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quarta-feira, 3 de junho de 2015

A HISTÓRIA DA TROJAN RECORDS

Em 28 de julho de 1967, o selo britânico dedicado a música jamaicana, Island Records lançou um selo para mostrar os lançamentos de um dos produtores mais populares e bem sucedidos das eras do ska e rock steady, Arthur 'Duke' Reid. O selo, batizado de 'Trojan' era em homenagem a Mr. Reid, que o tinha adquirido durante seus primeiros dias no mundo da música, surpreendentemente não cumpriu o seu potencial e ficou estagnado depois de alguns meses. E isso pode muito bem ter sido o fim da história da Trojan, se não fosse a criação de uma nova empresa de música jamaicana, lançada no verão de 1968, que estava precisando de um nome adequadamente dinâmico.


Duke Reid
O resultado de uma fusão entre a Island Records e seu distribuidor B&C, a "Trojan Records” prontamente lançou um ambicioso programa de lançamento de singles, com uma variedade de selos que destacou a música de cada produtor, que vão desde produtores da música britânica, como Robert 'Dandy' Thompson, a especialistas jamaicanos como Lee 'Scratch' Perry, Edward 'Bunny' Lee e, claro, o próprio Duke Reid.

O rápido crescimento da Trojan durante o seu primeiro ano foi devido em grande parte ao desenvolvimento de um movimento de jovens da classe trabalhadora, que abraçou a música jamaicana como parte integrante de sua cultura: os Skinheads. O poder de compra desse rápido desenvolvimento demográfico, resultou em uma explosão nas vendas e no verão de 1969 a empresa teve seu primeiro grande sucesso,  com "Red Red Wine" do pouco conhecido Tony Tribe. Seu sucesso logo foi eclipsado quando os Upsetters, The Pioneers, Jimmy Cliff e Harry J All Stars, fizeram o seu caminho para os postos mais altos da lista dos mais tocados. O movimento  que a Trojan fez, trouxe uma nova vida para a década seguinte, com Desmond Dekker, os Maytals e Bob (Andy) & Marcia,  chegando nas paradas pop britânicas.

Na primavera de 1971, Dave & Ansel Collins com '' Double Barrel”, lançada pela Trojan, garantiu seu primeiro número um no Reino Unido, ao passo que outros lançamentos entravam na lista de sucessos com singles de Bruce Ruffin, Greyhound e The Pioneers. Além de sua produção abertamente comercial, a empresa também destacou música de artistas em grande parte desconhecidos fora Jamaica, muitos dos quais mais tarde se tornariam grandes estrelas da música internacional - entre estes eram Dennis Brown, Gregory Isaacs e um trio vocal baseada em Kingston chamado Bob Marley & The Wailers.

A Trojan permaneceu com enorme sucesso durante o próximo ano, com outros grandes hits de Dandy Livingstone, John Holt, Ken Boothe e com o ex-leão de chácara, Judge Dread.  Mas em 1975, após ter experimentado dificuldades financeiras, o selo foi adquirido por um novo proprietário, Marcel Rodd. A inexperiência de Rodd com música jamaicana provou ser dispendiosa, e apesar de assinar novos acordos com uma série de produtores, a Trojan lutou, mas como os anos setenta chegou ao fim. O 'Ska Revival' trouxe um aumento em seu faturamento. O sucesso de bandas como os Specials e Madness despertou um interesse renovado no vintage Ska e Reggae clássicos, e por um tempo a Trojan prosperou mais uma vez. Infelizmente os bons tempos não eram para durar muito, e em 1985, com o boom do Ska passou mais uma vez. Colin Newman - um contador por profissão e ávido colecionador por natureza - adquiriu o selo. Sob a direção de Newman, o foco principal da Trojan estava sobre seu catálogo de volta formidável, com vários especialistas empregados para garantir que ele mantivesse sua posição como companhia e selo mundial, a frente do vintage Reggae.

Cerca de 15 anos mais tarde, a Sanctuary Records se tornou a quarta proprietária da Trojan, pagando mais de £ 10 milhões  (em torno de R$ 46 milhões) para ter  o privilégio de ser dono de um dos mais importantes selos do Reggae. Ao longo dos próximos anos, o selo foi se fortalecendo, o seu já vasto catálogo aumentado por selos como RAS e Creole, resultando em uma gama surpreendentemente e diversificada de lançamentos, com destaque para tudo, de Ska até o Dancehall. A história da Trojan Records tomou a sua última volta dramática em junho de 2007, quando a Universal Music Group comprou a Sanctuary Records em sua totalidade, assim trazendo a marca da música jamaicana de volta para o mesmo teto que Island, o selo que tinha sido instrumento na sua criação, uns 39 anos antes. A Universal manteve o catálogo durante o decorrer dos sete anos seguintes, lançando numerosas coleções aclamadas e revivendo o saudoso Trojan Appreciation Society, vendendo depois relutantemente a marca a BMG, uma subsidiária de uma das maiores empresas de mídia da Europa, Bertelsmann.

Muita coisa mudou desde o verão de 1968, no entanto, apesar da ascensão e queda de inúmeras tendências da música e do desenvolvimento de novos formatos em que a música pode ser adquirida, a Trojan Records tem mantido uma presença significativa e relevante em um mercado cada vez mais competitivo. E essa é a grande riqueza da música à sua disposição, e não há nenhuma razão para que a Trojan não deve continuar a fazê-lo por muitos e muitos anos.


John Holt - Help Me Make It Through The Night (7")
Label:Trojan Records
Cat#: TR.7909
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Original press, some little noise, marks on surface and some marks and sticker on label, plays nice. 

R$45.00
+ shipping


Danny Ray (2) - I Can't Get Used To Losing You (7", Single)
Label:Trojan Records
Cat#: TRO 7993
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Original press, some little noise, marks on surface and some marks and sticker on label, plays nice. 

R$45.00
+ shipping


Nicky Thomas / Destroyers, The - Love Of The Common People / Compass (7", Single)
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7750
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Original press, some little noise, marks on surface and some marks and sticker on label, plays nice. 

R$60.00
+ shipping


Jimmy Cliff - Wonderful World, Beautiful People (7", Single)
Label:Trojan Records
Cat#: TR-690
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Original press, some little noise, marks on surface and some marks and sticker on label, plays nice. 

R$45.00
+ shipping


Horace Faith - Black Pearl (7", Single)
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7790
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$45.00
+ shipping


Teddy Brown (3) - Rose Garden (7")
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7811
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$60.00
+ shipping


Greyhound (4) - Black And White (7", Single, Sol)
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7820
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label, have a sticker on label. Plays nice.

R$45.00
+ shipping


Ken Boothe - That's The Way Nature Planned It (7")
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7910
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$45.00
+ shipping


Monsoon (8) - Hot Honolulu Night / Come Back Jane (7")
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7831
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$45.00
+ shipping


Bob And Marcia* - Pied Piper / Save Me (7", Single, Lar)
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7818
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Original Press, with some marks on label and some noise.

R$45.00
+ shipping


Pioneers, The - Let Your Yeah Be Yeah (7", Single)
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7825
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$45.00
+ shipping


Gable Hall School Choir - Reggae Christmas (7", Single)
Label:Trojan Records
Cat#: TR 7943
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$45.00
+ shipping


Dandy* - Salt Of The Earth (7")
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7828
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$45.00
+ shipping


Teddy Brown (3) - Walk The World Away (7", Single)
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7827
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$45.00
+ shipping


Ken Boothe - Crying Over You (7", Single)
Label:Trojan Records
Cat#: TR 7944
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$45.00
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Pluto Shervington - Ram Goat Liver (7")
Label:Trojan Records
Cat#: TR.7978
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Great copy. With some little noise and marks on label. Plays nice.

