Mas aqui não se pode trabalhar para se alcançar o que se quer. Nunca podereis alcançar o vosso fim. O sistema mata as pessoas e é por isso que temos de matar o sistema. Todos querem conduzir um carro mas ninguém quer conduzir um burro. Eu só gosto de um governo, o governo de Rastafari. Nós somos oriundos da Africa, mas ninguém no governo aceita isso. Eles querem que pensemos que somos jamaicanos. A maioria dos jamaicanos quer regressar a Africa, mas o governo diz que devemos viver e morrer aqui. Ainda não é hoje, mas quando o dia chegar, 144.000 regressarão. Falo é claro, das 12 tribos de Israel. O governo não tem razão e não sei o que se passa com eles. Os políticos estão nas tintas do povo. Só Jah se preocupa. Eles dizem: “Cada um por si e Deus por todos”. – Marley passa o joint, a noite cai e motos entram e saem zumbindo. Yeah mon! É a guerra! A Jamaica é o inferno. Até encontrarmos as nossas raízes, a política continuara a existir. Se encontrarmos as nossas raízes, poderemos viver. Reggae, Rock, Soul, cada canção é um sinal. Mas é preciso tomar atenção, ao tipo de canção e vibração que se da ao povo, porque “desgraça para aqueles que conduzirem meu povo a deriva”. Como cantor, prefiro cantar para todo o povo e não só para metade. É preciso ter cuidado com o que se canta. E se a Babilônia nos quiser explorar, isso só apressará a sua queda. Se formos verdadeiros irmãos, o dinheiro não poderá servir de barreira entre nós. Compreende? Bom! É claro, as pessoas roubam-me e tentam enganar-me, mas agora tenho experiência. Agora sei e vejo, e já não sou enganado. Fiz discos e não recebi direitos de autor. As vezes ainda acontece. Todos os discos do Wailers foram feitos aqui na Jamaica, mas foram falsificados na Inglaterra. Todas as companhias inglesas roubam, mon! Tos que se ocupam da música das Antilhas, são uns canalhas...


*** - Quais são os músicos de reggae que prefere?
Marley – As I-Threes, Burning Spear, Big Youth, toda a música jamaicana. Gosto do Dub, mas não toco muito. Dub significa exato e justo. A perfeição. Quando os Wailers dizem que vão tocar Dub quer dizer que vão ser exatos e justos.


*** - O que acontece que o reggae é tão pouco tocado pela radio jamaicana?
Marley – É porque o reggae fala da atual situação na Jamaica. Algumas pessoas não gostam da verdade. Mas não é grave, já que as pessoas não ouvirem reggae na radio, ouvem em suas casas ou vão dançar e continuam a ouvir. A radio é importante mas se um disco é lançado e ela não passa, a grande promoção consiste em dizer que é uma canção censurada, e quando uma canção é censurada todos querem ouvi-la.. hehehe! Não me fale de Manley (primeiro ministro da Jamaica) nem do governo. Manley não pode deter a profecia. A profecia deve seguir o seu caminho. A erva é o remédio da nação. Manley pode dizer o que quiser (sobre a legalização da ganja), mas a policia recebe as suas ordens de outros. Manley veio aqui um dia e fumamos juntos. Eu não condeno as pessoas, deixo o julgamento a Jah. Nós não condenamos o sistema. Há os que vivem no mal e pensam que estão certos. Por exemplo, um Rasta senta-se e fuma um pouco de erva meditando ao passo que a policia vem vê-lo, obriga o Rasta a se levantar, revita-o, bate nele e o leva para a prisão. Mas para quem é que esse age assim? A erva cresce como o inhame ou a couve, cresce simplesmente! A policia age assim para praticar o mal. Os Rastas dizem: É bom pensar bem de vocês e dos outros. A inspiração vem direitinha de Jah, mon! O barco balança, mas nós nos agüentamos. O rum lhe destrói as entranhas, ele te mata pelo sistema. O sistema recusa a erva, porque ela lhe torna sólido. Reparem, sempre que fuma a erva a sua consciência aparece diante de você. Vocês a vêem! Esta vendo? Então o diabo não gosta que estejam conscientes e organizem a sua vida. Porque assim não vai mais fazer asneira. Sim, Rasta! A Erva é o remédio da nação. Mas muitos outros vão ter de sofrer e muitos outros terão de morrer. Não me pergunte porque! Mas Rasta não é violento, Rasta é físico. Compreende o que eu quero dizer? Nós não somos como carneiros num matadouro e eles não tem o poder para cometer determinadas ações contra nós.


*** - Há outros Rastas que dizem que você se vendeu a Babilônia e dizem também que o seu carro é um exemplo do seu materialismo...
Marley – Um BMW não representa o sistema. A Babilônia é que é o Sistema. Há os qe dizem também que BMW significa Bob Marley and The Wailers. Este carro não me pertence, ele pertence mas é a estrada. É melhor que um burro. Não come toda a noite estragando os arbustos, não zurra, não faz barulho de manhã, hehehe. Eu prefiro as cabras aos burros. Se encontrarem uma cabra, poderão se comunicar com ela. Uma cabra é inteligente sabe? Sim, Rasta! Qualquer um que mate uma cabra, fica triste. Mais vale conduzir com cuidado e não correr riscos.


*** - Tem alguma previsão sobre o seu futuro e o futuro do reggae?
Marley – Verão o que ira me acontecer. Não vai ser preciso esperar muito tempo. Não o posso dizer, porque se eu tivesse esse poder, eu falaria e as pessoas tentariam me deter. Eu sei o que vai acontecer comigo. O reggae vai se tornar um verdadeiro combate, o que já esta acontecendo, porque é a música do terceiro mundo. Não se pode compreender em um só dia, ira se percebendo aos poucos...





quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


BURNING SPEAR - SLAVERY DAYS

Desde 1990 eu ouço algumas palavras constantes que muitos irmãos e amigos falam como palavra de Ordem; Consciência, Ideologia, Revolução, Evolução. Mas isso não é colocado em prática, pelo menos não em larga escala ou que se faça por atingir um grande número de pessoas, tendo uma postura visível e melhoria real.

Nesse mês de novembro, “comemorado” (esse num tom bem sarcástico) o dia da Consciência Negra, representada pela morte de Zumbi dos Palmares. Eu não vou me concentrar em escrever sobre a história de Zumbi, mas fazendo uma certa comparação entre Zumbi e Domingos Jorge Velho, na real, nada mudou entre os negros desde aquela época.

A mentalidade ainda continua de escravo, de algumas formas. Uma quando o negro começa a partir de certo momento a se envolver cada vez mais com o bwoy (o bwoy não é branco, nem é rico, e não é boy por uma questão de dinheiro, e sim é pela atitude), desde esse primeiro momento o negro se torna uma marionete desse bwoy, não ganha nada em espécie, simplesmente cria uma ilusão de que um dia pode ganhar alguma coisa, dinheiro, status ou qualquer coisa do tipo. Na realidade, num vai ganhar nada, porque o bwoy se for ver mesmo vive de ser “poser”, compra um tênis, um blusão e te chama de mano. MANO? Você negrão periférico é MANO = IRMÃO de bwoy sustentado aos 20 e poucos anos pelos pais?! BUMBOKLAAT!!!!!!!!!!!

Outra é a mesma idéia de Domingos Jorge Velho, a atitude de um tentar de qualquer forma se sobrepor a outro. É uma espécie de circulo vicioso, a pessoa nasce, cresce e é escravizada pelo branco (digo isso em tempo real, HOJE), reclama, xinga, não quer aquela situação. Quando realmente consegue certa independência, por menor que seja, se torna o “esperto”, e escraviza ou pelo menos tenta escravizar outros “irmãos” – a real é que isso rola muito, mas não da muito certo, um preto escravizando o outro aqui não é lá coisa muito natural. 

Agora sobre a questão de pele, temos alguns nomes que são mais xingamentos do que qualquer coisa do tipo, o termo MULATO ou MULATA, tanto falado, acho que ainda não foi bem compreendido. No dicionário da língua portuguesa de Silveira Bueno, MULATO = filho de pai branco com mãe preta ou vice versa, homem escuro, trigueiro, mulo. MULO, no mesmo dicionário = Mu, Asno, Burro. Mulato ou Mulata, só serve pra rebolar o pandeiro mesmo, já que um asno ou burro não pensam, no máximo que podem fazer é rebolar e carregar peso. Nem vou comentar mais sobre esses adjetivos, que dá neurose.