R$45.00
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John Holt - I'll Take A Melody / Peace And Love (7", Single)
Label:Trojan Records
Cat#: TR-7987
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Original press, some little noise, marks on surface and some marks and sticker on label, plays nice.
View Release Page
R$45.01
+ shipping


Dandy Livingstone - Suzanne, Beware Of The Devil (7", Single, Sol)
Label:Horse
Cat#: HOSS 16
Media Condition: Very Good Plus (VG+)
Original press, some little noise, marks on surface and some marks and sticker on label, plays nice. 
R$45.00
+ shipping


Harry J. All Stars / Glen And Dave* - Liquidator / La La Always Stay (7", Single, Wid)
Label:Harry J Records
Cat#: TR 675
Media Condition: Very Good Plus (VG+) 

R$60.00
+ shipping



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sábado, 25 de abril de 2015

CLEMENT "COXSONE" DODD - STUDIO ONE

Clement Coxsone Dodd @ Studio One

Um dos produtores mais importantes e prolíficos do reggae, Clement "Coxsone" Dodd foi determinante no desenvolvimento do reggae, tanto do ponto de vista criativo tanto quanto pelo seu faro fino para fazer negócios. Como Berry Gordy da Motown, Dodd montou uma simplificada fábrica de hits em seu estúdio, com uma postura altamente profissional, gravando uma quantidade exorbitante de músicas para sua gravadora de mesmo nome, o Studio One. Como James Brown, Dodd traçou um plano rítmico que as gerações futuras dependeriam fortemente; assim como o sampler no hip hop usando as batidas de Brown até a morte, os produtores de dancehall inúmeras vezes usam e reutilizam (ou "versionam") as músicas produzidas por Dodd. Dodd foi presente na gênese da música popular jamaicana, evoluindo de um DJ para um empreendedor de um sistema de som e posteriormente a um produtor e um dos primeiros proprietários negros de um estúdio na Jamaica. Nesse meio tempo, ele manteve o dedo no gosto popular, assistindo a música evoluir do blues e rhythm and blues ao ska, rocksteady ao reggae contemporâneo, e manteve uma banda de estúdio que pouco mudou com o decorrer do tempo; os mais aficionados pela história do reggae tendem a concordar que o seu melhor trabalho veio durante a era rocksteady dos anos 60. Embora a documentação acaso torna difícil saber exatamente quantos registros Dodd produziu, ele é geralmente reconhecido porque trabalhou com quase todas as grandes estrelas do reggae dos primeiros dias em um ponto ou outro, incluindo as primeiras gravações de Bob Marley & The Wailers. Ele também atuou como um mentor para assistentes de produção (que se tornaram gigantes depois), como Lee "Scratch" Perry e Winston "Niney" Holness, entre outros que foram  aprendizes no Studio One. Tudo somado, é quase impossível encontrar uma outra figura por trás dos bastidores que exerceu tanta influência no reggae durante um período tão grande de tempo como Coxsone.

Clement Seymour Dodd nasceu em Kingston, Jamaica em 26 de janeiro de 1932. Seus pais tinham uma loja de bebidas, e Dodd jovem teve sua primeira experiência de DJ tocando discos de jazz americanos para a clientela. Ele recebeu o apelido "Coxsone" em homenagem à sua habilidade como jogador de críquete, por causa de um dos jogadores da equipe inglesa Yorkshire da época. Depois de completar o colégio, Dodd encontrou trabalho temporário como operário nos canaviais do extremo sul dos Estados Unidos, enquanto lá, ele se apaixonou cedo pelo R&B, especialmente o final mais complexo do ritmo que iria se tornar popular para muitos outros jamaicanos.

Dodd voltou para casa com um acervo substancial de de discos, e em 1954 ele entrou na brincadeira emergente na Jamaica, o sistema de som. Sistemas de som (bem, você deve saber do que se trata...) tinham uma função além de ser um amontoado de equipamento, era de dar as pessoas pobres o acesso aos registros que não podiam dar ao luxo de ter em casa, e eles eram mais baratos para os proprietários das casas de shows, cujos músicos todos os salários eram individuais. O sistema de Dodd foi conhecido como "Sir Coxsone the Downbeat", e rapidamente se tornou um dos mais populares na Jamaica, Dodd rivalizava principalmente com o ex-policial Duke Reid. No auge do sucesso de seu operação, Dodd teve até cinco sistemas para tocar em Kingston na mesma noite. A concorrência entre os sistemas de som foi intensa, e Dodd comprava cadas vez mais discos em suas viagens para os EUA em busca dos mais recentes, músicas raras, e mais dançantes. Durante esta época, DJs jamaicanos começaram a prática - mais tarde copiado por diversos dj's no hip hop, jungle, drum 'n bass, enfim... Que era riscar ou arrancar os rótulos dos discos, de modo que os outros dj's não soubessem o que estavam tocando e não conseguiam duplicar suas seleções. Uma das canções tema de Dodd foi de Willis "Gator"Jackson com a canção "Later For Gator", que ele rebatizou de "Coxsone's Hop", a história diz que Duke Reid, finalmente, descobriu a verdadeira identidade da música e tocou pela primeira vez em uma soundclash com Dodd, que quase desmaiou com em choque.

À medida que os anos 50 chegavam ao fim, os gostos do público preto nos EUA estavam mudando. R&B estava se movendo em direção ao rock & roll ou um som mais liso digamos assim ou um pop mais direcionado. Longos sets de jazz e as explorações mais cerebrais (intelectuais) e estava se distanciando do blues conciso e dançante e do boogie-woogie tocado em 45rpm nas jukeboxes nas pequenas pistas de dança. O gosto jamaicano no entanto, não mudou, e para satisfazer a demanda para o tipo de música seu público queria, os operadores do sistema de som começaram a gravar os músicos locais. No início, esses registros foram usados ​​como conteúdo exclusivo para os sistemas de som tocarem, mas a demanda esmagadora levou as cópias dos discos que estavam sendo prensados e disponibilizados para venda ao público. Dodd começou a se aventurar nas gravaçõe em 1959, quando formou a primeira de suas muitas gravadoras, a World Disc. Sua provável primeira produção foi "'Shufflin' Jug"  gravada pela banda Clue J & His Blues Blasters, e também produziu o que muitos historiadores consideram também ser o primeiro registro de ska,  a música "Easy Snappin" de Theophilus Beckford naquele mesmo ano. Ao longo dos próximos anos, Dodd trabalhou com nomes como Derrick Morgan, Derrick Harriott, Clancy Eccles, Alton Ellis, Don Drummond e Roland Alphonso, entre muitos outros músicos, os dois últimos, ambos instrumentistas de jazz, e que viriam a fazer parte dos Skatalites, que seria a banda de estúdio para a maioria das primeiras gravações de Dodd, e fez seu nome como o melhor conjunto de ska instrumental complementando todos os lados dos negócios de Dodd. Como seu negócio cresceu e floresceu, Dodd formou vários outros selos, principalmente como uma forma de disfarçar a inundação de discos que eram  lançados com o seu nome (muitos DJs foram simplesmente cansando de vê-lo em todos os lugares).

Em 1963 Dodd abriu o primeiro estúdio de gravação com um preto sendo o proprietário na Jamaica em Brentford Road em Kingston, oficialmente chamado de "Jamaican Recording and Publishing Studio", que veio a ser conhecido como Studio One, que também serviu como o nome do selo de Dodd e sua assinatura. Com os Skatalites como a banda da casa (e corte cheia de hits instrumentais da sua própria autoria), o Studio One revelou alguns dos hits mais reconhecidos e importantes da época, com registros de Delroy Wilson, Toots & the Maytals, Lee "Scratch" Perry, Bob Andy, e - talvez o mais importante - Bob Marley & The Wailers, incluindo o seu cartão de visita de estréia, "Simmer Down". No principio, o Studio One se tornou um campo de treinamento de valor inestimável para toda uma geração de talento musical jamaicano. Dodd foi constantemente procurado por novos talentos, audições semanais, e muitas vezes desde a formação vocal para cantores, mais crus digamos assim, o que era mais marcante era o ritmo de trabalho do estúdio de gravação que produzia mais e mais e manteve a sua estabilidade de arranjadores, produtores e músicos muito ocupados, dando-lhes o know-how prático que ajudaria alguns a se estabelecerem com seus próprios negócios nos próximos anos, e fornecer uma base sólida para o desenvolvimento contínuo da indústria de gravação no país.