Se você pensa, que por ter recebido o adjetivo de MORENO, deixou de ser preto, existe um certo estudo de origem de palavras, baseado em sua raiz, é muito usado para saber de onde surgiram alguns termos. Palavras de línguas do oriente são bem mais fáceis de serem estudadas, pois as variações são enraizadas por outras palavras. Basicamente são estudadas 3 letras para se saber a raiz de cada palavras, no exemplo;

MaRoonS (tribo africana, que lutou – e muito, pela independência na Jamaica juntamente com a Tribo Ashanti)
MoRenoS (nome dado aos mestiços de negros e brancos na América do Sul)
MooRS (os mouros ou sarracenos. Moors ou Mouro é o nome dado pelos Europeus aos Negros monoteístas de pele mais clara, já que a maioria era islâmica.)

A raiz M-R-S indica algumas tribos africanas e nomenclaturas dadas aos descendentes dessas tribos, que foram trazidas para as Américas, digam o que for, MORENO pro europeu é negro, e se um dia voltar à escravidão, vai junto de volta ao navio como qualquer outro, é uma mera ilusão achar que porque tem a pele mais clara ou mais escura vai se fugir das origens, o máximo que pode perder é a raiz e a essência, o resto, vai ser tratado como negro em qualquer outra parte do mundo. Nesse ponto, a única coisa que resta saber é que o racismo trata os negros como eles são, todos iguais. 

Finalizando a comparação entre Domingos Jorge Velho e Zumbi, ambos foram negros, sobreviventes e viverão conforme o seu tempo, a diferença, um lutou por toda uma comunidade, o outro pela própria sobrevivência, em pé de igualdade os dois mataram, os dois morreram... negros.


Texto originalmente publicado no site Overmundo em Nov/2006 - clique aqui para ler o original e os comentários

Por Ras Wellington - underground_roots@yahoo.com.br

sábado, 6 de setembro de 2008

RASCLAAT - A CONTROVÉRSIA DO FYA BURN



Bom, eu vou tentar fazer um comentário bem particular do que acho das idéias do Sr. Gregory Stephens que para mim hoje, é um dos melhores escritores a respeito do reggae internacional. Tem idéias muito boas, e passa seu conhecimento sem implicar na fundação da cultura, e faz o que poucos fazem, PENSAR!!! Pensar a respeito do reggae, do rastafari e da postura que se aplica hoje em dia em uma música que todos amamos, o Reggae.

A controvérsia o Fya Burn, é real e atual, fácil fácil ver hoje em dia o termo “FYA” usado, mas a pergunta que não quero calar é; FOGO EM QUE?! Fora do Brasil, quando converso com amigos, o Fogo que citam é bem diferente do daqui, fogo lá é militância, e não é militância de sair na rua com faixas, colocar fogo em pneus, em padres ou igrejas, é uma militância praticada dentro de casa, de não acreditar em tudo que ouve, vê na TV ou lê.

Stranjah no post de ontem disse uma coisa certa; “O Rat Race [Corrida Vil] começou desde criação, e só com a vontade de TODA população mundial no mesmo tempo chegaremos a melhorar. A babilônia é o consumismo!! e não temos como escapar... para viver, temos que consumir, para consumir temos que usar, para usar temos que gastar, mas para gastar? precisamos de motivo??”

A resposta é “NÃO”, não precisamos de motivo, se eu disser “CONSUMA MENOS, SALVE MAIS” é bonito, mas talvez não ira funcionar, porque hoje temos que manter um Status Social, hoje não é novidade a molecada de 17, 18 anos estar endividada até o último fio de cabelo, o consumo exagerado, faz com que se tornem escravos literalmente da babilônia.

Você acorda pela manhã devendo, trabalha, ganha menos do que deve, continua devendo, mas precisa continuar consumindo, com o passar do tempo, você vê muitos vivendo apenas para quitar suas dividas, em boa parte de um materialismo fútil, coisas que nem mesmo lembram porque estão devendo. Anthony B diz em uma faixa do Judgment Yard “Don’t Burn Your Moneytion” [Não exploda sua GRANAda], pensando dessa forma desperdiçamos mais do que consumimos, na matemática se devo 15,00 e ganho 10,00 – continuo devendo 5,00, e no próximo mês serão 20,00, e nos embolamos em uma bola de neve interminável. Isso é a babilônia de verdade, que vem pra roubar, matar e destruir.