Durante a segunda metade dos anos 60, o ska originou um novo estilo batizado  de rocksteady. Apesar de seus sucessos anteriores, foi durante este período que Dodd verdadeiramente atingiu seu auge criativo, e continua a ser a parte mais freqüentemente desejada de seu extenso catálogo. Ajudado pelas novas tecnologias de gravação que estavam surgindo, permitia vocais mais ricos e menos carregados, arranjos sutis, o som de Dodd era afiado com assinatura de funk, o soulful, orgânico, e a raíz, que cresceu em tamanha sonoridade que iria perdurar até a era do dancehall. Alguns dos artistas do Studio One eram mais proeminentes esse período como Alton Ellis, The Heptones, The Ethiopians, Jackie Mittoo, Delroy Wilson, Marcia Griffiths e Ken Boothe, além da constante evolução pós-Skatalites, a banda de estúdio foi primeiro apelidada de Soul Brothers, depois Soul Vendors e então em 1970 Sound Dimension.

Com a ascensão do reggae das versões dub, Dodd não estava mais na vanguarda das técnicas de produção dos anos 70, e seu ritmo frenético de gravação finalmente começou a diminuir um pouco. Ainda assim, suas habilidades foram perfeitamente adequadas para a era roots do reggae, e ele continuou a produzir algumas das maiores estrelas da época: Burning Spear, Horace Andy, Dennis Brown, Dennis Alcapone e Freddie McGregor (cujo álbum Bobby Bobylon é amplamente considerado como um dos melhores discos produzidos por Dodd). Após o reggae deu-se lugar ao dancehall no início dos anos 80, Dodd inicialmente manteve o ritmo através de seu trabalho com as estrelas Sugar Minott, Johnny Osbourne, Frankie Paul e Michigan & Smiley, dentre muitos outros. No entanto, em meio a mudanças no gosto popular e instabilidade política, ele logo decidiu mover suas operações para Nova York, e aconteceu a abertura do estúdio e uma loja de discos no Brooklyn. Ele voltou à Jamaica em algumas ocasiões e continuou a produzir discos de tempos em tempos, embora sem o sucesso generalizado e poucas décadas atrás. Em 1991, dois  concertos na Jamaica celebraram seu 35º aniversário de Dodd no negócio da música e contou com muitos dos seus velhos amigos músicos, entretanto, o rótulo Heartbeat (uma subsidiária da Rounder) obteve os direitos para relançar o vasto catálogo do Studio One, liberando tanto compilações de artistas e coleções individuais. Em 1993, Dodd embarcou em uma longa batalha legal de cobrar royalties não pagos relativos ao material de seu catálogo que foram lançadas sem crédito ou permissão. Em 2000 ele voltou sua atenção a produtores individuais a grandes distribuidores, como o selo VP. Em 2004 Coxsone voltou à Jamaica para uma nova celebração em sua homenagem em reconhecimento por sua contribuição à cultura Jamaicana. A rua The Road Brentford em Kingston, que serviu como lar para seu estúdio de gravação e que foi tão fundamental para o desenvolvimento do reggae foi rebatizada com o Studio One Boulevard. Tragicamente, Clement "Coxsone" Dodd morreu de um ataque cardíaco apenas quatro dias após a cerimônia em 05 de maio de 2004.



  STUDIO ONE @ FYASHOP

Para ver preços, ouvir ou comprar basta clicar nos links dos títulos. Dúvidas ou compras envie e mail para https://fyashop.com.br/index.php?route=information/contact



quinta-feira, 26 de julho de 2012

DEEP ROOTS MUSIC - BBC DOCUMENTARY @ FYASHOP

A última palavra em história do reggae, essa série em seis partes gravada em filme no início dos anos 80e dirigida por Howard Johnson. A filmagem foi feita pouco após a morte de Bob Marley, num momento determinante do reggae onde se olhava para trás e para frente tentando imaginar o seu futuro e de como a Jamaica faria a sua música sem seu maior ícone. 

Howard Johnson concorreu ao Oscar como melhor caramen e entrevistou os maiores músicos e os mais influentes produtores da época que influenciaram todo o decorrer da história do reggae. Os documentários (3 dvd's) contam com os músicos e produtores ainda numa fase de descobrimento e obscuridade antes de se tornarem lendas no reggae mundialmente. 

Deep Roots Music coloca tanto apresentações ao vivo como entrevistas contanto a história e falando sobre a cultura das bandas e dos sistemas de som, junto ao folclore e a musicologia. Nessa amostragem toda, aparecem desde os criadores aos que se envolveram desde os primórdios do Mento, Ska, Rock Steady e os primeiros deejays e seletores.

Clique nas capas para adquirir o dvd no fyashop;

  

Parte 1 - Revival
Como Kumina, Poco, Burro e Mento - a música dos escravos africanos - se tornou o ritmo batizado de Ska que conquistou o mundo. Como canções folclóricas e calipso mantiveram a cultura viva e reavivaram sua música com a mistura de músicas cristãs de suas igrejas e as canções africanas de seus antepassados no mais alto nível. Entrevistas com Skatalites, Count Ossie, Toots Hibert, Don Drummond, Jimmy Riley e Jimmy Cliff.

Parte 2 - Ranking Sounds
A ascensão dos sistemas de som e a origem dos deejays e dos toaters. Raras imagens de U Roy, Prince Buster e dos Skatalites. Memórias de Duke Reid. As primeiras aparições dos originadores do talk-over Sir Lord Comic e Count Matchouki e os principais sistemas de som da época como Jack Rubi Hi-Power fazendo uma sessão em Ocho Rios. 

Parte 3 - The Bunny Lee Story
Um dos maiores produtores da Jamaica e sua "família"de artistas demonstram como a música deve ser feita. Prince Jammy, Waine Smith, Junior Reede a nata de Bunny Lee Jackie Edwards, Delroy Wilson, Johnny Clarke e Prince Jazzbo.

Parte 4 - Black Ark
Lee Scratch Perry da uma aula de música, celebra a influência do Rastafari no reggae, inclui algumas imagens raras de Sua Majestade Imperial Haile Selassie. Gravações de Nyabingui com Count Ossie, Tommy McCook e Skully e participações de the Mighty Diamonds e Bob Marley. Lee Scratch Perry investe dias em seu estúdio brilhantemente descrito como "black power". 

Parte 5 - Money In My Pocket
A conexão jamaicana entre politicos, comerciantes e a música. Edward Seaga e Michael Manley unidos no palco de um show de Bob Marley na famosa reconciliação durante o concerto numa das eleições mais violentas na Jamaica no ano de 1981. Música na rádio com Sonia Edwards e Robert Wilson, música nas ruas com Charlie Ace e sua famosa van batizada de Swing A Ling e música no estúdio com Sheila Hylton e Dennis Brown. 

Parte 6 - Guetto Riddims
A parte mais pobre da ilha foi a que mais contribuiu para sua musicalidade e originalidade em sua cultura. Charlie Ace traz mais música para a comunidade, Jack Ruby em uma de suas famosas audições no quintal atraindo formidáveis e geniais músicos, letristas e compositores desconhecidos. Participação de Skatalites, The Mighty Diamonds e Micky Simpson.







quarta-feira, 24 de agosto de 2011

FYASHOP - SKATALITES, DON DRUMMOND, BABA BROOKS, JIMMY CLIFF, LORD TANAMO, ROLAND ALPHONSO...

Segue abaixo alguns dos títulos a venda pelo FYASHOP, o catálogo completo pode ser visto pelo link http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_44458595.