Sobre os Battyboys, quando falam sobre homofobia rasta há um engano, homofobia é medo de gays, o rasta não tem medo de gays, ele simplesmente contesta e não aprova a atitude de relacionamento de pessoas do mesmo sexo, descrito em TODOS os livros monoteístas. Em países ditos ‘democráticos’ a discordância faz parte desse tal ‘democracia’, sendo assim, é justo que possa me expressar a favor ou contra uma postura. E na Jamaica, ser gay é como se fosse uma contravenção, o mesmo que jogar no bicho aqui no Brasil, não é permitido as vistas da lei, e da até cadeia. E outra, lá fora, como no texto, músicas anti-gays da grana, aqui no Brasil, é outra coisa, prefiro dizer que tenho muito mais a dizer do que falar de gays ou mandar fogo neles. E cada um vai ser julgado pelos seus pecados, assim com eu serei julgado pelos meus. SELAH.

Sobre o afro centrismo citado por Gregory, principalmente pela bandeira levantada por artistas como Sizzla, Capleton e Anthony B, aqui já ocorreu esse tipo de movimentação, mas não conhecida como afro centrismo, e sim como Panafricalismo, isso no inicio da década de 90. Era uma movimentação vinda principalmente do Hip Hop, e deveras ocorria muito no gueto, éramos muito influenciados por grupos como Public Enemy, Poor Righteous Teachers, N.W.A., etc... Mas eu acho complicado as vezes uma pessoa nas condições do Gregory reclamar desse afro centrismo que emergiu pelos Bobos Shantis. Desde os primórdios do inicio do reggae ouvimos as palavras “Sufferer” [Sofredor], “Guetto Youth” [Jovem do Gueto], “Black People” [Povo Preto], e tantas outras palavras que retratam o gueto que o preto vive, palavras que dizem; O mundo é um desastre e não agüentamos mais! E não vemos doutores, antropólogos e sociólogos vivendo no gueto, podemos fazer tese, artigos, mas na real, nunca vão entender o problema do gueto, o motivo, simples; O meu problema, não é seu problema. Voltamos a “RAT RACE”, por status de estar no gueto, por status de ser idolatrado pelo gueto. A solução do gueto, é o próprio gueto que vai criar. Por isso sempre digo, cada um que cuide do seu quintal, e depois que limpar o seu quintal, ai sim, pergunte ao seu vizinho se ele quer sua ajuda.

Peter Tosh diz: ‘Love Black, Think Black, Live Black” [Ame Preto, Pense Preto, Viva Preto]. Por mais que um preto tenha uma ascensão social e econômica, ele sempre vai ser olhado por grande maioria pelos cantos dos olhos. Nesse caso volto a falar do panafricalismo, o preto não pertence aqui, foi tirado da África, e como pensamento natural, ele deve voltar de onde ele veio, assim como rasta disse para Gregory, volte para o seu lugar garoto branco, eu já ouvi, volta para o seu lugar garoto do gueto, é uma programação natural que o ser humano sofre para tomar certas ações. Mas cada um deve lutar pelo direito de melhora, independente de ser no gueto ou nos centros emergentes. O que não se deve dizer é como cada um deve viver, e nem que fulano ou beltrano é pré destinado a sofrer, por uma condição imposta.

Mas, o que se ouve muito de alguns jovens que se intitulam rastas é “eu não vou me vender para a babilônia”. Mas, um momento, os pais desses podem se vender para a babilônia? Então temos filhos que se dizem rastas, que fazem o papel da babilônia escravizando seus próprios pais, pois a comida que eles comem, vem de algum lugar, e é comprada por seus pais. Esse quando ouvir numa música que “estamos na correria do arroz com feijão”, nunca vai entender o sentido dessa frase.

E volto a perguntar o jovem que é chamado de playboy, que reclama por essa intitulação, reclama do que? E põe Fogo em que? O que vejo hoje são apenas comentários, em fotologs, em posts no orkut – “Festa de ontem foi FYAA!!!” Voltamos a pergunta que não quer calar, fogo em que?! Saiu de casa, beijou, se embebedou, e ae?! Só isso é FYA?!

FYA no Brasil (e algumas partes do mundo também) se tornou uma palavra para denominar animação, apenas isso, um disco de dub que não diz nada, uma festa cheia de playboys, corpos suados, maconha com amoníaco e bebida. Isso no Brasil é o tal FYA que tanto dizem. Eu com o tempo, aprendi que o fogo é versátil; fogo para purificação como Capleton diz, esse sim é o tipo de fogo que eu gosto, e o melhor é jogar nesse fogo tudo aquilo que não faz bem. Mas também existem outros tipos de fogo; o fogo do desejo carnal, o fogo da vergonha na cara quando sente a face formigar, o ‘fogo de palha’ que acende e apaga no mesmo momento. Vários tipos de fogo, para todos os tipos de pessoas.