7INCH - DON DRUMMOND & SKATALITES - STREET CORNER/ R$ 20
http://youtu.be/rG3s-GeQB5I

7INCH - SKATALITES - GHOST TOWN/ R$ 20
http://youtu.be/e3l_f-6YE9A

7INCH - SKATALITES - LAWLESS STREET/ R$ 20
http://youtu.be/no2zVLBLW3Q

7INCH - SKATALITES - CHINATOWN/ R$ 20
http://youtu.be/ilysv097ezQ

7INCH - SKATALITES - BLACK JOE/ R$ 20
http://youtu.be/RwnqZnySYe4

7INCH - SKATALITES - WHAT A SKANDAL/ R$ 20
http://youtu.be/42K8rjhXR58

7INCH - BABA BROOKS - GIRLS TOWN SKA/ R$ 20
http://youtu.be/jJKRIQmW9tI

7INCH - JIMMY CLIFF - ONE EYE JACK/ R$ 20
http://youtu.be/DvUxNaadOek

7INCH - LORD TANAMO - I HAVE A DREAM/ R$ 20
http://youtu.be/TKG7CIe7sJY

7INCH - ROLAND ALPHONSO - JAZZ SKA/ R$ 20
http://youtu.be/HJBAt5SX1Eo

7INCH - ROLAND ALPHONSO - SHUFFLE DUCK/ R$ 20
http://youtu.be/25UkYnsngLY

7INCH - SKATALITES - SURFTIDE SEVEN IN A MELLOW MOOD/ R$ 20
http://youtu.be/5FoNhcrFnKE

7INCH - DON DRUMMOND - A WAY FROM IT ALL/ R$ 20
http://youtu.be/tpaNdGCEusw


> Para comprar basta enviar e mail para fyadub@yahoo.com.br
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> Frete até 3 lp's por 10,00 reais via PAC (SP/RJ/MG), quantidade acima de 3 discos o frete é gratuito. Outras regiões consulte pelo e mail fyadub@yahoo.com.br
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domingo, 21 de agosto de 2011

FYASHOP - DON DRUMMOND - STREET CORNER - 7INCH - SKA ESSENCIAL

DON DRUMMOND

O mestre do trombone Don Drummond estava dentre as principais figuras na evolução do ska – um dos membros fundadores do legendário grupo Skatalites, ele foi um dos compositores mais produtivos de sua época, teve mais de 300 composições creditadas em sua breve carreira antes de terminar em uma tragédia. Um dos ícones do nascimento do ska, Drummond foi abençoado e se tornou uma lenda na Jamaica com seu jazz progressivo. Don Drummond foi um dos professores da Alpha Boys School, um dos maiores centros formadores de músicos de Kingston, foi mentor de grandes nomes como Tommy McCook, Rico Rodriguez, Vernon Muller, Joe Harriot e Vicent Gordon. Deu inicio a sua carreira de músico em 1956, suas primeiras produções, foram cuts gravados especialmente para tocar nos sound systems. Por volta de 1959, essas gravações começaram a ter um propósito mais comercial na Jamaica e na Inglaterra. O resultado, a estrela de Drummond começou a brilhar cada vez mais, e com a direção do famigerado Coxsone Dodd, ele compôs e arranjou centenas de clássicos do ska tanto para o Studio One como para o estúdio Treaseure Island.

A genialidade de Drummond, não chegava sem um preço, notoriamente um homem excêntrico, ele sofreu de uma depressão maníaca, ele ganhou um apelido de Dodd, “Don Cosmic”, era um gênio que não viveu muito. Quando o diretor musical do Studio One, Jackie Mittoo falava a respeito da produção do Skatalites em 1964, ele não exitou em trazer Don Drummond para se juntar ao grupo, e ele rapidamente emergiu como uma liderança criativa e espiritual entre eles. A fase de ouro da música jamaicana foi na era do Skatalites, com uma influencia que até hoje é incalculável. Seu lançamento em 1964, com o autentico ska dominou a Jamaica, e Drummond liderava as sessões com todos os principais artistas da ilha, ele deu um Big UP no inicio de carreira de vários artistas como Delroy Wilson, The Wailers, Lee “Scratch” Perry e Ken Boothe.

A música “Man In The Street” deixou o Skatalites no Top Ten no Reino Unido no final de 1964, e um ano depois a adaptação da música tema do filme “The Guns of Navarone” novamente entrou para o Top Tem, mas, o Skatalites perdia o músico, com sua demissão do grupo, e assim veio sua decadência. Em meados de 1965 ele foi preso pelo assassinato de sua namorada, a dançarina Marguerita Mahfood. O corpo foi encontrado em sua casa, depois de uma breve investigação, Drummond alegou insanidade, e ficou preso por tempo indeterminado no Bellevue Hospital. Ele morreu em 6 de maio de 1969, com 37 anos. Embora, a causa da morte oficial seja suicídio, não aconteceu uma autopsia oficial, e os rumores de sua morte não ter sido suicídio . Apesar de tudo isso, a verdade é que sua morte marcou o fim de uma era, mas sua influencia continua e vai continuar por muitos anos ainda.





DON DRUMMOND - STREET CORNER - 7INCH

TRACKLIST:
LADO A - DON DRUMMOND - STREET CORNER
LADO B - GLORIA & DREAMLETS - REALLY NOW
SELO - TREASURE ISLE

Preço: R$ 20,00


***


:: FYASHOP ::


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sábado, 16 de outubro de 2010

VICTOR RICE

“Lançado pelo selo independente Radiola Records, “in America” nos coloca no mundo do ska e reggae do produtor americano Victor Rice, que mudou de Nova Iorque para São Paulo! A essencia do disco esta na Jamaica dos anos 60.” Carlos Albuquerque – Segundo Carderno, O Globo

“No disco, Rice toca baixo, organ, pandeiro, guitarra, escaleta (piano de sopro). As 19 faixas são excelentes, longas viagens sonoras chegam com a simpática “Toque” ou a alucinante “JD”. Destaque para Baby Dub, que conta com a participação de Caz Ggardiner, o restante do cd é instrumental. Enfin, um disco excelente, contendo ska, rocksteady, reggae e dub.” Ricardo Tibiu, Folhateen, Folha de S. Paulo

Victor Rice – In America

Baixista e produtor renomado na Europa e Estados Unidos, Victor Rice traz a sonoridade jamaicana dos anos 60 e 70. Atualmente habitando o condominio Copan, em São Paulo, o nova iorquino tem um longo curriculo. Participou dos grupos mais importantes da América, como o New York Ska-Jazz Ensemble, Stubbom All-Stars, com The Scoffaws. Produziu o premiado disco dos Slackers, assim como o do Pietasters, dos Articles e de Skavoovie & Epitones, por exemplo.

A velha guarda da Jamaica empresta seus serviços. Laurel Aitken, o ilustre Nuit jamicano, empresta de Victor Rice sua elegancia a outra celebridade, Desmond Dekker, idolo dos rude boys e rastasfaris de todo o planeta. Mesmo os Skatalites, os criadores do ska e de toda a música moderna jamaicana, requisitaram o apoio do produtor para o album Ska Titans.

Rice esteve divinamente celebre tocando baixo no disco Dub Side of The Moon, uma versão dub do album classico do Pink Floyd, lançada na ocasião do aniversario de trinta anos do original por Easy Star All-Stars, de Nova Iorque. No Brasil, produziu uma versão de “Máquina do Tempo”, do grupo gaúcho Ultramen, mixou uma música de Nando Reis, registrada pelos cariocas do Reggae B (projeto de Bi Ribeiro, baixista do Paralamas). Membro também do trio Firebug, que lançou seu premiado disco pela Radiola Records, em São Paulo.

O Selo Radiola é distribuido pela Tratore no Brasil, Victor está presente em In América, seu décimo album solo, produzido parte em Nova Iorque e outra parte em São Paulo. Especialmente instrumental, o disco aponta faixas sugestivas. Victor batiza em portugues suas músicas no disco, como “Fernandinho”, “Fica” e “Toque”. Separando a matemática da criatividade, ele interpreta uma versão de “Parabéns” (Happy Birthday). O americano Caz Gardiner empresta sua voz a “Baby Dub”.

Na construção de suas músicas, Rice se inspira em harmonias sofistidas de heróis jamaicanos, como Don Drummond com Jackie Mitto, do jazz de Sonny Rollins e Wayne Shorter. São 19 faixas em que o baixista leva do ska ao rocksteady, do reggae ao dub. Mesmo que for um especialista ou não, o disco soa como um dicionario de sons da Jamaica.

terça-feira, 11 de maio de 2010

FYASHOP - QUEIMANDO O ESTOQUE


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domingo, 9 de maio de 2010

FREE DOWNLOAD - JAMAICAN CULTURE MIXTAPE BOX SET

A associação Cultural Astur Sound System e General Sound System tem o prazer de informar o lançamento do novo trabalho de Urban Poison Selektah, a box set de três mixtapes intitulada "Jamaican Cultre Mixtapes Box Set", conjunto de três mixtapes gravadas com 90% de discos de vinil. A primeira mixtape é a "Songs of Rudies", que essencialmente tem a sonoridade do ska, rocksteady e early reggae, com artistas clássicos e atuais. A segunda mixtape é a "Walking Inna Roots" que buscou a sonoridade do Roots, dub e uk roots. A ultima mixtape é a "Crazy Evolution" recheada de riddims eletronicos e experimentais da música jamaicana, os estilos vão desde o breakbeat, dubstep e jungle. Uma das surpresas mais legais desse mês de Maio, até agora.
Songs of Rudies

Walking Inna Roots

Crazy Evolution

segunda-feira, 4 de maio de 2009

JUSTIN YAP E O SELO TOP DECK RECORDS

Justin Yap, o Chinês-Jamaicano produtor e compositor, dono da Top Deck Records. Brilhante e visionário na música produzida junto com Skatalites e os maiores ícones instrumentistas da Jamaica na década de 60 em uma noite no Studio One em Novembro de 1964. Alguns dizem que foi a noite em que os maiores sucessos do Ska foram produzidos! Chinatown, Ghost Town, Marcus Junior, Ringo, Confucious, The Reburial, Yogi Man e Smiling. Maioria de composição de Don Drummond.

O selo Top Deck foi um dos selos mais importantes da Jamaica, fundado por Justin Yap, que gravou com Skatalites vários dos melhores momentos da banda e lançou grandiosas performances de outros grandes grupos em meados dos anos 60, era orgulhoso em ser um dos poucos selos que não pedia mudanças musicais ou artísticas em nenhum dos seus grandiosos músicos.

Yap sentia orgulho em dizer que; "Quando músicos trabalhavam para mim, eles não precisavam vir receber no outro dia. Eu nunca os paguei em cheque, sempre em dinheiro - em um envelope, o valor total combinado, nem um centavo a menos.". Yap nunca teve receio em pagar mais que outros produtores e selos que competiam entre si, e tinha nessa jogada, uma benevolência de ter várias takes extras de gravação. Essa visão, fez com que a natureza de gravação que a Top Deck financiou marcasse para sempre todas as épocas do Reggae.

Nascido Philip Yap em 1944, o Chines-Jamaicano cresceu em Kingston, cuidando de uma sorveteria e restaurante junto com sua família. Com o intuito de trazer mais freguesia e entreter o público adolescente, Yap (que depois mudou seu nome para Justin) e seu irmão Ivan (aka Jahu) fundaram o Top Deck Sound System.

Na sua fase de adolescência Yep compôs algumas músicas que dedicou a uma jovem que ele gostava, lançou alguns singles mas nenhum acabou dando sucesso ao jovem produtor. Com o passar do tempo, ele veio a trabalhar com músicos que se tornariam grandiosos em poucos anos na ilha, alguns deles como: Ephraim "Joe" Henry, Fitzroy "Larry" Marshal que lhe deu um single número 1 na Jamaica , a música "Promisse Is A Comfort For A Fool"de Larry Marshal.

Com o passar do tempo, o selo Top Deck já se estabelecia como um dos principais da ilha, lançando discos de grupos ocmo Angelic Brothers e School Boys. Oswald "Baba" Brooks, ofereceu ao produtor alguns instrumentais como: "Five O'Clock Whistle" e "Distant Drums" (adaptação de Arties Shaw, "Jungle Drums") se tornaram hits em 1963.

No ano seguinte, ele focou perfeitamente em um grupo talentoso chamado Skatalites, um grupo emergente de jazz, rhythm'n'blues, boogie-woogie, calypso, mento e desenvolvedores de um som novo chamado de Ska. Eles eram a banda residente do Studio One, do rival Clement "Coxsone" Dodd, mas um amigo em comum chamado Allan "Bim Bim"Scott, um dos assistente de Coxsone e amigo em comum de Yap, lhe disse que a banda não tinha um contrato ou acordo de exclusividade com o Studio One.

Em novembro de 1964, Yap contratou os serviços do grupo para uma sessão, pagando o dobro de seus outros contratantes costumavam oferecer. Justin Yap supervisionou e produziu uma maratona de 18 horas de gravação, que viria a ser um dos álbuns cruciais de Ska, chamado de Ska-Boo-Da-Ba, combinando composições originais dos Skatalites e algumas do próprio Yap, alguns instrumentais foram rearranjados como "Caravan" de Duke Ellington, que viria a ser intitulada como Ska-Ra-Van.

"Aquela foi uma sessão monstro e voltei com uma ótima gravação para mim. Uma sessão de uma noite, uma longa jam. Foi como uma festa!" Disse Yap ao expert em reggae Steve Barrow. Yap cortou algumas faixas extras com participação de diferentes instrumentos na frente (Roland Alphonso no saxofone tenor, Johnny "Dizzy" Moore no trompete e Don Drummond no trombone) e os Skatalites como banda de apoio para o performer e vocalista Jackie Opel de Barbados e também para B.B. "Bibby" Seaton And The Astronauts. Outras sessões como essas acontecerem também no Studio One e JBC (Jamaican Broadcasting Corporation) em 1965.

Em 1966, Yap migrou para os Estados Unidos devido a depressão social na Jamaica e levou consigo a maioria das fitas master. Ele se alocou em Nova York, se alistou no exército e foi para a Guerra do Vietnã, já no final dos anos 60 se envolveu com a industria dos computadores e também como motorista de táxi.

Já nos anos 90, vários discos que reverenciavam o Ska estavam sendo lançados, e se criou muito interesse no pioneirismo de Yap nos anos 60. O selo Westside começou um exaustivo programa de revitalização do material de Yap e um grupo de arquivistas compilaram 8 álbuns de gravações originais da Top Deck.

Justin Yap, voltou para a Jamaica em 1995 passando por operações no coração. Diagnosticado um cancêr, ele viajava constantemente para os EUA para tratamento. Seu último trabalho foi uma compilação remasterizada lançada em um box de 3 cd's.

Phillip Stanford "Justin" Yap, produtor e compositor, nascido em Kingston, Jamaica em 23 de Maio de 1944, casado (um filho, uma filha), morreu em Plainsboro, Nova Jersey em 23 Julho de 1999.

domingo, 14 de setembro de 2008

ENTREVISTA MOA ANBESSA

Stranjah, Marcus Iyah e JB
Dessa vez, foi a sound system americana Moa Anbessa radicada no Brasil que nos forneceu uma entrevista falando sobre a criação de sistemas de som, dubplates e varias outras informações muito úteis para você que está planejando montar sua própria sound system. Boa Leitura.

fyadub: como começou o moa anbessa, como foi o encontro entre stranjah, jb e marcus iyah?
stranjah: então, nós começamos, na verdade nós 3 estávamos tocando em lugares diferentes em Chicago, e começou assim, por exemplo, fui numa festa onde o JB tocava aos domingos, eu via ele tocar lá e acabamos nos conhecendo, o Marcus, eu o conhecia porque trabalhava junto com ele, eu passava uns cds de reggae pro Marcus, ele se amarrava, e depois, eu e Marcus começamos a tocar junto aos domingos.

fyadub: e todos vocês já tocavam reggae?
stranjah: sim, todos!!!