O que mais concordo no texto sobre A Controvérsia do Fya Burn, é a necessidade de mudanças, de comportamento, de atitude na compreensão de um todo; a respeito do rastafari, a respeito do uso do fogo como forma de expressão, do afro centrismo que sem conhecimento de fato, é tão prejudicial quanto a atitude da supremacia branca de Hitler. O maior incentivo que o Rastafari deve dar é o da busca de conhecimento, essa sim é a única forma de vencer o RAT RACE, é o conhecimento com fundamento, vivencia e disciplina.


O CONHECIMENTO REINA SUPREMO, SEMPRE!

ƏGZIABHIYÄR YMÄSGN

[Graças ao Supremo Criador]

Por RAS Wellington - underground_roots@yahoo.com.br

domingo, 24 de agosto de 2008

X-CLAN - O RETORNO DE MECCA




X Clan - Mecca

Na década de 1990, a geração do Hip Hop foi introduzida a uma nova era na música. O som do Funk, a cultura e o estilo Brooklyn, nas letras, no flow abriu a mente e chamou a atenção com a mensagem de busca de justiça social e o engajamento político. O grupo militante X Clan chamou a atenção no inicio dos anos 90 indo no oposto do modismo e sucesso ascendente de outros grupos. Com um som único para a época, a imagem, o conceito, o grupo X Clan estava duas vezes a frente junto com um mínimo de outros grupos, saindo por uma tangente, sendo um dos pioneiros na produção de letras consciente, caminhando contra a imagem de outros artistas que cantavam letras negativas e a ascensão de um ego sombrio em suas poesias. Em aliança com o movimento Blackwatch Movement (uma organização fundada no Brooklyn que informa os jovens do mundo todo a respeito de movimentos organizacionais e injustiças), X Clan estava a frente mantendo o foco na missão de passar uma mensagem clara de liberdade e elevação enfrentando a tensão racial e o genocídio indígena no inicio dos anos 90.

O X Clan era muito conhecido pelo seu Afrocentrismo e militância dentro do Blackwatch Movement. O grupo ganhou reconhecimento gerando grandes controvérsias em grupos e entidades sociais devido o conteúdo de suas musicas.

Outros artistas se afiliaram ao X Clan na época como Isis, Queen Mother Rage, e YZ. Professor X, um dos fundados junto com Brother J do X Clan, lançou seu primeiro álbum solo entitulado “Years of The 9” em 1991.

Após dois álbuns de muito sucesso lançados pela Island Records, o “To The East Blackwards” e o álbum “Xodus”, ambos os álbuns chegaram no topo da Billboard. No final dos anos 90 o X Clan deu uma dispersada devido a muitas tribulações. Em 1995, um dos mais antigos membros do grupo Sugar Shaft morreu com AIDS. Já no inicio dos anos 2000, o X Clan voltou a se reunir mas sem lançar nenhum material e foi formado um novo grupo chamado X Clan Millenium Cipher. O único lançamento no inicio desse novo milênio foi um single chamado “The One/Blackwards Row”. Professor X um dos fundadores tanto do X Clan como do Blackwatch Movement, morreu em 17 de Março de 2006.

Brother J, a voz do X Clan, continuou a produzir e preservar seu nome e forma expressiva de arte fora do mainstream e do mercado underground do Hip Hop. Em 1996, a primeira geração do Dark Sun Rider lançaram um projeto chamado de “Seeds of Evolution” também pela Island Records. Atualmente, Brother J relançou o X Clan, com um novo álbum intitulado “Returno from Mecca” originalmente chamado Trinity. O disco foi lançado com participações de Chali 2na do Jurassic 5, RBX, KRS One, Damian Marley e Tech N9ne na musica bônus “Respect”.

A antecipação do retorno de Brother J e o X Clan abriu as portas para as turnês de incentivo a conscientização, uma agenda lotada e participações especiais, como na Def Poetry Jam, Legends of Hip Hop Concert e na turnê The Damian Marley Jamrock Tour. Frequentemente em aliança com a Suburban Noize Records, Brother J deu sinal verde para expor a próxima onda de artistas conscientes e o conhecimento da rua na musica.

Brother J e o X Clan continuam espalhando o conhecimento ancestral, cultura, e sua assinatura na originalidade e estilo para todas as gerações do Hip Hop.

Por

RAS Wellington - underground_roots@yahoo.com.br


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