fyadub: e como era a seleta de todos? tocavam diferentes músicas, diferentes stilos?
jb: bem, eu penso, que todos traziam diferentes elementos, diferentes estilos, Stranjah tocava mais early reggae, mais rocksteady, ska, rub a dub, Marcus tocava mais sons roots, eu tocava mais new roots, clássicos do reggae, dancehall dos anos 90 e 80, os clássicos do dancehall, e quando nos juntamos e começamos a tocar, dizíamos um a outro “olha isso, ouça isso aqui”, se tornou uma ótima variedade de estilos, e tudo estando junto ficou muito bom, e quando começamos a tocar, numa noite, numa festa, tocamos todos os estilos da história jamaicana, rocksteady, ska, new roots, de tudo.

fyadub: os sons obscuros, o trabalho de buscar discos exclusivos, prensas originais, discos raros, como o moa anbessa trabalha com esses discos, é o mais importante pra sound de vocês?
stranjah: eu não acho que é o mais importante, mas, eu acho que com a variedade, com o grande número de sound systems do mundo inteiro, tem que ser um pouco original, eu tento procurar coisas que já sei que eu gosto, de um jeito, e não tem outro sound system que toca esse disco ao vivo, e quando eu pego uns discos mais roots ou rocksteady, eu tento pegar uns sons, que são antigos mesmo, mas lógico, que de pra tocar numa festa, que tenha uma qualidade que está “Up Beat” ainda, você pode mixar um Sizzla, e tipo, tocar um rocksteady e voltar pra um cut do Bounty Killer, por exemplo, e que esse tune não deixe perder o flow da festa.
jb: para mim, os tunes obscuros, eu coleciono mais para mim mesmo, mas, quando eu toco numa festa, num show, eu toco mais, eu tento levar mais a minha seleção para os “Big Tunes”, que todos conhecem, mas, mixando com algumas coisas obscuras, mas tentando levar os dois juntos, fazendo com que as pessoas ouçam e reconheçam essas músicas, esses “Big Tunes”, mas os sons mais obscuros são pra minha coleção particular, mas, tento tocar esses sons mixando no set, mas não tocando apenas os discos obscuros.

fyadub: aqui no brasil, o “sound system” de reggae tem pouco tempo em midia, e tem uma rapaziada nova que busca informação de como montar uma sound system, quais os elementos básicos para um sound system que está iniciando?
jb: em uma sound system atual, os autofalantes, sons, você sabe, mas o mais difícil, são coisas como, transporte, energia, mas para mim, eu penso, e pra todos nós, o sound system somos nós 3, não apenas um de nós, é muito mais energia, vibração, porque cada um de nós é diferente um do outro, cada um faz coisas diferentes, são estilos diferentes, todos nós tocamos, mas com o tempo nos inspiramos uns nos outros, por causa do Stranjah eu coleciono mais rocksteady e ska, mas pra mim o essencial numa sound system é fazer uma boa festa, tocar boa música, fazer as pessoas dançarem.

stranjah: pra uma sound system, você precisa de autofalantes, alguns amplificadores, alguns discos, espero que tenha vários bons discos, alguns dubplates, um seletor, um operador e um mc. Esse é o básico de um sound system no estilo jamaicano. O operador faz a mixagem, opera a mesa, o seletor seleciona os discos, necessariamente o seletor não precisa por o disco no toca discos, ele pode simplesmente pegar o disco e dar para o operador, estou falando do estilo jamaicano de tocar. E você tem o MC falando no microfone a noite toda, animando o povo. O mc também não é necessariamente o cara que vai cantar a noite inteira, ele pode só falar, agitar a galera.

fyadub: qual o percentual de importância de um dubplate em um sound system?
stranjah: depende do som que você quer fazer, depende aonde você vai com seu sound system, se você não tem “Gol” nenhum com seu sound system, acho que, não sei, dispensável. Cada sound system precisa disso, nem pra fazer um sound clash não, mas é tipo, pra ter um público deles mesmo, que vai gostar dos seus dubplates, seus dubplates é a imagem do seu sound system. Por exemplo, nós fazemos dubplates, fazemos dubplates de sons que nós gostamos, de big tunes, e tocamos dubplates como opção, tocamos sons originais, para manter a vibe, e os dubplates para deixar a marca do Moa Anbessa.
jb: a importância de um dubplate, é o disco “Special”, é tipo assim, nós temos, e você não tem.
stranjah: quer um exemplo nós temos 2 discos iguais, o dubplate, é meu, ninguém tem esse, a gente tem e vocês não tem.

fyadub: o que é um dubplate?
stranjah: um dubplate é uma música especial, uma música exclusiva, feita pelo artista origianal de uma música, por exemplo o Dennis Brown que canta Wolfs & Leopards, ele vai fazer um dubplate dessa mesma música, Wolf & Leopards, mas vai usar o nome do sound system dentro das letras dele mesmo, e ele muda a letra como uma arma mesmo, falando que seu sound system é melhor que o outro, e vai falar o porque, no jeito feito pelos jamaicanos, na cultura Jamaica, como se fosse uma competição. O Dubplate mesmo, é um vinil de metal, com um filme plástico em cima, que se chama acetato. O disco dubplate é bem pesado, mais pesado que um vinil comum.

fyadub: o comércio no reggae, o dubplate influência no giro de dinheiro num sound system, como funciona na jamaica e na europa esse giro de dinheiro? para a sound system e pro artista?
stranjah: o negócio do dubplate, desde o inicio é pra ajudar o sound system e o artista, por exemplo, um artista antigo, dos anos 60, que hoje não faz mais muito show, você tem o negócio do dubplate pra ganhar alguma grana, porque tem todos os novos sound system, que quer tocar sons antigos, o artista vai gravar pra você e você paga ele, agora um sound system que você vê alguns de graça ou mais barato, são feitos pra pessoas que já gravaram com o artista antes, mas de qualquer jeito um dubplate você tem que pagar, o único jeito que você vai conseguir de graça é se você conhecer bem o artista, ou se você convida ele pra tocar, no Brasil, ai por respeito ele vai fazer alguns jingles pra você, e com certeza, se ele estiver na vibe, vai gravar um dubplate..

fyadub: e no exterior como eua, europa, jamaica... movimenta-se dinheiro com isso?
stranjah: muito, isso é negociação feita a base de dinheiro. Japão e Europa, são dois lugares, onde se tem dinheiro por trás dos sound system, e tem que pagar, e os preços ficam cada vez mais altos para todo mundo.
jb: é dinheiro alto para os artistas, e agora a cultura do sound system, e a cultura do clash, esta fazendo isso se tornar grande novamente. Se você for pra Nova Iorque por exemplo, tem clashes toda semana, e tem tempo que o clashes diminuem, e outros que se faz muito, mas agora, a cultura do clash entre as sound system, está voltando novamente. E isso faz com que os artistas ganhem dinheiro. Porque, na maior parte do tempo, eles gravam um single, um álbum, ele recebe uma vez apenas, agora, ele pode continuar ganhando dinheiro fazendo dubplates. Isso é uma forma de fazer o dinheiro continuar girando.
stranjah: quando os artistas não têm show, ou tour, com uma banda, ou outros artistas, eles não tem muito que fazer, então tem que fazer dubplates pra ganhar dinheiro. E dubplates são feitos todos os dias, em todo lugar, em todos os sounds. Você pega o telefone, liga pra a Jamaica, você quer um artista, entra em contato com ele, e pergunta quanto é, e varia o preço também.
jb: hoje em dia está mais caro também produzir um dubplate.

fyadub: quais os principais artistas que voces já gravaram?
jb: Johnny Osbourne, Kandyman, Lone Ranger, Courtney Melody, John Wayne, Echo Minott, Malibu, Quench Aid, Jigsy King, Anthony B, Little Harry, Shaka Shamba, Carlton Livingston, Welton Irie, Pato Banton, John Holt, Lion Tempo, Iyashanti, Jah Vic, já gravamos coisas com Frisco Kid, Jah Mason, Sancho gravou Chase Vampire. Bom nós ja entramos em estudios com vários artistas, tivemos o privilégio de conhecer, cortar dubplates para outros soundsystems, e trabalhar com eles.
stranjah: gostaríamos de dizer a todos os sound systems do Brasil, que estão interessados em dubplates, que estaremos a diposição de vocês, para cortar, e entrar em contato com esses artistas, artistas da Jamaica, de Nova Iorque, da Inglaterra, do Brooklyn.
jb: se quiser podemos fazer esse contato com os artistas.
stranjah: se você tiver uma produção própria, e tiver admiração por um artista, da velha e da nova escola, fazemos os contatos com esses artistas, e o pessoal daqui, que quer gravar, entrar em estúdio, fazer algum dubplate, pode contatar o Moa Anbessa.

fyadub: qual o custo de um dubplate?
stranjah: o acetato mesmo custa mais ou menos entre 45,00 a 60 dolares por um disco dez polegadas.
jb: você pode colocar 4 músicas, duas de cada lado. Um artista pode variar de 100,00 a 5000,00 dólares.

fyadub: quem chega a cobrar 5000 dolares?
jb: Shabba Ranks, Bounty Killer,
stranjah: é muita grana. Rsrs.

fyadub: em quantos países o moa anbessa já passou?
stranjah: EUA, Coréia, Brasil, Amsterdã, França. Marcus Iyah está na Coréia. Polônia também, acho que só.
jb: morei em Amsterdã em 2000.
stranjah: nos EUA, em Chicago, Nova Iorque, Cleveland.

fyadub: o que é um sound clash, como funciona um clash?
stranjah: um Sound Clash tradicional é uma atração, entre dois sound systems que geralmente se conhecem bem, mas tem as “guerras” e não tem, existem 2 tipos de sound clash, no inicio o sound clash é uma coisa pra entreter. Por exemplo, se o Moa Anbessa convidar, por exemplo, o Echo Sound, que são amigos nossos, a gente marca um sound clash, a gente se conhece, então não tem “guerra”, e quando você chega na cena, você fala mal do outro, e vice versa, pra ver como o público reage, e o público é quem tem a palavra final pra ver quem foi melhor, e isso é mais pra gente se divertir e o público experimentar uma coisa diferente, bem tradicional da Jamaica, isso é um tipo de sound clash.

fyadub: e o outro tipo?
stranjah: o outro tipo é melhor você ter muitos dubplates mesmo, rsrs, melhor, esse embate tradicional, é tipo, um cara passa na rádio e fala mal de outro sound, e ouviu, você fica sabendo, ai você liga diz “você falou mal de mim”, começou uma briga, marca um sound clash, e assim se resolve, ai acaba mais ou menos num Dub fi Dub, e do mesmo jeito, o público decide. Ai se vê quem é melhor, o cara vai falar que é melhor que o outro, e o outro fala que é melhor, e blábláblá, e pra eles abrirem a cabeça e os olhos, é o público mesmo que vai falar, só tocando.

fyadub: por vocês terem passado em tantos lugares, como voces veem, comparando com o que rola lá fora com o que está acontecendo no brasil, falando comercialmente.
stranjah: o Brasil é um dos maiores paises que produzem reggae nacional como roots, então já tem um público gigante que gosta dessa música, agora acho que com o sound system, como Echo Sound em São Paulo, vou falar somente dos sounds que eu conheço, como Digitaldubs do Rio de Janeiro, estão fazendo coisas mais tradicionais com artistas nacionais, mais nessas pegada de dancehall classico, de ragga, que eu acho que com o tempo vai trazer mais público, mais gente, e acho que tem um potencial muito grande no Brasil para a comercialização do reggae mesmo.

fyadub: de artistas aqui do brasil quem voces gostaram de ouvir?
jb: Ras Simbá.
stranjah: da galera que eu vi, RAS Simbá, Sambatuh.
jb: do Digitaldubs, o Biguli, tem o B.Negão que não canta muito reggae, mas tem também influência, tem o Gerson da Conceição, uma pegada bem roots, uma voz bem legal também, tem o Jeru Banto, M7, e outros.
stranjah: vários artistas que estão nesse cd do Digitaldubs, que saiu agora, acho que tem muitos cantores bons, mas acho que a gente também é meio que bloqueado.
jb: para mim, o que eu vi de mais legal, pelo que eu vi, apenas um trecho em um clip de uma música, foi RAS Simbá, muito bom, ele é de onde mesmo, da Guiana?

fyadub: sim da guiana inglesa. 
jb: sim, o som é muito bom.

fyadub: agora na cena mundial, vocês vêem, fora o moa anbessa, tem alguém que tem vontade de investir no brasil? tem interesse por parte de produtores, artistas de fora, de investir aqui no brasil?
stranjah: nessa última viagem que eu fiz pra Jamaica, tem esse interesse, eles têm esse poder, vários produtores nos falaram que tinham interesse em desenvolver, fazer combinações entre brasileiros e jamaicanos, mas também pra fazer uma divulgação do mercado jamaicano aqui no Brasil, uma troca de interesses.

fyadub: produção de artistas, vocês tem interesse em produzir também, artistas, produzir musicas, etc?
stranjah: nós temos interesse em montar um estúdio aqui, e produzir algumas coisas. Moa Anbessa é uma loja, uma sound system e um estúdio. Qualquer pessoa que queira gravar, que tenha uma boa voz, que queira cantar, pode contatar o Moa Anbessa, e tentar gravar.

fyadub: e vinil, ainda tem mercado, com o uso agora do copyleft, e a quebra das grandes gravadoras?
jb: eu penso que, que está se desenvolvendo uma cena aqui, a popularidade do reggae está crescendo aqui no Brasil, eu penso que aqui pode acontecer muita coisa, a possibilidade de vender discos aqui, o vinil, é uma boa oportunidade, o pessoal daqui gosta bastante do som, da originalidade, a forma original do dj, como discos, com mais discos a disposição aqui, as pessoas têm vontade de comprá-los.

fyadub: na europa, princípalmente na inglaterra, as sounds que tocam stepper, eles costumam usar outras midias além do vinil, usam md, dat, final scratch, laptops.. voces gostam desse tipo de sound system, dessa linguagem?
stranjah: na verdade isso é um pouco difícil de responder, os sounds que usam MD, eles tocam as produções próprias deles mesmo, isso eu acho que bom para divulgar o seu próprio som para o público, você vai estar fazendo o seu show mesmo, mas também, depende do jeito que está música está gravada, se gravam com uma banda, com instrumentos ao vivo, eu acho melhor tocar ao vivo com banda mesmo, do que tocar uma versão em MD.

fyadub: as produções de dub digital, stepper não agradam muito o moa anbessa?
stranjah: não porque e importante ter um foco, nosso sound e mais na pegada jamaicana, uma história do reggae clássico. Na verdade, se você olhar um cara como o King Jammy ou o Bobby Digital, já o digital existe no reggae de qualquer jeito depois dos anos 80. O stepper é mais para um outro tipo de sound que não estamos tentando ser, deixamos isso pra o Jah Shaka, Ras Kush, Abashanti I, Jah Tubby’s e outros. Mas de um jeito nós quando estamos produzindo as bases fazemos digitalmente também.

fyadub: as versões dos riddims clássicos são produzidas por vocês mesmos?
stranjah: sim, nós usamos um programa que se chama LOGIC, e o estúdio do Moa Anbessa é digital mesmo.

fyadub: vocês gostam de trabalhar com bandas, as vezes?
jb: nós gostamos de trabalhar com músicos ao vivo, mas o estúdio nunca tem um espaço permanente, é um estúdio que viaja com a gente, se muda de Chicago para Nova Iorque, para o Rio, volta para Nova Iorque, é difícil ficar em um espaço para gravar com músicos ao vivo, mas eu penso em, ficando no Rio por um tempo maior, nós vamos trabalhar mais com músicos ao vivo, talvez não uma banda completa, seria legal também, mas, talvez mixar o digital com o ao vivo.

fyadub: voces ajudaram o digitaldubs a gravar o disco single dele, o diaspora em 7 polegadas compacto. como funciona o processo de gravar um compacto na jamaica?
stranjah: é um processo que demora um pouquinho, o processo inicial custa uma grana mesmo, porque na Jamaica, quando você vai cortar um 45rpm, você tem que pagar algumas taxas de primeira prensagem, a primeira vez que você está trabalhando com uma gravadora, uma “Printing Shop”, tudo tem um preço, e quando você corta o primeiro disco, o melhor jeito é cortar mais por menos grana, assim você não perde tanto dinheiro, quando você vai cortar por exemplo 300 discos, pode chegar até 500 dólares, só para 300 discos, assim só pagando discos, fica caro. Quando você entra num “Printing Shop”, e nunca trabalhou com eles, por exemplo os selos, ele não tem seu logotipo, nem nada, tudo é feito em sylk, cada cor separada, e tem que fazer tudo, e isto custa dinheiro e demora, quando eles não tem demora, é como fazer um sylk screen, você paga pela tela e pra “queimar” o desenho original, e depois pela copias, o vinil a mesma coisa, ai você tem que fazer uma matriz, e tal, e já são mais 100,00, 150,00 dólares por cada música. Enfim, pra fazer essa relação entre Brasil e Jamaica, o problema aqui são as taxas, se chegar aqui, e passar pela policia federal com 300 cópias do mesmo disco, ai você vai ter que pagar 50% ou mais de taxas, e se você quer mandar da Jamaica pelo Brasil vai custar uma grana enviar pelo correio, devido ao peso. O ideal pra gente, do Moa Anbessa, é ter uma máquina, uma prensa de Dubplates para ajudar a galera.

fyadub: e vocês pensam em lançar alguma produção própria do moa anbessa?
stranjah: se tudo der certo, em agosto vamos sair com um disco, uma série com um riddim tradicional refeito por nós.

fyadub: seria a mesma formula do doctor’s darling, do rodeo riddim do seed?
stranjah – Isso mesmo. E se eventualmente se tudo der certo, montar um selo, e iniciar as produções, estaremos por trás do estúdio, trabalhos, e nós 3 produzindo.

fyadub: da pra separar o rastafari do reggae, as músicas que voces tocam, sempre tem citações sobre o rasta, da pra ter uma separação do rasta com a música? e qual a visão de voces no rastatafari na música hoje.
jb: hoje existe uma variedade muito grande de músicos, inclusive rastafaris, é difícil pra eu dizer, eu foco mais na música, eu sou um admirador da cultura, mas muito mais da música, a cultura se envolve claro.
stranjah: talvez você possa não ser rasta, mas a crença rasta pode lhe trazer inspirações, você não precisa tentar ser o que você não é, como Morgan Heritage disse, “you dont affi dread to be rasta” (você não precisa ser um dread para ser rasta), simples assim, rasta é uma coisa que você encontra no seu coração, e você não precisa da música, ou ser complexo para ser rasta, você simplesmente vai ser, vai comer, e vai sentir, você vai aprender, em qualquer religião você pode ter isso. Mas, o rastafari e a música nos anos 70, a conexão entre o rasta e a música era forte, porque a palavra que era levada pelo reggae, como Vivian Jackson, Yabby You, foram palavras fortes levadas pelo reggae. Letras rastafaris são fortes por si só. Após o rastafari, se levou a palavra do Bobo Dread, é uma palavra mais forte, mais rebelde e ja mais differente. Impuseram-se mais regras, uma disciplina mais dura. Hoje os artistas, não vou dizer os nomes, porque são muitos nomes, mas alguns artistas, que eram do dancehall, por exemplo uma artista que nasceu nos anos 70, nos final do 70, nos 80, que cresceu ouvindo músicas de rudeboys, letras de guntalk, feitas por “gunmans”, (que era o estilo do momento) durante os 90, ficarao influenciados com essas brincadeiras de badman e infelizmente se tornou mal pra alguns. Mas hoje, o reggae tem muito mais mídia, a essência do rasta, a raiz, que foi raiz de uma música, não tem uma relação tão forte como antes.
jb: o movimento rasta não é mais uma influência tão forte na música hoje em dia.

fyadub: se separou a disciplina rasta do dia a dia, e o trabalho como artista, como músico?
stranjah: olha não sei dizer por todos, mas hoje se tem um mercado muito maior pro reggae mundial, do que se tinha há 15 anos atrás, que esse mercado há 15 anos antes, era maior do que era há 20 anos, então se cresce de uma forma cada vez maior. Mas as pessoas, sem estudar, sem tentar compreender a cultura, vão olhar um cara tocando reggae, ou um outro cantar e gravar uma música, vai tocar coisas que nem mesmo entendem as músicas.

fyadub: a maior dificuldade é entender as letras? a maior dificuldade aqui vocês pensam que é essa, de compreender o que se diz?
jb: sim, se você já fala inglês, já é difícil de entender as letras, os patois no reggae, é difícil, você tem que entender a cultura, se entender a cultura, fica mais fácil de entender a música, o som, mas, é difícil de entender, mesmo pra mim, pro Stranjah, às vezes é difícil.
stranjah: às vezes você volta 50 vezes a música, e diz – o que ele falou?.. ai você volta a 51ª. O som que tentamos tocar, desde o inicio do Moa Anbessa, em Chicago, nós focamos em tocar letras conscientes, em lugares como o Subterrean, nosso foco era no pregar, em Selassie, lettras culturais e tal. Após tem que compreender o Slackness, na brincadeira, na vibração, achamos mais engraçado e divertido, os discos que falam de punnany, e adoramos esses discos, fat gals tunes. Não é a imagem que queremos passar, de desrespeitar uma mulher, são das letras mais engraçadas mesmo e isso tem que entender.
jb: no reggae há muitos estilos, e para mim, quando comecei a tocar, tocava muito mais concious, músicas positivas, na palavra, e quando comecei a pegar o gosto pelo dancehall, do slackness, do guntalk, mas ao mesmo tempo respeitando e compreendendo a outra parte da música, a cultura, a coisa mais cultural, o estilo de vida. Mas quando me mudei para o Brooklyn, 3 anos atrás, eu realmente me abri mais para outros estilos de música, o Brooklyn é a Jamaica fora da Jamaica, tem uma grande população jamaicana, caribenha lá, e muitos dos artistas que tocavam nos anos 80, 90 vieram para os EUA e se mudaram para o Brooklyn. Muitos artistas, muitos estúdios, diferentes estilos de música, de som, eu abri minha mente muito mais para a música, hoje eu posso tocar os antigos, os novos sons do dancehall, é bom, eu vejo dessa forma, é bom para todos.

fyadub: 5 músicas que são a cara do moa anbessa, 5 sons que vocês consideram os big tunes do moa anbessa.
stranjah:
1. Suzy Wong - Nicodemus
2. Gimme Di Weed – Jigsy King
3. Visit of Selassie – Early B
4. Thief In The Night - Gladiators
5. Rub A Dub All The Time – Dennis Brown

jb:
1. Hard Man Fi Dead- Prince Buster
2. Truth & Rights- Johnny Osbourne
3. His Imperial Majesty- Rod Taylor
4. Cry Fi Di Youth- Super Cat
5. King In This Jungle- Sizzla & Jah Cure

fyadub: podem dar as considerações finais e mandar a idéia que quiser, do trabalho do moa anbessa, qualquer coisa.
jb: eu e Stranjah, queremos levar boa música, boas vibrações aqui no Brasil, fizemos bons amigos aqui, amigos que fazem reggae, que curtem reggae, e esperamos que continuemos levando boas mensagens, boa música, boas vibrações, e levar ótimas idéias a todos, discos, qualquer coisa que quiserem podem falar conosco, em nossa homepage http://www.moaanbessasounds.com , se quiser cantar uma música conosco, trabalhar conosco, nos contate pelo website.
stranjah: se você quiser, gravar, mixar, produzir, comprar discos, é só visitar nossa home page, entrar em contato e mandar suas pedidas. Easy

Entrevista cedida em São Paulo no dia 05/06/2006.

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